Religião é Veneno. Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico.
Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico. Combate ao fanatismo e ao fundamentalismo religioso.
Rapidfire escreveu:Você não acha que a causalidade segundo Hume não inviabiliza qualquer argumento que se utilize do primeiro motor de Aristóteles? Se a causalidade não passe de indução como garantir que houve de fato uma sucessão de causas dependentes?
Tanto Hume quanto Kant são muito eficazes nas contestações às Cinco Vias, que só podem ser contestadas em conjunto, uma vez que isoladamente apresentam cada qual sua fragilidade específica. O que Kant e Hume fazem é questionar as premissas da Metafísica, que são o absoluto da realidade, a lógica do absoluto e a objetividade do conhecimento. Fora das premissas Metafísicas as Cinco Vias se tornam discurso apologético, que se limita a chamar de Deus à resolução hipotética de questões abstratas.
Encomendei o "A Religião nos limites da razão" e o "Investigação acerca do entendimento Humano" para me debruçar sobre o assunto. Tem alguma dica de leitura complementar?
"Filipenses 1:18 - Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisso me regozijo, e me regozijarei ainda."(Paulo de Tarso)
Mesmo se Deus(es) existir(em) os motivos para a crença nele(s) estão errados.
Eu li recentemente o excelente Zen and the art of motorcycle maintenance, onde um dos temas principais é a metafísica da qualidade.
Deus é uma hipótese monista para o mundo, que busca propor uma única entidade como origem da complexidade relacional das coisas. A unidade é o símbolo máximo da cosmogonia judaica.
Esse modelo seria insatisfatório do ponto de vista metafísico, na medida em que o problema da existência do mal não parece ser abordado corretamente aqui.
Algumas religiões orientais propoem perspectivas metafísicas duais, inspiradas pela onipresença de dualismos naturais importantes. A própria perspectiva científica parece beber dessa fonte, interpretando os fenômenos de acordo com dualidades do tipo matéria e energia, onda e partícula, ou sujeito e objeto.
Essas propostas são talvez um tanto mais adequadas, mas ainda parecem incompletas, quando confrontadas com um novo problema metafísico: a qualidade.
Por Qualidade entende-se os padrões que existem simultaneamente como formas ideais e abstratas na mente e como estruturas físicas nos objetos. A qualidade está associada a interação entre mente e mundo e permite que objeto e sujeito identifiquem-se e comuniquem-se. A percepção da qualidade do objeto é a sensação produzida pela proximidade entre o padrão exibido pelo objeto e a estrutura ideal presente na mente, processo que permite reconhecimento e apreciação.
A qualidade não é explicável apenas em termos subjetivos ou objetivos. Não é apenas energia, nem matéria. Um modelo metafísico que não inclua a qualidade como uma entidade aprioristica parece portanto insatisfatório.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem
Rapidfire escreveu:Encomendei o "A Religião nos limites da razão" e o "Investigação acerca do entendimento Humano" para me debruçar sobre o assunto. Tem alguma dica de leitura complementar?
Valeu pelas dicas. Coloquei os livros aqui na minha lista de leitura.
"Filipenses 1:18 - Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisso me regozijo, e me regozijarei ainda."(Paulo de Tarso)
Mesmo se Deus(es) existir(em) os motivos para a crença nele(s) estão errados.