Acauan escreveu:Pessoal, estejam certos de que quando esta história toda chegou no Vaticano, os superiores do sei-lá-o-que que cuidam disto disseram "mas por que aquele idiota daquele arcebispo brasileiro fez isto? – agora somos obrigados a apoiar o imbecil."
Toda situação era extremamente simples do ponto de vista da Santa Sé.
Por decreto papal, todos e qualquer um envolvidos direta ou indiretamente na execução de um aborto estão excomungados.
Pronto.
O tal arcebispo não precisava excomungar ninguém, pois todos os envolvidos já o estavam nos termos do decreto papal, sem necessidade de nomeação, formalização e principalmente, publicidade.
Assim a Igreja manteria seus preceitos sem se comprometer com questões polêmicas, mantendo o saboneteamento na qual é perita há séculos.
Mas o que fez o idiota do arcebispo.
Mexeu em um vespeiro que não tinha que mexer, atraiu toda atenção da imprensa para uma situação extrema e delicadíssima e jogou a bomba para o Vaticano com o recado "olha, só fiz o que tá no livro" – como se o Vaticano ligasse a mínima.
Mas como só fez o que tava no livro, o Vaticano tinha que apoiar, por mais que os santos homens devam ter contido suas pragas contra o mentecapto por força de obrigação profissional.
Não sou a favor do aborto feito de forma irrestrita (e por muito tempo não tive uma opinião bem formada sobre o tema). Acho que somente em casos extremos como este é justificável tal prática.
Neste caso, eu fico pensando é no reflexo disto sobre mãe da menor e a própria menina.
Não bastasse o ocorrido, o peso de ser um excomungado (ou uma filha de uma excomungada, no caso da menina) para quem leva em conta a religião que pratica e vivendo numa comunidade de gente simples, onde o catolicismo pode ser arraigado, talvez traga diversos constrangimentos, além da carga psicológica negativa.
E o pior de tudo, ao meu ver, foi o que já disse, vir a público um bispozinho xarope para (ao invés de repudiar o crime cometido contra a menina e prestar auxílio e amparo a todos os desvalidos, como todo "bom pastor") causar mais constrangimentos à mãe e à menina (ainda maior se a mãe fosse católica praticante).
Sobre os médicos, crentes de que fizeram o que era necessário, talvez o que mais pese sobre eles é a publicidade negativa ante os católicos (católicos pra caramba e os de ocasião) que podem querer manchar suas reputações em razão dos fatos.