Mais um bolo fecal do Olavão

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Poindexter
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Re.: Mais um bolo fecal do Olavão

Mensagem por Poindexter »

O lance, na minha opinião, é mais simples do que se pensa...

O que é UMA coisa? A idéia mais lógica disso é a de um único objeto, que está localizado em apenas um lugar. Desta forma, uma caneta é UMA COISA, mas uma caneta e uma borracha não são UMA COISA, porque não estão em um único lugar. Daí, dizemos que elas são DUAS COISAS.

O que é UM SER? Por analogia, é uma coisa viva que está localizada em um único lugar. Desta forma, um zigoto é um SER HUMANO, pois possui estrutura genética típica de um ser humano e está localizada em um único lugar. Pelo mesmo princípio, um óvulo (ou um espermatozóide) em separado não é um ser humano, pois não possui estrutura genética típica de um ser humano.

Da mesma forma, o par óvulo-espermatozóide pré-fecundação também não é um ser humano, porque, apesar de possuírem em conjunto a estrutura genética de um ser humano, não estão localizados em um único lugar. O óvulo pode estar na Austrália e o espermatozóide na França, ao contrário de seres humanos, sobre os quais jamais ouvimos que estão na Austrália e na França ao mesmo tempo...
Si Pelé es rey, Maradona es D10S.

Ciertas cosas no tienen precio.

¿Dónde está el Hexa?

Retrato não romantizado sobre o Comun*smo no século XX.

A child, not a choice.

Quem Henry por último Henry melhor.

O grito liberalista em favor da prostituição já chegou à este fórum.

Lamentável...

O que vem de baixo, além de não me atingir, reforça ainda mais as minhas idéias.

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o anátema
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Re.: Mais um bolo fecal do Olavão

Mensagem por o anátema »

Aí está se considerando o zigoto como ser humano apenas pelo critério da genética, apesar de ser unicelular, e seres humanos não serem unicelulares tanto quanto não são haplóides.

Daí pode-se falar que é um estágio de desenvolvimento do ser humano em que se é unicelular, sem ter ocorrido o desenvolvimento celular. E salva-se novamente qualidade de "ser humano" do zigoto.

Daí pode-se responder que o óvulo é um estágio de desenvolvimento do ser humano em que ainda não ocorreu o desenvolvimento genético, em que está genéticamente incompleto, tal qual o zigoto é celularmente incompleto, porém ainda pessoa humana.

Poderia-se objetar quanto aos espermatozóides serem pessoas pela sua alta mortalidade e insignificância de seu tamanho em comparação ao óvulo, dizer que não são muito mais do que "mega-vírus" supersofisticados e endossimbióticos.

E poderia-se ficar nisso um tempão inventando um monte de argumentações para definir algo como "ser" ou "não ser". Mas essa não é a questão. (heheheh :emoticon13:)

Independentemente do que se considere como "ser", o fato é que tudo que mudou naquilo que antes podia morrer e ninguém ligava foi a sua configuração genética. O que me parece muito pouco para que seja considerado como pessoa, uma pessoa unicelular.

E ao mesmo tempo, essas mesmas alegadamente consideradas pessoas têm uma altíssima taxa de mortalidade que poderia ser em grande parte evitada, e isso é simplesmente ignorado, porque o mais importente parece ser evitar a morte intencional, não a por simples negligência. Sei lá por que.
Sem tempo nem paciência para isso.

Site com explicações para 99,9999% de todas as mentiras, desinformações e deturpações criacionistas:

www.talkorigins.org
Todos os tipos de criacionismos, Terra jovem, velha, de fundamentalistas cristãos, islâmicos e outros.

Série de textos sugerida: 29+ evicences for macroevolution

Índice com praticamente todas as asneiras que os criacionistas sempre repetem e breves correções

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Poindexter
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Re: Re.: Mais um bolo fecal do Olavão

Mensagem por Poindexter »

o anátema escreveu:Aí está se considerando o zigoto como ser humano apenas pelo critério da genética, apesar de ser unicelular, e seres humanos não serem unicelulares tanto quanto não são haplóides.

Daí pode-se falar que é um estágio de desenvolvimento do ser humano em que se é unicelular, sem ter ocorrido o desenvolvimento celular. E salva-se novamente qualidade de "ser humano" do zigoto.

Daí pode-se responder que o óvulo é um estágio de desenvolvimento do ser humano em que ainda não ocorreu o desenvolvimento genético, em que está genéticamente incompleto, tal qual o zigoto é celularmente incompleto, porém ainda pessoa humana.

Poderia-se objetar quanto aos espermatozóides serem pessoas pela sua alta mortalidade e insignificância de seu tamanho em comparação ao óvulo, dizer que não são muito mais do que "mega-vírus" supersofisticados e endossimbióticos.

E poderia-se ficar nisso um tempão inventando um monte de argumentações para definir algo como "ser" ou "não ser". Mas essa não é a questão. (heheheh :emoticon13:)

Independentemente do que se considere como "ser", o fato é que tudo que mudou naquilo que antes podia morrer e ninguém ligava foi a sua configuração genética. O que me parece muito pouco para que seja considerado como pessoa, uma pessoa unicelular.

E ao mesmo tempo, esse mesmo alegadamente considerado ser tem uma altíssima taxa de mortalidade que seria em grande parte evitada, e isso é simplesmente ignorado, porque o mais importente parece ser evitar a morte intencional, não a por simples negligência. Sei lá por que.


Não dá para pôr a unicelularidade e a haploidia no mesmo nível, o anátema! Enquanto a unicelularidade é simples questão de tempo para ser eliminada (rapidinho o zigoto se transforma em mórula), não se espera que células humanas haplóides vão gerar células humanas diplóides!
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o anátema
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Re: Re.: Mais um bolo fecal do Olavão

Mensagem por o anátema »

Poindexter escreveu:Não dá para pôr a unicelularidade e a haploidia no mesmo nível, o anátema! Enquanto a unicelularidade é simples questão de tempo para ser eliminada (rapidinho o zigoto se transforma em mórula), não se espera que células humanas haplóides vão gerar células humanas diplóides!

Isso não precisa ser esperado, apesar de ser possível, ainda que anômalo e a pessoa vá ter morte pré-natal na imensa maioria dos casos, sendo probabilisticamente descartável que termine o seu desenvolvimento com sucesso.

Ninguém também está esperando algo anti-natural, como que o zigoto "pule" para um bebê de nove meses, tudo tem que seguir seu curso natural, e o curso natural do óvulo é ser fecundado, e então prosseguir o desenvolvimento.

Mas repetindo, esse não é o foco, eu não sou "pró-vida-do-óvulo", o ponto é que a despeito de se poder argumentar que o zigoto é que é sim "o ser" humano e não o óvulo, os dois são células idênticas, mudando os ácidos nucléicos. O que não acho que justifica todo o "pró-zigotismo", como se fosse uma verdade auto evidente que a partir do momento que se conclui que a célula X ou Y é um ser humano unicelular ela deve ter os mesmos direitos à vida que os seres humanos já bem mais formados.

Acho que é um conceito muito químico de humanidade, e mesmo que quimicamente correto, não faz sentido humanamente, não mais do que considerar como seres humanos os óvulos, sendo "quimiocentrista" e "citocentrista", ou qualquer célula diplóide, sendo "genecentrista".

Eu sou mais "sistema-nervoso-centrista" porque acho o ponto de vista que tem mais sentido humano, valorizo humanamente mais sistemas nervosos desenvolvidos e funcionando do que células humanas avulsas ou em pequenas aglomerações, seja lá qual for o seu potencial ou os seus genes.
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Azathoth
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Re.: Mais um bolo fecal do Olavão

Mensagem por Azathoth »

Poindexter escreveu:um zigoto é um SER HUMANO, pois possui estrutura genética típica de um ser humano e está localizada em um único lugar. Pelo mesmo princípio, um óvulo (ou um espermatozóide) em separado não é um ser humano, pois não possui estrutura genética típica de um ser humano.


Isso é determinismo biológico. Um ser humano é mais do que soma de seus genes.
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Poindexter
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Re: Re.: Mais um bolo fecal do Olavão

Mensagem por Poindexter »

o anátema escreveu:
Poindexter escreveu:Não dá para pôr a unicelularidade e a haploidia no mesmo nível, o anátema! Enquanto a unicelularidade é simples questão de tempo para ser eliminada (rapidinho o zigoto se transforma em mórula), não se espera que células humanas haplóides vão gerar células humanas diplóides!

Isso não precisa ser esperado, apesar de ser possível, ainda que anômalo e a pessoa vá ter morte pré-natal na imensa maioria dos casos, sendo probabilisticamente descartável que termine o seu desenvolvimento com sucesso.

Ninguém também está esperando algo anti-natural, como que o zigoto "pule" para um bebê de nove meses, tudo tem que seguir seu curso natural, e o curso natural do óvulo é ser fecundado, e então prosseguir o desenvolvimento.

Mas repetindo, esse não é o foco, eu não sou "pró-vida-do-óvulo", o ponto é que a despeito de se poder argumentar que o zigoto é que é sim "o ser" humano e não o óvulo, os dois são células idênticas, mudando os ácidos nucléicos. O que não acho que justifica todo o "pró-zigotismo", como se fosse uma verdade auto evidente que a partir do momento que se conclui que a célula X ou Y é um ser humano unicelular ela deve ter os mesmos direitos à vida que os seres humanos já bem mais formados.

Acho que é um conceito muito químico de humanidade, e mesmo que quimicamente correto, não faz sentido humanamente, não mais do que considerar como seres humanos os óvulos, sendo "quimiocentrista" e "citocentrista", ou qualquer célula diplóide, sendo "genecentrista".

Eu sou mais "sistema-nervoso-centrista" porque acho o ponto de vista que tem mais sentido humano, valorizo humanamente mais sistemas nervosos desenvolvidos e funcionando do que células humanas avulsas ou em pequenas aglomerações, seja lá qual for o seu potencial ou os seus genes.


Oras, o anátema... você vai acabar caindo na mesma situação de qualquer jeito!

Uma vez sendo "sistema nervosocentrista", você vai fatalmente cair em uma situação em que a fronteira entre um Sistema Nervoso "não bem desenvolvido" e um Sistema Nervoso "bem desenvolvido" será de segundos , que acabará fazendo o teu senso de Humanidade depender de segundos do mesmo jeito!
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Acauan
Moderador
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Registrado em: 16 Out 2005, 18:15
Gênero: Masculino

Re: Re.: Mais um bolo fecal do Olavão

Mensagem por Acauan »

Liquid Snake escreveu:
Acauan escreveu:
Para escândalo de seus afetos e desafetos, Olavo de Carvalho não é um direitista no sentido convencional do termo.
Na verdade ele despreza estas classificações que crê oriundas de uma priorização indevida dos aspectos políticos sobre os demais da vida humana.


Ligeiramente equivocado:

http://www.olavodecarvalho.org/textos/compideo.htm


Não vi onde.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

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FredLC
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Registrado em: 19 Nov 2005, 10:40

Re.: Mais um bolo fecal do Olavão

Mensagem por FredLC »

Essa discussão não está saindo um pouco de foco?

Claro, definir o ponto aonde um embrião é humano é um aspecto relevante para definir o cabimento ou não, e em quais contornos, de práticas abortivas... mas já há um tópico para isso.

Por outro lado, neste tópico pretendeu-se mostrar o valor da argumentação feita pelo OdC em sua crítica à legislação a ser votada sobre a matéria. Nesse particular, eu demonstrei de forma objetiva que ele incorreu em uma inverdade deliberada.

Gostaria de saber, entre os defensores de Olavo, o que eles tem a dizer sobre a credibilidade do mesmo, principalmente considerando que no próprio texto onde está a inverdade o mesmo arguiu que "causas idôneas não dependem de fraudes".

T+ :emoticon1:.

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o anátema
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Registrado em: 18 Out 2005, 19:06

Re: Re.: Mais um bolo fecal do Olavão

Mensagem por o anátema »

Poindexter escreveu:Uma vez sendo "sistema nervosocentrista", você vai fatalmente cair em uma situação em que a fronteira entre um Sistema Nervoso "não bem desenvolvido" e um Sistema Nervoso "bem desenvolvido" será de segundos , que acabará fazendo o teu senso de Humanidade depender de segundos do mesmo jeito!

Eu não vejo a necessidade de se liberar o aborto até o talo do não-desenvolvimento cerebral, talvez por "precaução", possa se dar uma margem mais segura de segundos, mesmo que acabe protegendo em estados em que tecnicamente essa proteção não fosse justificada.

Acho que é bem mais razoável, porque não vejo problema tanto em ser questão de segundos o que determinasse a "humanidade" que dá direito à proteção à vida, mas sim o fato de durante muito tempo isso ser dado à meros tecidos pouco diferenciados.

Se durante algum tempo isso é dado a algo como um cérebro prestes a ser ligado, ou prestes a ser desenvolver "completamente", já acho bastante melhor.

A diferença talvez seja a mesma ou próxima a que você vê entre defender-se a vida desde o óvulo fecundado, e não instantes antes.
Sem tempo nem paciência para isso.

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Washington
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Registrado em: 03 Nov 2005, 07:43

Re: Re.: Mais um bolo fecal do Olavão

Mensagem por Washington »

Liquid Snake escreveu:
Ligeiramente equivocado:

1. Em economia, sou francamente liberal.

5. Em política internacional, e sobretudo em comércio internacional, sou radicalmente nacionalista, protecionista e tudo o mais que os globalistas odeiam. Isso não quer dizer que eu seja contra a globalização da economia. Muito menos há aí qualquer contradição com a crença liberal acima subscrita. Apenas, entendo que globalismo não é o mesmo que monopolismo das grandes multinacionais, e que, assim como estas se associam umas com as outras – e com certos Estados – para ficar mais fortes, é justo que o empresário nacional, sobretudo o pequeno, busque apoio do seu próprio governo para não ser esmagado pelos monopólios internacionais. Aí a intervenção do Estado não é contra o liberalismo ou a concorrência: ela é, ao contrário, o fator equilibrante que impede a extinção do liberalismo e sua substituição pelo monopolismo. O mais detestável dos socialismos é o socialismo dos ricos.



Essa foi engraçada. :emoticon22:

Conta outra. :emoticon81:
"Quando LULLA fala, o mundo se abre, se ilumina e se esclarece."
Marilena Chauí, filósofa da USP.

O triste é saber que tal figura recebe do contribuinte para dizer tais asneiras.


Chamo de pervertido um animal, uma espécie, um indivíduo, quando esse ou essa perde seus instintos, quando escolhe, prefere o que lhe é prejudicial.
F. Nietzche

Trancado