Acauan escreveu:Apo escreveu:Qual opinião vale? A de quem nem sabe como é engravidar, passar 9 meses sob terror, parir algo ( sim, "algo" com vida, mas não somos bactérias, somo humanos, e precisamos de um berço para sermos viáveis. Nem sempre um útero é garantia de berço pós nascimento, muitas vezes é a prévia da condenação posterior), ter que se sentir plena e realizada, abrir mão de outros filhos, de outros interesses, de sua própria vida ( nem sempre bonitinha e maternal), para encarar a hercúlea tarefa que esta mãe NÃO PODE ASSUMIR ( cada qual pela sua razão, seja emocional ou física)?
Se o problema é este conheço um monte de mulheres que em determinada época da vida engravidaram e pensaram em abortar, não o fizeram e hoje afirmam com toda certeza de que os filhos que não destruiram são a melhor coisa que fizeram na vida.
Engravidar ou não, não resolve a questão.
Muito prazer, eu sou uma destas mulheres. E mais: nunca desejei filhos e sempre afirmei que abortaria se acontecesse uma gravidez ( fruto de uma acidente qualquer ), pois eu não iria agüentar uma barriga crescendo, exames e mais exames, parto, filho chorando a noite toda, fraldas, doenças, vacinas, mamadeiras, papinhas, colégio, adolescência etc de um ser humano que eu não desejei. Eu odiava crianças a minha volta, filhos dos outros, mal educados, irritantes, chatinhos, birrentos. Eu tinha para mim, até aquele momento que não era esta a vida que eu queria. Tinha meu trabalho e meu segundo casamento estava apenas começando...em São Paulo.
Mas engravidei. E uma inércia estranha mudou tudo.
Bonitinho? Não interessa.
O que interessa são as mulheres TODAS. Cada uma com as suas experiências, as que mudaram de idéia não contam aqui. É fato que não abortaram. Se depois não abandonaram as crianças ( abandonar é tudo, inclusive permanecendo com elas dentro de casa e não dando a mínima ou maltratando), ótimo! Eu nem sequer sei quem eu era antes de minha filha (parece até que ela sempre esteve dentro de mim).
MAs e as outras? As que não querem, não podem, têm problemas físicos e mentais ( sem contar os financeiros graves), as adolescentes ( veja que a lei não prevê o caso de adolescentes, prevê?)...
É como eu disse, não apóio a morte pela morte, não é um infanticídio (bobagem muitas vezes lida aqui no RV). É encarar uma situação complicada, não apenas pelo lado da vida depois " 5 minutos e 3 segundos de formação do tronco cerebral primitivo blablabla", mas no todo, pensando em todos os envolvidos.
Acauan, uma situação normal, contornável, transitória, uma "frescura" ( como também alguns idiotas já disseram aqui ) é uma coisa. Outra coisa é dizer na cara de uma mulher que realmente não pode, não quer, não deseja, não é recomendável que tenha um filho, um simples e irracional NÂO! Nós NÃO somos bichos.