Andre TJ escreveu:
1)Desconheço, mas esses poderiam ter mais direitos, ter mais dos beneficios revertidos para eles, e ter acesso a melhor saúde, educação e melhores condiçoes de vida.
Okay, mas isso não requer que o sistema não seja capitalismo, e simplesmente não sendo, nada também garante que apenas por isso teriam isso.
2)O papel é do Estado, especialmente se for um Estado mais democratico, de fazer a economia funcionar de uma forma mais justa.Não se pode esperar isso de empresas cujo a principal motivação é lucrar.Ampliar o controle do coletivo sobre a economia de forma que os beneficios da produção sejam distribuidos de forma mais justa é o desafio que se coloca na busca por uma sociedade com menos sofrimento real, tendo mais inclusão e participação de seus cidadãos na politica e na economia.
Bem, acho que os empresários também são cidadãos, e não alguma outra classe de seres perversos que precisam ser controlados de forma muito especial.
Algum controle tem que haver, claro, como para tudo: há regulamentações para se ser médico, e etc, para diversas coisas que se pode fazer e as que não se pode.
No entanto, ainda não sei se de modo geral as contas das empresas são uma ladroagem descadada, indicando algo que precisasse ser fundamentalmente modificado.
3)O capitalismo precisa do exercito de reserva, de desempregados para que em certos serviços mais simples o salario possa ser mantido baixo.
Por que o salário deles
precisa ser mantido mais baixo? Não vejo razão.
Não vejo um "exército" sendo criado pelo capitalismo, para esse fim sórdido, vejo o desemprego mais como aquilo que ele simplesmente é: pessoas demais, talvez por falta de um pensamento de planejamento familiar, que não conseguem encontrar vagas por estarem todas preenchidas. E o mesmo vale para as funções de baixas qualificações serem mais mal pagas. As pessoas mais facilmente serão menos qualificadas e logo há um excedente de oferta de mão de obra para uma demanda razoavelmente menor.
Mas isso tudo não é feito pelo capitalismo de alguma forma, mas apenas foi feito
no capitalismo, que é o sistema em que estamos. Não sei se qualquer outro sistema seria inatingível a esses tipos de problemas. O comunismo, ou como quer que prefiram chamar, já também teve populações que morreram de fome e coisas do tipo. Não vejo como algo que desse conta de qualquer crescimento populacional indefinido e de garantir atividades necessárias para todos.
Nem vejo como necessário ao capitalismo, que acredito que sairia muito bem mesmo se as pessoas tivessem menos filhos, e mais pessoas obtivessem melhores qualificações diminuindo o excedente de oferta de mão de obra para tarefas menos especializadas, talvez equilibrando os salários de diversas áreas a despeito das qualificações necessárias.
Os paises que questionam o exercito de reserva já estão questionando um dos principios de economia capitalista.Além disso não tanto que o capitalismo precise de pobreza extrema, e sim que ele gera, devido a sua lógica de funcionamento.Especialmente por que a elite economica ao colocar suas garras no poder politico evita que transformaçoes profundas que ampliem a distribuição sejam realizadas, e influenciam as decisoes politicas em seu beneficio.
Teria algum exemplo?
Que ocasionalmente beneficiam uns em detrimento de outros, sempre com a logica individualista predominante, sendo o interresse por contribuição com o coletivo pequeno e um ideal, infelismente, pouco presente.
Por isso a mudança no eixo do poder, ampliando o controle para o coletivo, o controle popular, é a primeira medida, radicalmente democratica, no caminho para sociedades mais justas e com melhores condiçoes de vida para todos.
Bem, eu acho que as pessoas deveriam se unir e fazer cooperativas crescentes, que eventualmente somariam o poderio financeiro que é concentrado em poucas pessoas de grandes empresas e corporações, e que poderiam então esses grupos de trabalhadores "porem as garras" no poder público, ou evitar que os outros financeiramente poderosos o fizessem (se a democria simplesmente não for o suficiente) e combater as tais injustiças.
E enquanto não chegassem lá, ao menos os empregados-chefes-coletivos, poderiam se livrar de todas as perversidades que os chefes habituais praticariam por má-vontade. Sem a injustiça dos chefes, possivelmente essas cooperativas se sairiam melhores que empreendimentos do mesmo porte e área que tivessem um único dono ou poucos donos, colocando empregados em situações injustas.