Forneci as coordenadas para que pesquisasse a rede de contenção da militância petista contra a participação religiosa no debate e você, pelo visto, não quis checar. Está quase tudo lá, caso ainda queira saber.....
Apesar de seu julgamento equivocado na época eu pesquisei e os li. Não encontrei nada que suporte a sua proposta da ampla campanha ou uma orquestração que estaria a ameaçando os direitos civis da maioria religiosa do país. A qual devemos defender. O conteúdo dos sítios, no máximo, caracterizam a opinião pessoal de alguns fundamentalistas de extrema. A amplitude e capacidade de penetração e orquestração dessa campanha também não se comprovaram: utilizando a primeira combinação sugerida, dos cinco primeiros sitios da pesquisa, 2 eram contra o aborto, os outros 3 não eram textos fundamentalistas. Tive que ir até a segunda página para achar um que pudesse ser classificado como mais fundamentalista. Fora da internet não presenciei nas universidades, meu habitat natural, qualquer articulação ou foco de ação de militância agressiva e hostil que sugira expulsão de religiosos.Como citado, o centro da polêmica é a descriminalização do aborto, contra a qual o discurso dos opositores é o direito à vida, que independe de referências à importância divina.
O centro da questão é sim o aborto, como provam os rumos das campanhas eleitorais do dois candidatos.
Vc pode repetir o quanto quiser que esse é o centro da polêmica, é a sua opinião e visão do assunto, mas as solicitações dos religiosos em todos os meios de comunicação é que juntamente com o pacote do aborto esteja o veto para os direitos civis de homossexuais. Nomeado pelos próprios de interesses religiosos. Ocorre que esta oposição é típica de setores religiosos organizados da sociedade, que não por isto devem ter suas convicções políticas ignoradas, como não se ignoram outros setores organizados em sindicatos, associações de classe ou representações populares.
tema igualmente já esgotado e repetido, como um tipo de argumento em resposta e defesa para algum outro tipo de ameaça que não foi sugerida ou teve apoio ou concordância por aqui, por mim ou qualquer outro, ou isso tenha ocorrido ou meramente se tornado uma possibilidade em algum local. Como o aborto não é questão confessional – é matéria de direito civil – sua defesa não constitui violação do laicismo,
ressalvado que nenhum privilégio deve lha ser conferida.
De novo, aborto é questão de direito civil, instituições religiosas que defendem a manutenção da criminalização atuam como organizações representativas com legitimidade idêntica às seculares e o princípio Deus não foi colocado em pauta em nenhum momento no debate político do tema.
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Foi colocado no meio do debate político, mesmo que vc siga repetind q não, não se fala noutra coisa. E foi além. E o que vem sido defendido por aqui é que gostaríamos que continue sendo matéria de direito civil, juntamente com os direitos dos homossexuais, e não bandeira tema de acordos ilícitos feitos e solicitados por líderes evangélicos ou católicos ou cabresto de voto nos moldes da época de coronelismo. A única coisa constatada até aqui é que políticos fazem de tudo para conquistar ou manter o poder, inclusive paparicar grupos que sempre desprezaram.
Não. Os religiosos também foram atrás dos políticos cobrar acordo. E representações acadêmicas podem pleitear junto a candidatos e seus partidos que se comprometam com determinadas causas, ambientais por exemplo, e isto não viola em nada as instituições democráticas simplesmente porque tais acordos não tem nenhum valor legal.
Tanto as causas ambientais como temas éticos relacionados às ciências biológicas sempre são discutidas como todas as demais causas legais do país. Como por exemplo a alteração código florestal, construção de hidrelétricas, etc. Sem acordos específicos com candidatos e partidos que garantem benefícios específicos a castas ou grupos. Passam por laudos técnicos , consulta pública, por votações e normatização de leis.
No mais, as representações acadêmicas biológicas não sugerem acordos em visitas de candidatos ao nossos laboratórios ou salas de aula, para que, em troca de voto nosso, o congresso vote ou o presidente não lance projetos de desenvolvimento do país, ou contra o ensino religioso nas escolas ou favoreça por escrito às comunidades ribeirinhas, árvores, rios, o peixe-boi, ou os bagres, ou a liberação do uso de embriões. Até pq sabe-se que isso é contra a lei e políticos não podem ir a universidade, centros de pesquisa pra fazer campanha ou comprar voto. Se isso ocorrer devem ser punidos, ambos. Hoje não temos grupos de pressão religiosa tentando impor seus desejos e sim candidatos batendo à porta deles e fazendo promessas para angariar seus votos, o que é muito diferente.
Se os candidatos a presidente correram para as igrejas se declarando devotos desde criancinha, que se critique a hipocrisia deles, o que é outra questão.
Outra vez, foram os candidatos e seus partidos que bateram à porta com promessas para atrair o voto religioso, não os religiosos que bateram à porta dos políticos exigindo seus interesses.
Bem, o que está documentado e o que assistimos nas semanas anteriores são ambas lideranças militantes de extrema religiosa e política se lambendo e se procurando mutuamente em busca de acordos. Por todas as vias, e principalmente as eletrônicas. O que não isenta nenhum dos lados de absolutamente nada. Não há resposta absoluta para esta pergunta. Quarenta anos são duas gerações. A avaliação da significância do intervalo depende do referencial adotado.
Ainda bem, certeza absoluta é privilégio de mentes não educadas e de fanáticos.
Quanto a estatísticas, nesse caso, prefiro vê-las junto as referências de citações de coleta de dados obtidos, e com discussões embasadas e aprofundadas sobre o processo de legalização do mesmo e sua história. No mais, citei questões de hostilidade do estado brasileiro à religião católica desde antes da independência, o que em termos de História do Brasil já configura muito tempo.
Caramba. Pobre religião católica, e pobres fiéis sofridos pela ampla hostilidade ao longo da história.
Bem, quanto ao caso citado por mim, história do aborto legal por vitimas de estupro e risco de vida, é fato documentado e há literatura que confirmam a ação das lideranças religiosas e o descaso que acompanha esse tema na histórica política de nosso país. Desde a sua legalização até sua normatização. Mesmo hoje o Estado não faz cumprir a lei a adequadamente. Descaso do Estado sinaliza descaso da sociedade que ele representa.No mais se não existe apoio de fiéis à políticas religiosas e sua influência histórica na legislação do país, a história e os documentos mentem.
Bem, tá difícil. Documentos, a história e pesquisadores mentem, o oposto não, fiéis nunca apoiaram políticas religiosas no Brasil, essa não tem influência no país, não há ou houve nenhum religioso atrás de político pra tratar de seus interesses, mas existe perseguição aos católicos e a igreja no Brasil.
Eu vou optar pela literatura, fontes primárias, documentos, dados e pesquisas disponíveis para consulta e através de debates diretos com os pesquisadores da fiocruz que trabalham com os temas sociais da saúde. "Pressão de tudo que é lado" é outro modo de dizer que a maioria da população brasileira da época, que era muito conservadora, condenava o aborto irrestritamente, independente de existir ou não pressão religiosa organizada.
Não. Sofreu pressão religiosa e não foi pouca. Há fontes e bastante literatura sobre isso tanto no tema especifico do aborto, quanto no das demais políticas de assistência familiares.Hoje a maioria da população se mostra tolerante e compreensiva com o aborto em casos de estupro ou risco de vida, mas segue se opondo à sua legalização.
Hoje a população vem sinalizando que se encontra dividida entre interrupção moderada e a livre escolha para os casos não contemplados pela vigente, e pede tanto debate quanto votação. Não há aliança entre católicos e evangélicos porque estes estão fragmentados em milhares de denominações em uma pulverização que dilui seu poder político.
Não falei de aliança formal entre as denominações, mas de alianças no sentido de que se apóiam na militância contra aborto e direitos civis dos gays e lésbicas por defesa de interesses religiosos, como eles mesmos assim o chamam. Está em audiência pública no STF, por exemplo.
Audiência essa que lideres religiosos tentaram impedir com um acordo formal. O Partido dos Trabalhadores tem agenda declaradamente abortista e trabalha pela legalização.
Contanto que as leis sejam promulgadas sem interferência de acordos religiosos ou acordos abortistas, mas seguido a lei, podem ter opinião que queiram e trabalharem legalmente para o que desejarem. Voltamos à diferença entre doutrinas confessionais, valores religiosos e direitos civis.
Isso já foi esgotado também Minha referência vem dos debates nas audiências públicas do Supremo Tribunal Federal e garanto que os religiosos que apresentaram sua tese o fizeram de modo extremamente convincente e racional, sem apelar para dogmas doutrinários.
O oposto jamais foi dito por aqui, ou dirigido a esfera do tribunal. Tanto que desde o começo desse tópico, um tanto circular, venho defendendo que as decisões continuem nessa esfera e me opondo a tentativas de acordos ilícitos e vendas de voto. O ministério da saúde continua sendo o QG dos abortistas e só fez um recuo estratégico para vencer a eleição. Se venceram erguerão a bandeira da "questão de saúde pública" para defender o aborto, independente das promessas de campanha da candidata oficial.
Que os líderes religiosos e militantes façam denúncias legais e apresentem documentos de que representantes do poder público estejam agindo de forma ilegal. Se um grupo age de má fé não justifica que o outro também haja e que a sociedade deva apoiar. Que eu saiba ficamos satisfeitos de que a votação seja feita no congresso, que o congresso não se venda, e não realize acordos ilicitos pela representação religiosa o abortista e que não apoiemos atos ilegais. Que, como dito, não tem nenhum valor legal como compromisso de Estado ou governo. É apenas um compromisso de campanha que o candidato se eleito pode ignorar como quiser, desde que não se preocupe com o impacto na eleição seguinte.Repetindo o óbvio, político mentem em campanha.
Não é pq político mente, ou pq Dilma sendo mais esperta do que eles se negou a assinar o compromisso formal solicitado pelos religiosos, e lhes fez uma carta que não possui valor legal, que o pedido e a proposta do acordo firmado por escrito, pelos religiosos de extrema deixou de existir. Muito menos o pensamento por parte deles na direção de impedir que haja votação e que o estado acorde com grupos religiosos, ou o uso da fé religiosa como poder conferido pra aprovar ou desaprovar leis. Até a Wikipédia, a fonte mais popular de informação na Internet dá destaque às fundamentações do método científico definidos por Aristóteles, em especial na física e biologia.
Sim, óbvio. Não apenas da fundamentação do método como dos princípios do debate de idéias científicas, como fui a primieira a afirmar desde o principio desse tópico:Mas, a minha profissão é uma das ciências mais antigas do planeta, talvez a mais antiga pois surge antes, sendo apenas formalizada e sistematizada pelo grego Aristóteles, nós ainda a praticamos como eles faziam, incluindo as coleções. A inspeção pela lógica e o debate de idéias e conhecimento não nasce na escola medieval ele é aprimorado e expandido nela.
Em resposta a sua afirmativa de que: as bases intelectuais do debate de idéias como o conhecemos e como a academia o pratica até hoje foi inventado pelos escolásticos medievais
É incorreto dizer que gregos são lembrados pelo discurso político e esquecidos pelas fundações científicas.
Tanto é incorreto que, para a sua sugestão de que eu estivesse afirmando esse absurdo históricamente, eu respondo claramente que: Não ofusca Aristóteles e sua fundação em sua época, óbvio. Tão pouco para nós cientistas de história natural, o legado dele e de Platão é reconhecido exatamente pq influenciou profundamente a escola européia, na ciência pq fomentaram as primeiras discussões sistematizadas que deram forma as inventigações da natureza e o desenvolvimento da razão dedutiva, usada no questionamento e debate científico, Platão introduziu empirismo à discussão cientifica, noção de verdade científica por observação e indução. Mas gregos são lembrados e conhecidos pelo discurso político e frequentemente esquecidos pelas suas fundações científicas.
Quem afirma o oposto é vc, delegando-lhes o argumento essencialmente retórico na política e menos importância suas fundações documentadas para o desenvolvimento do debate científico: o debate acadêmico – tal como o conhecemos hoje – tem suas bases lançadas nas universidades medievais, cuja prática argumentativa era mais desenvolvida que a dos gregos antigos, que era essencialmente retórica nos debates políticos. As academias clássicas em geral viviam uma concordância argumentativa.
E eu me refiro diretamente ao sua resposta e suaidéia, e não a história da ciência e filosofia quando lhe digo diretamente que: A prática essencialmente retórica política que dá a fama aos gregos acaba ofuscando a fundação científica de Aristóteles, utilizada pelos medievais, difundida e melhorada, mas quem a sistematiza rudimentarmente com a criação do primeiro sistema dentro de uma estrutura acadêmica científica, que é usada por nós até hoje, é ele.
Eu dou aula desse tema na pós e não é a primeira vez que vejo a importância dos gregos vista de maneira periférica ou secundária na construçao e sistematização da ciência e seu debate. Porém, óbvio q não poderia vir da academia científica-filosófica, mas em geral dos amadores ou que ainda estão começando os estudos no tema.Na filosofia grega a teoria política mais citada é a de Aristóteles, que não ofusca seus trabalhos nos campos da lógica, da poética e da metafísica, por exemplo.
Não ofusca Aristóteles e sua fundação em sua época, óbvio.
Como demosntrei acima e já repeti anteriormente eu me referi a suas referência direta e não a historiadores ou cientistas. E afirmo que seu comentário não é uma novidade, sendo comum em aulas de pós lembrarem-se a priori dos gregos pela filosofia política.
No mais, saindo das filosofias políticas e das discussões de ontologia, as fundações e bases intelectuais científicas e do debate científico foram fomentadas e iniciadas pelos gregos, através do uso da lógica, do acumulo do conhecimento por inspeção, dedução, inúmeras conquistas de povos que tb praticavam ciências naturais rudimentares e do desenvolvimento de sua filosofia natural, da qual a história natural deriva mais tarde. O processo começa especialmente na botânica e zoologia, Platão introduz empirismo à discussão cientifica, noção de verdade científica por observação e indução, utilizando-se dessas fundações, e as demais, Aristóteles cria o primeiro sistema de classificação científico de fato. As bases se dão com eles nesse momento, bem como de toda a escola que segue discutindo e propondo novas adições dentro da ótica Aristotélica. O impacto da obra e discussões de Aristóteles é tão grande que durante a era medieval não houve nenhuma mudança de seu arranjo, sua escola, e no debate acerca de história natural, seguiu-se usando basicamente o que ele inventou e propôs em ciências naturais zoológicas e botânicas, principalmente em função da escola estar limitada aos clérigos. Sendo apenas no séc XVIII que uma mudança factual é proposta e apenas ali há refutação definitiva do fixismo e essencialismo Aristotélico. Porém o fixismo ainda é usado na tipologia, e esta permanece na escola taxonômica até hoje.Não há o menor sinal no momento político que doutrinas confessionais serão referendadas pelo Estado.
Onde há fumaça há fogo. Tem também o orai e vigiai da Apo, que tb concordo. Se a cultura de pressão e ganho de causas realizado por troca de voto, cabresto etc se instala perdemos muito com isso. Se forem, qualquer um – você inclusive - pode denunciar ao Ministério Público que encaminhará o caso ao STF para julgamento de violação da constituição. Os mecanismo do estado democrático vão além do que se fala durante as eleições.
Sim. Enviamos um documento à candidata semana passada referente a assinatura de documentos legais. Prezar e valorar direitos democráticos implica em, vez por outra, aceitar que pessoas e idéias opostas às nossas devem ter a mesmas oportunidades de expressão e ação que as nossas têm.
Aceitar que as idéias oposta sejam debatidas SEMPRE, é o principio do debate da escola científica, aceitar que elas sejam impostas, como a tentativa ocorrida nunca. Se são impostas não é democracia.