marta escreveu:Apo escreveu:clara campos escreveu:marta escreveu:O agnóstico é o ateu que não saiu do armário.
Suponho que o sentimento equivalente de um ateu será quando vê um crente a dizer "ateu não existe" ou os "ateus têm é medo de deus" ou estão zangados, ou qualquer coisa do género.
Certamente que é análogo.
Não penso que o agnóstico é um ateu que não saiu do armário. Ele tanto pode tender para a fé ou se despojar dela, de acordo com o que for observando e elaborando. Está centrado numa questão que demanda constatação. Ele É, de fato, agnóstico. É uma perspectiva que difere do ateísmo.
Aliás, eu me considero atéia para deuses, descrente em outros quesitos, e agnóstica para a maioria dos pressupostos. O que significa que tenho liberdade para manter uma certa dinâmica acerca da realidade e de como a percebo ao longo da vida. E tem aquelas coisas que tanto faz se existem ou não, são irrelevantes.
Ainda há determinadas questões que estão noutra categoria: a da fantasia assumida. É bom acreditar que poderia haver anjos ou seres protetores sem intenção autoritária sobre mim, a quem posso ou não recorrer, mas não cobrar ou suplicar auxílio. Assumir que às vezes nos vemos sozinhos e que "serezinhos" estão "por ali" é reconfortante.
Apo Querida,
como vai?
Você está falando em liberdade para crer ou não crer. Falando por mim, eu, mesmo ateía, me sinto livre para elaborar minhas crenças ou não crenças. Se algum dia houver uma prova CONCRETA da existência de deus, tanto ateus como agnósticos vão repensar o assunto. Aliás, o que mais aprecio nos ateus e agnósticos é a liberdade para pensar e tirar suas conclusões. E acho ainda que é essa liberdade que torna o caminho do ateu, sem volta.
Oi, Marta!
Quando separo dentro de uma certa "hierarquia" é porque considero ateísmo apenas a questão ligada a deuses. Para mim, esta está resolvida. Pelo menos para os efeitos destes tais deuses criados pelos homens. O resto jamais saberemos. Mas é provável que não haja coisa nem parecida com o que sonha nossa vã e reles filosofia...
Também acho difícil que o ateísmo tenha volta. Mas há quem se "dobre" a concessões em momentos de desespero. Nunca se sabe onde acaba a razão e emerge e emoção.
Quanto aos "serezinhos" com confortam quando nos sentimos sós, é legal. Pena que não sejam verdadeiros.
Claro, Marta. É assumido mesmo. Há momentos em que queremos fantasiar e fantasiamos. Cada um elege os seus "pets" para dormir melhor. Quem tem filhos sabe disto. Minha criança interna ( ainda e sempre latente) às vezes se conforta por instantes em brincadeiras saudáveis que não estão ligadas ao mercado de consumo ( como muitos acusam de ser): Papai Noel, Coelhinho, Duendes...são todos improváveis e por isto usamos deles o que têm de bom.
Ressalto que não sou contra a fé de ninguém. Vejo muita gente progredindo, acreditando que deus está agindo. Para essas pessoas deus faz bem, e não sou eu a contrariá-las. Eu só acho que se deus leva a fama por tudo o que acontece de bom, há também que ser responsabilizado pelo que acontece de ruim.
A menos que "prospere" fazendo mal para alguém, como pagar o dízimo enquanto o filho não tem leite para beber. E claro, ele deveria ser responsabilizado pelo que acontece de ruim. A menos que se assuma que ele é apenas uma coisa e não todas, como afirmam os crentes.
Perceba pessoas definindo deus: deus é a beleza da flor, é o sol, é o sorriso da criança. Beleza.
Aonde estava deus quando o estuprador de Pernambuco molestava a enteada de 6 anos? Dormindo? De férias? Internado?
Estas imagens de deus flor, sol, borboletas e sorriso é a coisa mais brega que tem.
É mais fácil citá-las e pintá-las assim do que pensar no estupro que está acontecendo sob o próprio nariz. Quando pressionados a respeito, dizem que é o propósito de deus para aquele ser. Daí eu viro as costas e saio andando, porque a conversa fica complicada mesmo.
Resumindo: Quando acreditamos que para superarmos dificuldades precisamos de deus é porque não confiamos em nós mesmos, na nossa força. Isso é muito legal com deus, mas muito ruim para nós e nossa autoestima.
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Sim é. Mas estes que crêem, não acreditam em auto-estima e sim nos desígnios deles para nós. Nosso ego é irrelevante.