ade escreveu:Benneton escreveu:Mas o que você esperaria que antiespíritas fizessem???? Que apoiassem o Espiritismo??? Mas é claro que eles vão fazer mil malabarismos hermenêuticos para tentar dizer que foi o tal do "espírito-santo" que fez tudo. E é claro, nunca vão admitir que foram outros espíritos.
"Malabarismos hermeneuticos", gostei, mas será que os espíritas não estão fazendo isto tambem, ao atribuir tudo isto a espíritos de mortos? Outras passagens da biblia são bem claras, como:
E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. AT 02:04
E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e profetizavam. AT 19:06
Então temos que deduzir que nestes casos sejam espíritos de mortos se manifestando? E nos cultos atuais de evangélicos e católicos carismáticos, quando fiéis entram em extase religioso e falam em "linguas estranhas", são espíritos "baixando" neles? viram médiuns?
Com relação aos malabarismos hermenêuticos, o que os Espíritas fazem, na verdade, é investigar o porquê de tantas acrobacias exegéticas feitas pelos tradutores das escrituras para tentar camuflar o óbvio.
Mas Eu conheço muito bem essa história do "Espírito-Santo".
Vamos começar pelo o que Eu já havia postado aqui mesmo nesse tópico :
Toda Obra Clássica era escrita manualmente pelos Monges, portanto passíveis de diferentes interpretações. Cito, como exemplo, quando Nicodemos pergunta a Cristo como pode um homem nascer já estando velho. A resposta é, segundo a tradução de Osterwald:
“Se um homem não renascer da água e DO ESPÍRITO, não pode entrar no reino de Deus”.
Já na tradução de Sacy, a expressão :
DO ESPÍRITO, é substituída por :
DO SANTO - ESPÍRITO.
Na tradução de Lamennais, a expressão :
DO ESPÍRITO, é substituída por :
DO ESPÍRITO-SANTO.
São 3 interpretações diferentes e que muda completamente o que Jesus quis dizer. Para a igreja,
ESPÍRITO possui um significado e
ESPÍRITO-SANTO possui outro significado. Como explicar este fato ?
Podemos hoje acrescentar que as modernas traduções já restituíram o texto primitivo, pois que só imprimem
"Espírito" e não
Espírito-Santo. Examinando a tradução brasileira, a inglesa, a em esperanto, a de Ferreira de Almeida, e em todas elas encontramos somente o termo
"Espírito". Além dessas modernas traduções, encontramos a confirmação numa latina de Theodoro de Beza, de 1642, que diz:
"...genitus ex aqua et Spiritu..." "...et quod genitum est ex Spiritu, spiritus est". É fora de dúvida que a palavra
"Santo" foi interpolada, ou seja, ela foi inserida deliberadamente, pois
NÃO constava do original.
E como se não bastasse, e para acentuar ainda mais a seriedade dessa questão, podemos dizer que poucas pessoas sabem que, no original grego, fala-se em "
UM Espírito Santo" (Pneuma Hagion). Como no Grego não há artigo indefinido
"um", traduzindo-se essa expressão Pneuma Hagion para outras línguas que possuem o artigo indefinido, como o Português, ele deve aparecer na tradução, sob pena de a mesma ficar errada. Só se poderia colocar nas traduções o artigo definido
"O" (ho, em Grego), se ele tivesse sido empregado pelos autores no texto original sagrado, o qual ficaria assim : "ho Pneuma Hagion".
Por outro lado, o Velho Testamento não fala em Santíssima Trindade nem em Espírito Santo, a não ser quando se refere ao espírito santificado de alguém, só nos ensinando que havia um Deus único.
Isso explica porque os Cristãos, dos primórdios do Cristianismo, não conheciam a Santíssima Trindade, o Espírito Santo nem a Divindade de Jesus. O Espírito Santo, sim, era conhecido, mas, como vimos, sob a forma de
"um" Espírito Santo, ou seja, o espírito encarnado ou desencarnado, mas jamais como sendo a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, de que nem sequer se ouvia falar. Foi por isso que São Paulo disse que somos templos de
UM Espírito Santo ( como está no original grego ).
Já a Vulgata complicou mais, ainda, a questão, pois o Latim não tem nenhum dos dois artigos. Se há expressões sem o artigo, ou seja “en pneumati hagio” ou “en pneumati theou” a tradução deveria ser
UM e não “
O”, independente do Tradutor ser Kardecista ou não. Mas parece que quando Ele é Protestante ou Católico, aí deixa de haver imparcialidade e se diz sem nenhum pudor : “Para os Cristãos não se verifica a necessidade do artigo, pois trata-se “
Do” Espírito Santo.
Está aí, a clara parcialidade tendenciosa, pois independente das suas diretrizes religiosas, a gramática, se bem respeitada, não incluiria aí o artigo, mas os Tradutores das Bíblias atuais, burlando as regras gramaticais e impondo sua linha de pensamento, dizem que se trata “
Do” Espírito Santo.
Concluíndo, se lermos
Um espírito-santo, embute a idéia de que se trata de
UM espírito que é santo, ou
UM espírito evoluído, bem diferente do tradicional "espírito-santo" que faz parte da santíssima trindade, outra forma de tentar complicar e inventar mais mistérios para distanciar a população leiga dos verdadeiros sentidos oriundos das escrituras e tornando mais fácil a sua submissão, pois as pessoas têm uma tendência natural em respeitar aquilo que não conhecem e não dominam.