Acauan escreveu:zumbi filosófico escreveu:Não tem conspiração tentando mascarar nada.
Continua usando o termo conspiração como apelo emocional.
Não quis "emocionar" ninguém, apenas não vejo essa cons--... bem... ummm... essas pessoas... que... secretamente... mas ainda assim detectavelmente, por uns... querem ocultar os verdadeiros números da AIDS, com algum propósito maquiavélico que podemos imaginar...
Os números são públicos, ninguém nega ou tenta ocultar que homens sexuais sejam o grupo de maior risco. No máximo, o que acontece quando se vê algo público é não se dar a ênfase que você aparentemente acha que deveria ser dada a isso, o que é ótimo, porque o resultado poderia ser desastroso, se não fosse feito com imenso cuidado, para não criar a noção de que heterossexuais são "imunes".
Acauan escreveu:
O texto que citou enrola e enrola para ficar na ladainha da AIDS heterossexual, omitindo sistematicamente que mais de 50% dos novos contaminados na America são homossexuais masculinos, mesmo estes representando de 1% a 5% da população.
O resto é conversa mole prá boi dormir.
"Omissão sistemática". E não é conspiração. Isso deve ser brincadeira... OK...
O foco do texto é corrigir a interpretação do artigo original sobre não haver transmissão heterossexual, logo não é assim tão absurdo supor que a omissão dos dados quanto a homossexuais não sejam "sistemáticos", visando ocultar alguma coisa (sem conspiração, sem conspiração!). Simplesmente não é o tema. O fato dos homens homossexuais "ganharem de lavada", não elimina o risco heterossexual, ainda que menor.
zumbi filosófico escreveu:Você pode espernear dizendo que é conspiração, mas as informações referenciadas no artigo são de diversos cientistas que, até o que se sabe, são idôneos, e não se tem real indício de conspiração.
Primeiro, quem fala em conspiração é você.
Ok, imagine que quando eu digo "conspiração", estou me referindo a esse movimento/lobby gayzista do qual você fala, que supostamente quer ocultar a verdade sobre a AIDS, mas que não é conspiração.
E se o melhor fundamento que tem são coisas vagas como "diversos cientistas" e "até o que se sabe idôneos", lamento.
Como disse, uma boa análise nas fontes primárias faz mais que mil apelos a autoridade. [/color]
Esse texto citado tem por objetivo corrigir interpretações/distorções feitas a partir de uma fonte primária, o artigo original que uns se baseiam para afirmar que não há transmissão heterossexual. É uma "análise" do próprio autor sobre o assunto, sobre as fontes primárias. Dado que, o que estamos discutindo é absurdo, e ninguém defende que heterossexuais não precisam se preocupar com AIDS, isso deveria ser mais do que suficiente.
Mas parece que não é. E eu fico meio sem saber onde continuar. Os dados estão aí. HIV é heterossexualmente transmissível. Eu não sei entendi seu ponto. Se as pessoas não deveriam se preocupar/não existe transmissão heterossexual, ou se só quer chamar atenção para o fato de ser predominantemente um problema de homens homossexuais.
Os dados estão aí, mesmo os postados por você não corroboram essa posição mais extrema, e se for algo mais ameno, só a ênfase na existência desse grupo de risco predominante, OK, apenas faço a ressalva de que muita ênfase nisso, nem tanto aqui no fórum, mas se fosse uma mensagem muito comum, provavelmente traria grande risco de acabar levando à interpretação extrema da coisa, o que por sua vez, pode ser bem desastroso. Possivelmente muitas pessoas se protegem de DSTs pensando mais na AIDS do que em qualquer outra, e se achassem, erroneamente, que não há por que se preocupar com AIDS (especialmente mulheres), correriam o risco de pegar/transmitir mais doenças, e com isso, até mesmo a AIDS, que tem a transmissão (heterossexual) facilitada por outras doenças venéreas. Meio como o caso do fracasso da "educação celibatária" em oposição a educação sexual para prevenção de doenças e até de gravidez. Pior, uma vez que com a tentativa de promoção do celibato o é até lógico pensar em uma redução de DSTs se fosse seguida de fato, enquanto a mensagem "
barebacking heterossexual não passa AIDS" é obviamente mais desastrosa.
zumbi filosófico escreveu:Risco individual baixo pode parecer insignificante, mas não se pode enxergar a coisa por esse aspecto quando pensamos em populações inteiras e saúde pública.
Ai que chatice isto de não desenvolver nenhuma idéia própria e ficar postando links em substituição.
"Idéia própria" não tem importância alguma aqui. O fato é que, um risco pequeno individual, representa um número maior na população toda, e logo algo não desprezível. A maior parte das pessoas nunca teve acidente de trânsito provavelmente, e ainda assim os acidentes de trânsito são uma das principais causas de morte.
Administrar Saúde Pública é basicamente aplicar recursos finitos da melhor maneira, logo o principal é estabelecer prioridades que representem o melhor possível as reais necessidades da população.
Não é preciso nenhum link para entender que há algo errado em se gastar bilhões no tratamento do bicho de pé enquanto se corta verbas para o atendimento clínico preventivo.
Se os números da AIDS heterossexual não justificam o dinheiro gasto nas campanhas de prevenção, o erro se repete em outro grau, mas se repete.
Não sei se o que se gasta com AIDS é análogo a gastar bilhões no tratamento de bicho do pé ou qualquer outro dsperdício. Não sei quanto se gasta com prevenção e etc. Pode bem não ser o que eu consideraria ideal. Apenas não considero que o fato de afetar predominantemente homens homo/bissexuais, e afetar mais a mulheres heterossexuais do que a homens estritamente heterossexuais seja algo que faça com que o problema valha menos do que se afetasse mais homogeneamente a população, mantendo o mesmo número de vítimas. Acho bom que o problema esteja mais restrito aos grupos de risco elevado, em oposição a algo mais generalizado, mas qualquer diminuição nos investimentos em prevenção motivada por isso tem que ter em mente o risco de afetar esse cenário.
Zumbi Filosofico escreveu:A minha "opinião formada" sobre o assunto decorre meramente de nunca ter ouvido nenhuma autoridade sugerir que ninguém além dos homossexuais masculinos devesse se preocupar com risco de adquirir AIDS, e saber que, apesar de haver sim grupos de risco, o risco não é rigidamente liitado a eles, não sendo desprezíveis o número de pessoas, de menor risco, que têm o vírus. E tanto mais tendem a haver quanto menores fossem as políticas preventivas, e quanto mais se promovesse a idéia de que não há risco para heterossexuais. Sem falar do efeito colateral em outras doenças menos "assustadoras".
O fato de nunca ter ouvido certas coisas pode implicar que tem ouvido apenas o que quer ouvir, por procurar respostas apenas onde sabe que obterá as que quer receber.
Na Universidade de São Paulo há imunologistas bastante críticos das políticas para AIDS e a desinformação geral sobre os mecanismos de contaminação, desenvolvimento e disseminação da doença.
E antes que diga, não são conspiracionistas, são alguns dos médicos mais respeitados do país na especialidade.
Um bom jeito de ouvir coisa diferente é passar um e-mail para este tipo de fonte. Talvez não te respondam, mas já seria um bom começo prá quebrar este círculo vicioso de pensamento.
Eu nunca procurei muito ativamente sobre isso, só umas vezes sobre a questão da relação HIV/AIDS, e não, não procurei só pelo que queria ouvir...
Zumbi Filosofico escreveu:Não é só uma questão de dividir as fontes entre mocinhos e bandidos, "conspiracionistas" só foram citados aqui porque são uma provável fonte de informações que destoam do que é normalmente defendido, e, para uma avaliação mais rápida sobre um assunto, algo que talvez não cumpra todos requisitos ideais de uma "pesquisa intelectualmente honesta", embora não veja desonestidade nisso, apenas praticidade em se reduzir a perda de tempo, é aconselhável se evitar fontes com características típicas dos conspiracionistas. Só isso. O meu ponto principal aqui não foi fazer uma divisão de conspiracionistas e não conspiracionistas, e só reafirmar o que disse no trecho anterior. Os cientistas não julgam que a AIDS seja um problema exclusivo dos homens homossexuais apesar deles serem o principal grupo de risco. Poderia ter dito, "podem procurar em qualquer site" para constatar isso, mas preferi deixar a ressalva "menos conspiracionistas", pois nesses vai encontrar afirmações contrárias para qualquer coisa que se imagine.
Quando deixar de usar "os cientistas" como sujeito de suas sentenças terá dado um passo importante.
Eu tento ser menos prolixo, isso é um baita atalho e tanto para o que geralmente quero dizer, e o que é comprometido em não tomar o caminho mais longo não chega a ser uma grande perda.
Zumbi Filosofico escreveu:Para uma noção geral das coisas, o menos arriscado é se basear nas afirmações "standard" da ciência, não nesses caras, que não raramente pecam por informação incompleta ou ultrapassada, no mínimo. Se quiser estudar por diversão, aí sim, é interessante se aprofundar nessas questões, dissecar tudo. Mas ninguém tem tempo para fazer isso com toda questão possível.
Ninguém aqui está falando em diferenciar histórias da carochinha do fatos, mas sim de polêmicas reais quando há evidências sólidas de que as conclusões divulgadas sistematicamente não conferem com a base de dados que deveria sustentá-la.
Nestes casos é necessário ir mais a fundo ou, na melhor das hipóteses, deixar as opiniões em aberto.
As coisas que citei, ao menos a maioria delas, foram ou até ainda são polêmicas, não contos da carochina auto-refutados, tem seus defensores, análogos aos respeitados cientistas da USP que mencionou. Talvez até dentro da mesma USP...
A diferença aqui é que, por qualquer motivo, você acabou esbarrando ou indo atrás dessa questão da AIDS, possivelmente por não dar a mesma importância a essas outras questões, não ter o mesmo interesse. Outros tantos encontram e defendem esses pontos de vista menos comumente conhecidos da mesma forma.
Mas tanto faz. Eu não estou defendendo que de fato o que se "deve" fazer é generalizar esse tipo de coisa e simplesmente aceitar fielmente o mainstream. Se tiver interesse, ótimo, que se pesquise sobre isso e etc. Pode mesmo acaba achando razoável discordar, como muita gente faz, com esses e outros assuntos. Se fosse uma questão de apostar, simplesmente apostaria na maioria, "nos cientistas", e não nos fringes, de modo geral. Sempre que dei uma "aprofundada superficial" nessas posições alternativas, costumei encontrar esse padrão que vai desde falhas lógicas na argumentação, até embasamento frágil, ou mesmo falso.
No caso especificamente, nem faço idéia do que realmente defendem, mas pelo que disse já fico curioso com questões como o que exatamente consideram uma contaminação insignificante de heterossexuais, e por que pensam que seria algo que tenderia a ser estável ou a redução (em vez do atual aumento) com as mudanças que imaginam que devessem ser postas em prática. Eu também não sei exatamente o que o governo atualmente faz, para começar, mas é difícil imaginar algo além do óbvio; campanhas de prevenção/conscientização, distribuição de contraceptivos e uso dos anti-retrovirais quando ainda der tempo. Qualquer coisa nesse tom de dar um enfoque para a coisa como problema exclusivamente de homens gays e não da população em geral me parece desastroso, pelos motivos que já mencionei. A diminuição do temor pela AIDS poderia aumentar o número de outras doenças que em contra partida facilitam a transmissão do HIV; gays não são necessariamente homossexuais estritos, passariam HIV para as mulheres, e em menor grau, essas passariam para os homens heterossexuais estritos. Não que o problema seja apenas esse, como disse antes, não é como se o problema não ser significativamente de homens heterossexuais, mas mais de homosssexuais e mulheres, fizesse dele insignificante.
Zumbi Filosofico escreveu:Bem, a "ideologia" aqui é simplesmente de me preocupar com o que as pessoas movidas por "outras" ideologias podem estar promovendo de errado e potencialmente perigoso.
Nenhuma ideologia deve estar acima da verdade.
Se existe uma epidemia de AIDS heterossexual, mostrem onde está.
Simples assim.
Após trinta anos, tal epidemia deveria ser visível a olho nu, não apenas nos artigos que a alardeiam aterrorizantemente.
Eu não sei se existe o que se classifica como uma epidemia, e não acho que isso seja de fundamental importância. Os números estão aumentando, inclusive entre homens heterossexuais (novamente, não a única população merecedora de preocupação), e seja lá qual classificação que isso mereça nesse ritmo, ainda é um problema, e merece atenção. Pode não ser uma calamidade, catástrofe, o fim do mundo, mas também não é insignificante.
Zumbi Filosofico escreveu:O pessoal que parece se importar demais com certas coisas que que uns adultos fazem consensualmente nos seus quartos, ou mesmo simplesmente tenham uma certa dificuldade geral em questões sexuais, defende também que a melhor educação sexual é "pregar" a abstinência. Por pura lógica, até que deveria dar certo, mas na verdade os adolescentes que recebem esse tipo de educação tem maior incidência de doenças venéreas e gravidez do que aqueles que recebem "aulas de sexo/depravação" na escola.
Tô cagando e andando prá este "pessoal", seja lá quem for.
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Esse fracasso nas estratégias para lidar com a questão das DSTs e gravidez na adolescência deve servir de exemplo para esse caso específico.