O paradoxo do valor de água e diamantes

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RicardoVitor
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Mensagem por RicardoVitor »

Huxley escreveu:Vocês não sabem como a discussão sobre o valor das mercadorias é não-óbvia.


É óbvia, é auto-evidente. A noção de valor só pode partir de indivíduos, nada além disso.

Huxley escreveu:Até hoje, com seis semestres de estudo numa universidade, ainda tenho dúvidas sobre ela em alguns casos.Isso porque ela é um tema em debate até hoje entre economistas de renome.


Não há motivo algum para debate. Poderia citar um nome de um "renomado" economista que ainda defenda o valor-trabalho?

Huxley escreveu:Mas vamos aqui desfazer dúvidas e alguns equívocos.Só digo para você que a minha descrição será bem simplificada.Imagine a quantidade de texto que seria necessário para um descrição detalhada.


Nossa senhora.

Huxley escreveu:
Quem determina o valor de um item é ninguém mais do que seu comprador.

Toda a cadeia de produção de uma mercadoria e seus custos são determinados pelos indivíduos.



A primeira alegação está totalmente errada e a segunda, na melhor das hipóteses, está tecnicamente errada.O que a teoria neoclássica do valor-utilidade diz é que existe uma curva de demanda indicando qual é a quantidade de produtos que os consumidores desejam adquirir a cada nível de preços.O preço e a quantidade produzida a ser escolhida será aquele em que, no ponto da curva de demanda, o custo médio (que por sua vez é igual ao preço) se iguala ao custo marginal (custo adicional ao se fabricar uma unidade a mais do produto), porque é neste ponto que se maximizam o lucro.


E? Faltou terminar. No que isso invalida aquelas afirmações?

Huxley escreveu:Há problemas nesta visão aparentemente simples da determinação do valor.Este modelo supõe várias simplificações.Este modelo supõe concorrência perfeita (ou quase perfeita),


Isso o modelo supõe? Onde?
O que seria uma concorrência imperfeita? É possível tal coisa existir sem uma intervenção do Estado?

Huxley escreveu:atomização do mercado (uma firma não tem poder para influenciar a política de preços de seu concorrente),


Isso o modelo supõe? Onde?

Huxley escreveu:produtos homogêneos no mercado


Onde?

Huxley escreveu:e ausência de barreiras a entrada.


E?

Huxley escreveu:Para os casos de monopólio e oligopólio, esta teoria é TOTALMENTE INADEQUADA.


Partindo de premissas falaciosas, a conclusão é tão patética quanto a ideologia envolvida... A única forma de monopólios / oligopólios se formarem é a forma oficial, isso é, com intervenção estatal, instituindo leis que asseguram aos detentores do monopólio / oligopólio sua exclusividade em tal setor do mercado. Não há outra forma de se manterem no domínio de tal nicho por anos a fio...

Huxley escreveu:Vejamos o caso da formação de preços em oligopólios.Em primeiro lugar, no caso de empresas com poder para determinar o mark-up, elas utilizam as vantagens de custo para impedir a entrada de potenciais concorrentes praticando preços que estão na margem da indução de entrada.


Mas não impedem. Vocês marxistas analisam a economia capitalista como se vivessem no século XIX. Hoje, a entrada no mercado é determinada somente por quanto os acionistas / investidores estarão dispostos a pagar pelo risco de um nicho de mercado onde seus concorrentes produzem com qualidade e à preços baixos. Sabem que terão que seguir a mesma tendência, ou até mesmo fazer melhor para conquistar seu share no mercado. Isso é capitalismo, todos ganham com isso, principalmente aqueles que consomem (O que há de mal em se pagar menos por algo de melhor qualidade?).

Huxley escreveu:Em segundo lugar, as empresas oligopolistas detêm uma parcela tão grande do mercado, que as decisões de preços são tomadas baseando-se nas ações de seus concorrentes próximos.A curva de demanda é totalmente diferente da "normal".As empresas não baixam os preços quando a demanda cai, porque teme uma guerra de preços.Por outro lado, elas não elevam os preços, porque temem não serem acompanhados pelos concorrentes.Se for assim, a curva de demanda é “quebrada” num determinado ponto.Usualmente, o valor dos preços e das quantidades produzidas são desconhecida na curva de demanda.Então, que "ponto de quebra" seria este?


Não compartilho desse determinismo. "As empresas" não são uma entidade extranatural. São indivíduos, caóticos, que não agem sempre conforme o que você julga racional para tal situação. E não há "ponto de quebra" nenhum, a demanda pode ser atendida por outros que, vendo a situação, decidam entrar no mercado e oferecer seus serviços àquele "share" de mercado.
Exatamente por isso não é possível a formação de monopólios / oligopólios sem alguma intervenção estatal.

Huxley escreveu:A teoria microeconômica pós-keynesiana (baseada em extensos estudos empíricos)


Cite fontes. Estou curiosíssimo para ver tal "empiria".

Huxley escreveu:diz que os preços são fixados utilizando-se esta regra:

Preço=custos fixos + custos variáveis + margem de lucro definida arbitrariamente.


Já se baseia em premissas equivocadas... É uma bola de neve, com origem no marxismo.

Huxley escreveu:Além disso, existe uma regra implícita entre os concorrentes que só se altera preços quando os custos (impostos, preço dos insumos, etc.) para todas as empresas se alteram.


MINHA NOSSA. Isso não é somente um disparate, é um insulto.
Aonde está escrita essa regra? Por que elas deterministicamente fariam isso?

Huxley escreveu:Só em circunstâncias excepcionais, a demanda influi na determinação do preço.Como quando uma empresa, cujo produto tem demanda suficientemente elástica tem uma queda repentina da demanda ou quando as firmas não têm condições de ampliar a capacidade instalada.


Alguém aqui falou em demanda?

Huxley escreveu:Como vocês notaram, esse modelo diz que o ajuste de oferta e demanda se dá pela ampliação ou redução da produção.Quando a demanda cai, corta-se a produção.Quando a demanda aumenta, eleva-se a produção.


Genious.

Huxley escreveu:Estes é o caso dos mercados fix, onde o exemplo mais óbvio parece ser o da indústria automobilística.Para mercados flex, isso não ocorre porque os produtos em questão são de difícil estocagem (no caso dos produtos agrícolas, eles se estragam se forem estocados por muito tempo) ou têm elevado custo de estocagem.Neste caso, o ajuste da oferta e da demanda se dá via preços.Existem outros fatores que atuam na determinação se o mercado será fix ou flex, porque o fator custo de estocagem é apenas um entre alguns (e o mais óbvio).


E o que isso tem a ver com a discussão?

Huxley escreveu:Porque então os economistas já acreditaram na universalidade da teoria do valor-utilidade?Na época em que ela foi formulada, o capitalismo ainda estava na sua fase concorrencial, a diferenciação dos produtos eram mínimas, o mercado era atomizado e não existiam significativas barreiras a entrada para novas firmas.


Besteira. Mais asneira ainda é acreditar que o valor-utilidade depende de tais premissas. Mais ainda, então, é acreditar que o trabalho por si gere algum valor, intríseco a si.

E ainda mostrou que desconhece os autores economistas que defendem a teoria do valor-utilidade, contemporâneos, respeitados internacionalmente, muitos deles premiados com um Nobel de Economia. Nada que algum professorzinho marxista de economia brasileiro chegou perto de conquistar.

Huxley escreveu:
Huxley escreveu:O custo é o que se gasta para a criação, pesquisa, desenvolvimento, produção e distribuição,e divulgação.
Modernamente, o preço é ditado pela equação entre o custo e o valor adquirido no mercado(...)Ah e esqueçam Marx na definição de preço do mundo capitalista.


Não é bem por aí.Marx assumia a validade da teoria valor-trabalho, que em certos contextos funcionam muito bem, como já explicado anteriormente.Preços são determinados pelo custo.


Não são.

Huxley escreveu:De onde vem os custos? Brotam do nada?Da perspectiva da teoria do valor-trabalho, a BMW em média cobra um valor maior para seus carros do que paras suas motos por um motivo muito simples.A quantidade de trabalho necessário para produzir um carro é maior do que para produzir uma moto.


Novamente, a conclusão só é mais patética que a premissa falaciosa.

Huxley escreveu:Custo é trabalho.Se duas motos BMW têm o mesmo preço de um carro BMW, e se alguém vende duas motos BMW para comprar um carro BMW, esta pessoa só está trocando trabalho por outra mesma quantidade de trabalho.


Não, ela está trocando algo que considera menos valoroso para si (duas motos), por algo que considera mais valoroso, um carro. É tudo tão simples, e adoram tentar explicar tudo pelos avessos, que talvez por isso a doutrina marxista me lembre tanto o criacionismo.

Huxley escreveu:Esse raciocínio implica também que aprimoramento das forças produtivas gera redução de preço, se o empresário não utilizar o aumento da produtividade para aumentar a massa de lucros.


Nonsense.

Huxley escreveu:
Huxley escreveu:em tese, eu posso estar andando num deserto e tropeçar numa pepita de ouro de meio quilo e adquirí-la sem o menor esforço. Entretanto, ela terá o mesmo valor de mercado que uma pepita de ouro de meio quilo deliberadamente extraída por mineradores assalariados. Por quê?


Até os que aceitam a teoria do valor-trabalho (como Marx) explicam isso sem o menor esforço.O ouro tem pouco valor de uso, mas seu valor de troca é enorme.Pense por um instante.Qual é o valor de uso para um capitalista de um pneu que chega numa fábrica de automóveis?Nenhuma.


Como nenhuma? Caramba. Se não tivesse valor algum, esse pneu seria jogado fora. O valor do pneu é justamente o de possibilitar a montagem de seu produto final, cujo valor é determinado pelos indivíduos que irão adquirí-lo. Percebe no que resulta o erro crasso que é acreditar no valor intríseco à mercadorias ou trabalho?

Huxley escreveu:Porém, seu valor de troca é enorme, porque no futuro ela terá valor de uso para o consumidor que comprará o carro.produzido.Quando as pessoas faziam trocas, usualmente teriam que escolher uma substância indivisível, durável e de fácil aceitação.Obviamente, um produto perecível seria o menos indicado.Por outro lado, o ouro cumpre estes requisitos com perfeição.Chegue com uma pepita de ouro numa mercearia para comprar alguma coisa e depois faça o mesmo com uns limões, para ver o que acontece.O dono da mercearia aceitará a primeira como moeda, já a segunda...Existe outro fator que explica o valor do ouro além do trabalho necessário para encontrá-lo e seu valor de troca.É o fenômeno que Marx descreve como “fetichismo da mercadoria”.Ouro é utilizado para confecção de jóias e até para fazer torneiras.Não importa o quanto você diga para um rico materialista que uma jóia de ouro não vale nada, porque não irá concordar.Da mesma forma, não importa o quanto você diga para um comprador de quadros que um quadro de Pablo Picasso é apenas um quadro.Ambos estarão dispostos a pagar um valor alto tão somente para saciar seu fetichismo pela mercadoria.


Percebeu que tanto blá-blá-blá, tanta verbosidade, tantos termos redundantes, só para explicar que no final todo valor é determinado pelo indivíduo?
Editado pela última vez por RicardoVitor em 15 Abr 2007, 11:41, em um total de 5 vezes.
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Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

Mensagem por RicardoVitor »

Aos defensores da idéia arcaica do "capitalismo tende ao monopólio / oligopólio", como explicam o caso da companhia aérea Gol, e sua entrada como pequena no mercado liderado pelos falcões da Varig, Vasp (na época), Transbrasil (na época), TAM e outras gigantes? Recentemente, tornou-se a segunda maior companhia aérea do país, levando as Leviatãs à falência.

E a própria TAM, com apenas pequenos serviços de taxi-aéreo no início, hoje possue mais da metade do market-share no setor. Como vocês explicam? Consideram impossível o surgimento de uma nova "Gol" ou uma nova "TAM" e repetir a mesma rasteira dada por esses geniais empreendedores?
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Mensagem por RicardoVitor »

Marxistas fogem da Navalha de Occam assim como fogem da água.
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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

Mensagem por RicardoVitor »

Fernando Silva escreveu:
Samael escreveu:Alguém me defina "gerar riqueza", por favor.

Se você produz um carro, gera riqueza. Se produz uma roupa, gera riqueza.
Nem o carro nem a roupa existiam antes. Agora existem, e nada foi roubado dos operários que trabalharam para produzí-los. Eles deram sua mão de obra e receberam em troca um salário que lhes permitirá comprar roupa, comida etc., que antes eles não tinham.

Ganhou o patrão que teve lucro, ganharam os funcionários que receberam seus salários.

Será que o patrão poderia ter um lucro menor e pagar um salário maior? Sim, mas este não é o ponto.


Perfeito. E não me espanto que ainda existam aqueles que acreditam que o mercado é um jogo de soma zero. Estamos na América Latrina.
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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

Mensagem por RicardoVitor »

Zé Pilintra escreveu:
Fernando Silva escreveu:Os marxistas também se esquecem de mencionar que o empresário não apenas é aquele que decidiu ser empresário, é aquele que tem capacidade para sê-lo.
Quem não tem, que seja empregado. Não é proibido abrir negócio próprio. Por que então poucos abrem? E destes, poucos têm sucesso?


Ninguém está discutindo capacidade empreendedora ou coisa similar. A discussão é teórica. Não me venha com essa baboseira de dizer que os marxistas condenem o empresariado, isso é uma visão distorcida. A sociedade capitalista é estruturalmente desigual.


Imagem

Zé Pilintra escreveu:Para existir o capitalista, tem de existir o empregado, ou não estaríamos no capitalismo.


E para existir o empregado tem de existir o empregador... Assim como para existir o vendedor tem de existir o comprador. Às vezes eu suspeito que vocês seguem o Marx errado.

Zé Pilintra escreveu:O resto é besteira corporativista e ideológica, sem o mínimo de valor.


Olha só, não eram vocês que defendiam o corporativismo e o domínio da ideologia sobre o método? O que aconteceu?
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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

Mensagem por Samael »

Fernando Silva escreveu:
Samael escreveu:Alguém me defina "gerar riqueza", por favor.

Se você produz um carro, gera riqueza. Se produz uma roupa, gera riqueza.
Nem o carro nem a roupa existiam antes. Agora existem, e nada foi roubado dos operários que trabalharam para produzí-los. Eles deram sua mão de obra e receberam em troca um salário que lhes permitirá comprar roupa, comida etc., que antes eles não tinham.

Ganhou o patrão que teve lucro, ganharam os funcionários que receberam seus salários.

Será que o patrão poderia ter um lucro menor e pagar um salário maior? Sim, mas este não é o ponto.


Você não descreveu a geração de nada, apenas a transformação de materiais a partir da utilização do trabalho.

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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

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RicardoVitor escreveu:Aos defensores da idéia arcaica do "capitalismo tende ao monopólio / oligopólio", como explicam o caso da companhia aérea Gol, e sua entrada como pequena no mercado liderado pelos falcões da Varig, Vasp (na época), Transbrasil (na época), TAM e outras gigantes? Recentemente, tornou-se a segunda maior companhia aérea do país, levando as Leviatãs à falência.

E a própria TAM, com apenas pequenos serviços de taxi-aéreo no início, hoje possue mais da metade do market-share no setor. Como vocês explicam? Consideram impossível o surgimento de uma nova "Gol" ou uma nova "TAM" e repetir a mesma rasteira dada por esses geniais empreendedores?


Concorrência monopólica. Meia dúzia de empresas com preços quase que similares oferecendo os mesmos serviços. O mesmo ocorre na produção automobilística.

De resto, te perguntaria por que é que eu me arriscaria a criar um concorrente para a Coca-Cola ou para a Pepsi se é MUITO mais prático eu investir meu capital em duas empresas sólidas e seguras como ambas.

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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

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Samael escreveu:
Fernando Silva escreveu:
Samael escreveu:Alguém me defina "gerar riqueza", por favor.

Se você produz um carro, gera riqueza. Se produz uma roupa, gera riqueza.
Nem o carro nem a roupa existiam antes. Agora existem, e nada foi roubado dos operários que trabalharam para produzí-los. Eles deram sua mão de obra e receberam em troca um salário que lhes permitirá comprar roupa, comida etc., que antes eles não tinham.

Ganhou o patrão que teve lucro, ganharam os funcionários que receberam seus salários.

Será que o patrão poderia ter um lucro menor e pagar um salário maior? Sim, mas este não é o ponto.


Você não descreveu a geração de nada, apenas a transformação de materiais a partir da utilização do trabalho.


Samael, quando uma pessoa compra uma bala por R$1.20, e outra acaba comprando exatamente mesma em outra loja por R$0.60, isso quer dizer que a primeira bala custou mais para se produzir?
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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

Mensagem por RicardoVitor »

Samael escreveu:
Fernando Silva escreveu:
Samael escreveu:Alguém me defina "gerar riqueza", por favor.

Se você produz um carro, gera riqueza. Se produz uma roupa, gera riqueza.
Nem o carro nem a roupa existiam antes. Agora existem, e nada foi roubado dos operários que trabalharam para produzí-los. Eles deram sua mão de obra e receberam em troca um salário que lhes permitirá comprar roupa, comida etc., que antes eles não tinham.

Ganhou o patrão que teve lucro, ganharam os funcionários que receberam seus salários.

Será que o patrão poderia ter um lucro menor e pagar um salário maior? Sim, mas este não é o ponto.


Você não descreveu a geração de nada, apenas a transformação de materiais a partir da utilização do trabalho.


Samael, quando uma pessoa compra uma bala por R$1.20, e outra acaba comprando exatamente a mesma em outra loja por R$0.60, isso quer dizer que a primeira bala custou mais para se produzir? Afinal, o valor de ambas é definido pela transformação de materiais a partir da expropriação de trabalho alheio, não é?
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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

Mensagem por Samael »

RicardoVitor escreveu:
Samael escreveu:
Fernando Silva escreveu:
Samael escreveu:Alguém me defina "gerar riqueza", por favor.

Se você produz um carro, gera riqueza. Se produz uma roupa, gera riqueza.
Nem o carro nem a roupa existiam antes. Agora existem, e nada foi roubado dos operários que trabalharam para produzí-los. Eles deram sua mão de obra e receberam em troca um salário que lhes permitirá comprar roupa, comida etc., que antes eles não tinham.

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Será que o patrão poderia ter um lucro menor e pagar um salário maior? Sim, mas este não é o ponto.


Você não descreveu a geração de nada, apenas a transformação de materiais a partir da utilização do trabalho.


Samael, quando uma pessoa compra uma bala por R$1.20, e outra acaba comprando exatamente mesma em outra loja por R$0.60, isso quer dizer que a primeira bala custou mais para se produzir?


Não, isso quer dizer que o valor de troca dela foi diminuído devido à concorrência e que a segunda loja, possivelmente, trabalha com uma margem de lucro menor (e talvez com um capital de giro maior).

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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

Mensagem por RicardoVitor »

RicardoVitor escreveu:
Fernando Silva escreveu:
Samael escreveu:Alguém me defina "gerar riqueza", por favor.

Se você produz um carro, gera riqueza. Se produz uma roupa, gera riqueza.
Nem o carro nem a roupa existiam antes. Agora existem, e nada foi roubado dos operários que trabalharam para produzí-los. Eles deram sua mão de obra e receberam em troca um salário que lhes permitirá comprar roupa, comida etc., que antes eles não tinham.

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Será que o patrão poderia ter um lucro menor e pagar um salário maior? Sim, mas este não é o ponto.


Perfeito. E não me espanto que ainda existam aqueles que acreditam que o mercado é um jogo de soma zero. Estamos na América Latrina.


Isso, inclusive, explica o porquê de todas as economias que seguiram o modelo marxista faliram e tornaram suas populações miseráveis. Onde não se gera riqueza, se gasta mais do que se produz. Pois é, aquela historinha de Cuba ser miserável por causa do embargo americano sempre foi muito fraca, mesmo.
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Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

Mensagem por Samael »

Assim como várias economias que não seguiram o método marxista se encontram em situações extremas, da mesma forma...

E algumas que descambaram para a social-democracia também vão muito bem das pernas.

A questão é que todas as economias socialistas totalitárias se arriscaram a seguir um método revolucionário onde o capitalismo estaria totalmente sob o controle do Estado. O totalitarismo gera corrupção, é claro e, acima disso, o próprio método marxista não visa o lucro, ou seja, a economia marxista apenas desfia o capitalismo lançando-no uma crítica. Daí, as economias socialistas não poderiam produzir se baseando em Marx. O que fizeram, simplesmente, foi um método de produção totalitário qualquer.

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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

Mensagem por RicardoVitor »

Samael escreveu:
RicardoVitor escreveu:Aos defensores da idéia arcaica do "capitalismo tende ao monopólio / oligopólio", como explicam o caso da companhia aérea Gol, e sua entrada como pequena no mercado liderado pelos falcões da Varig, Vasp (na época), Transbrasil (na época), TAM e outras gigantes? Recentemente, tornou-se a segunda maior companhia aérea do país, levando as Leviatãs à falência.

E a própria TAM, com apenas pequenos serviços de taxi-aéreo no início, hoje possue mais da metade do market-share no setor. Como vocês explicam? Consideram impossível o surgimento de uma nova "Gol" ou uma nova "TAM" e repetir a mesma rasteira dada por esses geniais empreendedores?


Concorrência monopólica.


PLIM! Mais um termo... E esse é dos bons, é meio orwelliano... Vocês acham que podem alterar a realidade inventando termos para cada situação que espatifa sua ideologia?

Samael escreveu:Meia dúzia de empresas com preços quase que similares oferecendo os mesmos serviços. O mesmo ocorre na produção automobilística.


E? Cadê a explicação?

Samael escreveu:De resto, te perguntaria por que é que eu me arriscaria a criar um concorrente para a Coca-Cola ou para a Pepsi se é MUITO mais prático eu investir meu capital em duas empresas sólidas e seguras como ambas.


Risco. Há quem prefira a comodidade, mas também há aqueles que preferem uma maior liquidez. No setor de refrigerantes, notoriamente. O que não seria opção alguma se caso esquerdistas decidissem intervir no mercado, instituindo leis onde apenas alguns conseguissem se estabelecer com a totalidade do nicho de mercado. Sem isso, a formação de monopólios / oligopólios é impossível de ocorrer.
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Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

Mensagem por RicardoVitor »

Querem ver como se formam monopólios / oligopólios? Acham que são os direitistas-"faxistas"-burgueses-exploradores que são os malvados por trás destes?

O continuismo administrativo

Os ônibus urbanos e a mão dupla de Marta Suplicy

Paulo Belushi

A passagem de ônibus na cidade de São Paulo já era a mais cara do país — R$ 1,40. E os donos de empresas queriam aumentar para R$ 1,95, alegando que com a alta dos combustíveis estavam operando com prejuízo. A prefeita Marta Suplicy (do Partido dos Trabalhadores) fingiu resistir à pressão, mas a partir de 1º de janeiro as passagens custam R$ 1,70. Um aumento de 21,42%, acima do cálculo oficial de inflação para o período.

De acordo com funcionários do gabinete da prefeitura, ela não queria arriscar-se aumentando as passagens, porque isso dificultaria suas possibilidades de reeleição. Mas, estudos feitos pela Fipe — Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas — para a prefeitura apontavam para aumentos que levassem as tarifas a valores próximos ao estabelecido pela própria prefeitura.

O problema é que o Partido dos Trabalhadores faz jogo duplo. Por um lado, tenta evitar um aumento que coloque em risco a popularidade da prefeita e impeça sua reeleição. Por outro, indica executivos para as empresas de ônibus, como é o caso de Willian Ali Chaim, militante petista que dirige três empresas do grupo Romero Niquini, um dos monopólios municipais de transporte coletivo.

Chaim é militante antigo, e já foi assessor de José Dirceu, ministro da Casa Civil de Lula, e Rui Falcão, chefe do gabinete de Marta Suplicy. Hoje ele é o melhor lobista com quem contam os monopólios para defender seus interesses contra a população, entre eles o recurso do aumento da passagem.

PT criou estrutura que gera lucros milionários

O atual sistema de transporte coletivo de São Paulo foi criado pela gestão de Luíza Erundina, hoje deputada federal pelo Partido Socialista Brasileiro — PSB, sob o epíteto de "municipalização". A pretexto de aumentar o controle público sobre as empresas de ônibus, a prefeitura tomou medidas que aumentaram os lucros dos empresários e fizeram com que as passagens recebessem um aumento de quase 200% em dez anos.

No "sistema municipalizado" de Erundina, as linhas de ônibus passaram a ser controladas por uma empresa estatal, a São Paulo Transporte (SPTrans). Esta linha recolhia as passagens dos cobradores e pagava às empresas um valor fixo em contrato. Às empresas era assegurado lucro garantido, mesmo que a linha de ônibus não tivesse passageiros. O prejuízo passou a ser assumido pela prefeitura através da SPTrans.

Na gestão de Paulo Maluf, a CMTC, outra estatal concorrente dos grandes monopólios, foi privatizada. Esta medida aumentou o poder de fogo das empresas, que passaram a se concentrar em quatro grandes cartéis: os grupos de José Ruas Vaz, Constantino Oliveira, Romero Niquini e Belarmino Marta. Estes quatro empresários são donos da totalidade de empresas que prestam serviços de ônibus na capital, movimentando cerca de R$ 133 milhões de reais por mês.

O jogo de cena de Marta e das empresas

Durante a campanha eleitoral, Marta Suplicy andou de ônibus pela cidade prometendo reduzir as passagens e melhorar a qualidade dos ônibus. De concreto, o que ela fez até agora foi uma alteração na forma de remuneração das empresas, que deixou de ser fixa para se tornar proporcional ao número de passageiros. Ao mesmo tempo, facilitou a compra de mil ônibus novos para as empresas, ônibus estes que carregam na lataria a propaganda da prefeitura.

Apesar de estar em constante negociação com os empresários e não tomar medidas que os prejudiquem, mesmo que a conta seja paga pela população, a prefeitura tem enfrentado sérios impasses. Os empresários, por exemplo, não aceitaram a nova lei de transporte coletivo, promulgada em julho deste ano, que cria a possibilidade do bilhete único, promessa de campanha de Marta. Com este sistema, o passageiro poderia utilizar diversas conduções seguidas pagando apenas uma tarifa. Como os empresários não apóiam, a medida está congelada, e sequer é discutida na Câmara.

O trabalho sujo de Chaim

Neste jogo, o papel de Willian Ali Chaim tem sido importante para garantir, dentro do PT e da prefeitura, os interesses das empresas. Em meados deste ano, o então secretário Carlos Zarattini interveio em cinco empresas de ônibus que atrasavam o pagamento de seus funcionários. Foi quando Chaim assumiu a direção das três empresas do grupo de Romero Niquini.

A intervenção garantiu a prorrogação do aumento das passagens, aumento exigido pelos empresários já em princípios de 2002. Mas, também, foi um golpe mortal na gestão de Zarattini. Em outubro deste ano, Chaim denunciou ao Jornal da Tarde que o secretário de transportes perseguia o grupo Niquini e favorecia outras empresas, com o intuito de criar um monopólio das empresas de ônibus na cidade.

Mesmo sem citar outros nomes, a entrevista caiu como uma bomba, apesar do escândalo da venda de vales transportes ter sido rapidamente abafado. Zarattini não conseguiu reagir aos ataques, ficou encurralado e, dias depois, caiu.

Algumas curiosidades nos ajudam a pensar. Antes de assumir a direção das empresas de Romero Niquini, Chaim coordenava a campanha de Ricardo Zarattini, pai do ex-secretário Carlos Zarattini e militante histórico do PT. O PT, apesar de ameaçado pelo lobby de Chaim, sequer cogita a sua expulsão, embora não tenha pestanejado para afastar do partido o vereador Carlos Giannazi, quando este votou contra a redução da verba municipal na educação. Isso leva a crer que tudo não passa de um jogo do próprio PT para atender aos interesses dos monopólios sem deixar público que está contra os interesses do povo.

Jilmar Tatto, atual secretário de transportes, atrasou a publicação do decreto com as novas regras para o setor. Segundo fontes no gabinete da prefeita, este atraso visa adequar as regras aos interesses dos empresários.

Sindicato ajuda grandes empresários

Depois da municipalização os empresários sempre contaram com o providencial auxílio do sindicato dos condutores de São Paulo para pressionar a prefeitura pelo aumento de passagem. Tanto que o ex-prefeito Celso Pitta, sucessor de Maluf, chegou a declarar que as greves eram verdadeiros locautes — greve de capitalistas, constrangendo os empregados e a população a aceitar as condições patronais e monopolísticas.

A tática consistiu em atrasar o pagamento de salário dos funcionários, alegando que a empresa operava com prejuízo. O sindicato, por sua vez, organiza a greve, reivindicando não o aumento, mas, o pagamento do salário atrasado, e exigindo da prefeitura o aumento do preço da passagem. A prefeitura, por sua vez, usa a reivindicação do sindicato para atender aos interesses dos patrões.

Quem paga? A população

"Não sei se é manobra ou não. Só sei que meu salário atrasou", declara José Alberto Gonçalves, cobrador da linha que liga os terminais João Dias e Capelinha. Questionado sobre sua posição quanto ao aumento das passagens, ele não pestaneja: "Mas já está cara, não é? Para que aumentar mais?"

Durante os oito anos de governo malufista na cidade, o sindicato foi dirigido pela Central Única dos Trabalhadores — CUT, através da Corrente Sindical Classista, ligada ao Partido Comunista do Brasil. No mesmo ano em que Marta se elegeu prefeita, Edvaldo Santiago tornou-se presidente do sindicato.

Edvaldo havia sido presidente da mesma entidade antes, durante a gestão Luíza Erundina, mas, naqueles tempos ele era da CUT. Rompeu com a Central no final da administração Erundina, e constituiu a Oposição Sindical, que tomou o sindicato atrelado à Força Sindical, de Luis Antônio Medeiros.

A tática de fazer o jogo do patrão enquanto parece estar defendendo os interesses do trabalhador, se, historicamente, não cabe às gestões da CUT a originalidade de sua criação, Edvaldo, no entanto, conseguiu torná-la mais eficaz. Boa parte do trabalho de "fritura" do secretário, por exemplo, foi realizado pelo sindicato que espalhou cartazes na cidade com o slogan "Zarattini: secretário do transporte clandestino". E neste momento, os sindicalistas voltam a defender o aumento das passagens, alegando que com isso estão garantindo o pagamento em dia dos salários dos trabalhadores.

Você sabia que...

No ano de 1996, quando a passagem de ônibus em São Paulo custava 70 centavos, estudos do PT apontavam que ela poderia custar 35 centavos —a metade do que era cobrado na época?

Quando a prefeitura abriu mão de um imposto de dois centavos por passageiro, cobrado das empresas, ela passou a perder R$ 1,9 milhões por mês?

Enquanto no Rio de Janeiro os estudantes têm direito à viagem de ônibus gratuita, em São Paulo esse direito é reduzido a 25 viagens por mês, pagando metade da passagem, e não podem usar seus passes escolares nos finais de semana?


http://www.anovademocracia.com.br/06/03b.htm


Lembrando que hoje a passagem está em R$2,30...
Editado pela última vez por RicardoVitor em 15 Abr 2007, 13:17, em um total de 3 vezes.
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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

Mensagem por RicardoVitor »

Samael escreveu:Assim como várias economias que não seguiram o método marxista se encontram em situações extremas, da mesma forma...


Claro, outros fatores como guerras civis, pestes, tiranias, condições climáticas, etc, também trazem atraso. Inclusive, guerrilhas e tiranias marxistas são bastante comuns nessas outras "economias". Quer dizer, o marxismo não é uma doutrina que gera apenas atraso econômico, o estrago é ainda maior, é completo.

Samael escreveu:E algumas que descambaram para a social-democracia também vão muito bem das pernas.


Não vão bem das pernas, sei que está falando dos escandinavos, e estes não estão em boa situação atualmente. Alguns cortes no assistencialismo estatal foram recentemente anunciados, na Suécia, por exemplo. Os governos demagogos social-democratas estão caindo, devolvendo o poder àqueles que fizeram sua fama, os liberais. É muito fácil promover uma gastança com um dinheiro que não é seu, para tentar implantar um socialismo com "cara de democracia", após o país passar por longos períodos de prosperidade liberal. O difícil é se manter depois que começa a acabar a grana...
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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

Mensagem por RicardoVitor »

RicardoVitor escreveu:Zé Pilantra, um ar-condicionado na Sibéria teria muito valor? Consegue explicar o porquê?

Considere que para se produzir um ar-condicionado é necessário o emprego de muita mão-de-obra, matéria-prima e insumos no geral...


Alguém poderia responder? O Zé Pilantra, pelo visto, desistiu.
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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

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RicardoVitor escreveu:
Samael escreveu:
RicardoVitor escreveu:Aos defensores da idéia arcaica do "capitalismo tende ao monopólio / oligopólio", como explicam o caso da companhia aérea Gol, e sua entrada como pequena no mercado liderado pelos falcões da Varig, Vasp (na época), Transbrasil (na época), TAM e outras gigantes? Recentemente, tornou-se a segunda maior companhia aérea do país, levando as Leviatãs à falência.

E a própria TAM, com apenas pequenos serviços de taxi-aéreo no início, hoje possue mais da metade do market-share no setor. Como vocês explicam? Consideram impossível o surgimento de uma nova "Gol" ou uma nova "TAM" e repetir a mesma rasteira dada por esses geniais empreendedores?


Concorrência monopólica.


PLIM! Mais um termo... E esse é dos bons, é meio orwelliano... Vocês acham que podem alterar a realidade inventando termos para cada situação que espatifa sua ideologia?

Samael escreveu:Meia dúzia de empresas com preços quase que similares oferecendo os mesmos serviços. O mesmo ocorre na produção automobilística.


E? Cadê a explicação?

Samael escreveu:De resto, te perguntaria por que é que eu me arriscaria a criar um concorrente para a Coca-Cola ou para a Pepsi se é MUITO mais prático eu investir meu capital em duas empresas sólidas e seguras como ambas.


Risco. Há quem prefira a comodidade, mas também há aqueles que preferem uma maior liquidez. No setor de refrigerantes, notoriamente. O que não seria opção alguma se caso esquerdistas decidissem intervir no mercado, instituindo leis onde apenas alguns conseguissem se estabelecer com a totalidade do nicho de mercado. Sem isso, a formação de monopólios / oligopólios é impossível de ocorrer.


1- Esse termo é mais velho do que eu e você juntos. E é real.

2- Está dada já muito tempo. O valor trabalho está incutido no produto, o que variou foi o valor de troca.

3- Maior liquidez para se entrar num mercado totalmente dominado, montar firma e disputar com firmas que dominam todo o mercado e podem te destruir apenas com uma "baixada de preços" que dure meses? Vai contar história pra outro. É por isso que vejo inúmeras firmas de refrigerantes surgindo diariamente nos EUA.

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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

Mensagem por Samael »

RicardoVitor escreveu:
Samael escreveu:Assim como várias economias que não seguiram o método marxista se encontram em situações extremas, da mesma forma...


Claro, outros fatores como guerras civis, pestes, tiranias, condições climáticas, etc, também trazem atraso. Inclusive, guerrilhas e tiranias marxistas são bastante comuns nessas outras "economias". Quer dizer, o marxismo não é uma doutrina que gera apenas atraso econômico, o estrago é ainda maior, é completo.

Samael escreveu:E algumas que descambaram para a social-democracia também vão muito bem das pernas.


Não vão bem das pernas, sei que está falando dos escandinavos, e estes não estão em boa situação atualmente. Alguns cortes no assistencialismo estatal foram recentemente anunciados, na Suécia, por exemplo. Os governos demagogos social-democratas estão caindo, devolvendo o poder àqueles que fizeram sua fama, os liberais. É muito fácil promover uma gastança com um dinheiro que não é seu, para tentar implantar um socialismo com "cara de democracia", após o país passar por longos períodos de prosperidade liberal. O difícil é se manter depois que começa a acabar a grana...


1- Parabéns, é quase uma Marilena Chauí da direita, continue com a pregação, é extremamente divertida. Enfim, disputas econômicas desenfreadas ocasionaram tantas guerras...

2- Mentira das grossas. Mesmo a chegada ao "Primeiro Mundo" tanto francesa quanto italiana se deram sob forte influência estatal, isso para não dizer os EUA, onde sempre se compra produção excedente com uma guerrinha nova. Mas, os governos demagogos liberais estão caindo, devolvendo o poder àqueles que fizeram sua fama, os sociais-democratas. :emoticon12:

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Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

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Inclusive, a partir de hoje, me considero um liberal ao melhor estilo RicardoVitor, e a ele me unirei na campanha Spenceriana-Darwinista! Existem aqueles que não são incapazes nem possuem "méritos de berço" para se tornarem ricos? Perfeito! Também existem aqueles naturalmente incapazes contra os males das doenças, e, junto a isso, faremos também uma sociedade meritocrática neste sentido, abolindo a medicina! :emoticon22:

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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

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Samael escreveu:1- Esse termo é mais velho do que eu e você juntos. E é real.


E não passa de uma contradição de termos... Um duplipensar.

Samael escreveu:2- Está dada já muito tempo. O valor trabalho está incutido no produto, o que variou foi o valor de troca.


Não há valor trabalho algum no produto. Onde está a explicação?

Samael escreveu:3- Maior liquidez para se entrar num mercado totalmente dominado,


Totalmente dominado? Como? O que impede de um novo empreendimento entrar no mercado? Qual o decreto?

Samael escreveu:montar firma e disputar com firmas que dominam todo o mercado


Não existe "domínio absoluto de mercado". Pode demonstrar como uma empresa pode dominar um mercado, sem recorrer a mecanismos oficiais?

Samael escreveu:e podem te destruir apenas com uma "baixada de preços" que dure meses?


Podem? De que forma? Poderia demonstrar?

Samael escreveu:É por isso que vejo inúmeras firmas de refrigerantes surgindo diariamente nos EUA.


Exatamente.
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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

Mensagem por RicardoVitor »

Samael escreveu:Inclusive, a partir de hoje, me considero um liberal ao melhor estilo RicardoVitor, e a ele me unirei na campanha Spenceriana-Darwinista! Existem aqueles que não são incapazes nem possuem "méritos de berço" para se tornarem ricos? Perfeito! Também existem aqueles naturalmente incapazes contra os males das doenças, e, junto a isso, faremos também uma sociedade meritocrática neste sentido, abolindo a medicina! :emoticon22:


Discordo apenas da última sentença, a medicina deve servir àqueles aptos a pagar por seus serviços. Abolir a medicina é coisa daqueles seus correligionários totalitários.
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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

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RicardoVitor escreveu:
Samael escreveu:1- Esse termo é mais velho do que eu e você juntos. E é real.


E não passa de uma contradição de termos... Um duplipensar.

Samael escreveu:2- Está dada já muito tempo. O valor trabalho está incutido no produto, o que variou foi o valor de troca.


Não há valor trabalho algum no produto. Onde está a explicação?

Samael escreveu:3- Maior liquidez para se entrar num mercado totalmente dominado,


Totalmente dominado? Como? O que impede de um novo empreendimento entrar no mercado? Qual o decreto?

Samael escreveu:montar firma e disputar com firmas que dominam todo o mercado


Não existe "domínio absoluto de mercado". Pode demonstrar como uma empresa pode dominar um mercado, sem recorrer a mecanismos oficiais?

Samael escreveu:e podem te destruir apenas com uma "baixada de preços" que dure meses?


Podem? De que forma? Poderia demonstrar?

Samael escreveu:É por isso que vejo inúmeras firmas de refrigerantes surgindo diariamente nos EUA.


Exatamente.


1- Não há contradição alguma. Se duas empresas dominam um nicho de mercado e mantém preços parecidos, sendo que o faturamento de ambas é próximo, existe o que se alcunha de concorrência monopólica.

2- Te respondo a questão do valor trabalho com outra pergunta: como é que, num sistema de concorrência perfeita (oxímoro, claro), os preços NUNCA chegam a um valor que tenda a zero? Mais especificamente, com tantas indústrias automobilísticas por aí, como é que nunca vemos um carro novo ser vendido a 200 dólares?

3- O que impede? O fato de outras empresas maiores dominarem o nicho quase inteiro, fazendo com que novos investidores saibam que não vão conseguir lucrar tanto se arriscando nesse mesmo nicho. E sabendo que podem lucrar muito mais se associando com empresas já existentes. A grande cartada da AMBEV, por exemplo.

4- Simples, com a sua capacidade de sobreviver por mais tempos com preços mais baixos, o que causa estragos absurdos nas empresas mais fracas.

5- Já expliquei acima. Abaixam os preços, você deixa de vender, você vai à falência. Quer que eu desenhe? :emoticon1:

6- Claro. Vemos diariamente uma queda de preços na Pepsi, buscando desqualificar as milhares de empresas concorrenciais que ameaçam seu nicho!

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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

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RicardoVitor escreveu:
Samael escreveu:Inclusive, a partir de hoje, me considero um liberal ao melhor estilo RicardoVitor, e a ele me unirei na campanha Spenceriana-Darwinista! Existem aqueles que não são incapazes nem possuem "méritos de berço" para se tornarem ricos? Perfeito! Também existem aqueles naturalmente incapazes contra os males das doenças, e, junto a isso, faremos também uma sociedade meritocrática neste sentido, abolindo a medicina! :emoticon22:


Discordo apenas da última sentença, a medicina deve servir àqueles aptos a pagar por seus serviços. Abolir a medicina é coisa daqueles seus correligionários totalitários.


E porque é que o mérito de nascer apto a ganhar dinheiro deve se colocar acima do mérito de nascer apto a viver saudavelmente?

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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

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Samael escreveu:
RicardoVitor escreveu:
Samael escreveu:1- Esse termo é mais velho do que eu e você juntos. E é real.


E não passa de uma contradição de termos... Um duplipensar.

Samael escreveu:2- Está dada já muito tempo. O valor trabalho está incutido no produto, o que variou foi o valor de troca.


Não há valor trabalho algum no produto. Onde está a explicação?

Samael escreveu:3- Maior liquidez para se entrar num mercado totalmente dominado,


Totalmente dominado? Como? O que impede de um novo empreendimento entrar no mercado? Qual o decreto?

Samael escreveu:montar firma e disputar com firmas que dominam todo o mercado


Não existe "domínio absoluto de mercado". Pode demonstrar como uma empresa pode dominar um mercado, sem recorrer a mecanismos oficiais?

Samael escreveu:e podem te destruir apenas com uma "baixada de preços" que dure meses?


Podem? De que forma? Poderia demonstrar?

Samael escreveu:É por isso que vejo inúmeras firmas de refrigerantes surgindo diariamente nos EUA.


Exatamente.


1- Não há contradição alguma. Se duas empresas dominam um nicho de mercado e mantém preços parecidos, sendo que o faturamento de ambas é próximo, existe o que se alcunha de concorrência monopólica.


A contradição é bem óbvia, por definição um monopólio tem que ser exclusivo, não é algo que pode ser partilhado. Concorrência diz exatamente o contrário. São dois termos contraditórios, assim como "Guerra pacífica".

Samael escreveu:2- Te respondo a questão do valor trabalho com outra pergunta:


Por que a fuga da questão inicial?

Samael escreveu:como é que, num sistema de concorrência perfeita (oxímoro, claro), os preços NUNCA chegam a um valor que tenda a zero? Mais especificamente, com tantas indústrias automobilísticas por aí, como é que nunca vemos um carro novo ser vendido a 200 dólares?


Porque diversas pessoas pagam pelo preço do carro, consideram o produto valioso de tal maneira. Do contrário, ou não seriam fabricados, ou teriam seus preços reduzidos até que se encaixassem em quanto os indivíduos o valorizam. É tão óbvia a resposta que ainda acredito que tenha feito essa pergunta somente como artifício para tentar escapar da minha anterior.

Samael escreveu:3- O que impede? O fato de outras empresas maiores dominarem o nicho quase inteiro, fazendo com que novos investidores saibam que não vão conseguir lucrar tanto se arriscando nesse mesmo nicho. E sabendo que podem lucrar muito mais se associando com empresas já existentes. A grande cartada da AMBEV, por exemplo.


De novo, o mesmo determinismo. Há algum decreto que impeça um empreendimento de entrar no mercado? Como já disse:

"Há quem prefira a comodidade, mas também há aqueles que preferem uma maior liquidez. No setor de refrigerantes, notoriamente. O que não seria opção alguma se caso esquerdistas decidissem intervir no mercado, instituindo leis onde apenas alguns conseguissem se estabelecer com a totalidade do nicho de mercado. Sem isso, a formação de monopólios / oligopólios é impossível de ocorrer."

Esse é o caso da Gol, que entrou em um mercado saturado, "dominado", e hoje é a segunda maior companhia aérea do país. Queiram vocês ou não.

Samael escreveu:4- Simples, com a sua capacidade de sobreviver por mais tempos com preços mais baixos, o que causa estragos absurdos nas empresas mais fracas.


O que determina essa "capacidade de sobreviver", senão o investimento por trás dessas empresas? Como você acha que uma Google, por exemplo, conseguiu sobreviver e crescer contra os preços de gigantes como Yahoo, Lycos e etc? Onde está a Google agora? Por que seus investidores não preferiram investir no Yahoo, uma empresa "bem estabelecida" e gigante do setor, ao invés de arriscar? Não sei dizer se a sua concepção peca mais por ser arcaica ou por ser determinista.

Samael escreveu:5- Já expliquei acima. Abaixam os preços, você deixa de vender, você vai à falência. Quer que eu desenhe? :emoticon1:


Como já disse, não compartilho desse determinismo. O capitalismo contemporâneo não é o mesmo daquele do século XIX, que vocês analisam. Investidores atrás de oportunidades novas sempre existirão, e ganham rios de dinheiro quando conseguem passar a perna nas gigantes. Os exemplos são inúmeros. Você acredita que não irá aparecer ninguém para bater, por exemplo, a Ford e a Chevrolet?

Samael escreveu:6- Claro. Vemos diariamente uma queda de preços na Pepsi, buscando desqualificar as milhares de empresas concorrenciais que ameaçam seu nicho!


Nem tanto. A Pepsi, junto com a Coca-Cola, tenta oferecer uma maior qualidade em troca de um preço maior, enquanto algumas concorrentes tentam o contrário. É parecido com a concorrência TAM/Gol hoje. E quem decide no final quem deve obter maiores ganhos são exatamente os indivíduos, e não um grupinho de economistas marxistas. Ainda bem.
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Re: Re.: O paradoxo do valor de água e diamantes

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Samael escreveu:
RicardoVitor escreveu:
Samael escreveu:Inclusive, a partir de hoje, me considero um liberal ao melhor estilo RicardoVitor, e a ele me unirei na campanha Spenceriana-Darwinista! Existem aqueles que não são incapazes nem possuem "méritos de berço" para se tornarem ricos? Perfeito! Também existem aqueles naturalmente incapazes contra os males das doenças, e, junto a isso, faremos também uma sociedade meritocrática neste sentido, abolindo a medicina! :emoticon22:


Discordo apenas da última sentença, a medicina deve servir àqueles aptos a pagar por seus serviços. Abolir a medicina é coisa daqueles seus correligionários totalitários.


E porque é que o mérito de nascer apto a ganhar dinheiro deve se colocar acima do mérito de nascer apto a viver saudavelmente?


Por que são os limites naturais. Não há lanche grátis, sem o trabalho o homem é miserável e suscetível à doenças. É o estado natural das coisas. Não devemos intervir no flagelo dos preguiçosos e dos fracos, porque senão estaremos condenando aqueles que trabalham e os saudáveis ao mesmo flagelo. Não há nada mais injusto do que tentar tornar iguais coisas desiguais, como tenta há séculos o cristianismo e seus derivados...
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