Aluna em SP é ofendida por colegas por usar minissaia

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Fernando Silva
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Re: Aluna em SP é ofendida por colegas por usar minissaia

Mensagem por Fernando Silva »

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SÃO PAULO (é o fim) – Fiz faculdade entre 1982 e 1985. Faculdade de riquinho, FAAP. Não havia sinal de movimento estudantil ali. Na verdade, com o fim da ditadura, a eleição de Tancredo e a perspectiva de diretas em 1989, o movimento estudantil se enfraqueceu e, sendo bem sincero, foi sumindo aos poucos. Minha atividade mais próxima da subversão foi vender sanduíches naturais para arrecadar dinheiro para uma festa das Diretas.

Hoje, as entidades representativas dos estudantes servem para emitir carteirinhas para a turma pagar meia-entrada em shows e no cinema. Sem um inimigo claro, que no caso das gerações imediatamente anteriores à minha era o governo militar, ficamos sem ter do que reclamar. Porque, no fundo, por conta da politização desses movimentos todos, a questão educacional foi colocada de lado por muitos anos, e deixou de ser prioridade.

Já como repórter, cheguei a cobrir algumas confusões na USP na segunda metade dos anos 80. Sem querer simplificar demais, mas recorrendo ao que minha memória me permite lembrar, o tema central era o aumento do preço do bandejão nos refeitórios da universidade. Deu greve e tudo. Muito pouco. Ainda mais porque, como se sabe, boa parte dos que conseguem chegar à USP vêm de escolas particulares, e o preço do bandejão não chegava a afetar seriamente o orçamento de ninguém.

O caso dessa moça de minissaia da Uniban poderia ser um bom motivo para despertar algum tipo de reação na molecada. De repúdio aos que ofenderam a menina, de reflexão sobre os rumos da universidade, de protesto contra sua expulsão, de perplexidade com o recuo da reitoria por razões obviamente mercantis.

Reitoria… Era palavra respeitada, antigamente. Hoje, os reitores dessas espeluncas mal falam português. A transformação do ambiente universitário em quitandas que vendem diplomas é assustadora. E os estudantes são coniventes. Não exigem ensino de qualidade, compromisso com a educação, PORRA NENHUMA. Querem se formar logo, se possível pagando pouco, e dane-se o mundo.

Fico espantado ao observar como pensa e age essa juventude urbana entre 18 e 25 anos. São fascistóides, hedonistas, individualistas, retardados ao cubo. Basta ver o perfil da menina da minissaia no Orkut. Uma completa debilóide, mas nada diferente, tenho certeza, de seus colegas de faculdade (vejam as “comunidades” às quais ela pertence; coisas como “Gosto de causar, e daí?”, “Sou loira sim, quem me aguenta?”, “Para de falar e me beija logo”, coisas do tipo). O que, evidentemente, não dá a ninguém o direito de fazer o que fizeram com ela. Até porque são todos iguais, idênticos, tontos, despreparados, sem noção.

Aí a Uniban expulsa a menina, dizendo que os alunos que a chamavam de “puta” e queriam bater na coitada estavam “defendendo o ambiente escolar”. PUTA QUE PARIU! Como é que pode? Como podem adultos, “educadores”, que teoricamente têm um pouco mais de neurônios em funcionamento, reduzirem a questão a isso? E criticarem a menina porque ela se veste assim ou assado, anda rebolando, “se insinua”?
PIOR: muitos, mas muitos mesmo, alunos defenderam a expulsão. Acham que a menina é uma vagabunda que provoca os colegas. Bando de animais, intolerantes, sádicos, hostis, agressivos.

Eu nunca deixaria um filho meu estudar numa universidade frequentada por esse tipo de gente e dirigida por cretinos do naipe dos que assinaram a expulsão e, depois, revogaram-na sem revelar o motivo — aquele que nunca será admitido, o prejuízo à imagem dessa porcaria de empresa, sim, empresa, e das mais lucrativas, porque chamar um negócio desses de “universidade” é desmoralizar a palavra.

O Brasil está fodido com essas gerações que vêm por aí. Um caso desses, que poderia trazer à tona discussões importantes sobre o comportamento dos jovens, suas angústias, seus rumos, resume-se ao tamanho da saia da moça e ao seu comportamento “inadequado”, seja lá o que for isso. A educação, neste país, tem sido negligenciada de forma criminosa há décadas. O governo poderia começar a limpar a área por essas fábricas de diploma, que surgem aos montes sem que ninguém se preocupe com o tipo de gente que está à frente delas.

O que se vê hoje, graças a essas faculdades privadas de esquina, sem história e princípios, é uma população cada vez maior de “nível superior” sem nível algum. Um desastre completo. Gente que não pensa, não argumenta, não lê, não raciocina coletivamente, se comporta como gado raivoso, passa o dia punhetando no Orkut e no MSN, escreve “aki”, “facu”, “xurras”, “naum”, “huahsuahsua”. Um bando de tontos desperdiçando os melhores anos de suas vida com uma existência vazia, um vácuo intelectual, sob o olhar perplexo de gerações, como a minha, que um dia sonharam em fazer um mundo melhor e, definitivamente, não conseguiram.

Somos todos culpados, no fim. Me incluo.

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Acauan
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Re: Aluna em SP é ofendida por colegas por usar minissaia

Mensagem por Acauan »

Fernando Silva escreveu:http://o-mascate.blogspot.com/2009/12/moca-saia-faculdade.html
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Flávio Gomes


...

Somos todos culpados, no fim. Me incluo.



Muita coisa certa dita pelo Flávio, mas ele evita tocar na ferida antipoliticamente correta que é admitir que educação superior não é prá todo mundo, por definição.

Educação superior é conforme o próprio significado da expressão o mais alto grau do conhecimento, compartilhado por aqueles que se dedicaram integralmente para atingi-lo.
Nenhuma ideologia igualitária pode mudar o fato de que é impossível em qualquer sociedade existente ou que já existiu, TODOS os seus membros se dedicarem integralmente ao estudo até o status quaestionis das disciplinas abraçadas. Se isto ocorresse, estas sociedades morreriam de fome.

O estudo superior é e deve ser de elite. Não de uma elite econômico-financeira, de nascimento, privilégio político ou qualquer outra que não do puro mérito acadêmico. O resto é o resto no que se refere à universidade e fim. Podem atingir os mais altos ou mais bem pagos cargos sem nunca pertencer a esta elite – como nosso atual presidente da república -, desde que deixem a vida intelectual para quem é do ramo – o que independe de títulos burocráticos, lembremos.

UNIBAN é ralé institucional.
Geyse Arruda está tão distante do que se deveria chamar de estudante universitária quanto pichadores do que chamamos de mestres renascentistas.
E os colegas dela na UNIBAN, bem..., em uma realidade mais coerente teriam sido reprovados no exame de seleção para escolas de adestramento.

Uma dúvida realmente preocupante que resulta deste episódio é até que ponto as verdadeiras universidades – suas reitorias, professores e alunos – entendem que devem ser uma instituição em tudo e por tudo separada e distante desta arraia miúda pseudo-educacional criada por decretos burocráticos emitidos a baciadas para empresários dispostos a pagar as taxas e acionar influências?

Até que ponto os verdadeiros alunos universitários estão dispostos a assumir que têm a obrigação de ser melhores e rejeitar a condescendência ideológica para com uma igualdade estabelecida no fundo do poço em detrimento da coragem de se assumir como elite intelectual capaz de ensinar e inspirar?


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Fernando Silva
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Re: Aluna em SP é ofendida por colegas por usar minissaia

Mensagem por Fernando Silva »

Acauan escreveu:Até que ponto os verdadeiros alunos universitários estão dispostos a assumir que têm a obrigação de ser melhores e rejeitar a condescendência ideológica para com uma igualdade estabelecida no fundo do poço em detrimento da coragem de se assumir como elite intelectual capaz de ensinar e inspirar?

Vivemos num país onde as crianças recebem a doutrinação esquerdista no leite da mamadeira e onde "elite" é palavrão.
Isto faz com que as pessoas erradas se tornem uma espécie de elite - pelos meios errados e pelos motivos errados - porque as pessoas certas têm vergonha de se sentir ou se dizer superiores.

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Apo
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Re: Aluna em SP é ofendida por colegas por usar minissaia

Mensagem por Apo »

Muitos universitários estão dispostos, sim, a tomar algumas rédeas nas mãos. Eles idealizam isto. Mas como o Fernando falou, ser elite intelectual é palavrão neste país. Eles acabam achando melhor se calar, ainda mais quando são uma minoria com idéias que pouco interessam ao poder - muito pelo contrário.
Calar-se aqui não é deixar de se rebelar e servir ao sistema. É decidir por viver sua vida o mais organizadamente possível, o mais honestamente possível, o mais produtivamente possível, o mais discretamente possível.
Daí, vem a patrulha da esquerda e aponta o dedo imundo em direção e eles, denunciando aos eleitores ignorantes e lavados que estudar demais transforma as pessoas em elite arrogante e usurpadora através da História. Também diz que são todos lobos disfarçados por trás de diplomas racistas.
Os cotistas terão diplomas um dia. Já sabem.
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Acauan
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Re: Aluna em SP é ofendida por colegas por usar minissaia

Mensagem por Acauan »

Revista Veja, edição 2143 de 16 de dezembro de 2009

Conversa com Geisy Arruda

"Tirei 5 litros de gordura do corpo"

A ex-estudante Geisy Arruda, de 20 anos, mais conhecida como
"a loira da Uniban", resolveu fazer uma recauchutagem geral.
Passou por uma lipoescultura e colocou quase 1 litro de silicone nos seios



Gabriele Jimenez

Carlos Prates
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Que tipo de cirurgia você fez?
Uma completa, que durou dez horas. Em cada seio, coloquei 430 mililitros de silicone, se não me engano. E fiz uma lipoescultura. Tirei um pouquinho daqui, coloquei um pouquinho ali...

Como isso funciona?
Tirei, no total, 5 litros de gordura do corpo. A parte que saiu dos braços, o médico injetou de novo, no bumbum, para dar uma empinadinha.

Por que você quis aumentar as medidas?
Na verdade, quem decidiu isso foi o Julinho do Carmo, meu cabeleireiro. Confio demais nos conselhos dele. É meu anjo da guarda.

Seu cabeleireiro decidiu a cirurgia?
Foi. Ele é muito amigo da Carla Perez, e acha que a gente é parecida. Então, pediu para o doutor me deixar no mesmo padrão dela.

E por que você aceitou uma coisa dessas?
Quero desfilar no Carnaval! Vou estar ao lado de musas maravilhosas, com corpo escultural. Do jeito que estava, ia ficar um pouquinho em desvantagem.

Quanto custou a cirurgia?
Não faço a mínima ideia, não fui eu que paguei. Não perguntei ao Julinho nem ao médico, para não ser indelicada.
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Re: Aluna em SP é ofendida por colegas por usar minissaia

Mensagem por Acauan »

Geisy agora é identificada como ex-estudante...
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Lúcifer
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Re: Aluna em SP é ofendida por colegas por usar minissaia

Mensagem por Lúcifer »

Acauan escreveu:Geisy agora é identificada como ex-estudante...


Bom, estudante ela não é mais mesmo.
Agora ela entrou pra turma dos ex...:ex-BBB, ex-fama, ex-idolos, ex-etc.
Só tá faltando agora ela ser uma ex-roupa na playboy ou na sexy. :emoticon47: :emoticon47:
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user f.k.a. Cabeção
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Re: Aluna em SP é ofendida por colegas por usar minissaia

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Acauan escreveu:Geisy agora é identificada como ex-estudante...



Talvez essa tenha sido uma daquelas raras ocasiões onde uma turba enfurecida gritando "Puta!" não tenha surgido de fato da intenção de ofender nem de agredir, mas de uma urgência cósmica em reconduzir a moça para a conclusão daquele que sempre foi seu Destino.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem

Trancado