A superioridade do agnóstico

[Mig]

Bom, nesse caso misturam pensamento religioso com pensamento mágico. Mas a diferença entre as duas formas de pensamento mantém-se.

[clara campos]

:emoticon234:

Clarinha, Nao sejas preconceituosa.

??
apenas sempre quis usar este smile, e como a mensagem saiu duplicado...

[Luis Dantas]

Não sei dos outros ateus, mas no que me diz respeito, sou agnóstico, levando em conta todo o preciosismo filosófico, e ateu pelo simples fato do mundo parecer fazer mais sentido para mim se Deus não existir.

Faço minhas as palavras do Dante.

[Mig]

Não sei dos outros ateus, mas no que me diz respeito, sou agnóstico, levando em conta todo o preciosismo filosófico, e ateu pelo simples fato do mundo parecer fazer mais sentido para mim se Deus não existir.

Faço minhas as palavras do Dante.

Ladrao

[Luis Dantas]

(...) ninguém tem uma experiencia religiosa e diz que do lado de lá está um bule de chá. Em todas as religiões há muitas pessoas que tem experiências religiosas. Aqui no Ocidente diz-se que do outro lado está Deus. Os Budistas dizem outra coisa. Mas a essência da experiência é igual. Eu acho isto curioso. Nao posso dizer que a experiência é ou não uma ilusão... que se refere ou não a algo real... mas não consigo levar a sério a comparação da religiosidade com o exemplo do Bule de Chá.

Há alguns pontos interessantes nessa sua resposta.

Primeiro, o Bule de Chá. Também acho essa metáfora imperfeita, porque os objetos e metas da experiência religiosa não tem mesmo por que ser tão externos e materiais. Já encontrei um pastor protestante que queria me convencer de que haviam encontrado a localização geográfica do Inferno, mas esse foi um exemplo de distorção da prática religiosa, não da (bem praticada) religião em si.

Concordo quanto a Deus e outros conceitos religiosos. Eles são mais linguagem, meio de comunicação e partilha de idéias, do que outra coisa. Crer literalmente na existência de Deus é uma distorção, pelo menos para quem é capaz de pensar em termos mais abstratos. O conceito de Deus é útil em certas doutrinas religiosas, mas é um erro (infelizmente muito comum) emprestar a ele existência literal, e um erro mais grave ainda se apoiar na certeza dessa existência literal para orientar a vida religiosa de quem quer que seja. Quando se tenta seguir esse rumo, Deus vira uma criatura muito estranha e caprichosa e perde seu valor de inspiração.

O que me leva à sua declaração de que a essência da experiência religiosa é a mesma (em todas as culturas). Concordo até certo ponto. A inspiração religiosa genuína sem dúvida existe em todas as épocas e culturas, mas há cada absurdo sendo apresentado como "experiência religiosa" por aí, que é preciso ter muito cuidado com esse tipo de afirmação.

Nesse ponto é interessante estudar um pouco de psicopatologia. Eu tive a oportunidade e fiquei surpreso com o quanto de canalização de impulsos mal resolvidos existe em certas experiências supostamente religiosas. Não acho isso em si nocivo, pois costuma acontecer em ambientes bem demarcados e bem estruturados para lidar com a situação, mas ainda acho que histeria, surtos esquizofrênicos e certos tipos de êxtase, por mais naturais e saudáveis que possam ser (e muitas vezes são mesmo) são algo bem diferente das epifanias e insights religiosos. Em alguns sentidos são prelúdios ou pré-requisitos destes, mas no duro, tem mais a ver com saúde mental do que com religiosidade. E infelizmente nem sempre os resultados são construtivos, por isso ocorrem desgraças como a de Jim Jones e dramas anônimos como o de tantas pessoas que não sabem direito o que estão buscando em sua prática religiosa.

Esse, por sinal, é um dos principais motivos por que é tão importante que haja troca de experiências e convívio social na prática religiosa. Ajuda a conter os excessos e corrigir o rumo quando mais necessário.

[Luis Dantas]

Faço minhas as palavras do Dante.

Ladrao

Prefiro pensar em mim mesmo como um socialista ocasional.