Botanico escreveu:Certeza é uma mercadoria muito rara e cara neste campo, meu caro. Nem a Ciência, tão venerada como a única religião certa no ambiente dos céticos, não garante certeza. No máximo fornece "evidências".
Bem, como todos no ínicio, Kardec queria DETERMINAR a causa dos fenômenos físicos que observava e aos quais não sabia a causa imediata. Pensava em forças elétricas e/ou magnéticas como causa daqueles fenômenos que faziam as mesas e objetos se moverem. Mas quando se notou que, através de pancadas, as mesas FALAVAM, ou seja, respondiam a perguntas, então essa causa já não era suficiente, pois forças elétricas e/ou magnéticas, não são inteligentes de per si.
Através de processos de comunicação, que foram se aperfeiçoando com o tempo (até chegar ao ponto onde o médium pegava o lápis e a mensagem saía diretamente da mão dele). Essa inteligência indentificou-se a si mesma como sendo espíritos e estes se diziam ter animado pessoas na Terra ou em outros mundos.
Se o espírito animou pessoas próximas, cujos parentes podiam checar a mensagem, conferir a letra, a forma de se expressar, os conhecimentos íntimos que não vinham a público, então podia-se atestar que o comunicante era mesmo quem se dizia ser.
Bem, o pessoal cético por aqui vai lhe fornecer umas carradas de razões para dizer que isso nada prova, mas de tudo que me argumentaram, ainda não me forneceram nenhuma prova melhor.
Não me julgue tão prematuramente. Estou longe de ser um fundamentalista científico, muito pelo contrário até.
Mas lhe garanto que desejo empiria. Já ouvi fenômenos anormais até de pessoas muito próximas, inclusive meu pai. Mas, incrivelmente, eu que sou, segundo os tais, sensível a tais fenômenos, nunca presenciei nada que me levasse a considerar seriamente o espiritismo como verdade.
Fora que o espiritismo, enquanto doutrina, possui algumas falhas que eu já explicitei em outros tópicos. Se realmente existem espíritos, coisa que eu não creio, eu duvido muito que eles existam segundo esse manual de instruções kardecista.
Botanico escreveu:Exatamente porque NÃO ESTÃO FORA DE NOSSA REALIDADE TEMPORAL (de onde tirou isso?), NEM ESTÃO ABERTOS A VERDADES QUE NÓS HUMANOS NÃO ESTAMOS (os espíritos guardam, por algum tempo, os mesmos preconceitos e idéias que tinham quando encarnados), PODEM E PRECISAM USAR DE REFERÊNCIAS RELIGIOSAS E IDEOLÓGICAS DO MOMENTO EM QUE OS DESTINATÁRIOS DAS MENSAGENS VIVEM (idéias e invenções TÊM TEMPO CERTO PARA ACONTECEREM, se aparecem cedo demais, não têm futuro).
Quanto a serem passíveis de falhas, isso é óbvio. Kardec apenas matou uma charada que envolvia os profetas e fundadores de igrejas e religiões do passado e presente: no máximo são apenas médiuns, que recebem mensagens de espíritos, que por sua vez são tomados por anjos ou pelo próprio Divino e aí tem-se uma nova fé... Proclamada absolutamente verdadeira... mas cheia de falhas como TODAS AS OUTRAS.
Como eu referi anteriormente, é questão de leigo. Você acabou de esclarecer muita coisa acerca da doutrina para mim. Mas, se mesmo os espíritos não são baluartes da verdade, de onde retiraram todas essas informações que você deu? (o guardar ideologias de vivos ainda ou aquela viagem sobre as invenções, por exemplo?) Se forem emitidas por espíritos, como considerar sua veracidade, visto que os espíritos não tem acesso a nenhuma verdade transcedental que nós não temos?
Também acho uma generalização absurda considerar mediunidade como o baluarte de todas as religiões. Um tiro no escuro.
E, novamente, o espiritismo carece de empiria.
Botanico escreveu:Sim, mas o que há de errado nisso? Apenas reconhecemos o óbvio. Tem aí um grupo, os tais testemunhas de jeová, que se dizem a única religião verdadeira, que se dizem os únicos intérpretes fiéis da Bíblia, que são o único grupo aprovado em pessoa pelo próprio Cristo, mas que já proclamou profetadas que nunca se cumpriram e já mudaram, até mais de uma vez, pontos doutrinários. Coisas que seriam inadimissíveis numa religião verdadeira.
Portanto, nós espíritas não perdemos nada em deixar aberto a possilidade de estarmos errados.
Fazes bem.