Livro didático do Telecurso 2000, módulo 8, aula 29 disponível aqui: http://www.bibvirt.futuro.usp.br/conten ... 33854/file escreveu:...
A popularidade de Vargas recebeu um grande golpe quando, em 1953, foi deflagrada uma greve em São Paulo, reivindicando aumento salarial para os trabalhadores. A greve começara com os operários da indústria de tecidos, apoiados, em seguida, por metalúrgicos, gráficos, ferroviários, motoristas e por outras categorias. O governo de São Paulo reprimiu duramente a greve, o que enfureceu a população. Houve quebra-quebra, feridos e muitos presos.
À imprensa de oposição a Getúlio, em especial o jornal O Estado de S. Paulo e a rádio Globo, juntaram-se os políticos da UDN e os militares que temiam o comunismo. Carlos Lacerda, deputado federal pela UDN e jornalista de A Tribuna da Imprensa desenvolvia uma campanha diária de denúncias - comprovadas
ou não - em artigos contra o governo de Getúlio. Lacerda pedia, nos jornais, no rádio e na TV, que os militares dessem um golpe e retirassem o presidente do poder.
Isolado politicamente, muito combatido pela imprensa, sem controle de seu governo, Getúlio tentou reconduzir sua política para uma direção mais popular, concedendo um amplo reajuste ao salário mínimo, corroído pela inflação, em 1º de maio de 1954. Com isso, aumentaram ainda mais as desconfianças dos setores
conservadores.
Um atentado contra o major Rubens Vaz, militar da Aeronáutica que estava ao lado de Carlos Lacerda, em Copacabana, marcou o fim de Getúlio. As investigações do crime chegaram até o chefe da guarda pessoal do presidente, Gregório Fortunato, conhecido como o “anjo negro”. Gregório foi preso, mas os discursos de Lacerda envolviam o próprio Getúlio na ação criminosa.
A campanha contra Getúlio cresceu. E ele foi ficando cada vez mais isolado, sem voz na imprensa, sem apoio dos políticos.
Pressionado por militares, que pediram abertamente a sua renúncia, e pela bancada da UDN no Congresso, que todos os dias discursava contra o presidente; abandonado por muitos dos que o apoiavam, inclusive pelo PSD, Getúlio afirmou que só sairia morto do Palácio do Catete.
E na manhã de 24 de agosto de 1954, Getúlio suicidou-se com um tiro...