Luis Dantas escreveu:Botanico escreveu:
(snip)
Sabe o que quer dizer isso tudo, Dantas? Que o Livro dos Espíritos, que no início da minha graduação estava obsoleto, ficou atual no final dela.
Sinta só o drama: se a cada teoria nova, supostamente verdadeira e correta (mas que pode não estar) saírmos a atualizar os livros espíritas, como ficamos quando temos de voltar atrás de desfazer tudo pois a tal nova teoria se mostrou furada?
Por essa razão, cuidamos do que é da nossa competência e se tiver de algo ser corrigido, que ele seja realmente tão óbvio quanto a atmosfera do lado oposto da Lua.
É isso.
Botanico, você acaba de mostrar por que o Espiritismo não é ciência, nunca foi, e deveria largar a pretensão de um dia vir a ser.
Apenas isso.
Sei não Dantas.
Lá nos tempos do Kardec Karduco, acreditava-se que se fazia Ciência observando os eventos ou fazendo experimentos e tentando ver se as hipóteses se encaixavam ou não na coisa. Quando Kardec começou com isso, achava que era coisa de magnetismo... até o dia em que um amigo lhe relatou que as tais mesas que se moviam por ação magnética também falavam e davam indicativos de ter causa inteligente.
Aí Kardec Karduco se interessou pela coisa e começou a pesquisar a respeito. Já que as mesas e cadeiras "falavam" o mais lógico era perguntar quem estava falando e daí veio a resposta de que eram entes não corpóreos, chamados espíritos e que teriam animados corpos de pessoas que viveram na Terra ou em outros mundos, etc e tal.
Parece-me que na antiga ciência do século XIX (eu posso estar enganado) entendia-se que se uma hipótese não explicasse os resultados ou eventos observados, ela deveria então ser descartada; se explicasse, não havia motivos para ser descartada.
Tá, tudo bem. Então para se explicar os tais fenômenos estranhos, Kardec teve de conferir as hipóteses alternativas. Que era: 1) Canalha! É só trapaça o que se tem por aqui. 2) Tá pinel ô cara! 3) Tá vendo coisas que não existem, ô meu. 4) É estalo de músculo ou articulação. 5) É o Demo. 6) É reflexo do pensamento. 7) São espíritos de falecidos. Isso são só as mais importantes, havia outras, mas caso queira saber (suponho que não queira) consulte o Livro dos Médiuns. Não estou lá muito a fim de reescrever o dito livro.
Bem, o Karduco testou as ditas hipóteses e, embora alguns casos pudessem se encaixar nas primeiras. Para os mais significativos, só sobrou a última.
Mas nos dias de hoje parece que a Ciência mudou. E mudou tanto que suponho que talvez tenha razão. Não devemos nós espíritas insistirmos em qualificar a coisa como ciência. Se foi, você acha que nunca foi, mas seguramente hoje não é. Certo?
A Anna e outros ficam me falando de um tal de Pompéia aí, dizendo ser um tremendo de um bambambam, a qual o progresso da Ciência lhe deve muito. Pelo que entendi, ele diz que se não puder provar que a coisa não existe, então não é Ciência. Como não dá para se provar que espíritos não existem, então está provado que o Espiritismo não existe... cientificamente.
O Quevedo fala de um tal inconsciente, capaz de saber o Mundo e Fundo. Saber coisas mais até do que o próprio Deus e TODOS os fenômenos erroneamente atribuídos aos espíritos, são perfeitamente explicavéis pela Parapasicologia Católica, através dessa super-entidade inconsciente. Se o inconsciente explica tudo, não sei se seria científico, pois ele seria infalseável, já que QUALQUER resultado obtido poderia ser explicado pelo dito inconsciente.
Tem também a tal de força psi, que o Zangari diz que não pode ser descartada (nunca?) e portanto ela torna o Espiritismo não científico. Pelo que entendi, talvez muito mal, essa tal de força psi tem as mesmas características do inconsciente quevediano. Um médium pode dar detalhes até íntimos da vida de um cara que morreu há 20 anos. É pela força psi que ele faz isso. Mas esse mesmo médium, usando a mesma força psi, não é capaz de saber o que se passou na sala ao lado nos últimos 20 segundos. Parece que a força psi também tem esse problema.
Por tudo isso, não estou mais brigando para dizer que o Espiritismo seja científico. Mas as explicações alternativas continuam não me convencendo.
É isso.