Flavio Costa escreveu:Não acho que ele tenha associado diretamente a crença com a tendência assassina, apenas que o modo de doutrinação deu margem a essa tendência se manifestar. Como ele mesmo quis demonstrar na questão da cultura religiosa.
Se há algum problema, é realmente com o recho acima, em que se espera que o Cristianismo aceite bem o ateísmo. Pode ter havido alguma falta de cuidado no texto, mas é mais importante ver o que ele realmente pensa e não apenas o que está escrito no texto, que pode ter sido uma manifestação um pouco falha das próprias idéias. Mas é ele que tem que esclarecer qual é o caso.
Claro que deve-se preocupar mais com a idéia do que com a expressão da idéia, que, em alguns casos muito específicos, pode ser errada mesmo a idéia sendo verdadeira.
Mas há de se concordar que fui eu quem mudou o rumo desta conversa que estava soando como um mania esquisofrêncica de perseguição dos ateus por parte dos religiosos. Mostrando que mesmo podendo preservar a indignação com o acontecido, devemos ter mais cuidado pra não falar besteiras sobre o assunto. Pois estar afectado por uma paixão muito grande não é desculpa para poder defender um erro. Não sei se é o caso do que ele realmente pensa. Mas nós sabemos, de muitas e muitas experiências anteriores, que este tipo de conversa sempre termina colocando o ateísmo como único ponto de saída à intolerância, e a religião como grande responsável por tal. Até mesmo pessoas lúcidas como o Fayman já se dispuseram a defender que a causa da ignorância e da intolerância é a religião em si. Claro que os argumentos dele eram infinitamente melhores.
Flavio Costa escreveu:Como assim? O que eu estou dizendo entre parênteses é que o pastor deveria enfatizar que toda vida deve ser respeitada, mesmo dos inimigos do Cristianismo, pois inclusive estes podem um dia encontrar a salvação. Claro que tudo isso já está implícito na doutrina cristã, mas nem todo pastor deve ser habilidoso o suficiente para enfatizar a importância da tolerância e respeito às diferenças sob a ótica cristã. Pelo contrário, muitos gostam de falar no "inimigo", o que é lamentável.
hehehe É verdade! Mas isso se olharmos só ele em si, não junto com o contexto anterior que quase transforma ele numa autorização para matar em nome da fé.

Flavio Costa escreveu:Aí entra a natural questão do "partidarismo", que existe de ambos os lados. É claro que ateus não estão livres de argumentos tendenciosos, mas se eles têm alguma vantagem com relação à massa religiosa, é o maior apreço pela razão. Apreço este que, certamente, não é uma garantia de constante certeza, mas ajuda.
Pois é... Durante muito tempo eu, mesmo sendo cristão, acreditei nisso. Mas a minha experiência de seis anos de debate com ateus na internet tem mostrado que o número de ateus inteligentes não é muito diferente do de cristãos inteligentes. E que a grande maioria de ateus não possuem boas justificativas racionais para o seu ateísmo, e se baseiam em experiências negativas com a religião, ou são seduzidos pelo argumento retórico que diz que ser ateu é ser inteligente, e ser cristão é ser burro.
Há de se convir que o nível de debate na internet é muito baixo.
Mas isso não tem a ver com o ateísmo em si, e sim com a maneira quase adolescente que muitos ateus aderem ao ateísmo.