Questão teocrática de cunho pessoal...hehehe

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Apocaliptica

Re: Questão teocrática de cunho pessoal...hehehe

Mensagem por Apocaliptica »

André escreveu:
Apocaliptica escreveu:
André escreveu:
Apocaliptica escreveu:Devo me amar menos do que a Deus?

O que acham?

Minha auto-estima deve ser norteada pelo que faço de bom a Deus? Por quê?

Se eu desobedecer e me amar mais do que a ele, a lei divina me pega? Ficarei condenada sem indulto...nem no Natal, Páscoa, Corpus Christi...nada?


Devo amar a Deus mais do que a minha filha e marido, por exemplo?

Devo me sacrificar e sacrificar as pessoas que amo se Deus assim exigir?

Qual o sentido disto?

Por que Deus é dependente de nosso amor assim?
O cara deveria se tratar, sinceramente.


Apo não sou religioso, mas vou dar pitaco.

O que vc está falando é da tradição judaico-cristã. Pois bem. Nessa existe o que vou chamar de esquema da salvação, vc sabe o que é. Ir pro inferno, ou pro céu e afins.

Nessa, amar Deus, está acima de amar vc mesmo, pq ele te gerou, e ao ama-lo, vc refaz sua ligação espiritual com ele. Amar vc mesmo mais afastaria dessa ligação que é entendida como a principal para salvação, acima de tudo mais. É por isso o primeiro mandamento.

A idéia é que somente amando deus dessa forma, vc se salva, ele teria oferecido assim sua chance, que depende primeiro dessa. Logo ele não depende de vc, mas vc depende dele para existir e amar ele para se salvar. Se vc não amar, teria ignorado os sinais, os avisos, e por isso sua condenação ao inferno seria inteiramente sua responsabilidade.

Obvio que isso é de um autoritarismo craso, que busca castrar as pessoas de pensamento divergente e direcionar não somente a Deus, mas a uma serie de conseqüências conectadas religião enquanto instituição.


Não...na verdade, aparentemente pode parecer que seja uma alusão ao mandamento, mas eu me referia ao amor absoluto por deus o criador mesmo, inclusive Alah, pelo qual se mata e se morre e matar e morrer, no meu juízo não é amor.
É um tópico irônico apenas, mas com questões acerca do egoísmo e da hipocrisia humanos, negando que querem mais é obter alguma coisa em troca, mesmo que seja estupidamente um lugar no céu. :emoticon4:


AHHHH.

A exigencia, tipica desse tipo de formulação, tem dois problemas. Um como já apontado depois de colocar isso na cabeça das pessoas, convencer ele a se explodir é um passo, assim como variações, dois demonstra o pensamento utilitarista e egocentrico do homem, que prefere o conforto de acreditar em algo que lhe garante um "lugar no ceu". Pois ao depositar em Deus, ele faz isso tendo um objetivo pessoal.


Pois é...mas há saídas, desde que se assuma que são escolhas pessoais calcadas na fé e na entrega à vontade de outrem.
Admitir é que é!

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Edson Jr
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Re: Re.: Questão teocrática de cunho pessoal...hehehe

Mensagem por Edson Jr »

Apocaliptica escreveu::emoticon12:

Ele quis traçar algum tipo de paralelo simplificado.


Exatamente...
"Três paixões, simples mas irresistivelmente fortes, governam minha vida: o desejo imenso de amar, a procura do conhecimento e a insuportável compaixão pelo sofrimento da humanidade." (Bertrand Russel)

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Edson Jr
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Mensagem por Edson Jr »

André escreveu:Queremos, mas o amor altruista que dá sem exigir nada em troca, e coloca a felicidade do outro acima da sua é a forma de amor mais bela, penso eu.


O único problema é que isso não existe. Quando ocorre algo semelhnte, normalmente é fruto de uma carência ou uma espécie de neurose caracterizada por uma fuga da realidade.
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Edson Jr
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Mensagem por Edson Jr »

Apocaliptica escreveu:Altruísmo tem limites, estoura mais cedo ou mais tarde. Não é belo, é doloroso, por isto é o preferido pelos românticos de Byron. Doente e destrutivo.
O melhor amor é o que troca. Seja lá por quem for e como for.
Sou capaz de amar minha filha incondicionalmente e amor maior e mais vindo das entranhas não há. Mas sempre é frustante e doloroso quando um filho não devolve. E por isto os crimes de pais e filhos chocam tanto.
Quanto ao amor romântico, amar sem ser amado é uma coisa muito triste. E não vale o sacrifício.


Apo,

Existe, ao meu ver, duas desvantagens fáceis de se verificar no amor altruísta:

1 - Ele nos torna extremamente vulneráveis ao sofrimento.
2 - Não são todos que merecem nosso amor.
"Três paixões, simples mas irresistivelmente fortes, governam minha vida: o desejo imenso de amar, a procura do conhecimento e a insuportável compaixão pelo sofrimento da humanidade." (Bertrand Russel)

Apocaliptica

Mensagem por Apocaliptica »

Edson Jr escreveu:
André escreveu:Queremos, mas o amor altruista que dá sem exigir nada em troca, e coloca a felicidade do outro acima da sua é a forma de amor mais bela, penso eu.


O único problema é que isso não existe. Quando ocorre algo semelhnte, normalmente é fruto de uma carência ou uma espécie de neurose caracterizada por uma fuga da realidade.


Perfeito.

Apocaliptica

Mensagem por Apocaliptica »

Edson Jr escreveu:
Apocaliptica escreveu:Altruísmo tem limites, estoura mais cedo ou mais tarde. Não é belo, é doloroso, por isto é o preferido pelos românticos de Byron. Doente e destrutivo.
O melhor amor é o que troca. Seja lá por quem for e como for.
Sou capaz de amar minha filha incondicionalmente e amor maior e mais vindo das entranhas não há. Mas sempre é frustante e doloroso quando um filho não devolve. E por isto os crimes de pais e filhos chocam tanto.
Quanto ao amor romântico, amar sem ser amado é uma coisa muito triste. E não vale o sacrifício.


Apo,

Existe, ao meu ver, duas desvantagens fáceis de se verificar no amor altruísta:

1 - Ele nos torna extremamente vulneráveis ao sofrimento.
2 - Não são todos que merecem nosso amor.


Perfeito 2. :emoticon4:

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André
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Mensagem por André »

Edson Jr escreveu:
André escreveu:Queremos, mas o amor altruista que dá sem exigir nada em troca, e coloca a felicidade do outro acima da sua é a forma de amor mais bela, penso eu.


O único problema é que isso não existe. Quando ocorre algo semelhnte, normalmente é fruto de uma carência ou uma espécie de neurose caracterizada por uma fuga da realidade.


Foi assim que amei já mais de uma vez e para minha sorte foi reciproco enquanto durou. Ai acabou e é bola pra frente.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

Elvis não morreu
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Mensagem por Elvis não morreu »

Edson Jr escreveu:
André escreveu:Queremos, mas o amor altruista que dá sem exigir nada em troca, e coloca a felicidade do outro acima da sua é a forma de amor mais bela, penso eu.


O único problema é que isso não existe. Quando ocorre algo semelhnte, normalmente é fruto de uma carência ou uma espécie de neurose caracterizada por uma fuga da realidade.


Baseado em que estudo científico sério vc conclui isso?
what sound you?

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Edson Jr
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Mensagem por Edson Jr »

André escreveu:
Edson Jr escreveu:
André escreveu:Queremos, mas o amor altruista que dá sem exigir nada em troca, e coloca a felicidade do outro acima da sua é a forma de amor mais bela, penso eu.


O único problema é que isso não existe. Quando ocorre algo semelhnte, normalmente é fruto de uma carência ou uma espécie de neurose caracterizada por uma fuga da realidade.


Foi assim que amei já mais de uma vez e para minha sorte foi reciproco enquanto durou. Ai acabou e é bola pra frente.


Foi amor ou paixão?
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Edson Jr
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Mensagem por Edson Jr »

Elvis não morreu escreveu:
Edson Jr escreveu:
André escreveu:Queremos, mas o amor altruista que dá sem exigir nada em troca, e coloca a felicidade do outro acima da sua é a forma de amor mais bela, penso eu.


O único problema é que isso não existe. Quando ocorre algo semelhnte, normalmente é fruto de uma carência ou uma espécie de neurose caracterizada por uma fuga da realidade.


Baseado em que estudo científico sério vc conclui isso?


Elvis não morreu;

Existem determinados assuntos que são muito mais filosóficos do que científicos. Acredito que esse seja um deles.

Dessa forma, minha posição com relação ao tema têm caráter muito mais subjetivo do que objetivo.
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Márcio
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Re: Questão teocrática de cunho pessoal...hehehe

Mensagem por Márcio »

Apocaliptica escreveu:Devo me amar menos do que a Deus?

O que acham?

Minha auto-estima deve ser norteada pelo que faço de bom a Deus? Por quê?

Se eu desobedecer e me amar mais do que a ele, a lei divina me pega? Ficarei condenada sem indulto...nem no Natal, Páscoa, Corpus Christi...nada?


Devo amar a Deus mais do que a minha filha e marido, por exemplo?

Devo me sacrificar e sacrificar as pessoas que amo se Deus assim exigir?

Qual o sentido disto?

Por que Deus é dependente de nosso amor assim?
O cara deveria se tratar, sinceramente.


Prá mim é estranho esse paralelo que se estabelece entre o deus e o amor.

Coisas como amor e ódio são derivados da moral humana, que está intimamente ligada à nossa falibilidade, nossa mortalidade, nossas expectativas em viver o melhor possível dentro de tantas limitações.

O Universo é amoral completamente, fazemos uma leitura dele (a parte que nossos sentidos podem perceber), conceituando as ações e reações que ocorrem de acordo com aquilo que afeta á nós enquanto sêres efêmeros e sujeitos ao sistema Universal à nossa volta, nosso mundo imediato.

A maioria das descrições que fazem de um possível deus, parece se referir mais à figura paterna, o tal ''deus'' deve ter tido sua origem primeira no ''pai'' humano que de uma certa forma ''cria'' a sua ''criatura'' que antes não havia, cuida dela, a protege do meio agressivo, até que esta possa exercer seu ''livre-arbítrio'' pleno, não obstante parece exigir da cria um amor na mesma medida daquele que ele supõe oferecer, o pai ama seu filho, faz planos para ele, quer sua felicidade, etc e tal, daí para se transpor ao mito ''deus'' é um pequeno passo.

Prá mim esse deus mitológico atual é a figura do pai humano extrapolada, óbviamente devemos somar à isso muitas outras querelas.

Em essência o tal deus é pai e filho (o deus cristão é assim, só não definí ainda o que seria o espírito-santo), assim como o pai humano também o é.

Um possível deus (deveria ter outro nome), prá mim e minhas conjecturas, seria algo como o Universo em curso (que pode ser uma parte dele, talvez), um sistema senhor de si mesmo, amoral, já que é indestrutível, ainda que mutável quanto as configurações que pode assumir infinitamente.

Quanto a nós, somos apenas uma parte dessa configuração que por hora está em curso, ainda que sejamos uma configuração que ''pensa''.

Quanto ao amor, só faz parte do nosso mundo mental, coisa íntima de cada um, que acaba se somando ao mundo coletivo mental.

É mais ou menos assim que penso!
O ateísmo é uma consequência em mim, não uma militância sistemática.

'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)

Não importa se você faz um pacto com deus ou o demônio, em quaisquer dos casos é a sua alma que será perdida, corrompida...!

Apocaliptica

Mensagem por Apocaliptica »

Elvis não morreu escreveu:
Edson Jr escreveu:
André escreveu:Queremos, mas o amor altruista que dá sem exigir nada em troca, e coloca a felicidade do outro acima da sua é a forma de amor mais bela, penso eu.


O único problema é que isso não existe. Quando ocorre algo semelhnte, normalmente é fruto de uma carência ou uma espécie de neurose caracterizada por uma fuga da realidade.


Baseado em que estudo científico sério vc conclui isso?


Este tipo de conclusão demanda algum estudo científico sério? Que tal Psicanálise de Freud? É uma forma de ver a questão...

Apocaliptica

Re: Questão teocrática de cunho pessoal...hehehe

Mensagem por Apocaliptica »

Márcio escreveu:
Apocaliptica escreveu:Devo me amar menos do que a Deus?

O que acham?

Minha auto-estima deve ser norteada pelo que faço de bom a Deus? Por quê?

Se eu desobedecer e me amar mais do que a ele, a lei divina me pega? Ficarei condenada sem indulto...nem no Natal, Páscoa, Corpus Christi...nada?


Devo amar a Deus mais do que a minha filha e marido, por exemplo?

Devo me sacrificar e sacrificar as pessoas que amo se Deus assim exigir?

Qual o sentido disto?

Por que Deus é dependente de nosso amor assim?
O cara deveria se tratar, sinceramente.


Prá mim é estranho esse paralelo que se estabelece entre o deus e o amor.

Coisas como amor e ódio são derivados da moral humana, que está intimamente ligada à nossa falibilidade, nossa mortalidade, nossas expectativas em viver o melhor possível dentro de tantas limitações.

O Universo é amoral completamente, fazemos uma leitura dele (a parte que nossos sentidos podem perceber), conceituando as ações e reações que ocorrem de acordo com aquilo que afeta á nós enquanto sêres efêmeros e sujeitos ao sistema Universal à nossa volta, nosso mundo imediato.

A maioria das descrições que fazem de um possível deus, parece se referir mais à figura paterna, o tal ''deus'' deve ter tido sua origem primeira no ''pai'' humano que de uma certa forma ''cria'' a sua ''criatura'' que antes não havia, cuida dela, a protege do meio agressivo, até que esta possa exercer seu ''livre-arbítrio'' pleno, não obstante parece exigir da cria um amor na mesma medida daquele que ele supõe oferecer, o pai ama seu filho, faz planos para ele, quer sua felicidade, etc e tal, daí para se transpor ao mito ''deus'' é um pequeno passo.

Prá mim esse deus mitológico atual é a figura do pai humano extrapolada, óbviamente devemos somar à isso muitas outras querelas.

Em essência o tal deus é pai e filho (o deus cristão é assim, só não definí ainda o que seria o espírito-santo), assim como o pai humano também o é.

Um possível deus (deveria ter outro nome), prá mim e minhas conjecturas, seria algo como o Universo em curso (que pode ser uma parte dele, talvez), um sistema senhor de si mesmo, amoral, já que é indestrutível, ainda que mutável quanto as configurações que pode assumir infinitamente.

Quanto a nós, somos apenas uma parte dessa configuração que por hora está em curso, ainda que sejamos uma configuração que ''pensa''.

Quanto ao amor, só faz parte do nosso mundo mental, coisa íntima de cada um, que acaba se somando ao mundo coletivo mental.

É mais ou menos assim que penso!


Perfeito, Márcio. O mais interessante de tudo é o quanto projetamos de nós mesmos em deuses e figuras que necessitamos criar, para externar justamente as figuras paternas e maternas. Diz-se que a figura feminina era muito mais presente nos Evangelhos, mas muitas passagens foram cortadas e omitidas , outras alteradas e o panorama da Criação e seu criador passou a ser quase que exclusivamente masculino. Mas isto não importa, pois os papéis e conflitos de pai e mãe estão todos lá.

Meu tópico era uma ironia, fazendo relação entre auto-estima, amor próprio e a necessidade que alguns seres humanos têm de se fragilizar perante um ser superior que os domine e os escravize à sua vontade. A submissão é tão doentia que se auto pune e preserva o castigo e o perdão como forma de alimentar o mito.

É triste, mas é assim que a dor humana cria suas fantasias.

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Edson Jr
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Mensagem por Edson Jr »

Apocaliptica escreveu:
Elvis não morreu escreveu:
Edson Jr escreveu:
André escreveu:Queremos, mas o amor altruista que dá sem exigir nada em troca, e coloca a felicidade do outro acima da sua é a forma de amor mais bela, penso eu.


O único problema é que isso não existe. Quando ocorre algo semelhnte, normalmente é fruto de uma carência ou uma espécie de neurose caracterizada por uma fuga da realidade.


Baseado em que estudo científico sério vc conclui isso?


Este tipo de conclusão demanda algum estudo científico sério? Que tal Psicanálise de Freud? É uma forma de ver a questão...


Freud foi um gênio! Ao meu ver, foi o que viu a "alma humana" com maior profundidade e precisão.
"Três paixões, simples mas irresistivelmente fortes, governam minha vida: o desejo imenso de amar, a procura do conhecimento e a insuportável compaixão pelo sofrimento da humanidade." (Bertrand Russel)

Apocaliptica

Mensagem por Apocaliptica »

Edson Jr escreveu:
Apocaliptica escreveu:
Elvis não morreu escreveu:
Edson Jr escreveu:
André escreveu:Queremos, mas o amor altruista que dá sem exigir nada em troca, e coloca a felicidade do outro acima da sua é a forma de amor mais bela, penso eu.


O único problema é que isso não existe. Quando ocorre algo semelhnte, normalmente é fruto de uma carência ou uma espécie de neurose caracterizada por uma fuga da realidade.


Baseado em que estudo científico sério vc conclui isso?


Este tipo de conclusão demanda algum estudo científico sério? Que tal Psicanálise de Freud? É uma forma de ver a questão...


Freud foi um gênio! Ao meu ver, foi o que viu a "alma humana" com maior profundidade e precisão.


Freud já foi muito criticado, teve muitos seguidores e muitos que o contradisseram. Era uma personalidade perturbada , inclusive pela relação que teve com a própria mãe. Eu mesma tenho alguns senões quanto à algumas coisas da escola psicanalítica. Mas volta e meia acabo por me afinar com as conclusões dele, por sempre batem com as minhas. Afinidade de pensamento ou não, o fato é que ele foi o que primeiro decodificou a mente, alma ou seja lá o que for humanos, dando ao conjunto dinâmico o nome de psiché. É apenas uma forma de ver os conflitos de vida e morte, intermediados pela energia sexual, dividos em 3 instintos básicos ( EROS , TANATHOS e LIBIDO) e em níveis de consciência mais ou menos interligados ( ID, EGO e SUPEREGO).

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André
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Mensagem por André »

Edson Jr escreveu:
André escreveu:
Edson Jr escreveu:
André escreveu:Queremos, mas o amor altruista que dá sem exigir nada em troca, e coloca a felicidade do outro acima da sua é a forma de amor mais bela, penso eu.


O único problema é que isso não existe. Quando ocorre algo semelhnte, normalmente é fruto de uma carência ou uma espécie de neurose caracterizada por uma fuga da realidade.


Foi assim que amei já mais de uma vez e para minha sorte foi reciproco enquanto durou. Ai acabou e é bola pra frente.


Foi amor ou paixão?


Amor que durou anos, com todos suas alegrias, dificuldades.Mas querer o bem do outro acima do seu foi mutuo por um tempo. Depois se desgastou, e acabou, mas enquanto durou valeu a pena. E ninguém vai determinar por mim a minha forma de amar.
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Re.: Questão teocrática de cunho pessoal...hehehe

Mensagem por Apocaliptica »

OUN que lindo... :emoticon1:

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André
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Mensagem por André »

Edson Jr escreveu:
Elvis não morreu escreveu:
Edson Jr escreveu:
André escreveu:Queremos, mas o amor altruista que dá sem exigir nada em troca, e coloca a felicidade do outro acima da sua é a forma de amor mais bela, penso eu.


O único problema é que isso não existe. Quando ocorre algo semelhnte, normalmente é fruto de uma carência ou uma espécie de neurose caracterizada por uma fuga da realidade.


Baseado em que estudo científico sério vc conclui isso?


Elvis não morreu;

Existem determinados assuntos que são muito mais filosóficos do que científicos. Acredito que esse seja um deles.

Dessa forma, minha posição com relação ao tema têm caráter muito mais subjetivo do que objetivo.


Ou seja, é apenas sua opinião e não pode ser levado em conta como uma afirmação categorica universal, como ela se apresenta. Pois pessoas diferentes podem pensar diferente, e ainda bem por isso.
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Re.: Questão teocrática de cunho pessoal...hehehe

Mensagem por Apocaliptica »

Bom, estávamos debatendo o amor. O assunto não é de cunho científico. O que não invalida as opiniões.

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André
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Re: Re.: Questão teocrática de cunho pessoal...hehehe

Mensagem por André »

Apocaliptica escreveu:OUN que lindo... :emoticon1:


Tb acho. Singelo ne?

Pois é sou assim mesmo, tenho episodios cinicos,ironicos(uma boa ironia as vezes é fundamental) mas não sou dominado pelo cinismo, acredito muito no amor. Não é uma fé cega, e o amor não pode servir de desculpa para um monte de coisas, mas como um ideal a ser perseguido, cujas ramificações, influenciam aquilo que eu dou mais valor, nisso acreditar no amor, é importante.

Embora eu saiba que na prática eu tenha meus limites,erros egoismos, e afins. Não nego, mas não os aceito passivamente. O meu lado Negro(star wars heheh) existe, odio, medo, ...eu apenas espero que o outro lado de amor, esperança, respeito, solidariedade, o supere, e é o que desejo e procuro fazer. E espero estar sempre na busca, achar que chegou lá é um saco.
Editado pela última vez por André em 30 Jun 2007, 00:36, em um total de 1 vez.
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Re: Re.: Questão teocrática de cunho pessoal...hehehe

Mensagem por André »

Apocaliptica escreveu:Bom, estávamos debatendo o amor. O assunto não é de cunho científico. O que não invalida as opiniões.


Claro que não invalida, todos tem podem expor suas opinioes. È apenas preferivel que isso fique claro, e da forma como expos parecia que era uma verdade inquestionável. Alias modos operandi do Edson atualmente, colocar o que ele pensa como algo inescapavel, e inquestionável, e foi que foi questionado.

A opiniao dele é legitima, o que não significa que eu não possa discordar.
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Re: Re.: Questão teocrática de cunho pessoal...hehehe

Mensagem por Apocaliptica »

André escreveu:
Apocaliptica escreveu:OUN que lindo... :emoticon1:


Tb acho. Singelo ne?

Pois é sou assim mesmo, tenho episodios cinicos,ironicos(uma boa ironia as vezes é fundamental) mas não sou dominado pelo cinismo, acredito muito no amor. Não é uma fé cega, e o amor não pode servir de desculpa para um monte de coisas, mas como um ideal a ser perseguido, cujas ramificações, influenciam aquilo que eu dou mais valor, nisso acreditar no amor, é importante.

Embora eu saiba que na prática eu tenha meus limites,erros egoismos, e afins. Não nego, mas não os aceito passivamente. O meu lado Negro(star wars heheh) existe, odio, medo, ...eu apenas espero que o outro lado de amor, esperança, respeito, solidariedade, o supere, e é o que desejo e procuro fazer. E espero estar sempre na busca, achar que chegou lá é um saco.


Verdade. Nunca se chega lá. Surpresas e sustos fazem parte da vida. Se terminar, acabou literalmente.

Apocaliptica

Re: Re.: Questão teocrática de cunho pessoal...hehehe

Mensagem por Apocaliptica »

André escreveu:
Apocaliptica escreveu:Bom, estávamos debatendo o amor. O assunto não é de cunho científico. O que não invalida as opiniões.


Claro que não invalida, todos tem podem expor suas opinioes. È apenas preferivel que isso fique claro, e da forma como expos parecia que era uma verdade inquestionável. Alias modos operandi do Edson atualmente, colocar o que ele pensa como algo inescapavel, e inquestionável, e foi que foi questionado.

A opiniao dele é legitima, o que não significa que eu não possa discordar.


Claro, o debate é feito de discordâncias...hehehe

Mas às vzes acho que as pessoas aqui no RV levam tudo muito à sério... :emoticon12:

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Re: Re.: Questão teocrática de cunho pessoal...hehehe

Mensagem por André »

Apocaliptica escreveu:
André escreveu:
Apocaliptica escreveu:Bom, estávamos debatendo o amor. O assunto não é de cunho científico. O que não invalida as opiniões.


Claro que não invalida, todos tem podem expor suas opinioes. È apenas preferivel que isso fique claro, e da forma como expos parecia que era uma verdade inquestionável. Alias modos operandi do Edson atualmente, colocar o que ele pensa como algo inescapavel, e inquestionável, e foi que foi questionado.

A opiniao dele é legitima, o que não significa que eu não possa discordar.


Claro, o debate é feito de discordâncias...hehehe

Mas às vzes acho que as pessoas aqui no RV levam tudo muito à sério... :emoticon12:


É o stress dos pos-contemporaneos, e suas neuroses. :emoticon12:
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Re: Questão teocrática de cunho pessoal...hehehe

Mensagem por Márcio »

Apocaliptica escreveu:
Márcio escreveu:
Apocaliptica escreveu:Devo me amar menos do que a Deus?

O que acham?

Minha auto-estima deve ser norteada pelo que faço de bom a Deus? Por quê?

Se eu desobedecer e me amar mais do que a ele, a lei divina me pega? Ficarei condenada sem indulto...nem no Natal, Páscoa, Corpus Christi...nada?


Devo amar a Deus mais do que a minha filha e marido, por exemplo?

Devo me sacrificar e sacrificar as pessoas que amo se Deus assim exigir?

Qual o sentido disto?

Por que Deus é dependente de nosso amor assim?
O cara deveria se tratar, sinceramente.


Prá mim é estranho esse paralelo que se estabelece entre o deus e o amor.

Coisas como amor e ódio são derivados da moral humana, que está intimamente ligada à nossa falibilidade, nossa mortalidade, nossas expectativas em viver o melhor possível dentro de tantas limitações.

O Universo é amoral completamente, fazemos uma leitura dele (a parte que nossos sentidos podem perceber), conceituando as ações e reações que ocorrem de acordo com aquilo que afeta á nós enquanto sêres efêmeros e sujeitos ao sistema Universal à nossa volta, nosso mundo imediato.

A maioria das descrições que fazem de um possível deus, parece se referir mais à figura paterna, o tal ''deus'' deve ter tido sua origem primeira no ''pai'' humano que de uma certa forma ''cria'' a sua ''criatura'' que antes não havia, cuida dela, a protege do meio agressivo, até que esta possa exercer seu ''livre-arbítrio'' pleno, não obstante parece exigir da cria um amor na mesma medida daquele que ele supõe oferecer, o pai ama seu filho, faz planos para ele, quer sua felicidade, etc e tal, daí para se transpor ao mito ''deus'' é um pequeno passo.

Prá mim esse deus mitológico atual é a figura do pai humano extrapolada, óbviamente devemos somar à isso muitas outras querelas.

Em essência o tal deus é pai e filho (o deus cristão é assim, só não definí ainda o que seria o espírito-santo), assim como o pai humano também o é.

Um possível deus (deveria ter outro nome), prá mim e minhas conjecturas, seria algo como o Universo em curso (que pode ser uma parte dele, talvez), um sistema senhor de si mesmo, amoral, já que é indestrutível, ainda que mutável quanto as configurações que pode assumir infinitamente.

Quanto a nós, somos apenas uma parte dessa configuração que por hora está em curso, ainda que sejamos uma configuração que ''pensa''.

Quanto ao amor, só faz parte do nosso mundo mental, coisa íntima de cada um, que acaba se somando ao mundo coletivo mental.

É mais ou menos assim que penso!


Perfeito, Márcio. O mais interessante de tudo é o quanto projetamos de nós mesmos em deuses e figuras que necessitamos criar, para externar justamente as figuras paternas e maternas. Diz-se que a figura feminina era muito mais presente nos Evangelhos, mas muitas passagens foram cortadas e omitidas , outras alteradas e o panorama da Criação e seu criador passou a ser quase que exclusivamente masculino. Mas isto não importa, pois os papéis e conflitos de pai e mãe estão todos lá.

Meu tópico era uma ironia, fazendo relação entre auto-estima, amor próprio e a necessidade que alguns seres humanos têm de se fragilizar perante um ser superior que os domine e os escravize à sua vontade. A submissão é tão doentia que se auto pune e preserva o castigo e o perdão como forma de alimentar o mito.

É triste, mas é assim que a dor humana cria suas fantasias.


Se você ver bem, está aí representado o modo de ser da família humana clássica, o pai-mãe coloca no mundo o ser frágil, protege e alimenta, lhe dá de tudo, inclusive algo que ele define como amor, faz planos para ele. sonha um sonho que não é seu, há a fantasia de que é dono da criatura, exige ser amado também, tiraniza muitas coisas, educa às vêzes nem sempre com métodos honestos (seja lá o que for isso), enfim, deseja moldar a criatura de acordo com seus anseios muitas vêzes não realizados.

O ser cresce, tem ciência, vai-se tornando independente, exclusivo, e um dia ''mata'' o mito do pai infalível dentro de sí e acaba transportando toda a bagagem adquirida para o outro mito, o super-pai-deus-de-todos, e a submissão persiste onde deveria haver apenas respeito, até o dia em que ele também for pai, e talvez repita tudo de novo.

O poder pega prá sí a representação desse mito, organiza as regras, as leis, a doutrina e tudo o mais, e as coisas acontecem, humanamente.
O ateísmo é uma consequência em mim, não uma militância sistemática.

'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)

Não importa se você faz um pacto com deus ou o demônio, em quaisquer dos casos é a sua alma que será perdida, corrompida...!

Trancado