Ativista de esquerda é preso no Rio
Enviado: 19 Mar 2007, 07:25
Ativista de esquerda procurado na Itália é preso no Rio
Cesare Battisti é acusado de envolvimento em quatro homicídios
Rio
Condenado na Itália à prisão perpétua sob a acusação de ter participado de quatro homicídios nos anos 70 – quando integrava o grupo de extrema esquerda Proletários Armados pelo Comunismo –, o escritor italiano Cesare Battisti foi preso ontem de manhã no Rio de Janeiro.
Battisti, 52 anos, foi detido quando caminhava no calçadão de Copacabana, em uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) brasileira e da polícia da França. Agentes seguiram a francesa Lucie Geneviève Olès, que acabara de chegar à cidade para entregar 9 mil euros (R$ 25 mil) a ele. Battisti e Geneviève foram surpreendidos juntos. O grupo a que o escritor italiano pertenceu era ligado ao movimento extremista Brigadas Vermelhas, que em 1978 seqüestrou e matou o líder da Democracia Cristã Aldo Moro.
Embora a prisão de Battisti tenha sido pedida ao Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro pelo governo da Itália, foram policiais franceses que o localizaram no Rio. Battisti morava na cidade desde que escapara da França em 2004, após ser cassado o asilo político que o presidente François Mitterrand lhe dera. Para não ser mandado para a Itália, fugiu rumo ao Brasil.
O dinheiro que o italiano receberia, conforme a polícia, veio de um Comitê de Apoio às Brigadas Vermelhas, que, em território francês, tem como um dos líderes a escritora de livros policiais Fred Vargas. A polícia francesa suspeitou de que Fred traria o dinheiro para escritor. Mas foi Geneviève quem desembarcou no Rio e foi ao encontro de Battisti.
O escritor, segundo o diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, será transferido para Brasília. Battisti ficará preso até que o STF julgue o pedido de extradição que o governo italiano encaminhará ao Brasil. Por enquanto, existe apenas o pedido de prisão.
STF já negou extradição em três casos semelhantes
Hoje, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) vai procurar o ministro da Justiça, Tarso Genro, e os ministro do STF para discutir a situação do escritor e pedir que ele não seja extraditado. Gabeira, que não tinha contato com Battisti, disse desconhecer os pormenores da situação do italiano. Mas acredita que ele deveria receber asilo político no Brasil.
Antes de Battisti, três italianos acusados de ligações com o terrorismo refugiados no Brasil tiveram a extradição negada pelo STF. O primeiro pedido italiano, em 1993, era contra Achille Lollo, militante do Partido Operário acusado de, com outros dois militantes, matar duas crianças em um incêndio.
Em 1996, o alvo foi Luciano Pessina, 47 anos, preso no Rio, também acusado de ter pertencido às Brigadas Vermelhas. Em junho de 2005, foi a vez de Pietro Mancini, ex-integrante da organização Autonomia Operária. O criminalista fluminense Técio Lins e Silva levantou ontem a possibilidade de Battisti também não ser extraditado.
– Cada caso é um caso, mas a tradição do Supremo Tribunal Federal é não conceder extradição para crimes políticos – contou ele.
http://zh.clicrbs.com.br
Cesare Battisti é acusado de envolvimento em quatro homicídios
Rio
Condenado na Itália à prisão perpétua sob a acusação de ter participado de quatro homicídios nos anos 70 – quando integrava o grupo de extrema esquerda Proletários Armados pelo Comunismo –, o escritor italiano Cesare Battisti foi preso ontem de manhã no Rio de Janeiro.
Battisti, 52 anos, foi detido quando caminhava no calçadão de Copacabana, em uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) brasileira e da polícia da França. Agentes seguiram a francesa Lucie Geneviève Olès, que acabara de chegar à cidade para entregar 9 mil euros (R$ 25 mil) a ele. Battisti e Geneviève foram surpreendidos juntos. O grupo a que o escritor italiano pertenceu era ligado ao movimento extremista Brigadas Vermelhas, que em 1978 seqüestrou e matou o líder da Democracia Cristã Aldo Moro.
Embora a prisão de Battisti tenha sido pedida ao Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro pelo governo da Itália, foram policiais franceses que o localizaram no Rio. Battisti morava na cidade desde que escapara da França em 2004, após ser cassado o asilo político que o presidente François Mitterrand lhe dera. Para não ser mandado para a Itália, fugiu rumo ao Brasil.
O dinheiro que o italiano receberia, conforme a polícia, veio de um Comitê de Apoio às Brigadas Vermelhas, que, em território francês, tem como um dos líderes a escritora de livros policiais Fred Vargas. A polícia francesa suspeitou de que Fred traria o dinheiro para escritor. Mas foi Geneviève quem desembarcou no Rio e foi ao encontro de Battisti.
O escritor, segundo o diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, será transferido para Brasília. Battisti ficará preso até que o STF julgue o pedido de extradição que o governo italiano encaminhará ao Brasil. Por enquanto, existe apenas o pedido de prisão.
STF já negou extradição em três casos semelhantes
Hoje, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) vai procurar o ministro da Justiça, Tarso Genro, e os ministro do STF para discutir a situação do escritor e pedir que ele não seja extraditado. Gabeira, que não tinha contato com Battisti, disse desconhecer os pormenores da situação do italiano. Mas acredita que ele deveria receber asilo político no Brasil.
Antes de Battisti, três italianos acusados de ligações com o terrorismo refugiados no Brasil tiveram a extradição negada pelo STF. O primeiro pedido italiano, em 1993, era contra Achille Lollo, militante do Partido Operário acusado de, com outros dois militantes, matar duas crianças em um incêndio.
Em 1996, o alvo foi Luciano Pessina, 47 anos, preso no Rio, também acusado de ter pertencido às Brigadas Vermelhas. Em junho de 2005, foi a vez de Pietro Mancini, ex-integrante da organização Autonomia Operária. O criminalista fluminense Técio Lins e Silva levantou ontem a possibilidade de Battisti também não ser extraditado.
– Cada caso é um caso, mas a tradição do Supremo Tribunal Federal é não conceder extradição para crimes políticos – contou ele.
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