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Segue agora um breve resumo sobre minhas impressões relativas à apresentação do DT no RJ.
Cheguei ao Claro Hall às 20:30, sendo que o início da apresentação estava marcado para as 22:30. Lá encontrei meu primo e um velho amigo que há muito não via. Imediatamente eles chamaram minha atenção para aquele que seria o primeiro ponto negativo da noite: pediram para que eu olhasse para o palco e tentasse perceber o que estava errado ali. Notei na hora: havia um imenso vazio no palco...Portnoy havia trazido algo em torno de apenas um terço do seu set completo de bateria para esta turnê. Pelo o que me disseram, a "justificativa" dada foi a de que "seria complicado transportar o set completo" dos EUA para o Brasil. Isso é uma grande babaquice, obviamente. Se eles levaram tal set dos EUA para o Japão, por quais motivos não poderiam fazer o mesmo com a América do Sul?! A impressão que fica é a de que houve descaso para com o público sulamericano.
Depois de alguns comentários ofensivos com relação à pessoa do Portnoy (motivados pela decepção de sabermos que não veríamos naquela noite o monster set) passamos a falar sobre técnicas de guitarra, seleção brasileira, dentre outras coisas, para passar o tempo. Contudo, conforme se aproximava a hora do show, a ansiedade aumentava, assim como a impaciência e o desconforto por estar em pé já há algum tempo. O desconforto começa a se transformar em revolta, quando notamos que a banda, numa atitude nada profissional (a segunda da noite, além do vacilo com o set de bateria), atrasa em 20 minutos o início do show. Quem está acostumado a freqüentar shows de Metal, como é o meu caso (já fui à uma penca de shows: Stratovarius, Helloween, Hammerfall, Angra, Nightwish, Rush (não gosto do Rush, mas fui ao Maracanã para conferir ao vivo a performance do grande mestre da bateria, Neil Peart...e isso valeu o ingresso!), Steve Vai, Shaaman, etc...), sabe que essas porras desses atrasos são comuns e que em muitas das vezes eles podem ser muito mais longos do que os referidos 20 minutos do show do DT (o Angra já chegou a atrasar algo em torno de UMA HORA E MEIA (!!!) num show que eles fizeram em Campo Grande). Contudo, dada a infraestrutura existente por trás do DT, eu esperava uma atitude mais profissional por parte deles. O mínimo que eu poderia esperar era pontualidade, mas eles falharam neste aspecto, o que é lamentável.
Começa o show e...mais alguns pontos negativos a serem mencionados! Agora o alvo é a platéia. Em primeiro lugar, nota-se claramente uma vontade enorme de aparecer por parte de muitos dos moleques (não consigo encontrar outro termo adequado para qualificá-los) que freqüentam shows de Metal. A taxa de emissão de palavrões em voz alta (ou seja, aos gritos) por minuto é algo impressionante. Eu não sei muito bem o que leva muitos destes pirralhos (e até mesmo alguns burros-velhos com barba na cara) a ter tamanha necessidade de aparecer e nem o que há de particularmente atrativo em se berrar palavrões. Uma coisa é você estar jogando uma pelada e mandar um palavrão, a coisa está toda inserida dentro de um contexto de alta adrenalina, etc. Outra é ficar mandando vários palavrões seguidos sem motivo algum aparente. Talvez seja para mostrar que são subversivos ou alguma palhaçada do tipo...enfim, coisa de babaca. Mas mais babacas ainda são uns otários sem o menor senso de respeito que resolvem fumar DENTRO da casa de espetáculos, ignorando completamente os avisos que proibem o fumo no interior do recinto e ignorando também a saúde alheia. E não...as críticas ao público ainda não acabaram. Agora vem a pior parte, o aspecto mais deplorável da noite. Em todos os shows que eu fui até hoje, sempre fiquei na parte de trás da pista, exatamente para fugir da muvuca que se aloca nos espaços mais próximos ao palco. Contudo, como estava interessado em conferir de perto a performance dos instrumentistas do DT, resolvi, pela primeira vez, ficar numa posição razoavelmente próxima ao palco. Na verdade, neste caso em específico, não havia muitas alternativas, já que o Claro Hall estava completamente lotado...mesmo as partes anteriores da pista estavam sem espaço algum. Logo na primeira música, neguinho resolve começar aquela tradicional viadagem de ficar pulando e empurrando os outros. Firmei as pernas para não sair do lugar e arqueei os dois cotovelos...só senti nego batendo com as costelas em meus cotovelos..."misteriosamente", logo em seguida, os arroelas que estavam próximos a mim pararam com a movimentação. Olho mais a frente, e um amigo meu, um tanto quanto forte, estava distribuindo alguns empurrões de leve, como forma de aviso para cessarem com o empurra-empurra naquela região. Na verdade, foi bom terem parado, porque o meu humor e o do pessoal que estava comigo, naquele momento, já não era dos melhores, e se continuassem com a viadagem do empurra-empurra, a coisa iria engrossar...pagamos 50 contos para assistir à banda e não para ficar encostando em marmanjos. Aliás, este é um problema freqüente em shows de Metal no Brasil...parece que as platéias são feitas de macacos que precisam ficar pulando e se movimentando de forma frenética (bem diferente do que ocorre no Japão, por exemplo...basta assistir ao DVD Live at Budokan do DT para perceber o comportamento civilizado do público). Mas como eu disse, felizmente, pelo menos nas imediações de onde estávamos, a palhaçada durou apenas parte da primeira música. Agora chega de meter o pau no público.
Bom, já na primeira música, fica novamente a impressão de descaso para com o público brasileiro. A produção do show foi ridícula! No fundo do palco, apenas uma cortina preta, do próprio Claro Hall. O set de iluminação utilizado foi extremamente pobre. Não que isso tenha qualquer relação com as músicas em si, e não que eu esperasse uma produção similar à encontrada nos shows do Pink Floyd (até porque o palco do Claro Hall não é grande o suficiente para isso), mas eu imaginava algo minimamente razoável para uma banda com a infraestrutura que o DT tem, algo compatível com o porte da banda. Até mesmo uma banda underground teria condições de apresentar uma produção mais bem cuidada. Outro aspecto negativo ficou por parte da regulagem do som. Em primeiro lugar, devo dizer que o som estava MUITO ALTO! Isso é um atentado contra a saúde auditiva da platéia. Neguinho saiu meio surdo daquele show...até hoje eu só ouvi apenas uma regulagem da altura das caixas de som pior da que foi utilizada neste show do DT...foi a do show do Angra em Campo Grande, aquele mesmo em que o início da apresentação foi atrasado em uma hora e meia (a altura das caixas naquele show era praticamente insuportável...fiquei com os ouvidos dormentes durante pelo menos 4 dias). A regulagem na altura dos instrumentos também estava ruim. Guitarra e baixo estavam sendo encobertos pelos teclados, vocais e bateria. Ao longo do show melhoraram um pouco a regulagem dos intrumentos, conseguindo fazer com que a guitarra e o baixo ficassem mais audíveis.
O show foi dividido em dois sets com um intervalo de mais ou menos meia hora entre cada um. Como o DT não vinha ao Brasil desde 1998, o primeiro set foi dedicado à execução de várias músicas dos cds anteriores da banda (sendo Under a Glass Moon do Images and Words e Caught in a Web do Awake as mais ovacionadas, tendo sido cantadas em coro pelo público do início ao fim). A execução das músicas do Octavarium ficou para a segunda metade do show. A performance dos músicos ao vivo é algo simplesmente impressionante. Portnoy, mesmo com um set bastante reduzido de sua bateria (que ainda assim é grande), deu um verdadeiro show. O cara simplesmente não erra, mesmo nas partes mais intrincadas. A segurança, a precisão e o domínio que ele exibe na bateria são ímpares. O interessante foi ver que neste show o Portnoy deu uma complicada extra nas linhas originais de bateria. Colocou algumas viradas e quebras de compasso extras que não estão presentes nas versões originais de estúdio de algumas músicas. Aliás, a banda toda recriou de forma mais complexa algumas passagens de algumas músicas, mas o Portnoy foi o que mais fez isso. Em algumas músicas, enquanto os outros instrumentistas seguiam as linhas originais (já com muitas mudanças de andamento), ele inseria outros elementos em suas linhas de bateria, complicando ainda mais o que já era originalmente bastante complexo. Ficou faltando, contudo, o tradicional solo de bateria (mais um exemplo de descaso para com o público brasileiro?!)...
John Petrucci também teve uma grande atuação, embora parecesse meio aéreo durante o show (normalmente, ele interage mais com o público). A performance dele também foi mais discreta que a habitual, mas ainda assim estavam ali a precisão inigüalável nas frases dobradas com teclados, baixo e bateria, as alternadas, os sweeps e os riffs desconcertantes de sempre, além de boas sessões de two hands tapping apresentadas em algumas músicas.
Um que me surpreendeu foi o LaBrie. A interpretação dele foi fenomenal. Nem uma única desafinada e nem sinal de fraquejamento na voz, mesmo tendo cantado muitas linhas difíceis e bastante agudas durante mais de 3 horas de show. Mesmo na última música, a voz do cara estava inteira!
O Jordan Rudess foi o único membro da banda que me desapontou. Ele tocou bem e de forma bastante competente as linhas de teclado originais das músicas, além de ter complicado outras, fritando algumas escalas e arpejos improvisados, algo que ficou bem legal. Mas o ponto negativo reside no seguinte: como o Aurélio e eu concordamos num tópico do antigo RV, no DVD Live at Budokan, na parte dos solos de teclado, o primeiro solo executado é horrível e sem graça, além de extremamente chato. No referido solo, Rudess tenta (de forma extremamente mal sucedida) simular um solo de guitarra no teclado. O resultado foi algo sofrível e enfandonho. Neste show, ele cismou de tocar uma espécie de guitarra havaiana que fica deitada sobre um suporte e o resultado foi quase tão ruim quanto o do solo anteriormente referido. E o pior é que ele devia achar que estava abafando e resolveu pedir para o engenheiro se som aumentar o volume do instrumento 3 VEZES CONSECUTIVAS. O resultado foi um troço ensurdecedor, feio e totalmente chato e insuportável. E o cara ainda me fica fazendo caras e bocas...tava merecendo tomar uma "pedalada" na careca: "PEDALA RUDESS!"...o problema desse cara é que ele tem um mau gosto terrível que é externado algumas vezes na forma de live solos escrotos como os mencionados...ainda bem que não o deixam fazer estas presepadas nas músicas!
Deixei para comentar por último o melhor instrumentista da banda. Seria difícil, a princípio, se destacar no meio de tantos músicos excelentes. Mas John Myung se destaca...e com sobras! A técnica do cara é soberba. Os dedos do mestre correm todas as seis cordas do baixo, através do braço inteiro, com uma velocidade e precisão impressionantes. É impactante ver as dobras em uníssono que ele faz com o Petrucci utilizando a técnica de 3 dedos da mão direita, fora os tappings a 8 dedos, que são, certamente, a arma mais fenomenal de seu arsenal de técnicas...o cara é um monstro!!!
Para finalizar, dois destaques: a música Octavarium foi extendida ao vivo e foi executada durante aproximadamente meia hora, ao invés dos 24 minutos originais! E o ponto alto da apresentação: durante boa parte do show, a platéia pediu de forma insistente a execução da famosa e magistral Metropolis do cd Images and Words. Até o final do show, o pedido ainda não havia sido atendido pela banda. Mas, já no final da apresentação, Petrucci faz soar as primeiras notas de Pull me Under, do mesmo cd. O público vai ao delírio. Quando LaBrie começa a cantar, é acompanhado por um coro de pessoas em êxtase em todo o Claro Hall. O volume sonoro que emergia do público era tamanho que chegou a encobrir a voz de LaBrie! Só era possível ouvir sua voz em trechos mais agudos, quando ele conseguia sobrepor sua voz à massa sonora gerada pela platéia. Eis que chega o solo, magistralmente interpretado por Petrucci e Rudess. Mas o melhor estava por vir...no meio do solo de Pull me Under a banda toda realiza um link inacreditável de diferentes compassos e cai no solo de METROPOLIS!!!!! O público parece não acreditar no que acaba de ouvir e ovaciona a banda com todas as suas forças. Os DEUSES seguem com o solo de Metroplolis, com os rostos serenos, como se o que tivessem acabado de fazer fosse a coisa mais simples do mundo. Devo dizer que isso foi simplesmente a coisa mais fantástica e genial que ouvi até hoje...é humanamente impossível fazer o que eles fizeram! A execução de Metroplolis segue e se aproxima o momento apoteótico do solo de 8 dedos de Myung. Nesse momento, TODOS ficam na ponta dos pés, procurando o melhor ângulo para visualizar o gênio do baixo. TODOS estão agora em silêncio, com os olhos voltados para o grande mestre, numa espécie de transe. A tensão aumenta conforme se aproxima o ápice da música (o solo de Myung). E eis que o mestre se aproxima do centro do palco com a sua calma característica. A performance de palco de Myung é completamente estática: ele passa o show inteiro no mesmo lugar, sem interagir de forma alguma com o público, concentrado completamente em suas linhas de baixo. Mas ele sabia que aquele momento era especial e concedeu ao público o privilégio de poder vê-lo no centro do palco. E eis que chega o tão esperado solo: Myung destrói o baixo utilizando 8 dedos num solo fenomenal...o público permanece em silêncio e os membros da banda também fixam seus olhos no grande mestre...quando Myung termina seu solo, ele retorna lentamente para sua posição, o público grita reverenciando o gigante do baixo e os membros da banda balançam a cabeça num sinal de positivo...simplesmente fantástico. O solo prossegue, até ser paralisado abruptamente. As luzes se apagam e durante um minuto não se observa movimento no palco. Do nada, a banda toda retorna da parte que havia sido enterrompida, justamente a parte mais complexa da música, que antecede imediatamente o techo onde são intercalados inúmeros compassos diferentes...ao final do solo de Metropolis mais um link fenomenal de compassos reconduz a banda à música que estava sendo originalmente executada: Pull me Under!!! A música é encerrada com uma performance fenomenal de LaBrie, cantando de forma muito aguda as notas finais de Pull me Under, enquanto o público executava em coro as linhas originais...e o show é finalizado com chave de ouro!!!!!
Sem sombras de dúvida, o melhor show que já assisti, batendo com folga o show do Vai, que havia sido o melhor até então!
Valeu cada centavo investido na compra do ingresso...e os problemas apontados no início desta missiva acabaram se tornando irrelevantes, dada a majestade de tal apresentação!
Platéia brasileira, com raras excessões, é uma merda. Um bando de macacos retardados e histéricos, que ficam gritando e se acham no meio da torcida do flamengo.
O Jordan Rudess foi o único membro da banda que me desapontou. Ele tocou bem e de forma bastante competente as linhas de teclado originais das músicas, além de ter complicado outras, fritando algumas escalas e arpejos improvisados, algo que ficou bem legal. Mas o ponto negativo reside no seguinte: como o Aurélio e eu concordamos num tópico do antigo RV, no DVD Live at Budokan, na parte dos solos de teclado, o primeiro solo executado é horrível e sem graça, além de extremamente chato. No referido solo, Rudess tenta (de forma extremamente mal sucedida) simular um solo de guitarra no teclado. O resultado foi algo sofrível e enfandonho. Neste show, ele cismou de tocar uma espécie de guitarra havaiana que fica deitada sobre um suporte e o resultado foi quase tão ruim quanto o do solo anteriormente referido. E o pior é que ele devia achar que estava abafando e resolveu pedir para o engenheiro se som aumentar o volume do instrumento 3 VEZES CONSECUTIVAS. O resultado foi um troço ensurdecedor, feio e totalmente chato e insuportável. E o cara ainda me fica fazendo caras e bocas...tava merecendo tomar uma "pedalada" na careca: "PEDALA RUDESS!"...o problema desse cara é que ele tem um mau gosto terrível que é externado algumas vezes na forma de live solos escrotos como os mencionados...
Tecladista ruim é foda. O fato é que o Rudess não tem criatividade nem capacidade para fazer um solo de teclado realmente bom, como um Wakeman ou Keith Emerson. Até o Don Airey é melhor que ele.
o Aurélio e o Viper devem ser daqueles que ficam parados no meio do público com a mão no queixo, que quando alguém tenta passar eles falam "lincença???" e quando alguém grita um palavrão do lado, eles cutucam o cara falam "existe motivo para tal grosseria?"