A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Apo »

Eu não entendo. Os dois candidatos estão apelando para o mesmo crime: juntando Igreja e Estado. E pior, juntando voto de cabresto religioso com o que seria Estado de Direito!
Juntar as duas coisas não é bom para democracia alguma!
Qualquer um que vença, haverá um segundo poder vencendo junto e com uma faca no pescoço cobrando "sustentabilidade" do que afirmou em campanha. Daqui a pouco isto estará numa MP ou até na Constituição. No meu pescoço, não!
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Anna
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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Anna »

Apo escreveu:O problema é que o Serra está fazendo a mesma coisa. Nunca vi uma eleição tão suja! O povo vai começar a achar que servir à deus é coisa pra se conseguir bolsa-esmola. Compensa para quem paga o dízimo. E outros vão encher as igrejas querendo dar mais do ganham. Onde é que vamos parar?


O problema é exatamente esse! Ai que mora o perigo. Os dois candidatos estão usando religião para compra de votos. A moeda de troca pelo voto agora é o acordo pelo veto para descriminalização do aborto. Amanhã qual será? Ensino religioso nas escolas?
Os dois partidos já demonstraram a que vieram e topam tudo pra ganhar ou manter o poder conquistado. O povo se vende por bolsa esmola, bolsa de mestrado, doutorado, e bolsa aposentadoria. Ninguém precisa de mais um demônio levando as massas na tendenciosidade. Chutemos a religião pra longe dessa discussão.
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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Anna »

Apo escreveu:Eu não entendo. Os dois candidatos estão apelando para o mesmo crime: juntando Igreja e Estado. E pior, juntando voto de cabresto religioso com o que seria Estado de Direito!
Juntar as duas coisas não é bom para democracia alguma!
Qualquer um que vença, haverá um segundo poder vencendo junto e com uma faca no pescoço cobrando "sustentabilidade" do que afirmou em campanha. Daqui a pouco isto estará numa MP ou até na Constituição. No meu pescoço, não!


:emoticon45:

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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Apo »

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Tradução

«Porque é um católico obrigado a votar na lista parlamentar de Adolf Hitler?

Porque no estado Nacional Socialista intrinsecamente e através da Reich-Concordata


1. A Fé é protegida,
2. A paz com a Igreja está assegurada,
3. A moralidade pública é preservada,
4. O Domingo é permitido,
5. As escolas Católicas são mantidas,
6. A consciência Católica não é dificultada,
7. Um Católico tem direitos iguais perante a lei e na vida da nação,
8. As organizações e associações Católicas, enquanto servem fins exclusivamente religiosos, caritativos e culturais, podem trabalhar livremente.

Portanto um Católico é obrigado a votar no dia 12 de Novembro [1933]


Referendo: Sim

Eleição parlamentar: Adolf Hitler»


Fonte: National Secular Society
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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Apo »

Diálogo democrático e conciliador:

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Em nome da Santíssima Trindade,
Atenta:

Que a Santa Sé e a Itália reconhecem que convém descartar toda causa de diferença existente entre as duas e de acertar um regulamento definitivo entre suas relações recíprocas que esteja de acordo com a justiça e a dignidade das duas Altas Partes, e que, assegurem à Santa Sé, de uma maneira estável, uma situação de fato e de direito que garantam a sua independência absoluta para que ela possa cumprir com sua elevada missão no mundo, permitindo a esta mesma Santa Sé reconhecer resolvida de maneira absoluta , de modo definitivo e irrevogável, a "Questão Romana", nascida em 1870 durante a anexação de Roma ao reino da Itália sob a dinastia Sabóia;

É preciso assegurar à Santa Sé a independência absoluta e visível. Garanti-la de uma soberania indiscutível no domino internacional, e que, por conseguinte, é preciso constar a necessidade de constituir, através de modalidades particulares, a Cidade do Vaticano, reconhecendo, sobre este território, a plena propriedade, o poder exclusivo, absoluto, e a jurisdição soberana da Santa Sé.

Benito Musollini - Pietro Gasparri

1929
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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Apo »

Se começar uma migração maior de maometanos para o Brasil, em alguma próxima eleição poderemos ser obrigados democraticamente a respeitar o Islã "moderno" ( véu e apedrejamentos )?
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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Apo »

Aliás, as deliberações sobre assuntos que dizem respeito à Fé nem são de alçada do Estado ( democrático), a priori. Casos e casos devem ser julgados dentro dos parâmetros que valem para toda a sociedade civil laicamente. Agora vem esta gente querendo botar deus e fé como trilho para o trem correr solto. Tá todo mundo doido! Os poderes terão que se adaptar? Ou...
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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Apo »

Quem conhece o Tratado de Maastricht, também conhecido como Tratado da União Europeia (TUE), sabe que se baseia em 3 pilares. Nenhum deles dá ênfase à questões religiosas. Isto sim é democracia.

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Será o Brasil não tem mais nada com o que se preocupar?
Editado pela última vez por Apo em 13 Out 2010, 19:41, em um total de 1 vez.
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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Acauan »

Anna escreveu: Em questõas politicas valores devem ser discutidos essencialmente nos termos que representem toda a nação, e não por serem valores religiosos, que não a representa como um todo.


Não é assim que funciona.
Se houvesse um consenso universal quanto aos valores que representariam a nação como um todo as eleições e a própria democracia representativa seriam dispensáveis. Bastaria legislar e governar com base nestes valores universalmente aceitos.

Em uma democracia existe justamente o conflito de valores, sendo papel do Estado democrático garantir que nenhum grupo seja reprimido ou oprima os demais por conta de seus valores para privilégio ou prejuízo dos outros existentes.

O Estado democrático IMPÕE apenas os Direitos Humanos, as liberdades e garantias fundamentais do indivíduo, sendo que todas as demais políticas têm que se submeter a estas, mesmo que escolhidas pela esmagadora maioria da população.


Anna escreveu: Quanto a isso ainda não vi nenhuma colocação dos textos aqui, e pela internet, do PT atancando ou fazendo apologias para calarem manifestações favoráveis aos valores fundamentais dos religiosos.


Os redutos da militância petista na web abundam de ataques aos religiosos, classificando aqueles que se opõem à candidata oficial como medievais, fundamentalistas, inquisidores e coisas do nível, abrindo exceção para os religiosos ditos progressistas, que apóiam incondicionalmente a ideologia esquerdista, mesmo quando contrariam as doutrinas que dizem professar.

Obviamente o PT não é estúpido de endossar oficial e publicamente estas declarações em período eleitoral, mas uma teoria política bem conhecida estabelece a diferença a ser seguida no discurso para as massas, para as militâncias e, o mais diferente deles, o que é mantido entre as lideranças internas.


Anna escreveu: Porém, os meus valores e interesses fundamentais e de outros cidadãos estão sendo atacados quando uma eleição, candidatura e decisões sérias acerca de um tema estão fugindo dos trilhos e sendo abordadas e decididas com base em argumentos religiosos.


Um argumento não é ruim por ser religioso, logo o que deve ser avaliado é o mérito do argumento e não sua fundamentação original.
Há bons e maus argumentos baseados na ciência e há bons e maus argumentos baseados em religião.
Ninguém precisa ser carola para acreditar em dignidade da pessoa humana, mesmo que a origem histórica do argumento seja cristã.


Anna escreveu:
Acauan escreveu:É justamente quem despreza esta separação que é perigoso no momento.

A separação está sendo desprezada nessa eleição, e isso é muito preocupante. Ou o brasileiro que pensa e que luta pelo laicismo se coloca contra e demonstra nos veículos de comunicação e nas urnas ou as coisas podem piorar bastante no futuro.


Debate de idéias não viola a separação entre governo e Estado, tampouco ameaça o laicismo estatal.
O brasileiro que defende o laicismo pode se opor contra o que quiser, só não deve se opor ao direito de quem tem opinião contrária defendê-la.
Coisas assim delimitam a fronteira entre a tirania e a liberdade.
Nós, Índios.

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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Apo »

Que debate de idéias estamos vendo nestas eleições?

- Sim, eu tenho Fé em Deus e Jesus Cristo! Vote em mim!
- Não, eu não sou a favor da descriminalização do aborto, pelo amor de Deus! Vote em mim!
- Sim, eu me ajoelho e rezo todos os dias pelo voto brasileiro e em nome da Santíssima Trindade ( dinheiro, poder e alienação)! Vote em mim!

O outro lado promete as mesmas coisas e desmente todas as convicções do adversário.

E é isto. O Estado laico e o Estado de Direito e de fato estão fora desta discussão. Cederam espaço à corrupção de valores.
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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Apo »

Estou para ver a hora que católicos e evangélicos vão cobrar dos dois candidatos para quem eles vão se ajoelhar.
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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Acauan »

Anna escreveu:
Apo escreveu:Chutemos a religião pra longe dessa discussão.[/color]


Sinal de perigo...

Quem é contra a argumentação religiosa que a prove ruim usando argumentos melhores.
Chutar da discussão é proto-totalitarismo.
Sempre se sabe quem é o primeiro a ser chutado, nunca se sabe qual será o último.
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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Acauan »

Anna escreveu:
Apo escreveu:Qualquer um que vença, haverá um segundo poder vencendo junto e com uma faca no pescoço cobrando "sustentabilidade" do que afirmou em campanha. Daqui a pouco isto estará numa MP ou até na Constituição. No meu pescoço, não!


:emoticon45:

Perfeito.


Quem decidirá estas questões no final será o congresso, sendo que a distribuição do parlamento eleito é predominantemente esquerdista.
Nem no país das maravilhas esta gente vai votar leis pró-religiosas.
O perigo é outro.
Esta gente fala sem parar em controle social da imprensa e em dar poder aos movimentos sociais.
Traduzindo, censura e caminho aberto para o MST.

Não me tira o sono a possibilidade de ser obrigado por lei a ir à missa, mas a alternativa oposta se assombra próxima.
Nós, Índios.

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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Anna »

Não é assim que funciona.
Se houvesse um consenso universal quanto aos valores que representariam a nação como um todo as eleições e a própria democracia representativa seriam dispensáveis. Bastaria legislar e governar com base nestes valores universalmente aceitos.


Acauan, que consenso? Eu não estou falando de consenso algum, releia o que eu disse. Estou falando de terrenos isentos, claros e conhecidos onde há discussão de assuntos que interessem a nação, e todos sabem que eles existem e se pautam na filosofia e ética. É o suficiente para salvaguardar os interesses de toda a nação sem esbarrar em religiões ou dar suporte a grupos sem lógica alguma. Laicismo. Argumentos religiosos em si não trazem nada a mais que já não haja nos terrenos citados, única coisa que trás a mais é a vontade e as leis de Deus, que são totalmente dispensáveis nessa questão. Eu, sinceramente, não acho qeu eu precise dizer isso a você.

Religiosos defendem suas premissa por vias que eu discordo. Jamais serei a favor de religião no meio de política, não tem cabimento políticos empurrarem a tomada de decisões importantes por vias religiosas. Eu dei meu voto a uma evangélica porque ela passou sua campanha inteira dizendo que esse assunto, e deais não se discutiria por religião. Independente da opinião religiosa que lhe era um direito, ela disse, e está na internet pra quem quiser ver, que esse assunto era de âmbito, moral, ético e filosófico e deveria ter o apoio do conhecimento científico. Não é pra agora ver as beldades que a atacaram por ser evangélica evocarem Deus e religião ao debate e para a tomada de decisões jurídicas do país. Tenha santa paciência.


Os redutos da militância petista na web abundam de ataques aos religiosos classificando aquelas que se opõem à candidata oficial como medievais, fundamentalistas, inquisidores e coisas do nível, abrindo exceção para os religiosos progressistas, aqueles que apóiam a ideologia deles.


Eu não vi, e não chegou nada até mim. E olha que tenho conhecidos de Manaus em meu facebook que são da religião PT, e passam os dias escrevendo cada absurdo que nem tem cabimento. Não falaram nada disso até agora.

Um argumento não é ruim por ser religioso

E onde foi que eu disse ou sugeri isso?

logo o que deve ser avaliado é o mérito do argumento e não sua fundamentação original.

Méritos de argumento podem e devem ser avaliados pelas vias citadas. Não precisam da benção de Deus, e nem devem ser usados pelas vias religiosas. Não há um argumento religioso sequer que não possa ser levado ao debate e ao discurso pelas vias que citei acima, a unica coisa a mais nesse caso é Deus, santos, e ruídos que distorcem a lógica. Religião é totalmente dispensável nesse caso. E não a quero no meio de discussões que me interessam. Por experiência histórica só se fez merda quando Deus e ruídos religiosos entraram no meio de decisões dessa natureza. E nisso não estou desmerecendo a opinião de ninguém, pois filosofia, ética, e moral abarcam qualquer um dos argumentos religiosos sem a parte desnecessária, torta, ilógica e tendenciosa que a mesma trás em sua natureza.

Há bons e maus argumentos baseados na ciência e há bons e maus argumentos baseados em religião.

A diferença é que maus argumentos científicos são passíveis de testes, e religiosos não. Não precisamos continuar com essa besteira.

Ninguém precisa ser carola para acreditar em dignidade da pessoa humana, mesmo que a origem histórica do argumento seja cristã.


Isso não tem nada a ver com a implementação de religião representando decisões políticas. De boas intenções o inferno está cheio, e de cristãos. Religião fora das decisões políticas.

Debate de idéias não viola a separação entre governo e Estado, tampouco ameaça o laicismo estatal.
O brasileiro que defende o laicismo pode se opor contra o que quiser, só não deve se opor ao direito de quem tem opinião contrária defendê-las.
Coisas assim delimitam a fronteira entre a tirania e a liberdade.
[/quote]


debates de IDÉIAS isentas e globais não devem e não precisam ser feitos com Deus no meio. É simples.
Editado pela última vez por Anna em 13 Out 2010, 21:30, em um total de 4 vezes.
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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Acauan »

12/10/201, às 7:23

É o PT quem tenta impor a sua agenda aos cristãos, não o contrário


Ninguém precisa ser cristão para ser político. Eu mesmo não exijo que os candidatos que escolho partilhem da minha fé. Conheço agnósticos excelentes e católicos detestáveis. O que não é certo é tentar enganar as pessoas. Aí não! Os políticos têm o direito de dizer tudo o que pensam — e, se for o caso, de perder eleições fazendo-o. Em 1985, num debate, Boris Casoy perguntou se Fernando Henrique Cardoso, candidato à Prefeitura de São Paulo, acreditava em Deus. O jornalista foi injustamente massacrado por isso. FHC não pagou o mico de se dizer um crente. Afirmou que respeitava a crença das outras pessoas. Atribui-se a sua derrota, por estreita margem de votos, à pergunta e à resposta. É possível haver péssimos e excelentes administradores pios ou ateus? Claro que sim! Mas os eleitores têm o direito de saber o que pensam os homens públicos. E tomam, então, a sua decisão. Quanto mais informação, mais liberdade têm para decidir. “Ah, mas crença é matéria de convicção pessoal”. É, sim! Já a religião apela a uma coletividade.

Dilma é católica só quando o avião balança e acredita que a descriminação do aborto é um bem para a sociedade? Então ela tem de dizer essas coisas com clareza. Ninguém a obriga a sustentar o que não pensa. Pode tentar convencer a sociedade do acerto de suas proposições. O que é inaceitável é que homens públicos e governos empreendam políticas sub-reptícias para pôr em prática aquilo que não foi acertado com a sociedade. O filme defendendo o aborto patrocinado pelo Fiocruz (ver post de ontem) é, antes de tudo, um crime de natureza democrática. Por quê? Oficialmente, a política do governo Lula não é de incentivo à descriminação. Não obstante, é essa a militância permanente do Ministério da Saúde e da Secretaria da Mulher. Os brasileiros estão sendo enganados.

Não se trata de obscurantismo nenhum, como afirmou editorial da Folha, senão de defesa da clareza! Digam os defensores do aborto o que acharem melhor, e aqueles que forem contrários também exporão seus argumentos. O Datafolha já demonstrou que Erenice tirou mais votos de Dilma do que essa polêmica. Creio que, hoje, o que mais prejudica Dilma não é a sua convicção favorável à descriminação, mas o seu esforço de estar nas duas posições ao mesmo tempo.

E os políticos, reitero, podem falar a verdade. Peguemos o exemplo de Plínio de Arruda Sampaio: porque teve mais tempo, disse mais besteiras no horário eleitoral do que o Zé Maria, do PSTU. E teve aquela mixuruquice de votos. À sua maneira, foi honesto: defende o aborto, quer propriedades rurais de no máximo mil hectares, aluguel forçado para quem tem imóvel vazio, socialização da medicina, o fim do capitalismo… Ninguém quer isso, como a gente viu, embora ele assegure falar em nome dos “trabalhadores”, junto com Rui Pimenta e o já citado Zé Maria.

“Ah, Reinaldo, se Dilma dissesse tudo, não teria chegado tão longe!” É? Então as pessoas têm o direito de fazer por ela o que ela não fez por si mesma: aproximá-la de suas reais convicções. Ora, por que a legalização do aborto foi parar no Programa Nacional de Direitos Humanos? Porque é o que pensam as lideranças que estiveram envolvidas com o texto, Dilma inclusive, embora os brasileiros não tivessem clareza disso.

No fim das contas, não são os cristãos que querem impor uma agenda à candidata Dilma Rousseff; é o PT que pretende impor a sua agenda aos cristãos, chamando de conspiração a reação negativa a seu ideário. Quando tudo dá errado, quando balança o avião da candidatura, então ela começa a rezar e a persegnar-se, ainda que a seu modo.


Por Reinaldo Azevedo
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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Apo »

Acauan escreveu:
Anna escreveu:
Apo escreveu:Qualquer um que vença, haverá um segundo poder vencendo junto e com uma faca no pescoço cobrando "sustentabilidade" do que afirmou em campanha. Daqui a pouco isto estará numa MP ou até na Constituição. No meu pescoço, não!


:emoticon45:

Perfeito.


Quem decidirá estas questões no final será o congresso, sendo que a distribuição do parlamento eleito é predominantemente esquerdista.
Nem no país das maravilhas esta gente vai votar leis pró-religiosas.
O perigo é outro.
Esta gente fala sem parar em controle social da imprensa e em dar poder aos movimentos sociais.
Traduzindo, censura e caminho aberto para o MST.

Não me tira o sono a possibilidade de ser obrigado por lei a ir à missa, mas a alternativa oposta se assombra próxima.


:emoticon27: A mim tira! E ir ao culto também! O dízimo não é um imposto que vai pro ralo divino? Qual a diferença entre as duas barganhas?
Cada qual com seus fantasmas, Acauan. Mas os dois candidatos estão jogando um dado viciado. Ou você acha que os integrantes do MST não comungam com deus? Isto não é debate, é pé na porta das vidas de cada um de nós. Olhai e vigiai!
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Mensagem por Judas »

Religião não se mistura com política.
Religião não se mistura com política.
Religião não se mistura com política.
Religião não se mistura com política.
Religião não se mistura com política.
Religião não se mistura com política.
Quando vejo um religioso protestando, irritado, exigindo respeito às suas crenças idiotas, penso logo...BOM SINAL! Sinal de que alguém esta fazendo alguma coisa certa.

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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Apo »

Acauan escreveu:
12/10/201, às 7:23

É o PT quem tenta impor a sua agenda aos cristãos, não o contrário


Ninguém precisa ser cristão para ser político. Eu mesmo não exijo que os candidatos que escolho partilhem da minha fé. Conheço agnósticos excelentes e católicos detestáveis. O que não é certo é tentar enganar as pessoas. Aí não! Os políticos têm o direito de dizer tudo o que pensam — e, se for o caso, de perder eleições fazendo-o. Em 1985, num debate, Boris Casoy perguntou se Fernando Henrique Cardoso, candidato à Prefeitura de São Paulo, acreditava em Deus. O jornalista foi injustamente massacrado por isso. FHC não pagou o mico de se dizer um crente. Afirmou que respeitava a crença das outras pessoas. Atribui-se a sua derrota, por estreita margem de votos, à pergunta e à resposta. É possível haver péssimos e excelentes administradores pios ou ateus? Claro que sim! Mas os eleitores têm o direito de saber o que pensam os homens públicos. E tomam, então, a sua decisão. Quanto mais informação, mais liberdade têm para decidir. “Ah, mas crença é matéria de convicção pessoal”. É, sim! Já a religião apela a uma coletividade.

Dilma é católica só quando o avião balança e acredita que a descriminação do aborto é um bem para a sociedade? Então ela tem de dizer essas coisas com clareza. Ninguém a obriga a sustentar o que não pensa. Pode tentar convencer a sociedade do acerto de suas proposições. O que é inaceitável é que homens públicos e governos empreendam políticas sub-reptícias para pôr em prática aquilo que não foi acertado com a sociedade. O filme defendendo o aborto patrocinado pelo Fiocruz (ver post de ontem) é, antes de tudo, um crime de natureza democrática. Por quê? Oficialmente, a política do governo Lula não é de incentivo à descriminação. Não obstante, é essa a militância permanente do Ministério da Saúde e da Secretaria da Mulher. Os brasileiros estão sendo enganados.

Não se trata de obscurantismo nenhum, como afirmou editorial da Folha, senão de defesa da clareza! Digam os defensores do aborto o que acharem melhor, e aqueles que forem contrários também exporão seus argumentos. O Datafolha já demonstrou que Erenice tirou mais votos de Dilma do que essa polêmica. Creio que, hoje, o que mais prejudica Dilma não é a sua convicção favorável à descriminação, mas o seu esforço de estar nas duas posições ao mesmo tempo.

E os políticos, reitero, podem falar a verdade. Peguemos o exemplo de Plínio de Arruda Sampaio: porque teve mais tempo, disse mais besteiras no horário eleitoral do que o Zé Maria, do PSTU. E teve aquela mixuruquice de votos. À sua maneira, foi honesto: defende o aborto, quer propriedades rurais de no máximo mil hectares, aluguel forçado para quem tem imóvel vazio, socialização da medicina, o fim do capitalismo… Ninguém quer isso, como a gente viu, embora ele assegure falar em nome dos “trabalhadores”, junto com Rui Pimenta e o já citado Zé Maria.

“Ah, Reinaldo, se Dilma dissesse tudo, não teria chegado tão longe!” É? Então as pessoas têm o direito de fazer por ela o que ela não fez por si mesma: aproximá-la de suas reais convicções. Ora, por que a legalização do aborto foi parar no Programa Nacional de Direitos Humanos? Porque é o que pensam as lideranças que estiveram envolvidas com o texto, Dilma inclusive, embora os brasileiros não tivessem clareza disso.

No fim das contas, não são os cristãos que querem impor uma agenda à candidata Dilma Rousseff; é o PT que pretende impor a sua agenda aos cristãos, chamando de conspiração a reação negativa a seu ideário. Quando tudo dá errado, quando balança o avião da candidatura, então ela começa a rezar e a persegnar-se, ainda que a seu modo.


Por Reinaldo Azevedo


Gosto muitíssimo do Reinaldo e suas idéias. Mas não vou poupar cristãos desta corresponsabilidade, não! Não é questão de defender a Dilma ou o Serra. É mais sério do que isto. E defender esta posição só ajuda a Dilma, que tem consigo alguns correligionários que oram para deus e para o MST ao mesmo tempo. Serra sái perdendo.
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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

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Judas escreveu:Religião não se mistura com política.
Religião não se mistura com política.
Religião não se mistura com política.
Religião não se mistura com política.
Religião não se mistura com política.
Religião não se mistura com política.


Mistura, sim e dá frutos podres! Política é que não deve se render à Religião.
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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Anna »

Minha mãe, religiosa até a raíz do cabelo, disse algo há 5 dias atrás: Esse assunto não tem nada de religioso, há ateus que são contra o aborto, porque querem fazer dele um caso de religião? Os políticos inventaram isso, a discussão é pra ser feita com base em idéias pró e contra compartilhadas pelas pessoas e não de religiosos.

Não preciso dizer mais nada, até mesmo os religiosos tem noção.
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Acauan escreveu:
Anna escreveu:
Apo escreveu:Qualquer um que vença, haverá um segundo poder vencendo junto e com uma faca no pescoço cobrando "sustentabilidade" do que afirmou em campanha. Daqui a pouco isto estará numa MP ou até na Constituição. No meu pescoço, não!


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Quem decidirá estas questões no final será o congresso, sendo que a distribuição do parlamento eleito é predominantemente esquerdista.
Nem no país das maravilhas esta gente vai votar leis pró-religiosas.
O perigo é outro.
Esta gente fala sem parar em controle social da imprensa e em dar poder aos movimentos sociais.
Traduzindo, censura e caminho aberto para o MST.

Não me tira o sono a possibilidade de ser obrigado por lei a ir à missa, mas a alternativa oposta se assombra próxima.


Pois tira o meu. Se o PT me assusta por mil motivos, me assusta por além disso vender o rabo pra bancada religiosa, me assusta um PSDB que pretende andar de braço dado com as lideranças de extrema religiosa fazendo acordos que me interessam sem que os mesmos sejam debatidos à luz da filosofia da ética e moral, mas porque Deus quis. :emoticon21:
Editado pela última vez por Anna em 13 Out 2010, 21:46, em um total de 1 vez.
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

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Judas
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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Judas »

Apo escreveu:
Judas escreveu:Religião não se mistura com política.
Religião não se mistura com política.
Religião não se mistura com política.
Religião não se mistura com política.
Religião não se mistura com política.
Religião não se mistura com política.


Mistura, sim e dá frutos podres! Política é que não deve se render à Religião.



O que já aconteceu.
No último debate, Serra praticamente "acusou" Dilma de não deixar claro que acredita em deus.
Essa eleição está de uma forma que eu jamais assisti, sendo decidida por estratégias para angariar votos dos religiosos.
Só isso mesmo que faltava por aqui, o tal terceiro poder que você citou alcançando o patamar que alcançou.
Quando vejo um religioso protestando, irritado, exigindo respeito às suas crenças idiotas, penso logo...BOM SINAL! Sinal de que alguém esta fazendo alguma coisa certa.

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Apo
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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Apo »

Urna podre a brasileira! Isto lá é democracia? Agora os "anti-abortistas" ( só para utilizar o medonho termo por eles usado: "abortistas" ARGH!) vão usar a podridão dos candidatos para validar suas posições a respeito do assunto. Daqui a pouco vou ver ateus dizendo que a vida a qualquer preço é uma questão prevista nos evangelhos!
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Apo
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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Apo »

Vou votar no Serram sim, porque a Dilma é o endosso ao terror total.
Mas voto no Serra, se não por exclusão do pior, por outros motivos que me satisfazem e a meus valores. E a questão do aborto não está em pauta. Não para mim e nem neste contexto. Há prioridades mais urgentes neste país.
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Acauan
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Re: A fome pelo poder faz a bandida virar anjinho verde

Mensagem por Acauan »

Anna escreveu: Acauan, que consenso? Eu não estou falando de consenso algum, releia o que eu disse.


Reli. Você disse:

Em questõas politicas valores devem ser discutidos essencialmente nos termos que representem toda a nação, e não por serem valores religiosos, que não a representa como um todo.


Desconheço quais seriam estes termos que representariam toda a nação, mas caso existam, constituir-se-iam em uma forma de consenso, por definição.

Anna escreveu: Estou falando de terrenos isentos, claros e conhecidos onde há discussão de assuntos que interessem a nação, e todos sabem que eles existem e se pautam na filosofia e ética.


Se pautam em filosofia, ética e religião, mesmo porque na História Ocidental os três elementos se desenvolveram em conjunto e se amalgamaram na Filosofia Escolástica que pautou o Espírito do Ocidente por um milênio. A substituição destes valores pelos do Iluminismo após o Renascimento não muda o fato que mesmo esta Escola se fundamenta em grande parte nos valores humanistas oriundos do cristianismo e da antiguidade clássica.

Anna escreveu: É o suficiente para salvaguardar os interesses de toda a nação sem esbarrar em religiões ou dar suporte a grupos sem lógica alguma.


Chamar os religiosos como um todo de "grupos sem lógica alguma" é preconceito.

Anna escreveu: Laicismo.


Laicismo não implica em expulsar o pensamento religioso da vida pública, apenas que o Estado não favorecerá ou prejudicara nenhuma religião e, subentendido, nenhuma forma de pensamento livre.

Anna escreveu: Argumentos religiosos em si não trazem nada a mais que já não haja nos terrenos citados, única coisa que trás a mais é a vontade e as leis de Deus, que são totalmente dispensáveis nessa questão. Eu, sinceramente, não acho qeu eu precise dizer isso a você.


De fato não precisa.
Apenas completo que redundância de idéias não é motivo para exclusão de alguma fonte delas.


Anna escreveu: Religiosos defendem suas premissa por vias que eu discordo. Jamais serei a favor de religião no meio de política, não tem cabimento políticos empurrarem a tomada de decisões importantes por vias religiosas. Eu dei meu voto a uma evangélica porque ela passou sua campanha inteira dizendo que esse assunto, e deais não se discutiria por religião. Independente da opinião religiosa que lhe era um direito, ela disse, e está na internet pra quem quiser ver, que esse assunto era de âmbito, moral, ético e filosófico e deveria ter o apoio do conhecimento científico. Não é pra agora ver as beldades que a atacaram por ser evangélica evocarem Deus e religião ao debate e para a tomada de decisões jurídicas do país. Tenha santa paciência.


No centro de toda esta discussão está a descriminalização do aborto.
Ser contra o aborto não é uma posição religiosa, é um posicionamento civil que pertence necessariamente ao debate político.
Se algumas pessoas adotaram o posicionamento contrário ao aborto por motivos religiosos, isto é questão de foro íntimo delas. Se seu discurso for incompetente isto ficará claro no debate. O que não se pode é alegar as razões de foro íntimo de alguém para excluí-lo do debate a priori.


Anna escreveu:Eu não vi, e não chegou nada até mim. E olha que tenho conhecidos de Manaus em meu facebook que são da religião PT, e passam os dias escrevendo cada absurdo que nem tem cabimento. Não falaram nada disso até agora.


Basta pesquisar no Google as palavras aborto+medieval+fundamentalistas ou variações como inquisição, fanatismo, obscurantismo etc e os textos aparecerão. Leia-os e confirme a tônica se quiser.

Anna escreveu:
Acauan escreveu:Um argumento não é ruim por ser religioso.


E onde foi que eu disse ou sugeri isso?


Não foi dito que sugeriu.

Anna escreveu: Méritos de argumento podem e devem ser avaliados pelas vias citadas. Não precisam da benção de Deus, e nem devem ser usados pelas vias religiosas. Não há um argumento religioso sequer que não possa ser levado ao debate e ao discurso pelas vias que citei acima, a unica coisa a mais nesse caso é Deus, santos, e ruídos que distorcem a lógica. Religião é totalmente dispensável nesse caso. E não a quero no meio de discussões que me interessam. Por experiência histórica só se fez merda quando Deus e ruídos religiosos entraram no meio de decisões dessa natureza. E nisso não estou desmerecendo a opinião de ninguém, pois filosofia, ética, e moral abarcam qualquer um dos argumentos religiosos sem a parte desnecessária, torta, ilógica e tendenciosa que a mesma trás em sua natureza.


O que faz mal é o fanatismo e fundamentalismo religioso, tanto quanto o fanatismo e fundamentalismo ideológico.
A vacina contra o mal é impedir que fanáticos e fundamentalistas de que inspirações sejam tenham o monopólio da palavra.


Anna escreveu: A diferença é que maus argumentos científicos são passíveis de testes, e religiosos não. Não precisamos continuar com essa besteira.


Não é besteira e a prova é que as bases intelectuais do debate de idéias como o conhecemos e como a academia o pratica até hoje foi inventado pelos escolásticos medievais.

Anna escreveu:
Acauan escreveu:Ninguém precisa ser carola para acreditar em dignidade da pessoa humana, mesmo que a origem histórica do argumento seja cristã.


Isso não tem nada a ver com a implementação de religião representando decisões políticas. De boas intenções o inferno está cheio, e de cristãos. Religião fora das decisões políticas.


Tem tudo a ver. A maioria das bases morais da civilização ocidental tem origem religiosa. Se esta moral é obsoleta, injusta ou incoerente basta demonstrar isto. O que não se pode é apontar a origem religiosa do fundamento moral e condená-lo exclusivamente com base nisto.

Anna escreveu: debates de IDÉIAS isentas e globais não devem e não precisam ser feitos com Deus no meio. É simples.


Talvez não precise, mas com que direito se diz o que deve e não se deve entrar em debate, se a função do debate é justamente julgar o mérito da idéia?
Qualquer autoridade pode impor sua opinião a respeito, mas basta expandir a exceção para que esta mesma autoridade conclua que se é sua opinião que vale, o debate é perda de tempo.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Trancado