Separados ao nascer...
Enviado: 05 Mar 2007, 02:14
Lula e FHC: iguais demais
05/03/2007
2,6%. Essa foi a média de crescimento do PIB brasileiro no primeiro mandato do presidente Lula. Igual à do primeiro de FHC. E não muito diferente dos 2,3%, em média, de FHC 2.
São dois governos distintos, com problemas e agendas diferentes. Mas ambos foram fundamentalmente iguais no principal vetor que hoje emperra o crescimento brasileiro: o inchaço do Estado e o aumento de seu peso sobre o setor produtivo e os trabalhadores --via carga tributária.
Nisso, FHC e Lula são irmãos siameses, apesar de toda a ladainha dos tucanos de que os petistas são "estatizantes" e atrasados, diferentes deles.
Lula de fato é distinto em vários outros aspectos, mas não difere do que foi FHC no fundamental: quando se trata de tirar o peso do Estado de cima da gente.
Sob Lula, muitas das iniciativas de modernização do Estado promovidas por FHC foram abandonadas. A ênfase que o PT dá às agências reguladoras (Aneel, Anatel etc.) e às concessões (de rodovias, por exemplo), fundamentais para atrair investimentos privados, é próxima de zero.
FHC, por sua vez, foi muito mais tímido que Lula na chamada agenda social. O tucano também foi menos responsável, do ponto de vista fiscal, que Lula. Só economizou nos superávits primários (para tentar reduzir a dívida pública) a partir de 1999, quando o FMI exigiu ao emprestar dinheiro ao Brasil.
Mesmo assim, o superávit do governo central promovido por FHC foi de 2% do PIB, em média, no segundo mandato (0,3% no primeiro). O de Lula alcançou 2,7%.
O ponto central, no entanto, é que, apesar de orientações diferentes, ambos governaram jogando o ônus de suas políticas para a sociedade, arrochando empresas e pessoas físicas com mais e novos impostos, contribuições e taxas.
No início do primeiro mandato de FHC, a carga tributária total era equivalente a 28,9% do PIB. Ele entregou o país a Lula com 35,8%. O aumento foi de 6,9 pontos percentuais.
Lula seguiu aumentando a arrecadação e os impostos, até bater nos 38,8% anunciados na semana passada. Em seu governo, o aumento foi de 3,3 pontos. Ou seja, manteve praticamente o mesmo ritmo de FHC.
O resumo é que o país não cresce, e a carga tributária não pára de subir, alimentando um Estado gigantesco e perdulário que não usa o dinheiro que arrecada para cumprir seu papel fundamental: proporcionar educação, saúde e segurança adequadas e um ambiente econômico que favoreça o desenvolvimento.
Não existe nada, absolutamente nada, que indique uma mudança nessa situação.
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Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult1470u21.shtml
05/03/2007
2,6%. Essa foi a média de crescimento do PIB brasileiro no primeiro mandato do presidente Lula. Igual à do primeiro de FHC. E não muito diferente dos 2,3%, em média, de FHC 2.
São dois governos distintos, com problemas e agendas diferentes. Mas ambos foram fundamentalmente iguais no principal vetor que hoje emperra o crescimento brasileiro: o inchaço do Estado e o aumento de seu peso sobre o setor produtivo e os trabalhadores --via carga tributária.
Nisso, FHC e Lula são irmãos siameses, apesar de toda a ladainha dos tucanos de que os petistas são "estatizantes" e atrasados, diferentes deles.
Lula de fato é distinto em vários outros aspectos, mas não difere do que foi FHC no fundamental: quando se trata de tirar o peso do Estado de cima da gente.
Sob Lula, muitas das iniciativas de modernização do Estado promovidas por FHC foram abandonadas. A ênfase que o PT dá às agências reguladoras (Aneel, Anatel etc.) e às concessões (de rodovias, por exemplo), fundamentais para atrair investimentos privados, é próxima de zero.
FHC, por sua vez, foi muito mais tímido que Lula na chamada agenda social. O tucano também foi menos responsável, do ponto de vista fiscal, que Lula. Só economizou nos superávits primários (para tentar reduzir a dívida pública) a partir de 1999, quando o FMI exigiu ao emprestar dinheiro ao Brasil.
Mesmo assim, o superávit do governo central promovido por FHC foi de 2% do PIB, em média, no segundo mandato (0,3% no primeiro). O de Lula alcançou 2,7%.
O ponto central, no entanto, é que, apesar de orientações diferentes, ambos governaram jogando o ônus de suas políticas para a sociedade, arrochando empresas e pessoas físicas com mais e novos impostos, contribuições e taxas.
No início do primeiro mandato de FHC, a carga tributária total era equivalente a 28,9% do PIB. Ele entregou o país a Lula com 35,8%. O aumento foi de 6,9 pontos percentuais.
Lula seguiu aumentando a arrecadação e os impostos, até bater nos 38,8% anunciados na semana passada. Em seu governo, o aumento foi de 3,3 pontos. Ou seja, manteve praticamente o mesmo ritmo de FHC.
O resumo é que o país não cresce, e a carga tributária não pára de subir, alimentando um Estado gigantesco e perdulário que não usa o dinheiro que arrecada para cumprir seu papel fundamental: proporcionar educação, saúde e segurança adequadas e um ambiente econômico que favoreça o desenvolvimento.
Não existe nada, absolutamente nada, que indique uma mudança nessa situação.
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Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult1470u21.shtml