Karl Marx

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carcará selvagem
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Re: Karl Marx

Mensagem por carcará selvagem »

[quote="D. Juan de Áustria"]Marx se caracterizava, principalmente, como um depósito repleto de ressentimentos e frustrações." ETC.


em defesa do barbudo

Olá a todos do fórum. Esta é a primeira vez que aqui participo.
De fato do texto do historiador citado D. Juan de Áustria é muito ruizinho. Quando há a tentativa de reduzir Marx a um “embusteiro” não há qualquer análise científica de seu pensamento. A vida privada do pensador não pode ser meio de refutação de suas proposições ciêntificas.
Dizer que Marx era barbudo, violento e cheio furúnculo em nada desmerece sua análise científica. O D. Juan usa de mera retórica, a fim de destituir de credibilidade o pensador. A retórica pode e deve ser usada quando o objeto de discussão for um discurso, meio no qual predomina a “doxa”, a opinião. Na ciência o meio de se desfazer as proposições de um pensador é a refutação, combatendo fato por fato, análise experimental contra análise experimental.
Em termos retóricos, o que se busca é reduzir o “etos” do orador, isto é, desmerecer seu discurso em virtude de sua conduta ou posição social. Esse recurso poderia, até de uma maneira ingênua, ser usado para combater textos românticos, como o Manifesto do Partido Comunista. Entretanto, é incabível em análises em que há rigor científico e experimental, como no Livro “o Capital – Crítica da economia política”.
Repisando, um texto calcado na experimentação científica só pode rebatido por outras evidências científicas. Este uso da retórica chega até a ser(desculpe o termo) um pouco cretino: tenta-se rebater uma realidade fática com mero expediente de desmoralização do autor. Isto, ao meu ver, seria o mesmo que afirmar que uma pessoa com furúnculos é burra, ou mesmo, incapaz de uma análise autêntica dos fatos.
Vou dar um exemplo para que tudo fique ainda mais claro. Pitágoras, no vulgo teorema, afirma que a soma do quadrado dos catetos é igual quadrado da hipotenusa. Não sei sobre a vida de Pitágoras, mas vamos supor que ele fosse criminoso, assassino, pedófilo e ladrão. Certamente este tipo execrável teria pouca credibilidade dentro da sociedade. No entanto, tais desméritos não tornam falso o tal teorema. A soma do quadrado dos catetos continuará sendo igualzinha ao quadrado da hiponeza, quer tenha Pitágoras matatado, roubado ou estuprado.
Assim, fica ridículo contrastar a vida privada de Marx com sua vida científica. O fato dele humilhar os outros, não tomar banho e traçar a empregada, não pode ser meio de refutação de sua análise científica. Tal campanha de desmoralização em nada muda fatos mostrados por Marx, como por exemplo, as precárias condições em que viviam os operários ingleses no século XIX. Também não refuta a proposição de Marx que, apesar da igualdade de direitos prescritos em Lei, o proletário esteja reduzido a uma condição de escravo econômico, em sua privação dos meios de produção.
Diante de tudo que expus peço que seja obedecido o bom censo e o rigor cientifico na análise do pensamento de Marx. Por favor, não use tais expedientes falaciosos (em geral muito utilizado para ludibriar incautos e pessoas com pouco acesso ao estudo).
"que de vestes e adornos têm sido queimados ou inumados com os mortos como se eles devessem deles se servir sob a terra" - Luciano

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Samael
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Re: Karl Marx

Mensagem por Samael »

carcará selvagem escreveu:
D. Juan de Áustria escreveu:Marx se caracterizava, principalmente, como um depósito repleto de ressentimentos e frustrações." ETC.


em defesa do barbudo

Olá a todos do fórum. Esta é a primeira vez que aqui participo.
De fato do texto do historiador citado D. Juan de Áustria é muito ruizinho. Quando há a tentativa de reduzir Marx a um “embusteiro” não há qualquer análise científica de seu pensamento. A vida privada do pensador não pode ser meio de refutação de suas proposições ciêntificas.
Dizer que Marx era barbudo, violento e cheio furúnculo em nada desmerece sua análise científica. O D. Juan usa de mera retórica, a fim de destituir de credibilidade o pensador. A retórica pode e deve ser usada quando o objeto de discussão for um discurso, meio no qual predomina a “doxa”, a opinião. Na ciência o meio de se desfazer as proposições de um pensador é a refutação, combatendo fato por fato, análise experimental contra análise experimental.
Em termos retóricos, o que se busca é reduzir o “etos” do orador, isto é, desmerecer seu discurso em virtude de sua conduta ou posição social. Esse recurso poderia, até de uma maneira ingênua, ser usado para combater textos românticos, como o Manifesto do Partido Comunista. Entretanto, é incabível em análises em que há rigor científico e experimental, como no Livro “o Capital – Crítica da economia política”.
Repisando, um texto calcado na experimentação científica só pode rebatido por outras evidências científicas. Este uso da retórica chega até a ser(desculpe o termo) um pouco cretino: tenta-se rebater uma realidade fática com mero expediente de desmoralização do autor. Isto, ao meu ver, seria o mesmo que afirmar que uma pessoa com furúnculos é burra, ou mesmo, incapaz de uma análise autêntica dos fatos.
Vou dar um exemplo para que tudo fique ainda mais claro. Pitágoras, no vulgo teorema, afirma que a soma do quadrado dos catetos é igual quadrado da hipotenusa. Não sei sobre a vida de Pitágoras, mas vamos supor que ele fosse criminoso, assassino, pedófilo e ladrão. Certamente este tipo execrável teria pouca credibilidade dentro da sociedade. No entanto, tais desméritos não tornam falso o tal teorema. A soma do quadrado dos catetos continuará sendo igualzinha ao quadrado da hiponeza, quer tenha Pitágoras matatado, roubado ou estuprado.
Assim, fica ridículo contrastar a vida privada de Marx com sua vida científica. O fato dele humilhar os outros, não tomar banho e traçar a empregada, não pode ser meio de refutação de sua análise científica. Tal campanha de desmoralização em nada muda fatos mostrados por Marx, como por exemplo, as precárias condições em que viviam os operários ingleses no século XIX. Também não refuta a proposição de Marx que, apesar da igualdade de direitos prescritos em Lei, o proletário esteja reduzido a uma condição de escravo econômico, em sua privação dos meios de produção.
Diante de tudo que expus peço que seja obedecido o bom censo e o rigor cientifico na análise do pensamento de Marx. Por favor, não use tais expedientes falaciosos (em geral muito utilizado para ludibriar incautos e pessoas com pouco acesso ao estudo).


Seja bem vindo, cara.

Trancado