População gaúcha deve encolher a partir de 2024
Enviado: 01 Mar 2007, 11:38
População gaúcha deve encolher a partir de 2024
Estudo com 181 páginas, que será divulgado hoje, traz uma coleção de dados demográficos, indicadores de mortalidade e números do sistema de saúde para ajudar profissionais e gestores públicos
MARCELO GONZATTO
Dentro de duas décadas, a população do Rio Grande do Sul pode reverter sua tendência histórica de crescimento e começar a encolher.
Uma publicação da Secretaria Estadual da Saúde (SES) a ser lançada oficialmente hoje pela manhã demonstra que, se forem mantidos os patamares recentes de nascimentos e de óbitos, em 2024 passarão a morrer mais gaúchos do que nascer.
A notícia surpreende os próprios autores do trabalho, chamado A Saúde da População do Estado do Rio Grande do Sul, com dados até 2005. Com 181 páginas, traz uma coleção de estatísticas para abastecer profissionais de saúde e gestores públicos.
A surpresa se deve ao fato de que se espera, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que o Brasil vá chegar ao mesmo ponto de inversão quase quatro décadas mais tarde - em 2062.
- Mantida a tendência atual, devemos estabilizar a população muito antes do resto do país - afirma o epidemiologista Airton Fischmann, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde da SES.
Supervisor do IBGE recomenda cautela
Conforme estatísticas de registro civil do IBGE, em 1985, por exemplo, nasceram 175.395 crianças no Estado. Vinte anos depois, o número de gaúchos que vieram ao mundo caiu para 144.393 - cerca de 17,7% menos. Apesar disso, o supervisor de informações do IBGE no Estado, Ademir Koucher, recomenda cautela:
- Para se falar em encolhimento, não basta haver um número maior de mortes do que de nascimentos em um ano. Será preciso que se confirme a tendência por um período mais longo.
Conforme Fischmann, a explicação para a precocidade gaúcha está nos índices mais baixos de fecundidade das gaúchas em relação ao resto do país. Um aspecto positivo do fenômeno, explica, é que a diminuição da fecundidade é mais intensa entre as famílias mais miseráveis, onde a mortalidade infantil também costuma ser maior. Por outro lado, o sistema de saúde terá de estar preparado para atender a uma população que terá uma tendência maior a ficar doente.
http;//zh.clicrbs.com.br
Estudo com 181 páginas, que será divulgado hoje, traz uma coleção de dados demográficos, indicadores de mortalidade e números do sistema de saúde para ajudar profissionais e gestores públicos
MARCELO GONZATTO
Dentro de duas décadas, a população do Rio Grande do Sul pode reverter sua tendência histórica de crescimento e começar a encolher.
Uma publicação da Secretaria Estadual da Saúde (SES) a ser lançada oficialmente hoje pela manhã demonstra que, se forem mantidos os patamares recentes de nascimentos e de óbitos, em 2024 passarão a morrer mais gaúchos do que nascer.
A notícia surpreende os próprios autores do trabalho, chamado A Saúde da População do Estado do Rio Grande do Sul, com dados até 2005. Com 181 páginas, traz uma coleção de estatísticas para abastecer profissionais de saúde e gestores públicos.
A surpresa se deve ao fato de que se espera, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que o Brasil vá chegar ao mesmo ponto de inversão quase quatro décadas mais tarde - em 2062.
- Mantida a tendência atual, devemos estabilizar a população muito antes do resto do país - afirma o epidemiologista Airton Fischmann, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde da SES.
Supervisor do IBGE recomenda cautela
Conforme estatísticas de registro civil do IBGE, em 1985, por exemplo, nasceram 175.395 crianças no Estado. Vinte anos depois, o número de gaúchos que vieram ao mundo caiu para 144.393 - cerca de 17,7% menos. Apesar disso, o supervisor de informações do IBGE no Estado, Ademir Koucher, recomenda cautela:
- Para se falar em encolhimento, não basta haver um número maior de mortes do que de nascimentos em um ano. Será preciso que se confirme a tendência por um período mais longo.
Conforme Fischmann, a explicação para a precocidade gaúcha está nos índices mais baixos de fecundidade das gaúchas em relação ao resto do país. Um aspecto positivo do fenômeno, explica, é que a diminuição da fecundidade é mais intensa entre as famílias mais miseráveis, onde a mortalidade infantil também costuma ser maior. Por outro lado, o sistema de saúde terá de estar preparado para atender a uma população que terá uma tendência maior a ficar doente.
http;//zh.clicrbs.com.br