EUA se envolvem em ataque direto às Farc na Colômbia
Enviado: 21 Mar 2007, 07:29
EUA se envolvem em ataque direto às Farc na Colômbia
Forças dos Estados Unidos na Colômbia ultrapassaram os limites das regras para sua presença no país ao acompanharem soldados colombianos num recente ataque a uma base rebelde, disseram especialistas. De acordo com o jornal colombiano El Tiempo, os soldados colombianos e americanos atacaram em janeiro uma base onde três prestadores de serviços civis de serviço americanos eram mantidos cativos havia três anos.
Dois guerrilheiros foram capturados durante o ataque e interrogados sobre as condições dos prisioneiros. Autoridades da embaixada americana em Bogotá recusam-se a comentar o assunto, mas admitiram que militares americanos, de fato, acompanharam as forças colombianas na incursão, no sul da Colômbia, onde, há mais de 40 anos, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) operam com relativa impunidade.
Segundo as regras estabelecidas pelo Exército dos EUA para seus militares na Colômbia, os soldados não estão autorizados a participar de combates junto com soldados colombianos. No entanto, podem servir como consultores das tropas, uma definição muito ampla que dá margem a interpretações.
Terreno pantanoso - John E. Pike, diretor e fundador do website Globalsecurity.org observou que esse ataque a um campo das Farc levou algumas pessoas a questionarem se os EUA não estão entrando num "terreno pantanoso" na Colômbia, gradativamente, se envolvendo cada vez mais no conflito interno do país. "Essas pessoas se perguntam se os americanos não estão muito próximos da linha de frente da longa guerra civil colombiana", observou Pike.
Comparando o envolvimento dos EUA na Colômbia à política americana no Vietnã, onde, inicialmente, as forças do país estavam no Sudeste Asiático como conselheiras do Vietnã do Sul, Pike disse, no entanto, que o risco de os EUA se engajarem num conflito similar na Colômbia hoje é menor do que há cinco anos. Em 2002, os EUA ainda não tinham se comprometido com os quase 150.000 soldados no Iraque e alguns "falcões" americanos punham as Farc e outros grupos rebeldes de esquerda no mesmo nível da Al-Qaeda e do Taleban.
A Colômbia é a origem da maior parte da cocaína consumida nos EUA (calcula-se em 90%) e as Farc e os paramilitares de direita usam o lucro das drogas para financiar a sua guerra. Mas hoje a preocupação com os rebeldes colombianos diminuiu, segundo Pike. "Com a perda do controle no Iraque e no Afeganistão, não creio que as pessoas estejam mais tão preocupadas com a Colômbia", afirmou.
Mesmo assim, nos últimos anos, os EUA ampliaram sua presença na Colômbia, aumentando, em 2004, o número de soldados de 400 para 800 e o de agentes civis de 400 para 600. A Colômbia também foi contemplada com uma ajuda de US$ 750 milhões anuais, a maior parte para fins militares, tornando-se a quinta maior beneficiária da ajuda americana no mundo.
http://diariodonordeste.globo.com/notic ... modulo=965
Forças dos Estados Unidos na Colômbia ultrapassaram os limites das regras para sua presença no país ao acompanharem soldados colombianos num recente ataque a uma base rebelde, disseram especialistas. De acordo com o jornal colombiano El Tiempo, os soldados colombianos e americanos atacaram em janeiro uma base onde três prestadores de serviços civis de serviço americanos eram mantidos cativos havia três anos.
Dois guerrilheiros foram capturados durante o ataque e interrogados sobre as condições dos prisioneiros. Autoridades da embaixada americana em Bogotá recusam-se a comentar o assunto, mas admitiram que militares americanos, de fato, acompanharam as forças colombianas na incursão, no sul da Colômbia, onde, há mais de 40 anos, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) operam com relativa impunidade.
Segundo as regras estabelecidas pelo Exército dos EUA para seus militares na Colômbia, os soldados não estão autorizados a participar de combates junto com soldados colombianos. No entanto, podem servir como consultores das tropas, uma definição muito ampla que dá margem a interpretações.
Terreno pantanoso - John E. Pike, diretor e fundador do website Globalsecurity.org observou que esse ataque a um campo das Farc levou algumas pessoas a questionarem se os EUA não estão entrando num "terreno pantanoso" na Colômbia, gradativamente, se envolvendo cada vez mais no conflito interno do país. "Essas pessoas se perguntam se os americanos não estão muito próximos da linha de frente da longa guerra civil colombiana", observou Pike.
Comparando o envolvimento dos EUA na Colômbia à política americana no Vietnã, onde, inicialmente, as forças do país estavam no Sudeste Asiático como conselheiras do Vietnã do Sul, Pike disse, no entanto, que o risco de os EUA se engajarem num conflito similar na Colômbia hoje é menor do que há cinco anos. Em 2002, os EUA ainda não tinham se comprometido com os quase 150.000 soldados no Iraque e alguns "falcões" americanos punham as Farc e outros grupos rebeldes de esquerda no mesmo nível da Al-Qaeda e do Taleban.
A Colômbia é a origem da maior parte da cocaína consumida nos EUA (calcula-se em 90%) e as Farc e os paramilitares de direita usam o lucro das drogas para financiar a sua guerra. Mas hoje a preocupação com os rebeldes colombianos diminuiu, segundo Pike. "Com a perda do controle no Iraque e no Afeganistão, não creio que as pessoas estejam mais tão preocupadas com a Colômbia", afirmou.
Mesmo assim, nos últimos anos, os EUA ampliaram sua presença na Colômbia, aumentando, em 2004, o número de soldados de 400 para 800 e o de agentes civis de 400 para 600. A Colômbia também foi contemplada com uma ajuda de US$ 750 milhões anuais, a maior parte para fins militares, tornando-se a quinta maior beneficiária da ajuda americana no mundo.
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