O Ocidente é poderoso porque é cristão ?

[Mucuna]

Norte da África e Oriente Próximo e Médio realmente não muito, pois tinha contato próximo com a Europa/Eurásia.

Mesmo assim, há povos mais afastados que não tinham este contato e foram infectados pelos exércitos, como os holandeses adentrando a África pela cidade do Cabo no séc.XVII.

Lá eles só encotraram comunidades pequenas de pastores (grupos khoi e grupos san), que com algumas incursões militares e espirros foram facilmente subjugados. Claro que trazer doenças não é o único fator.

Seguindo o exemplo acima, as culturas que os holandeses traziam eram adaptadas as chuvas de inverno (Europa), que era o que acontecia na cidade do Cabo. Um povo banto conhecidos como xosas, que já dominavam o aço, eram estabelecidos mais ao norte, onde as chuvas acontecem no verão. Logo, sua cultura agricula era toda adaptada a chuvas no verão. Isso explica eles não terem dominado a região ao sul. Os europeus fizeram isso, conseguindo um porto na cidade do Cabo.

Com a maior organização política derivada de uma sociedade de complexidade maior, que possibilita a administração e levantamento de recursos para empreitadas deste naipe, a Holanda foi conseguindo dominar os xosas, mas com grande dificuldade e lentamente, durante 175 anos, mesmo os banto não tendo bases para formar uma sociedade tão complexa e estabilizada.

Não dá para dar um motivo só para o sucesso de uma sociedade sobre a outra.

[Mucuna]

Quando exércitos europeus invadiam outra região, seja América, África ou Ásia, grande parte da população (e exército local) tombava doente. Os exércitos europeus eram armas biológicas ambulantes e isso era uma enorme vantagem na guerra e tornou algumas vitórias fáceis, que não seriam bem assim se não fosse esse "pequeno" fator.

Bem, a fedentina não ajudou muito os europeus quando o Islã lhes solapou o Oriente Médio, o norte da África e a Península Ibérica, chegando às portas da França onde foram detidos. A reação só veio com as Cruzadas e, bem depois, com a expulsão dos Mouros da Espanha.
Mais tarde os otomanos conquistaram Constantinopla e ameaçaram diretamente toda Europa Central por séculos.
Efeitos arrasadores os vírus do homem branco produziram nas Américas, mais especificamente nos impérios pré-colombianos conquistados. Não consta que a África tivesse sofrido horrores por conta disto, tendo sucumbido à hegemonia da Europa por conta de suas sociedades tribais serem fracas demais para resistir a nações organizadas militarmente. China e Índia, cada qual a seu modo, também seriam submetidas a partir da exploração de suas fraquezas.

Sim, quando falei "vitórias fáceis" eu pensei em América realmente.

[Mucuna]

O "legal" da China é notar que eles estavam tecnologicamente mais avançados que a Europa até meados do século XIV e meados do XV.

Eles estabeleceram frotas que eram capazes de fazer viagens atravessando oceanos (há até um flash no site do O Globo de um cara que diz que a China chegou até as Américas a partir de 1421).

O que ferrou a China nesta exploração que com certeza trariam bons frutos e, quem sabe, a colocaria no lugar que a Europa pegou, foi uma disputa política interna.

Depois de um conflito interno, teve uma decisão política maluca de suspender todas as viagens transoceânicas. Como a China era unificada, uma única ordem parou todos os estaleiros e não tinha um que pudesse realizar uma viagem a outros continentes para provar que aquela ordem era imbecil.

Já na Europa, fragmentada politicamente, lembremos que Colombo, nascido italiano, serviu a França e depois Portugal. Quando ouviu um "não" de Portugal ao pedir embarcações para explorar o oeste, foi pedir para um duque espanhol, onde ouviu um outro "não". Correu para um segundo duque espanhol, de quem ouviu "não" mais uma vez.

Resolveu pedir para o rei e rainha de Espanha, que negaram. Pediu de novo a eles e aí conseguindo finalmente e provou estar certo. Se a Europa tivesse a união política da China, Colombo provavelmente ia ter ficado pelas "zoropa" mesmo.

[Fernando Silva]

Não dá para dar um motivo só para o sucesso de uma sociedade sobre a outra.

Além do que, o dominador de hoje pode ser o dominado de amanhã.
Portugal e Espanha estiveram por 800 anos sob domínio mouro, tornaram-se poderosos por alguns séculos e depois entraram em decadência.

[Aranha]

O Renascimento dá um upgrade na cultura européia, mas este movimento é essencialmente humanista, centrado em um conceito cristão do ser humano, mas afastado da prioridade teológica de centrar o interesse humano em Deus.

- "Conceito cristão"?!?!? - Acho que não, o Renascimento, que eu saiba, é centrado basicamente em conceitos gregos em primeiro lugar, as obras eram de temática cristã só porque a Igreja era um grande cliente, além de ser bastante incômoda com gente que retratava Zeus ou Afrodite.

Conceito cristão, sim senhor, caro Aranha.
Primeiro porque os grandes mestres renascentistas eram cristãos devotos, alguns dados a esquisitices, como Da Vinci, mas ninguém nega a religiosidade de um Michelângelo e, no campo das ciências, de um Galileu Galilei, mesmo com todo entrevero dele – ou deles – com as autoridades eclesiásticas.

Como, neste caso, imagens falam melhor que palavras, dê uma olhadinha em Madonas do MASP – Vênus Cristãs, em especial meus comentários sobre o Cristo de Tintoretto.

Caro Acauan,

- Muito me estranha, logo você, partir para esta linha de argumentação, em primeiro lugar é absurdo afirmar que o renascentismo é conceito cristão porque era praticado por cristãos, seria o mesmo que dizer que ciência é conceito cristão porque os primeiros cientistas eram cristãos.

- Em segundo lugar, eu já tinha explicado que a temática era cristão porque a igreja era uma grande cliente, além de uma grande censora, mesmo assim era notável o sincretismo religioso cristãoxgrego retratado nas obras que voce mesmo citou, sem contar quadros com temática de mitologia grega pura e simples tipo:


Eros de Michelangelo


A Mutilação de Urano por Saturno


Olimpo de Giovanni Battista Tiepolo


Venus e Anchises

Abraços,

[O ENCOSTO]

Quando exércitos europeus invadiam outra região, seja América, África ou Ásia, grande parte da população (e exército local) tombava doente. Os exércitos europeus eram armas biológicas ambulantes e isso era uma enorme vantagem na guerra e tornou algumas vitórias fáceis, que não seriam bem assim se não fosse esse "pequeno" fator.

Bem, a fedentina não ajudou muito os europeus quando o Islã lhes solapou o Oriente Médio, o norte da África e a Península Ibérica, chegando às portas da França onde foram detidos. A reação só veio com as Cruzadas e, bem depois, com a expulsão dos Mouros da Espanha.
Mais tarde os otomanos conquistaram Constantinopla e ameaçaram diretamente toda Europa Central por séculos.
Efeitos arrasadores os vírus do homem branco produziram nas Américas, mais especificamente nos impérios pré-colombianos conquistados. Não consta que a África tivesse sofrido horrores por conta disto, tendo sucumbido à hegemonia da Europa por conta de suas sociedades tribais serem fracas demais para resistir a nações organizadas militarmente. China e Índia, cada qual a seu modo, também seriam submetidas a partir da exploração de suas fraquezas.

Sim, quando falei "vitórias fáceis" eu pensei em América realmente.

A Conquista do Méxido, de Hernán Cortés.

Ele narra em cartas para o Rei tudo oq fez para conquistar Tenochtitlan.

Não foi tão facil assim e precisaram recuar algumas vezes. Com poucos homens, derrotaram dezenas de milhares de soldados.

Poré,m contaram com a ajuda de milhares de indios de outras tribos inimigas de Tenochtitlan.

No livro, ele narra que não teria conseguido sem a ajuda dos proprios nativos.

O mesmo se passou com Pizarro na conquista do Peru.

[Acauan]

O Renascimento dá um upgrade na cultura européia, mas este movimento é essencialmente humanista, centrado em um conceito cristão do ser humano, mas afastado da prioridade teológica de centrar o interesse humano em Deus.

- "Conceito cristão"?!?!? - Acho que não, o Renascimento, que eu saiba, é centrado basicamente em conceitos gregos em primeiro lugar, as obras eram de temática cristã só porque a Igreja era um grande cliente, além de ser bastante incômoda com gente que retratava Zeus ou Afrodite.


Conceito cristão, sim senhor, caro Aranha.
Primeiro porque os grandes mestres renascentistas eram cristãos devotos, alguns dados a esquisitices, como Da Vinci, mas ninguém nega a religiosidade de um Michelângelo e, no campo das ciências, de um Galileu Galilei, mesmo com todo entrevero dele – ou deles – com as autoridades eclesiásticas.

Como, neste caso, imagens falam melhor que palavras, dê uma olhadinha em Madonas do MASP – Vênus Cristãs, em especial meus comentários sobre o Cristo de Tintoretto.

Caro Acauan,

- Muito me estranha, logo você, partir para esta linha de argumentação, em primeiro lugar é absurdo afirmar que o renascentismo é conceito cristão porque era praticado por cristãos, seria o mesmo que dizer que ciência é conceito cristão porque os primeiros cientistas eram cristãos.

- Em segundo lugar, eu já tinha explicado que a temática era cristão porque a igreja era uma grande cliente, além de uma grande censora, mesmo assim era notável o sincretismo religioso cristãoxgrego retratado nas obras que voce mesmo citou, sem contar quadros com temática de mitologia grega pura e simples tipo:

Caro Aranha,

Você está errado.
Por vezes é melhor ir direto ao ponto em uma conversa franca entre amigos.

Uma coisa muito comum quando vejo discussões sobre História, inclusive no caso, História da Arte, é o quanto os conceitos simplificados e muitas vezes distorcidos que são ensinados no nível médio se tornam clichês repetidos ipsis litteris.

Meu argumento não foi que o Renascimento era cristão porque seus artistas eram cristãos, mas sim meus comentários sobre as Madonas renascentistas, que traduzem visualmente a conciliação entre a estética clássica grega e o sentimento religioso cristão.
A idéia difundida de que o Renascimento criou um novo humanismo mais próximo da antiguidade clássica que do cristianismo medieval erra ao analisar o movimento como exclusivamente artístico, sendo que sua correta compreensão de dá ao inseri-lo dentro de um momento filosófico-cultural mais amplo dentro da História da Europa.

Neste momento não ocorre nenhuma ruptura com o cristianismo, pelo contrário, a Escolástica é a filosofia dominante nas universidades e influencia toda vida cultural, inclusive as artes.

A retomada dos padrões estéticos helenísticos no Renascimento se dá como louvor à beleza da criação, situando o Homem no topo desta criação e portanto expressão maior desta beleza como imagem e semelhança de Deus.

Tais conceitos não conflitam em nada o cristianismo, tanto que, como dito, a Igreja foi o maior cliente dos mestres desta Escola.

[Acauan]

A Conquista do Méxido, de Hernán Cortés.
Ele narra em cartas para o Rei tudo oq fez para conquistar Tenochtitlan.
Não foi tão facil assim e precisaram recuar algumas vezes. Com poucos homens, derrotaram dezenas de milhares de soldados.
Poré,m contaram com a ajuda de milhares de indios de outras tribos inimigas de Tenochtitlan.
No livro, ele narra que não teria conseguido sem a ajuda dos proprios nativos.
O mesmo se passou com Pizarro na conquista do Peru.

Cortês é frequentemente retratado como uma espécie de Adolf Hitler das civilizações pré-colombianas da América, mas na realidade foi uma combinação rara de gênio militar e político.
Sua habilidade em capitalizar o ódio dos povos dominados contra os Astecas, sua percepção da fragilidade da Confederação escondida sob sua magnificência dourada e sua capacidade de antecipar as reações do imperador somaram-se à velocidade, unidade e disciplina com que comandava tropas compostas por um punhado de espanhóis e uma miríade de nativos de diversas tribos.

O que Cortês fez depois não é nada elogiável, claro, escravizando os povos subjugados e pilhando seu ouro.
Mas a maior parte do morticínio se deu pela varíola, gripe e outras doenças infecciosas. Não havia um plano deliberado dos europeus de exterminar aquelas populações.

[Darkside]

Imagino que o fato dos índios terem armas de paus e pedras, enquanto os europeus já conheciam bem a pólvora e o aço, deve ter ajudado bastante também...

[Acauan]

Imagino que o fato dos índios terem armas de paus e pedras, enquanto os europeus já conheciam bem a pólvora e o aço, deve ter ajudado bastante também...

Na verdade foi irrelevante.
As armas de fogo da época eram muito primitivas, demoravam muito para ser carregadas, disparavam um tiro de cada vez e frequentemente não funcionavam, pois o clima umedecia a pólvora.
Mesmo que tais armas fossem mais eficientes, a desvantagem numérica dos europeus os tornariam presas fáceis mesmo que cada um deles abatesse vários oponentes antes de morrer.
Nas batalhas decisivas os espanhóis combateram corpo a corpo, com a espada na mão, sendo as armaduras e o uso de cavalos (poucos) sua principal vantagem tática.

Foi o pensamento estratégico e político mais avançado que definiu a guerra.

[O ENCOSTO]

Cavalos, espadas de aço e tatica fizeram a diferença.

Os indios não tinham tatica alguma, parece. Quem sabe até tinham alguma mas o relato de Cortez não deu a entender.

Fiquei com a ideia de que, sem a ajuda dos indios de outras localidades, os espanhois precisariam de mais tempo até a chegada de dezenas de navios com mais homens e cavalos.

[Aranha]

Caro Aranha,

Você está errado.
Por vezes é melhor ir direto ao ponto em uma conversa franca entre amigos.

- Sem problema, não pedi tratamento diferenciado, hehehe

Uma coisa muito comum quando vejo discussões sobre História, inclusive no caso, História da Arte, é o quanto os conceitos simplificados e muitas vezes distorcidos que são ensinados no nível médio se tornam clichês repetidos ipsis litteris.

Meu argumento não foi que o Renascimento era cristão porque seus artistas eram cristãos, mas sim meus comentários sobre as Madonas renascentistas, que traduzem visualmente a conciliação entre a estética clássica grega e o sentimento religioso cristão.
A idéia difundida de que o Renascimento criou um novo humanismo mais próximo da antiguidade clássica que do cristianismo medieval erra ao analisar o movimento como exclusivamente artístico, sendo que sua correta compreensão de dá ao inseri-lo dentro de um momento filosófico-cultural mais amplo dentro da História da Europa.

Neste momento não ocorre nenhuma ruptura com o cristianismo, pelo contrário, a Escolástica é a filosofia dominante nas universidades e influencia toda vida cultural, inclusive as artes.

A retomada dos padrões estéticos helenísticos no Renascimento se dá como louvor à beleza da criação, situando o Homem no topo desta criação e portanto expressão maior desta beleza como imagem e semelhança de Deus.

Tais conceitos não conflitam em nada o cristianismo, tanto que, como dito, a Igreja foi o maior cliente dos mestres desta Escola.

- Realmente, concordo que não há conflito com o cristianismo, mas isto ocorre porque houve uma releitura dos princípios cristãos a partir da filosofia grega, a escolástica foi basicamente isto meu caro indígena, o próprio Paulo foi um pioneiro ao fazer uma leitura grega do mito cristão.

- Os mestres renascentistas estavam mais comprometidos com o helenismo que com o cristianismo, o estilo, a estética e os princípios básicos da forma é que definem a escola, o tema religioso foi comum a todas até o surgimento da arte moderna que finalmente se descolou completamente da igreja.

Abraços,

[docdeoz]

Brilhante pergunta Fernando, para a qual não tenho resposta.

O fato é que o Ocidente é hegemônico porque aqui se deu a Revolução Industrial, mas isto apenas transfere a pergunta para até que ponto a civilização cristã favoreceu esta revolucção de modo que ocorresse na Europa e não no Islã, India ou China.

Este tópico promete.

A idéia de revolução
A política liberal foi o resultado de acontecimentos econômicos e sociais que
impuseram mudanças na concepção do poder do Estado, considerado instituído
pelo consentimento dos indivíduos através do contrato social. Tais
acontecimentos ficaram conhecidos com o nome de revoluções burguesas, isto
é, mudanças na estrutura econômica, na sociedade e na política, efetuadas por
uma nova classe social, a burguesia.
O uso da palavra revolução para designar tais mudanças é curioso. De fato, essa
palavra provém do vocabulário da astronomia, significando o movimento circular
completo que um astro realiza ao voltar ao seu ponto de partida. Uma revolução
se efetua quando o movimento total de um astro faz coincidirem seu ponto de
partida e seu ponto de chegada. Revolução designa movimento circular cíclico,
isto é, repetição contínua de um mesmo percurso.
Como entender que essa palavra tenha entrado para o vocabulário político
significando mudanças e alterações profundas nas relações sociais e no poder?
Como entender que, em vez de significar retorno circular e cíclico ao ponto de
partida, signifique exatamente o contrário, isto é, percurso rumo ao tempo novo e
à sociedade nova?
Para responder a essas perguntas precisamos examinar um pouco mais de perto
as revoluções burguesas, isto é, a Revolução Inglesa de 1644, a Revolução Norte-
Americana de 1776 e a Revolução Francesa de 1789.
Embora em todas elas o resultado tenha sido o mesmo, qual seja, a subida e
consolidação política da burguesia como classe dominante, nas três houve o que
um historiador denominou de “revolução na revolução”, indicando com isso a
existência de um movimento popular radical ou a face democrática e igualitária
da revolução, derrotada pela revolução burguesa. Em outras palavras, nas três
revoluções, a burguesia pretendeu e conseguiu derrotar a realeza e a nobreza,
passou a dominar o Estado e julgou com isso terminada a tarefa das mudanças,
enquanto as classes populares, que participaram daquela vitória, desejavam muito
mais: desejavam instituir uma sociedade inteiramente nova, justa, livre e feliz.
Ora, as classes populares não possuíam teorias políticas de tipo filosófico e
científico. Para explicar o mundo em que viviam e o mundo que desejavam
dispunham de uma única fonte: a Bíblia. Através da religião, possuíam duas
referências de justiça e felicidade: a imagem do Paraíso terrestre (no Antigo
Testamento) e o Reino de Deus na Terra ou Nova Jerusalém (no Novo
Testamento) que restauraria o Paraíso depois que Cristo viesse ao mundo pela
segunda vez e, no fim dos tempos ou tempo do fim, derrotasse para sempre o
Mal. As classes populares revolucionárias dispunham, portanto, de um
imaginário messiânico e milenarista (milenarista porque o Reino de Deus na
Terra duraria mil anos de felicidade, abundância e justiça).


C

[docdeoz]

Convite à Filosofia- Marilena Chauí...

Ao lutarem politicamente, as classes populares olhavam para o passado (o ponto
de partida dos homens no Paraíso) e para o futuro (o ponto de chegada dos
homens na Nova Jerusalém). Olhavam para o tempo futuro e novo – a sociedade
dos justos na Terra -, que seria a restituição ou restauração do tempo passado
original – o Paraíso. Porque o ponto de chegada e o ponto de partida do
movimento político coincidiam com a existência da justiça e da felicidade, o
futuro e o passado se encontravam, fechando o ciclo e o círculo da existência
humana, graças à ação do presente. Por isso, designaram os acontecimentos de
que eram os sujeitos e protagonistas com a palavra revolução.

Começou com a tradução da Bíblia para o Alemão...

[Fernando Silva]

Convite à Filosofia- Marilena Chauí...

Ao lutarem politicamente, as classes populares olhavam para o passado (o ponto
de partida dos homens no Paraíso) e para o futuro (o ponto de chegada dos
homens na Nova Jerusalém).

As classe populares não "lutam politicamente". Elas apenas tentam viver sua vida.

[Rapidfire]

Alguém já leu este livro:

Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental

Neste livro, Thomas Woods mostra como toda a civilização ocidental nasceu e se desenvolveu apoiada nos valores e ensinamentos da Igreja Católica. Em concreto explica, entre outras coisas - por que o milagre da ciência moderna e de uma filosofia que levou a razão à sua plenitude só puderam nascer sobre o solo da mentalidade católica; como a Igreja criou uma instituição que mudou o mundo - a Universidade; como ela deu uma arquitetura e umas artes plásticas de beleza incomparável; como os filósofos escolásticos desenvolveram os conceitos básicos da economia moderna; como o Direito nasceu em medida do Direito canônico; como a Igreja criou praticamente todas as instituições de assistência conhecidas, dos hospitais à previdência; como humanizou a vida, ao insistir durante séculos nos direitos universais do ser humano - tanto dos cristão como dos pagãos - e na sacralidade de cada pessoa.

[Tarcísio]

E as raças? O Ocidente é poderoso pelas raças de sua formação?

Não sei se está aqui em casa ou emprestado, mas eu já li o livro, Rapidfire.

[Fernando Silva]

Armas, Germes e Aço - Os Destinos das Sociedades Humanas

http://www.gluon.com.br/blog/2008/06/25 ... as-germes/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Armas,_Ger ... es_Humanas

Tentar entender porque algumas civilizações tiveram sucesso no desenvolvimento, enquanto que outras permaneceram por muito tempo com pouca tecnologia. Essa é a missão de Jared Diamond em seu excelente livro ´Armas, germes e aço´.

Diamond argumenta que existem quatro grandes fatores que influenciaram a história das civilizações.
1- Diferenças continentais entre as espécies selvagens de plantas e animais disponíveis como material inicial para a domesticação
2- Influências no ritmo de difusão e migração, que variava muito entre os continentes. Por exemplo, a Eurásia possui um grande eixo leste-oeste, que possui clima semelhante, com duas barreiras ecológicas e geográficas bem modestas; enquanto que as Américas possuem uma variação climática norte-sul mais acentuada.
3- Diferença no nível de isolamento de cada conjunto de continentes.
4- Diferenças continentais em área ou tamanho da população total

Estes quatro fatores principais se entrelaçam e combinam com outros fatores de menor intensidade e diferentes em cada tempo, para gerar as interessantes variações de tecnologia entre os povos. Estas diferenças são bem visíveis até o período do descobrimento das Américas.

O que me chamou a atenção no livro é a influência forte que da agricultura no desenvolvimento dos povos. Uma civilização com agricultura forte, com acessibilidade a espécies de grande produtividade pode estabelecer povoados com um maior número de pessoas.
Um povoado pode ter recursos suficientes para manter governantes, soldados e pessoas dedicadas ao desenvolvimento de novas tecnologias. Manter um povo fixo em um mesmo local aumenta as chances de se desenvolver tecnologias, já que povos nômades teriam dificuldades em transportar todos os novos recursos desenvolvidos de uma localidade para a outra.
Paradoxalmente a agricultura, se não bem administrada, poderia causar a fome em períodos de mudança climática. Pois o aumento populacional, sem grandes trocas comerciais com povos vizinhos, poderia gerar dependência de sucesso imediato de produção de alimentos. Períodos curtos de seca podem trazer consequencias desastrosas para a sustentação de um grande número de pessoas dependentes da produção.

A rede PBS realizou um documentário com o material do livro.
http://www.pbs.org/gunsgermssteel/
Exibido em 3 episódios no National Geographic Channel (nos EUA).

[Tarcísio]

Eu falei de raças porque não tem muito tempo passei por um blog no qual um velho phd especialista em análise de DNA dizia que pelas fotos publicadas pela NatiGeo a perícia feita para saber sobre a ascendência de Tutancâmon revelaria bem mais.

O senhor disse que o faraó menino foi europeu.

Eu acredito que o maior caráter distintivo do homem seja a idéia, sendo assim, as civilizações que se sobressairam devem isso ao seu maior potencial criativo, e não a quem tinha o que primeiro, até porque inicialmente ninguém tinha nada.

As coisas só passam a ser bem no momento que começam a saciar demanda e isso não depende do que se tem a disposição, mas do que se tem na cabeça.

Como tem passarinho que nasce sabendo fazer casa de barro e cachorro que come broto de mato pra dor de estômago, pode ser que uma raça humana seja superior a outra em um estágio inicial de isolamento quase total entre os agentes membros de uma mesma população, ou seja, num estágio onde as informações registradas no DNA sejam toda, ou quase toda, a informação disponível ao agente.

Pode parecer delírio por não ser demonstrável, mas leve em consideração que com o avanço da comunicação o ruído de superfície aumentou demais. Para mente ter de resgatar alguma coisa do fundo, do instinto, só através da linguagem que foi ensinada. É o caso de como tratamos parceiras sexuais, preferências culinárias... obviamente tem muito de instinto na preferência, mas a mente é levada a traduzí-lo e multilá-lo.

Partindo disso, eu acredito que o ocidente seja poderoso pelos fundamentos que aqui foram alcançados. Fudamentos esses descobertos por visionários e passados a diante por remanescentes, séculos depois de séculos, originando o cristianismo e tantos outros métodos de arrendar vontade humana.

Se tem uma coisa que souberam fazer aqui, aliás, é arrendar vontade humana. Hoje uma pessoa é arrendada pela igreja, por corporações multinacionais, pelo estado, por tudo quanto há, sem se sentir lesada, vítima, ou explorada.

Nunca sai do país, por isso posso estar pecando pela pouca amostragem, mas lá do outro lado isso sempre foi bem mais preso, correto? Digamos que tradição, códigos morais paralisantes, ou que levam a negação do eu tenham destruído a capacidade deles de cultivar o brilhantismo das gentes.

Pra mim as duas grandes jogadas do ocidente foram a criação da insegurança geral(inclusive alimentar), impedindo que as pessoas pudessem tirar da terra seu alimento, abrigo e agasalho, e depois a invenção do maravilhoso débito(e demais joguetes financeiros com nomes diferentes que em essência são a mesma coisa).

Sem esse papo econômico de que ambição move montanha. O que move montanha é a fome e o chicote. Obviamente que os níveis de stress diminuíam a produção, e por isso passaram a fazer com a gente o que fazem com as vacas. Dizem que darão remédio, dão comida, dão água...

... mas é tudo muito bom paras finalidades deles. Poderosos Arrendadores de Vontade Humana, comendo seu imposto, seu dízimo, o excedente dos seus recursos que tu deixa no banco e sabe-se lá pra que.

[Tarcísio]

Continuando, você pode checar por alto essa dedução, aliás.

Imagine uma sociedade, vamos pegar de exemplo a rural retratada no filme os Sete Samurais do Kurosawa. Então tente imaginar o nascimento de uma pessoa visionária, a criação de uma pessoa visionária e a liberdade para agir necessária a expressão de uma pessoa visionária(baixa coercitividade da sociedade ao novo comportamento útil/imaginativo).

Então compare com uma sociedade ocidental por volta do século XV.

Cabe dizer ainda, que comentei sobre remanescentes no post anterior por perceber a necessidade dos mesmos em duas situações. Primeiro quando não se tem maneiras de registrar a informação de forma perene, quando não há escrita ou material que registre a complexidade cultural de uma civilização. Segundo quando não se tem recurso humano capaz de gerir a informação pela multiplicidade de fontes. Caso da sociedade em que vivemos.

Nossa sociedade constrói mentes mais parecidas com quebra-cabeças do que árvores enraizadas.

[Tarcísio]

Bem humorado, organizado e na linha do tópico:
http://www.youtube.com/watch?v=tGtRmP2kNQM

[Acauan]

Alguém já leu este livro:

Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental

Neste livro, Thomas Woods mostra como toda a civilização ocidental nasceu e se desenvolveu apoiada nos valores e ensinamentos da Igreja Católica.

Grande citação Rapidfire.
Há uma série de vídeos no Youtube que praticamente reproduz o conteúdo do livro, apresentado pelo próprio Woods, que é muito competente na explanação.
Vou postar aqui.
Recomendo especialmente o episódio IV - o Caso Galileu, é muito interessante ver a versão do outro lado, prá variar.

[Acauan]

http://www.youtube.com/watch?v=t6bnO7N1AMU

A IGREJA CATÓLICA: CONSTRUTORA DA CIVILIZAÇÃO.

Episódio I
Parte I
Introdução

[Acauan]

http://www.youtube.com/watch?v=tYjcNyTf ... re=related

A IGREJA CATÓLICA: CONSTRUTORA DA CIVILIZAÇÃO.

Episódio I
Parte II
Introdução

[Acauan]

http://www.youtube.com/watch?v=uLHWJvcC ... re=related

A IGREJA CATÓLICA: CONSTRUTORA DA CIVILIZAÇÃO.

Episódio I
Parte III
Introdução