o anátema escreveu:Apocaliptica escreveu:Sim. Participação popular já é retórica esquerdista. O povo mesmo mostra o que quer nas urnas. E quer lixo pelo jeito.
Eu acho que as urnas não mostram exatamente o que o povo quer, mas não sei. Geralmente o que se ouve falar, e o que parece ser o pensamento geral são aquelas coisas de "ah, são sempre os mesmos, não muda nada, etc".
São e não são. Uma cultura política calçada nos valores hipócritas que temos repete-se no inconsciente coletivo. Não importam as pessoas, elas se amoldam ao poder que lhes é dado. Por isto para nós, parecem ser sempre os mesmos, mesmo aqueles que não são.
o anátema escreveu:A maioria das pessoas descontentes ao mesmo tempo não querem ter uma participação mais ativa, se candidatando a algum cargo, para tentar mudar a coisa, o que faz com que não se renovem os candidatos, com um perfil que talvez fosse diferente, mais próximo do que o povo realmente quisesse.
Os que tentam, ou se corrompem, ou desistem , ou são reprimidos e isolados. Quando não são mortos, literalmente.
Alguém se arisca? Este é o jogo. Joga quem pode, sonha quem quer.
o anátema escreveu:Eu acho que há sim o que se fazer em termos de aumentar a participação popular/democracia, sem ser só "retórica esquerdista". Proibir as reeleições seria uma coisa, que parece que já está em andamento, mas tem seus contras e limitações.
Não se trata de proibir. A proibição existe. Acontece que eles sabem que ainda dá para tentar manobrar ( isto me assusta, tentar burlar uma coisa que ninguém tentou antes, até disso o PT é capaz!), que ainda há "demanda" a favor deles nas urnas.
Que contras seriam estes?
o anátema escreveu:Já é interessante para forçar um pouco talvez a renovação, imagino, para desestimular "carreira política", a visão do cargo público como profissão, ganha-pão.
Bom, mas nenhum governante no Brasil tentou isto antes. Todos obedeceram a Lei. Esta é manobra nova. E muito perigosa para a democracia. Renovação sempre foi compulsória. Mesmo assim o poder corrompe. Mudam as caras, mudam algumas regras, mas outras se colocam no lugar. E la nave vá.
o anátema escreveu:Outra coisa que penso seria por exemplo, implementação de um sistema de voto mais parecido com o americano, no qual além dos votos nos políticos e implicitamente em seus planos, há "plebiscitos" sobre diversos assuntos, o que talvez pudesse permitir maior participação do povo no governo, modificando modularmente os planos dos candidatos, em vez de escolher o candidato menos pior e ter que engolir tudo que der na telha dele como se ele fosse um "escolhido" num sentido divino ([infame][chavão] ainda que a voz do povo seja a voz de deus [/chavão][/infame]).
Haja maturidade política ein? Estas propostas estão no bolso de muita gente. Mas parecem distantes da rotina nada democrática. As coisas ocorrem a bel prazer, por baixo das mesas, de ouvido em ouvido, de assinatura em assinatura. É assim que as coisas são decididas.
o anátema escreveu:Por outro lado, ainda que seja idealmente desejável, por ser mais democrático, há aqueles riscos todos que eu e uns outros aí levantam e são chamados de nazi-fascistas, do povo ignorante indo às urnas e decidindo por um projeto de salário/renda mínima de 10 mil reais, mais corte da carga horária de todo mundo pela metade sem redução salarial, ESPN de graça para todos assistirem futebol e carnaval trimestral.
