Fernando escreveu:Sinceramente, eu não entendo algumas coisas em ateus. Desde quando só é possível dar assentimento a algo apenas e exclusivamente quando algo é comprovado cientificamente? Isso é uma extravagância. Se vc admite a existência de religiosos sérios e confiáveis, então vc precisa explicar pq não podemos confiar em seus relatos. Não são eles confiáveis? Ou eles são confiáveis e não-confiáveis ao mesmo tempo?
Na realidade, essas eram palavras minhas. (ele ainda não sabe quotar)
Eu acho compreensível dar crédito a comunidade científica, e ao mesmo tempo entendo que, é mais difícil e problematico fazer o mesmo com a religião.
Alguns religiosos são confiáveis como os cientistas, outros não.
O problema se resume a não poder distinguir entre um e outro.
Fernando escreveu:A sua mãe é alguém confiável para vc. E lhe disse que vc nasceu em 1958 (ou 59, não sei exatamente) e vc assente a isso. Vc acredita que realmente nasceu no ano, no mês, no dia, na hora e no local que vc nasceu. Vc simplesmente não põe realmente isso em dúvida. Acredita nisso simplesmente.
Sim, mas existem diferenças pertinentes entre diversos tipo de afirmação.
Sei lá, se qualquer religioso me diz que já transou, não vejo motivo pra duvidar disso... Já se qualquer um me diz que a igreja X é a única que permite a "salvação", ai já temos motivos para usar do ceticismo.
Fernando escreveu:Agora, tudo bem. Uma coisa é a consideração da religiosidade enquanto algo mensurável, enquanto uma ciência empírica possível. Outra coisa bem diferente é dar assentimento a algo que não é provado cientificamente. Contudo o que eu não entendo, é pq é necessário assentir apenas a coisas provadas cientificamente? Parece que alguns ateus só assentem a algo quando é provado cientificamente.
Sim, verdade...
Na realidade sou mais cético que isso... Entretanto, compreendo os motivos de alguns ateus para isso e, acho isso uma posição um tanto comodista, mas justificada.
Particularmente, creio que o ideal seja combinar o ceticismo científico ao filosófico, onde o que define o que é mais digno de credito é a razão da pessoa.
Eu, por exemplo, dou credito a algumas coisas que leio na religião, pois a razão me diz que isso é semelhante a coisas que já comprovei e, que é uma coisa lógica e plausivel... o mesmo vale para coisas provadas cientificamente.
Por outro lado, esse "credito" que dou, sempre está firmado em uma base sólida de duvida.
Isso vale pro dois lados.
Por exemplo, eu já percebi enganos inclusive na ciência, em aéreas como a psicologia e psiquiatria.
Nessas áreas a palavra deles é posta em duvida tanto quanto a de qualquer religioso, o mesmo vale para outras ciências humanas, como historia, sociologia, antropologia e outras.
No geral o que se diz cientificamente comprovado, é digno de credito sim, mas isso não significa que se está livre de enganos e que não se tenha que manter um "desapego" a idéia supostamente provada.
Fernando escreveu:Por favor. Dar assentimento a algo é uma coisa. Provar cientificamente algo é outra coisa. Uma prova científica pode ou não ser um objeto do assentimento. Mas não é a única forma pela qual assentimos a algo.
Sim, exatamente.
Esse ponto é justamente o que procuro tornar mais claro.
Veja que, por exemplo, eu falo que o que realmente importa é a possibilidade de "verificar" algo, independente do meio que o apresente.
Só que você tocou em um outro tipo de assentimento que, foge ao escopo da minha argumentação, não por que eu não compreenda ou não concorde com isso, apenas porque a ponto em que foco a discussão... por si só já foi digno de polêmica.
Se eu fosse puxar a discussão pra esse lado então...
O ponto que você toca, seria mais semelhante a estudar filosofia, onde você estuda algo, entende a lógica e por considerar que está correta e, de acordo com os fatos observáveis em nosso mundo, da credito a ela.
Nesse caso, outros meios, como o místico-religioso, funcionam da mesma forma e podem receber exatamente o mesmo tipo de credito.
A filosofia é levada a sério por muitos ateus, por exemplo, mas a religião, mesmo contendo filosofia, é vista como baboseira... Isso é dogmatismo de alguns.
As duas em muitos casos, merecem o mesmo tipo de credito, pois são semelhantes.