aknatom escreveu:NadaSei,
entendo sua posição quanto a moral não ser uma característica teísta, ser uma caracteristica de algumas seitas. Porém, na prática, o que se observa é que teistas pertencem a uma seita e praticam a moral básica do deus daquela seita, com a excessão dos católicos que tem liberdade pra fazer o que quiserem, mas o Chico Bento tá cortando as azinhas destes hereges...
Não é o que se observa "na pratica", mas na maioria dos casos.
As pessoas são crentes, independente de se são ateus ou teístas.
Existem teístas céticos e teístas que pensam por si próprios com diferentes graus de ceticismo, embora a maioria prefira pertencer a uma seita ou religião especifica... Isso é comportamento humano e independe do teísmo.
Eu diria que a maioria dos ateus, usa o teísmo de forma muito crente, quase religiosa e muitos, de forma religiosa.
Pela atitude da maioria, eu não posso dizer que o ateísmo tem embutido com ele a crença na ciência, em idéias pseudo-científicas e no materialismo.
Isso é comportamento humano, as pessoas são crentes e o ceticismo é raro mesmo entre ateus... mas isso não é inerente ao ateismo ou ao teísmo.
aknatom escreveu:Acreditar em deus deste jeito que vc coloca é um grande supermercado, cheio de marcas e produtos.. eu escolho as características que me agradam em cada deus específico e monto o meu próprio... é um "deus cabeça de batata"...

legal, interessante, é um modo legal de se fazer.
Isso não é coisa minha.
O panenteísmo é ensinado nas principais religiões, como Budismo, Hinduismo, Cristianismo, Taoísmo e outras.
Krishna já dizia que as religiões, falam sobre o mesmo Deus, só dão outros nomes e o conceituam de forma "relativa" segundo algumas de suas características.
Algumas falam sobre o Deus pessoal, como o Judaismo, segundo Krihna, o conceito de Deus pessoal é o mais fácil de se entender, por isso, o mais recomendando e conceituado.
Religiões como o Taoismo, falam mais sobre um conceito de Deus impessoal, segundo Krishna o mais difícil de entender, tanto que alguns interpretam erroneamente que o Taoismo é uma religião sem Deus.
Já religiões como o Cristianismo e hinduismo, falam tanto no Deus pessoal, quanto no impessoal e ainda falam sobre o Deus interior.
No caso das quatro religiões citadas, além de discorrerem sobre os conceitos e falarem sobre eles, a descrição de Deus e de sua relação com o homem e com tudo, culmina em um panenteísmo, onde Deus é tudo e todos, além de transcender o todo.
Não é Deus "à la carte", são conceitos relativos, para se falar sobre o mesmo todo que por ser transcendental, não pode ser conceituado se não de forma relativa... de fato, conceitos são relativos e é assim que nossa mente trabalha, nossa mente não lida com absolutos.
São nossas interpretações sobre o que eles estão tentando mostrar, que são "à la carte"... Basta ver que apesar do que Cristo ensina, católicos, evangélicos e testemunhas de Jeová, tem "conceitos" diferentes de um Deus que nunca viram... Todos com base no mesmo conjunto de livros. (a bíblia).
Já muitos dos grandes nomes das religiões, falavam sobre a mesma coisa, só davam nomes diferentes pra isso.
aknatom escreveu:O problema que vejo é que a palavra Deus (com D maiusculo) vem carregada de um monte de adjetivos... as palavras tem significados construídos ao longo da história. Deus no Japão pode ter qqr forma, inclusive de animais e dragões, demônios inclusive... Deus no Brasil, possui forma antropomórfica, é onipotente, onipresente, onisciente e etc,etc,etc. Você poderia nomear diferente. O máximo de liberdade que se tem numa reinterpretação disso sem estar nomeando outra coisa de deus, é que esse deus precisa necessariamente ser ao menos consciencia, ter uma mente humana, afinal o "criou o homem a sua imagem e semelhança" precisa ter um mínimo de base, nem que seja metafórica. Poderia explicar?
Sim, além de tudo que já disse antes, nós somos a manifestação de Deus.
Deus é consciência, mas existem "níveis" de consciência diferentes.
Um chimpanzé, um humano e Deus, são todos conscientes, mas são diferentes tipos de consciência, com diferentes tipos de conhecimento.
Os humanos são semelhantes a Deus, porque conseguem perceber e compreender coisas que Deus também pode, somos semelhantes a ele nesse ponto, um chimpazé vai ser semelhante em outro ponto, vai entender e perceber outras coisas, um golfinho outras.
Tudo isso é uma pequena "parte" de Deus, ele se manifesta como todos nós e "vive" através e como nós, humanos e não-humanos.
Somos semelhantes a ele, porque somos todos ele, somos todos uma pequena parte da consciência dele.
Ele sabe tudo o que há para saber, pois ele é tudo o que há.
As palavras de todas essas religiões, seja Shiva, Alá, Jeová ou Deus, estão todas tentando descrever esse "absoluto" de forma "relativa", Deus é o todo, o absoluto "uno", a existência auto-consciente... Como nossa mente só trabalha com conceitos relativos e não compreende o absoluto, criam-se conceitos para falar sobre o absoluto.
O mais importante é que as religiões não pregam isso, para que seja apenas compreendido de forma "racional", elas propõe um meio semelhante para que se ultrapasse o limite dessa mente racional que lida com conceitos relativos e se olhe diretamente para o todo, unindo-se a ele... a separação de fato, não existe, é apenas uma ilusão mental.
Fazer isso é atingir a iluminação, você meio que ganha um novo tipo de mente, uma não mais separada daquilo que chamamos de inconsciente e que não está presa a conceitos relativos.
Os Cristos, Budas e Lao Tsés da vida, supostamente falam em um Deus que conseguem ver após unirem-se a ele dessa forma, assim como ensinam que todos podemos fazer o mesmo e que isso é feito em vida, não após a morte.
Deus não é para ser questionado e compreendido intelectualmente como um conceito... é para ser conhecido e observado diretamente pela pratica que ensinam, pratica essa, que é basicamente a mesma em todas essas religiões, variam apenas em detalhes e nas diferentes formas de fazer a mesma coisa, a melhor técnica muda de pessoa pra pessoa.
aknatom escreveu:Quanto a Karma, eu sei muito bem quais são os conceitos de carma que existem, tanto no ocidente dentro do espiritismo como no hinduismo e as diferentes interpretações sobre o tema das diversas seitas budistas. O karma ao qual me referenciei é o ensinado no espiritismo, que acho um veneno pro pensamento.
O problema é que o espiritismo não tem um conceito original de karma, eles pegam o conceito hindu e budista mesmo.
Só que alguns interpretam o karma como recompensa e punição, espiritas e mesmo budistas fazem isso, alguns hinduistas usam isso para justificar o sistema de "castas".
O problema não está no conceito de karma em si, seja espírita, budista ou hinduista, tem muito espírita que sabe o significado real desse conceito, o problema está é na falta de conhecimento e na distorção que fazem desse conceito mesmo.
Punição e recompensa, não é o conceito espírita de karma, é uma distorção do mesmo feita por espíritas leigos, pseudo-mediuns charlatões e crentes de todo tipo, que nem praticar religião praticam...
aknatom escreveu: Mesmo esse karma que vc citou, dos ensinos budistas que pregam o desapego acho envenenante, e Buda também (Sutra de Lótus e outros escritos Mahayana). Libertar-se da amarra, ser capaz de escolher fazer o bem ou não, esse é o sentido correto de desapego... a partir disso fazer o bem é a escolha que te permite manter-se liberto... afinal, ao contrário desse carma espírita, vc regride "sim". Percebeu?
Desculpe não quotar, ficaria confuso.

Não entendi bem esse ponto.
Ser capaz de escolher fazer o bem ou não, significa não ser obrigado a fazer o bem, levado por sentimentos e apego.