Huxley escreveu:Vocês não sabem como a discussão sobre o valor das mercadorias é não-óbvia.
É óbvia, é auto-evidente. A noção de valor só pode partir de indivíduos, nada além disso.
Huxley escreveu:Até hoje, com seis semestres de estudo numa universidade, ainda tenho dúvidas sobre ela em alguns casos.Isso porque ela é um tema em debate até hoje entre economistas de renome.
Não há motivo algum para debate. Poderia citar um nome de um "renomado" economista que ainda defenda o valor-trabalho?
Huxley escreveu:Mas vamos aqui desfazer dúvidas e alguns equívocos.Só digo para você que a minha descrição será bem simplificada.Imagine a quantidade de texto que seria necessário para um descrição detalhada.
Nossa senhora.
Huxley escreveu:Quem determina o valor de um item é ninguém mais do que seu comprador.
Toda a cadeia de produção de uma mercadoria e seus custos são determinados pelos indivíduos.
A primeira alegação está totalmente errada e a segunda, na melhor das hipóteses, está tecnicamente errada.O que a teoria neoclássica do valor-utilidade diz é que existe uma curva de demanda indicando qual é a quantidade de produtos que os consumidores desejam adquirir a cada nível de preços.O preço e a quantidade produzida a ser escolhida será aquele em que, no ponto da curva de demanda, o custo médio (que por sua vez é igual ao preço) se iguala ao custo marginal (custo adicional ao se fabricar uma unidade a mais do produto), porque é neste ponto que se maximizam o lucro.
E? Faltou terminar. No que isso invalida aquelas afirmações?
Huxley escreveu:Há problemas nesta visão aparentemente simples da determinação do valor.Este modelo supõe várias simplificações.Este modelo supõe concorrência perfeita (ou quase perfeita),
Isso o modelo supõe? Onde?
O que seria uma concorrência imperfeita? É possível tal coisa existir sem uma intervenção do Estado?
Huxley escreveu:atomização do mercado (uma firma não tem poder para influenciar a política de preços de seu concorrente),
Isso o modelo supõe? Onde?
Huxley escreveu:produtos homogêneos no mercado
Onde?
Huxley escreveu:e ausência de barreiras a entrada.
E?
Huxley escreveu:Para os casos de monopólio e oligopólio, esta teoria é TOTALMENTE INADEQUADA.
Partindo de premissas falaciosas, a conclusão é tão patética quanto a ideologia envolvida... A única forma de monopólios / oligopólios se formarem é a forma oficial, isso é, com intervenção estatal, instituindo leis que asseguram aos detentores do monopólio / oligopólio sua exclusividade em tal setor do mercado. Não há outra forma de se manterem no domínio de tal nicho por anos a fio...
Huxley escreveu:Vejamos o caso da formação de preços em oligopólios.Em primeiro lugar, no caso de empresas com poder para determinar o mark-up, elas utilizam as vantagens de custo para impedir a entrada de potenciais concorrentes praticando preços que estão na margem da indução de entrada.
Mas não impedem. Vocês marxistas analisam a economia capitalista como se vivessem no século XIX. Hoje, a entrada no mercado é determinada somente por quanto os acionistas / investidores estarão dispostos a pagar pelo risco de um nicho de mercado onde seus concorrentes produzem com qualidade e à preços baixos. Sabem que terão que seguir a mesma tendência, ou até mesmo fazer melhor para conquistar seu share no mercado. Isso é capitalismo, todos ganham com isso, principalmente aqueles que consomem (O que há de mal em se pagar menos por algo de melhor qualidade?).
Huxley escreveu:Em segundo lugar, as empresas oligopolistas detêm uma parcela tão grande do mercado, que as decisões de preços são tomadas baseando-se nas ações de seus concorrentes próximos.A curva de demanda é totalmente diferente da "normal".As empresas não baixam os preços quando a demanda cai, porque teme uma guerra de preços.Por outro lado, elas não elevam os preços, porque temem não serem acompanhados pelos concorrentes.Se for assim, a curva de demanda é “quebrada” num determinado ponto.Usualmente, o valor dos preços e das quantidades produzidas são desconhecida na curva de demanda.Então, que "ponto de quebra" seria este?
Não compartilho desse determinismo. "As empresas" não são uma entidade extranatural. São indivíduos, caóticos, que não agem sempre conforme o que você julga racional para tal situação. E não há "ponto de quebra" nenhum, a demanda pode ser atendida por outros que, vendo a situação, decidam entrar no mercado e oferecer seus serviços àquele "share" de mercado.
Exatamente por isso não é possível a formação de monopólios / oligopólios sem alguma intervenção estatal.
Huxley escreveu:A teoria microeconômica pós-keynesiana (baseada em extensos estudos empíricos)
Cite fontes. Estou curiosíssimo para ver tal "empiria".
Huxley escreveu:diz que os preços são fixados utilizando-se esta regra:
Preço=custos fixos + custos variáveis + margem de lucro definida arbitrariamente.
Já se baseia em premissas equivocadas... É uma bola de neve, com origem no marxismo.
Huxley escreveu:Além disso, existe uma regra implícita entre os concorrentes que só se altera preços quando os custos (impostos, preço dos insumos, etc.) para todas as empresas se alteram.
MINHA NOSSA. Isso não é somente um disparate, é um insulto.
Aonde está escrita essa regra? Por que elas deterministicamente fariam isso?
Huxley escreveu:Só em circunstâncias excepcionais, a demanda influi na determinação do preço.Como quando uma empresa, cujo produto tem demanda suficientemente elástica tem uma queda repentina da demanda ou quando as firmas não têm condições de ampliar a capacidade instalada.
Alguém aqui falou em demanda?
Huxley escreveu:Como vocês notaram, esse modelo diz que o ajuste de oferta e demanda se dá pela ampliação ou redução da produção.Quando a demanda cai, corta-se a produção.Quando a demanda aumenta, eleva-se a produção.
Genious.
Huxley escreveu:Estes é o caso dos mercados fix, onde o exemplo mais óbvio parece ser o da indústria automobilística.Para mercados flex, isso não ocorre porque os produtos em questão são de difícil estocagem (no caso dos produtos agrícolas, eles se estragam se forem estocados por muito tempo) ou têm elevado custo de estocagem.Neste caso, o ajuste da oferta e da demanda se dá via preços.Existem outros fatores que atuam na determinação se o mercado será fix ou flex, porque o fator custo de estocagem é apenas um entre alguns (e o mais óbvio).
E o que isso tem a ver com a discussão?
Huxley escreveu:Porque então os economistas já acreditaram na universalidade da teoria do valor-utilidade?Na época em que ela foi formulada, o capitalismo ainda estava na sua fase concorrencial, a diferenciação dos produtos eram mínimas, o mercado era atomizado e não existiam significativas barreiras a entrada para novas firmas.
Besteira. Mais asneira ainda é acreditar que o valor-utilidade depende de tais premissas. Mais ainda, então, é acreditar que o trabalho por si gere algum valor, intríseco a si.
E ainda mostrou que desconhece os autores economistas que defendem a teoria do valor-utilidade, contemporâneos, respeitados internacionalmente, muitos deles premiados com um Nobel de Economia. Nada que algum professorzinho marxista de economia brasileiro chegou perto de conquistar.
Huxley escreveu:Huxley escreveu:O custo é o que se gasta para a criação, pesquisa, desenvolvimento, produção e distribuição,e divulgação.
Modernamente, o preço é ditado pela equação entre o custo e o valor adquirido no mercado(...)Ah e esqueçam Marx na definição de preço do mundo capitalista.
Não é bem por aí.Marx assumia a validade da teoria valor-trabalho, que em certos contextos funcionam muito bem, como já explicado anteriormente.Preços são determinados pelo custo.
Não são.
Huxley escreveu:De onde vem os custos? Brotam do nada?Da perspectiva da teoria do valor-trabalho, a BMW em média cobra um valor maior para seus carros do que paras suas motos por um motivo muito simples.A quantidade de trabalho necessário para produzir um carro é maior do que para produzir uma moto.
Novamente, a conclusão só é mais patética que a premissa falaciosa.
Huxley escreveu:Custo é trabalho.Se duas motos BMW têm o mesmo preço de um carro BMW, e se alguém vende duas motos BMW para comprar um carro BMW, esta pessoa só está trocando trabalho por outra mesma quantidade de trabalho.
Não, ela está trocando algo que considera menos valoroso para si (duas motos), por algo que considera mais valoroso, um carro. É tudo tão simples, e adoram tentar explicar tudo pelos avessos, que talvez por isso a doutrina marxista me lembre tanto o criacionismo.
Huxley escreveu:Esse raciocínio implica também que aprimoramento das forças produtivas gera redução de preço, se o empresário não utilizar o aumento da produtividade para aumentar a massa de lucros.
Nonsense.
Huxley escreveu:Huxley escreveu:em tese, eu posso estar andando num deserto e tropeçar numa pepita de ouro de meio quilo e adquirí-la sem o menor esforço. Entretanto, ela terá o mesmo valor de mercado que uma pepita de ouro de meio quilo deliberadamente extraída por mineradores assalariados. Por quê?
Até os que aceitam a teoria do valor-trabalho (como Marx) explicam isso sem o menor esforço.O ouro tem pouco valor de uso, mas seu valor de troca é enorme.Pense por um instante.Qual é o valor de uso para um capitalista de um pneu que chega numa fábrica de automóveis?Nenhuma.
Como nenhuma? Caramba. Se não tivesse valor algum, esse pneu seria jogado fora. O valor do pneu é justamente o de possibilitar a montagem de seu produto final, cujo valor é determinado pelos indivíduos que irão adquirí-lo. Percebe no que resulta o erro crasso que é acreditar no valor intríseco à mercadorias ou trabalho?
Huxley escreveu:Porém, seu valor de troca é enorme, porque no futuro ela terá valor de uso para o consumidor que comprará o carro.produzido.Quando as pessoas faziam trocas, usualmente teriam que escolher uma substância indivisível, durável e de fácil aceitação.Obviamente, um produto perecível seria o menos indicado.Por outro lado, o ouro cumpre estes requisitos com perfeição.Chegue com uma pepita de ouro numa mercearia para comprar alguma coisa e depois faça o mesmo com uns limões, para ver o que acontece.O dono da mercearia aceitará a primeira como moeda, já a segunda...Existe outro fator que explica o valor do ouro além do trabalho necessário para encontrá-lo e seu valor de troca.É o fenômeno que Marx descreve como “fetichismo da mercadoria”.Ouro é utilizado para confecção de jóias e até para fazer torneiras.Não importa o quanto você diga para um rico materialista que uma jóia de ouro não vale nada, porque não irá concordar.Da mesma forma, não importa o quanto você diga para um comprador de quadros que um quadro de Pablo Picasso é apenas um quadro.Ambos estarão dispostos a pagar um valor alto tão somente para saciar seu fetichismo pela mercadoria.
Percebeu que tanto blá-blá-blá, tanta verbosidade, tantos termos redundantes, só para explicar que no final todo valor é determinado pelo indivíduo?