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DIÁLOGO COM ATEU E AGNÓSTICO

Enviado: 22 Mar 2007, 17:35
por Esdras F
[center]DIÁLOGO COM ATEU E AGNÓSTICO


Samuel Pinheiro, 2003-03-23[/center]

DIÁLOGO COM ATEU E AGNÓSTICO


'Se Deus queria superar sua crise de consciência, só ele poderia condenar a si mesmo à morte e, como nenhum homem seria capaz de matá-lo, ele resolveu se martirizar' (tese do ex-seminarista Jack Miles em seu novo livro Cristo: uma crise na vida de Deus).



Quem se aproxima da Bíblia ou de Jesus Cristo empunhando apenas um bísturi e um microscópio, está a cometer o disparate de quem encerra os relacionamentos e a amizade nos mesmos parâmetros. Conhecemos as pessoas com o coração mais do que com a razão, ou com os instrumentos da ciência e da técnica. Tanto a Bíblia como Jesus Cristo podem ser questionados e analisados à luz das ferramentas da história, da sociologia, da psicologia e da antropologia, mas essa aproximação nunca tocará o âmago do que representam e constituem para o homem. Há que ir mais perto. Muita dessa postura só revela a incapacidade do homem (no fundo o pecado) de se dar, de confiar, de ter fé, de se relacionar, de ser íntimo, de ser conhecido por dentro e de conhecer.


Se o ateu “visse” Deus, ou se O pudesse ver, sujeitar-se-ia a Ele ou o procuraria impugnar e acusar, rejeitando o seu próprio pecado e culpa?




A BÍBLIA PREGA CONTRA A IDOLATRIA, NÃO CONTRA O ATEÍSMO.

(Charles Colson & Nancy Pearcey, E Agora como Viveremos?, CPAD, p. 78)



Platão correctamente afirmou: “O ateísmo é uma doença da alma, antes de ser um erro de entendimento.”

(Ricardo Gondim; Artesãos de uma Nova Era; Candeia; p. 96)



Updike apresentou uma formulação lógica talvez não à altura de Anselmo ou de Tomás de Aquino, mas adequada ao seu tempo e temperamento:

1. Se Deus não existe, o mundo é um espectáculo de terror.

2. Ora, o mundo não é um espectáculo de terror.

3. Portanto, Deus existe.

(James Houston, A Fome da Alma, Abba Press, pp. 146)



Se eu e você tentarmos entender Deus, teremos problemas!

(EVANS, Tony. Deus é Tremendo. Vida, pp. 136)




“Quem se recusa a raciocinar é um fanático, quem é incapaz é um tolo, e quem não tem coragem é um escravo”. (Lord Byron)

(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 96)




Céptico, porém sincero


Mais uma vez, eu, Adrian Rogers, quero destacar que o maior milagre é o milagre da graça redentora de Deus. Para finalizar, permita-me contar uma história que ilustra como o Evangelho de João pode ajudar-nos a descobrir esta verdade gloriosa.

Ele entrou no meu gabinete e foi falando de forma brusca, sem rodeios: “Pastor Rogers, eu preciso falar com o senhor. A minha mulher quer suicidar-se, mas quero evitar que isto aconteça. O senhor poderia falar com ela?” Eu nunca tinha visto aquele homem antes. Depois, fiquei sabendo que ele era um cientista de destaque na industria espacial. Tinha um emprego muito bem remunerado, e fez parte da equipe que ajudou os estados Unidos a levar um homem à lua no fim da década de 60.

Eu disse a ele que conversaria com sua esposa se ele viesse com ela. Não foi preciso muito tempo de aconselhamento para eu descobrir que o problema dela era ele. Aquele homem havia maltratado sua esposa de diversas maneiras. Ele gostava de bebidas alcoólicas, jogos de azar, adultério, e a agredia verbal e fisicamente.

Interrompi minha conversa com ela e fixei o meu olhar nele. “Você é um cristão?”, perguntei. É certo que eu não queria apenas esta informação, mas foi uma maneira de iniciar a conversa. Ele riu e respondeu, com certa arrogância: “Não, eu não sou cristão. Eu sou ateu.” E eu disse: “Pois bem, na sua opinião, Deus não existe?” Ele afirmou: “É isto mesmo.”

Eu disse: “Posso lhe fazer uma pergunta? Você já conhece todas as coisas?” Ele falou: “É claro que não.” Eu disse: “Eu estaria sendo optimista se dissesse que o senhor conhece a metade das coisas que podem ser conhecidas?” Ele respondeu: “Muito optimista.” Insisti: “Então como é que o senhor pode saber se Deus não existe na outra metade das coisas que o senhor não conhece?” Ele disse: “está bem, então não sou um ateu. Sou um agnóstico.” Eu prossegui: “Agora estamos começando a nos entender.”

Eu não lhe disse que a palavra agnóstico, em sua origem latina, quer dizer “ignorante”, mas continuei: “Bem, um agnóstico é alguém que tem duvida. Você não sabe que Deus existe, você apenas tem dúvida disto.” Ele disse: “Sim, tenho uma dúvida enorme.” Eu falei: “Não importa o tamanho, eu só quero saber o tipo de dúvida é esta. Há dois tipos: os que duvidam com sinceridade e os que duvidam com falsidade. De que tipo é você?”

Ele perguntou: “Qual é a diferença?” Eu respondi: “É a seguinte: quem duvida sinceramente, não sabe, mas deseja saber, e por isto está disposto a fazer uma investigação honesta. Quem duvida de modo desonesto não conhece porque não quer conhecer. Este tipo não pode encontrar-se com Deus pelo mesmo motivo que um ladrão não pode encontrar-se com um policial.”

Então ele me disse: “Bem, eu gostaria de pensar que sou sincero.” Eu falei: “Que bom! Você gostaria de colocar Deus no laboratório para testar se ele existe ou não?” Ele disse: “Isto é impossível.” Respondi: “É possível, se você procurar o laboratório apropriado. Vou fazer a você um desafio que o próprio Jesus fez.”

Então citei para ele este verso do Evangelho de João: “Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, saberá se o meu ensino vem de Deus ou se falo por minha própria conta” (João 7:17). Expliquei de forma bem objectiva o significado deste versículo: se uma pessoa deseja fazer a vontade de Deus, o Senhor vai se revelar a ela.

Ele perguntou: “Como é que isto funciona?” eu disse: “Você estaria disposto a fazer a seguinte declaração: ‘Deus, não sei se tu existes ou não, não sei se Jesus é teu Filho ou não, mas quero saber. E porque quero saber, farei uma investigação honesta, seguirei os seus resultados para onde quer que eles me direcionem, seja qual for o custo desta decisão’?” Ele pediu: “Você pode repetir?” repeti, e ele afirmou: “Sim, estou disposto a aceitar este desafio.”

Eu disse: “Que maravilha! Agora eu gostaria de sugerir o seguinte: há um livro na Bíblia, o Evangelho de João, que foi escrito para que você possa crer que Jesus é o Cristo de modo que, pela fé, você possa obter a vida eterna. Gostaria que você fizesse esta experiência: comece a ler o Evangelho de João, dizendo com toda a sinceridade: ‘Deus, se tu existes, se esta é a tua Palavra, se esta é a verdade, permite que ela me seja revelada; e a seguirei onde quer que eu for. Se tu não me convenceres de que esta é a verdade, eu continuarei do jeito que sou!” Deixei claro que sua atitude deveria ser totalmente honesta a ponto de obedecer a verdade que Deus lhe revelasse.

Ele cumpriu o prometido, e começou a ler o Evangelho de João disposto a seguir a revelação que encontrasse, fosse qual fosse. Algumas semanas depois, veio ao meu gabinete, caiu de joelhos e, com lágrimas nos olhos, deu seu coração a Jesus Cristo e foi transformado. Na última vez que os vi, aquele homem e sua esposa estavam sentados no seu Cadillac branco, de mãos dadas como namorados. Ela também tinha aceitado a graça de Cristo sem eu coração. Ambos estavam amando a Jesus e um ao outro.

(Adrian Rogers, Creia em Milagres, mas Confie em Jesus, Eclesia, pp. 184)




O humorista Will Rogers disse certa vez que um homem não demonstra sua ignorância sua ignorância por reconhecer que não sabe muitas coisas, mas por pensar que sabe muitas coisas.

(Idem; pp. 138)




Se você deseja a verdade, você receberá mais verdade. Mas, se você não a deseja, até aquela parcela de verdade que você possui será tirada.

(Idem; pp. 139)




Não há maior pecado do que rejeitar a luz de Jesus Cristo. Quando alguém ouve o Evangelho e o seu coração se abre para a Palavra de Deus, mas não caminha na direcção desta luz, de fé em fé, até crer em Jesus Cristo, receberá dupla condenação. Por quê? Porque ele não será julgado apenas pela doença, mas também por rejeitar a cura. Observe o que Jesus disse:

“O julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas as pessoas preferiram a escuridão porque fazem o que é mau. Pois todos os que fazem o mal odeiam a luz e fogem dela, para que ninguém veja as coisas más que fazem” (João 3:19,20)

Quando Deus vier julgar o mundo, ele não vai fazê-lo tomando como base o pecado praticado, mas pela rejeição à luz que foi enviada.

(Idem; pp. 141)




Deus não espera que creiamos cegamente. Pelo contrário, Ele espera que usemos nossas mentes.” Então citou o que o profeta Isaías havia escrito – “Vinde, pois, e arrazoemos’, diz o Senhor”. Pela primeira vez, entendi que eu estava tendo permissão, e até mesmo incentivo, para ter uma mente inquiridora. Vi que o próprio Deus nos desafiou a usar a razão para determinar aquilo em que acreditamos.

(Tim LaHaye; Um Homem Chamado Jesus; UP; pp. 11)




Os cépticos que conheço são geralmente mais eficientes em levantar objecções do que em responder à simples pergunta: “Como você explica o cristianismo sem o sobrenatural?”

(Idem; pp. 37)




Uma Questão de Vontade

Um poeta disse sabiamente: “Uma mente convencida contra sua vontade é ainda a mesma mente.”

(Idem; pp. 43)




Qual a reacção da multidão? “E, embora tivesse feito tantos sinais na sua presença, não creram nele” (Hb 1:1,2). Esta trágica observação prova que os crentes estavam presentes naquela ocasião. Eles ouviram a voz de Deus, testemunharam os milagres de Jesus e, apesar disso, se recusaram a crer. Felizmente, nem todos agiram assim.

Actualmente, podemos fazer essa mesma escolha: crer ou descrer. A evidência hoje é precisamente a mesma daquela época. As pessoas – tanto hoje como há dois mil anos – não têm desculpa, pois têm o testemunho da voz do próprio Deus confirmando seu Filho.

(Idem; pp. 154)




Thomas Jefferson, terceiro presidente dos Estados Unidos, tentou banir do crsitianismo os milagres de Cristo, simplesmente removendo-os da Bíblia com uma tesoura. Tudo o que ele conseguiu foi criar um angu literário. Sua versão jamais foi entendida porque torna A Maior História Já Contada um contra-senso ilegível. Essa versão retira a maior evidência do carácter sobrenatural do Filho de Deus pela simples eliminação dessa evidência. Dizer apenas: “Não acredito no sobrenatural” – como fizeram Hume, Jefferson e os cépticos modernos – não resolve nada. Qualquer pessoa descrente em Deus terá uma visão inadequada do sobrenatural, pretextuando serem os milagres impossíveis. E naturalmente ninguém ainda apresentou uma prova convincente de que Deus não existe.

Se uma pessoa começa por excluir a possibilidade de que existe um Deus sobrenatural, ela rejeitará a possibilidade de milagres. Certamente, nenhuma prova sustenta tal convicção; o céptico está simplesmente alardeando sua descrença, o que não é suficiente para desmentir os milagres de Jesus. A evidência histórica pesa esmagadoramente em favor dos milagres como parte integrante da vida do Nazareno. Sem eles, Jesus teria sido rapidamente esquecido, desaparecendo com o passar dos séculos.

(Idem; pp. 161)




Podemos perguntar a nós mesmos: “Por que eles o rejeitaram?” Jesus deu a resposta em João 5:40. Depois de enfrentar seus opositores com as Escrituras (que ele dizia “que testificam de mim”), Ele lhes disse: “Não quereis vir a mim para terdes vida.” No original grego, a palavra “quereis” está no tempo passado. Isto é, “não quisestes vir a mim”. Eles não rejeitaram Jesus como o Cristo com base na evidência ou na lógica, pois não podiam usar as Escrituras para provar que Ele não era o Messias encarnado, nem podiam apontar alguma deficiência moral que o impedisse de ser o perfeito Filho de Deus. Eles o rejeitaram, como Jesus mesmo disse, por causa de sua vontade. O problema deles não estava relacionado à mente, à razão, à evidência, ou aos factos em si; relacionava-se à “vontade”. Eles se recusariam a aceitá-lo mesmo que um homem saísse da sepultura e lhes dissesse que Jesus estava dizendo a verdade.

Em última análise, tudo é sempre uma questão de vontade. Se as pessoas teimosamente se recusam a acreditar, apesar da força da evidência, elas viverão e morrerão na descrença. Se as pessoas, porém, forem abertas, Deus lhes proporcionará ampla evidência para apoiar sua crença. Jesus disse: “O meu ensino não é meu, e sim daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de deus ou se eu falo por mim mesmo”. Se qualquer indivíduo procura sinceramente a verdade, Jesus promete que Deus lhe proverá todas as informações e evidências de que ele necessita para crer.

(Idem; pp. 337)




Nem mesmo Deus, com todo o seu poder, pode forçar um ser humano a amar.

(Philip Yancey; O Jesus que Eu Nunca Conheci; Vida; pp. 174)




Fiodor Dostoievski O verdadeiro realista, se incrédulo, vai sempre encontrar força e capacidade para descrer do milagroso, e se for confrontado com um milagre como facto irrefutável vai de preferência descrer de seus próprios sentidos em vez de admitir o facto. A fé (...) brota do milagre, mas o milagre da fé.

(Idem; pp. 175)




Jesus nunca encontrou enfermidade que não pudesse curar, defeito de nascença que não pudesse reverter, demónio que não pudesse exorcizar. Mas encontrou cépticos que não pôde convencer e pecadores que não pôde converter. O perdão de pecados exige um acto de vontade da parte de quem recebe, e alguns que ouviram as palavras mais incisivas de Jesus sobre graça e perdão afastaram-se sem arrependimento.

(Idem; pp. 187)




“Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados...” Jesus anunciou aos cépticos, enquanto curava o homem, uma ilustração clara do “menor” servindo o “maior”. Jesus sabia que a disfunção espiritual tem um efeito mais devastador do que qualquer mera enfermidade física. Toda pessoa curada finalmente morre – e então o que acontece? Ele não viera principalmente para curar as células do mundo, mas para curar as almas das pessoas.

(Idem; pp. 187)




Se não podemos detectar a presença de Deus no mundo, pode ser que tenhamos procurado nos lugares errados.

(Idem; pp. 249)




A história mostra que, quando a igreja utiliza as ferramentas do reino do mundo, torna-se ineficaz, ou tão tirânica quanto qualquer outra estrutura poderosa. E, toda vez que a igreja tem-se mesclado com o estado (o Sacro Império Romano, a Inglaterra de Cromwell, a Genebra de Calvino), o apelo da fé sofre também. Por ironia, nosso respeito no mundo declina em proporção de quão vigorosamente tentamos forçar os outros a adoptar nossas concepções.

(Idem; pp. 265)





“A minha divisa é – Cumpre o teu dever, custe o que custar!”. E se alguma vez não cumprir o meu dever, e se há realmente um Deus, então serei suficientemente honesto para admitir as minhas faltas diante dele. Mas não preciso dum bode expiatório, como Jesus, para morrer em meu lugar.”

Mentalmente posso ver milhões de homens e mulheres que pensam deste mod. Orgulham-se de dizer: “A minha divisa é – Cumpre o teu dever, custe o que custar. Quanto ao resto, conseguirei explicar as coisas a Deus!” Por nada deste mundo eu gostaria de comparecer ante o tribunal de Deus apenas com as palavras, “Cumpri o meu dever.” Eu sei que vou a caminho duma condenação certa, se permanecer nesta situação. Pode ter a certeza disto: Chegará o dia em que cada um de nós terá de prestar contas a Deus.”

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 54)





As pessoas de hoje mostram a mesma estupidez perante o perigo que as ameaça. Deus já falou muito seriamente a todos os povos, pela sua Palavra e pelo juízo que tem caído sobre eles. O Filho de Deus veio, foi crucificado e ressuscitou dentre os mortos. Por isso, todos devem compreender que Deus é real e santo. Mas quando o homem se ergue e diz: “Cuidado – Perigos à Frente. Procurem salvar as vossas almas”, elas riem-se simplesmente e dizem: “Ah, ah, ah! Quem acredita nessa loucura no nosso tempo?”

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 56)




Encontrava-me um dia sentado em frente dum homem que eu tinha alcunhado de “listrado”, por causa do padrão de listras do seu pullover. Ele era um homem forte e robusto, semelhante a um barco de guerra. A esposa tinha-lhe morrido durante um ataque aéreo; e os seus dois filhos, em combate. Pobre amigo! Eu tinha ido fazer-lhe uma visita nesse dia, mas logo que me sentei ele começou a afrontar-me: “Pastor Busc, cale-se lá com a sua religião! Já vi muito na minha vida e agora não acredito em nada.”

Eu ri-me e disse: “Isso é impossível. O senhor anda de combóio de vez em quando, não é verdade?” “Sim, ando.” “Suponho” – continuei – “que sempre que o faz vai ter com o maquinista para que ele lhe mostre o certificado do curso!” “É claro que não!” – foi a resposta. “Tenho a certeza de que a companhia dos caminhos de ferro só usa maquinistas que...” “O quê?!” – interrompi eu – “Quer dizer que entra num combóio sem se certificar antecipadamente de que o maquinista tem as habilitações necessárias para dirigir o combóio? Põe a sua vida nas mãos dele, sem a mínima garantia? Bem, sabe que pôr a vida nas mãos de alguém é ter fé? Por isso, faria bem em não voltar a dizer que não acredita em nada. Deve antes dizer: “Não creio em nada, excepto nos caminhos de ferro!” “Ah...!”

Continuei a fazer-lhe perguntas. “Vai alguma vez à farmácia?” – perguntei. “Sim,” – respondeu – “sofro de dores de cabeça e tenho de ir à farmácia comprar comprimidos.” “Sabe naturalmente” – disse eu – “que alguns farmacêuticos têm dado veneno aos seus clientes, por engano. Suponho, portanto, que manda analisar os comprimidos antes de os tomar!” Ele respondeu – “Não, Pastor Busch. Um farmacêutico diplomado conhece a sua profissão. Ele não me faria uma partida dessas a mim.” “O quê?!” – perguntei eu, estupefacto – “Então, toma comprimidos sem os analisar primeiro? Confia a sua vida a um farmacêutico? Toma os comprimidos sem a mínima suspeita? Bem, eu chamaria a isso de fé. Meu amigo, deixe de dizer que não acredita em nada. Diga antes: “Não acredito em nada – excepto nos caminhos de ferro, e nos farmacêuticos.”

Continuarei a mostrar exemplos. Por fim, falei-lhe da minha própria experiência. “Um dia, eu encontrei Jesus, aquele que Deus nos enviou. Sim, Jesus, que ressuscitou de entre os mortos e que ainda tem as marcas dos cravos nas mãos. Essas marcas mostram de modo eloquente que o seu amor era tão grande que o levou a dar a vida por mim. Jamais alguém deste mundo fez tanto por mim como Jesus! Ninguém é mais digno da minha confiança do que ele. Pensa que Jesus alguma vez disse uma mentira, uma só que fosse?” “Não” – foi a resposta. “Eu não posso dizer isso de qualquer outra pessoa, mas nesse dia, há muitos anos, disse para mim próprio: “Podes entregar a tua vida a Jesus. Ele é digno de toda a confiança.” E foi isso mesmo que eu fiz!”

“É assim tão simples?” – perguntou o homem. “Sim,” – disse eu – “tão simples como isso. Você confia em todo o tipo de pessoas à sua volta – excepto em Jesus. E, afinal, ele é o único que merece toda a nossa confiança. Liberte-se, pois, dos falsos raciocínios em que a sua incredulidade se apoia e entregue então a sua vida ao Senhor Jesus”.

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 66)




Falei há muito tempo com um jovem de vinte anos. Jamais o esquecerei. Quando o encontrei um dia, disse-lhe: “Meu caro Heinz, já há muito tempo que não te vejo nos estudos bíblicos ou nas reuniões de jovens.” “É verdade” – respondeu ele. “Pastor Bush, tenho pensado precisamente nisso. O senhor anda sempre a dizer que Jesus morreu pelos pecadores. No que me diz respeito, eu não sinto necessidade de um bode expiatório para levar os meus pecados. Se eu fiz alguma coisa de errada e se realmente existe Deus, eu próprio responderei perante ele. A ideia de um Salvador a morrer em meu lugar é totalmente ridícula.” “Está bem.” – respondi eu – “Quando compareceres diante do Deus santo, pede-lhe justiça. Tens esse direito. És livre para rejeitar Jesus e dizer: “Apelo à justiça”. Mas tens de reconhecer uma coisa: na Inglaterra, as pessoas são julgadas pela lei inglesa; na Alemanha, são julgadas pela lei alemã; diante de Deus, seremos julgados pela lei divina. Espero que nunca tenhas transgredido uma só dessas leis – de contrário, não te restará qualquer esperança. Adeus!” “Espere um momento!” – exclamou o jovem – “Deus não é assim tão mesquinho!” “Ah! Então, como é que achas que é o Deus santo?” – perguntei eu – “Imaginemos por um momento que, depois de viver honestamente durante cinquenta anos, um dia eu cometo um pequeno roubo, num espaço de três minutos, no máximo. O caso acaba por ser descoberto e é levado a tribunal. Durante a audiência, eu digo ao juiz: “Senhor Juiz, não seja tão rigoroso. Três minutos de roubo são bem compensados por metade dum século de honestidade. Quem poderia ser tão escrupuloso que me castigasse por tão pouco?” Sabes o que acontecia? O juiz iria responder: “Um momento! A minha responsabilidade aqui não são os seus cinquenta anos de honestidade, mas sim os três minutos que passou a cometer esse roubo. A lei está a julgá-lo por esse crime específico”. Se um juiz terreno reagia desse modo, por que é que Deus não faria o mesmo?”

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 67)




Parece-me que um Deus que eu pudesse entender com a minha inteligência não seria realmente Deus. Seria apenas um homem como eu próprio. Uma criança não compreende que tipo de homem é o pai. Será concebível que nós sejamos sempre capazes de compreender os caminhos de Deus?

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 82




Como é que podemos continuar a viver sem fé em Deus? Nós não estamos à altura da vida e somos impotentes diante da morte.

Nenhum de nós estará a viver daqui a cem anos. Todos teremos atravessado para o outro lado. Não restam dúvidas acerca disso! “Mas uma vez no túmulo, tudo terá acabado” – poderá pensar. “Estaremos mortos, e pronto.” Se é isso que crê, então pare um minuto e pense. Em que deve apoiar-se no que toca à morte; nas suas próprias ideias? Ou na Palavra de Deus? Como poderá enfrentar a morte, se este pensamento se apoderar subitamente de si: “Não posso levar nada comigo do que guardei.”? Talvez você tenha construído uma peque casa; ou, como no meu caso, tenha juntado uma grande colecção de livros. Mas a verdade é que não pode levar consigo nada do que gosta, como também não pode levar nenhum dos seus entes queridos. Só há uma cisa que podemos levar connosco para a eternidade: é a nossa culpa diante de Deus.

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 122)




Um bem conhecido erudito, chamado Ole Hallesby, viveu na Noruega há alguns anos. Tive o privilégio de o conhecer. Era uma pessoa extraordinária. Em certa ocasião, ele apresentou uma série de palestras na rádio nacional, durante toda uma semana, à noite. Imagino-o facilmente diante do microfone a dizer: “Vocês podem deitar-se a dormir calmamente esta noite e acordar no inferno amanhã de manhã. É meu dever avisá-los. Estas palavras desencadearam uma série de protestos. Um jornalista do maior jornal diário de Oslo escreveu um editorial nestes termos: “Nós já não estamos na Idade Média. É inadmissível que uma intervenção moderna como a rádio seja usada para espalhar tolices deste tipo.” Quando um jornal importante publica um artigo assim, todos os jornais mais pequenos lhe seguem o exemplo. Em breve toda a imprensa estava a repetir: “Nós já não estamos na Idade Média. Como é que um erudito do nosso tempo pode falar no inferno?!” A controvérsia estava a acesa.

Finalmente, a Rádio Oslo teve de pedir ao Professor Hallesby para clarificar a sua posição. Ele voltou ao microfone e disse isto: “Tenho de clarificar as minhas afirmações! Muito bem! Eis o que se me oferece dizer: Vocês podem deitar-se hoje calmamente na cama e acordar no inferno amanhã de manhã. É meu dever avisá-los.”

Esta foi a última acha na fogueira.

Então, todos os bispos noruegueses foram questionados. “O inferno existe, ou não?” Mesmo a revista alemã “Der Spiegel” pegou no debate e publicou um longo artigo com o título “A Contenda Sobre o Inferno na Noruega”.

Menos de um ano depois dessa tempestade, estive em Oslo para fazer uma série de conferências com estudantes e também diversas reuniões públicas à noite. Logo que cheguei, tive de dar uma conferência de imprensa. Os representantes dos diferentes jornais tinham-se reunido no meu hotel. Curiosamente, à minha direita ficou o jornalista que estivera na origem dessa controvérsia e à minha esquerda o Professor Hallesby, representando a imprensa protestante. Começaram então a fazer-me perguntas. O jornalista à minha direita foi o primeiro a atacar: “Pastor Busch,” – disse ele – “eu discordo em absoluto do Professor Hallesby. O senhor é um homem moderno. Na sua opinião, o inferno existe mesmo? Sim ou não?” “É claro que o inferno existe. É lógico.” “Ora, ora. Como é que pode ter tanta certeza disso?” Eu continuei: “Terei todo o prazer em explicar. Creio que o inferno existe, porque Jesus afirmou isso. E eu acredito plenamente no que Jesus disse. Ele sabia muito mais a respeito disso do que todos os nosso intelectuais.”

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 123)




Pessoas que não conseguem acreditar em Deus

Muitas pessoas dizem-me: “pastor Busch, o que nos diz é certo e bom, mas no que me diz respeito, eu simplesmente não consigo acreditar em Deus”.

Examinemos este tipo de reacção um pouco mais de perto.

Em geral, há quatro categorias de pessoas que fazem esta afirmação. Primeiro, há as que dizem que não são religiosas. O seu raciocínio é este: “Não consigo acreditar, porque não sou religioso. O Pastor Busch é, mas eu não.”

A esta objecção só posso responder assim: “Talvez fique surpreendido, mas eu também não sou religioso!” Para ser franco, eu dou muito pouca importância aos sinos da igreja, ao incenso e a outras coisas do género. Nestes últimos anos em Essen, tenho tido o prazer de pregar numa capela onde há apenas uma boa banda metálica. Não há órgão nem sinos de igreja – e nunca lhes senti a falta. Não sou contra essas coisas, mas não preciso delas. Receio bem que não seja muito religioso!”

Quando Jesus, o Filho de Deus, esteve aqui na terra. Havia sempre algumas pessoas muito religiosas à sua volta. Havia os escribas, os sacerdotes e os fariseus – todos eram muito religiosos. Os saduceus, embora mais liberais em posição, também se podiam contar entre eles. E foram essas pessoas – esses religiosos – que crucificaram o Filho de Deus. Jesus não era o homem para eles!

Havia também outros à volta que não eram nada religiosos: prostitutas, trapaceiros – a Bíblia chama-lhes publicanos – e trabalhadores que se esforçavam muito por ganhar o pão de cada dia. Eram todos indivíduos sem fé nem lei! E, contudo, eram esses que procuravam Jesus! Porquê? Porque no fundo do coração admitiam isto: “Nós somos culpados diante de Deus. Há tantas coisas erradas na nossa vida! Mas aqui está um homem que nos pode salvar e tornar filhos de Deus.” E acreditavam em Jesus.

Não. O Senhor Jesus não veio para tornar os religiosos ainda mais religiosos; veio, sim, para salvar os pecadores da morte e do inferno e torná-los filhos de Deus.

Àqueles que dizem: “Eu não posso crer em Deus, porque não sou religioso”, respondo sem hesitar: “São naturalmente vocês que mais facilmente se tornam filhos de Deus.” Pecadores somos todos nós – e todos sabemos isso muito bem!

Permita-me que repita isto: Jesus não veio para tornar os religiosos ainda mais religiosos, mas sim fazer de pobres pecadores perdidos, filhos do Deus vivo.

A segunda categoria de pessoas também diz: “Eu não consigo crer em Deus.” Mas se forem realmente sinceras, dirão: “Eu não quero crer.” Se cressem em Deus, toda a sua vida teria de mudar; e é isso exactamente que elas não querem. Sabem muito bem que há muitas coisas erradas nas suas vidas. Para se tornarem filhos de Deus, têm de ir para a luz; e essa é outra coisa que não pretendem. Bem, os seus amigos iriam provavelmente troçar deles. E que diriam todos os seus familiares se, de repente, os vissem tornarem-se cristãos? Não, é melhor não!

Assim, se encontrar pessoas que lhe afirmam que não podem crer em Deus, fite-as com atenção. Talvez elas devessem realmente dizer: “Eu não quero crer.”

Há uma história impressionante na Bíblia. Jesus, o Filho de Deus, estava sentado algures no Monte das Oliveiras. A cidade de Jerusalém estendia-se abaixo dele. À sua frente, a pequena distância, estava o grandioso templo. Mesmo os pagãos diziam que o templo de Jerusalém se devia ser considerada uma das maravilhas do mundo. Era essa a vista diante dos olhos de Jesus. De repente, os discípulos notaram com surpresa que lágrimas deslizavam do toso de Jesus. Abatidos, olharam para ele com ar interrogador e ouviram-nos suspirar: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados. Quantas vezes quis eu juntar os teus filhos, como a galinha junta os seus pintos debaixo das suas asas, e tu não quiseste.” Esta é uma das passagens mais tocantes da Bíblia.

“Mas tu não o quiseste.”

Os habitantes de Jerusalém também tinham dito: “Nós não conseguimos crer.” Na realidade, eles não queriam crer.

A pessoa que não quer crer em Deus não tem qualquer obrigação de o fazer.

Deixe-me dizer isto, de passagem: Nas nossas igrejas há ainda todo o tipo de restrições, mas no reino de Deus tudo é feito de livre vontade. A pessoa que quer viver sem Deus tem todo o direito a fazê-lo. Deus oferece-se a nós, mas nós podemos rejeitá-lo, se quisermos.

Será que você quer viver sem Deus? Tem esse direito. Quer viver sem fazer as pazes com Deus? Tem esse direito. Quer viver sem nunca orar a Deus? Tem esse direito. Quer viver sem a Bíblia? Tem esse direito. Quer transgredir os mandamentos de Deus? Tem esse direito. Quer profanar o dia do Senhor, quer cometer adultério, enganar e roubar? Tem esse direito.

O homem ou mulher que não quer o Salvador enviado por Deus para salvar os pecadores tem a liberdade de o rejeitar. O homem ou mulher que quer lançar-se no inferno tem o direito de o fazer. Deus não força ninguém.

Simplesmente, nunca se esqueça de que terá de assumir as consequências da escolha que fizer. Deus oferece perdão e paz através de Jesus. Cada um tem o direito de responder que não precisa deles, nem os quer. E pode continuar a viver com essa atitude. Mas, claro, não espere que, nos últimos momentos de vida, mesmo antes de morrer, se possa agarrar-se à salvação que Deus lhe ofereceu ao longo de toda a sua vida. Você tem o privilégio de recusar a oferta de paz que Deus lhe faz através de Jesus. Se for essa a sua escolha, nunca viverá em paz com Deus, por toda a eternidade!

O inferno é o lugar onde nós nos vemos livres de Deus para sempre. Uma vez ali, nada nos poderá jamais atrair a ele. Talvez você deseje orar, mas não será capaz. Talvez queira invocar o nome de Jesus, mas nem conseguirá lembrar-se dele.

É claro que você não tem qualquer obrigação de aceitar a mensagem que eu lhe trago. Pode escolher não seguir Jesus Cristo. Mas nunca se esqueça de que, nesse caso, estará a escolher o inferno. Você é absolutamente livre de fazer essa escolha.

“E tu não quiseste” – disse Jesus a Jerusalém. Ele não forçou ninguém, mas a escolha feita pelo povo de Jerusalém foi horrível.

A terceira categoria de pessoas que dizem “Eu não consigo crer em Deus” dá uma explicação bastante curiosa. Quem fala assim nunca são as mulheres, mas sempre os homens. Eis o que dizem: “Pastor Busch, eu já vi tanta coisa na minha vida que não acredito em mais nada.” Em geral, eu pergunto: “Bem, diga-me então o que aconteceu na sua vida. Olhe que a minha também não tem sido nada fácil!” “As pessoas já me fizeram muito mal e eu, francamente, já não creio em mais nada.” Este tipo de raciocínio persegue o mundo dos homens.

Tenho o hábito bastante aborrecido de arreliar as pessoas que me dizem isso. “Você acredita no que lê nos horários dos comboios? Acredita no que os polícias lhe dizem, quando pede uma informação?” – pergunto-lhes eu, geralmente. “É claro que sim!” E eu continuo: “Nesse caso, deixe de dizer que já não acredita em mais nada. Diga antes: “Eu já não acredito em mais nada – excepto no que dizem os horários dos comboios, no que diz a polícia...”. E poderíamos continuar por aí adiante! Mas tenho a certeza de que já compreendeu o que pretendo dizer.

A este tipo de pessoas, acabo muitas vezes por dizer: “Sabe, eu próprio vivi uma vida de pecado, impureza, trevas e erros. Foi então que Jesus interveio. Eu reconheci nele o Filho de Deus, o mensageiro de Deus, e dei-lhe a minha vida. Jesus fez tanto por mim. Talvez você tenha a impressão de que realmente já não pode acreditar em mais ninguém ou em mais nada, mas naturalmente pode pelo menos crer na palavra daquele que deu a vida por si. Certamente pode crer no que ele diz! Afinal, você acredita em tantas coisas! E, contudo, diz “não” à única pessoa que é digna da sua total confiança; diz “não” à única pessoa que nunca decepcionou ninguém! E você ousa dizer que já viu muitas coisas na sua vida; na minha opinião, você ainda não viu o suficiente!”

A quarta categoria de pessoas que dizem não poder crer em Deus são as que ficaram chocadas com a igreja, ou que estão frias em relação aos seus ensinos.

Uma jovem estudante sentou-se um dia distante de mim e disse: “Eu estudo ciências naturais.” “Muito bem.” – respondi – “mas qual é o seu problema?” “Pastor Busch,” – respondeu ela – “eu assisti a uma das suas reuniões. Sinto que o senhor tem algo que eu própria gostaria de ter. Mas eu não consigo crer. Não posso aceitar as doutrinas e tradições da igreja, com toda essa naturalidade! Sentir-me-ia como se estivesse mergulhando num molho de feno!”. Não pude deixar de rir, mas apressei-me a responder: “Não há necessidade de mergulhar num fardo de feno! Já ouviu falar de Jesus? “Sim.” – foi a resposta. “Que é que você diria,” – perguntei eu – “se eu insinuasse que Jesus é um mentiroso?” “Diria que não acredito nisso.” “Então, acredita que Jesus diz a verdade?” “Sim, acredito!” – confirmou ela. Fiz nova pergunta: “Haverá alguém neste mundo a quem ouse dizer “Tenho a certeza de que você nunca disse uma mentira’?” “Oh, não!” – disse ela – “Eu nunca podia dizer tal coisa a respeito de ninguém.” Continuei: “Por tudo isso que acabou de dizer, é evidente que você já crê. Você já confia. Isso é importante. Você já agarrou a ponta certa da vara: crê que Jesus diz a verdade. A Bíblia afirma: “A vida eterna é esta: que te conheçam a ti só como único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo a quem enviaste?”

Em conclusão, eu disse: “Você não tem que lutar contra as doutrinas e tradições da igreja. Do nevoeiro deste mundo alguém veio ter consigo e, na medida que ele se for aproximando, você conseguirá distinguir cada vez melhor os sinais dos cravos nas suas mãos e as marcas da coroa de espinhos na sua fronte. São essas as provas de que ele carregou com os seus pecados e o amou quando ninguém mais a amava. O meu desejo é que você possa ver Jesus claramente e ser capaz de dizer: “Meu Senhor, meu Salvador e meu Deus!” Crer não significa engolir doutrina como feno, só porque o pastor disse isso.

“Não. Crer é conhecer Jesus Cristo”.

(...)

Meu amigo, é um erro dizer: “Não consigo crer.” Jesus disse algo que, na minha opinião, é de suprema importância: “Se alguém escolher fazer a vontade de Deus, verificará se o meu ensino vem de Deus, ou se eu falo de mim mesmo.” A questão é se eu estou mesmo disposto a obedecer e a pôr em prática, até ao mínimo pormenor, o que reconheci como verdade. Então, e só então, serei capaz de avançar.

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 128)




Um dia entrei num apartamento, cuja porta abria directamente para a cozinha. Um jovem andava de um lado para o outro na sala, com um olhar furioso. “Olá” – disse eu. “Viva. Eu sou pastor evangélico.” – continuei. “O quê? Um pastor?” – gritou ele, parando de repente. “Isto é o máximo! Saia daqui imediatamente! Eu já não acredito em mais nada. Perdi a fé na humanidade.” Naturalmente ele tinha acabado de receber um duro golpe. Eu respondi: “Jovem, aperte cá a mão. Eu também perdi a fé na humanidade.” Atónito, perguntou-me: “Que disse? Como pastor, o senhor deve tentar manter viva a fé na humanidade.” “Acha que sim?” – perguntei eu. “Desculpem, mas já desisti da humanidade. Eu atravessei a guerra. E quando penso nas obscenidades, em todo o lixo, e no deserto de egoísmo em que este mundo se tornou... Não, não posso acreditar mais na humanidade.” “Tem razão” – concordou ele – “Mas então, como é que pode ser pastor?” Eu respondi-lhe: “É que eu recebi uma nova fé, uma fé que nada do mundo pode abalar.” “Ah, estou curioso em saber que tipo de fé é essa.”

Anunciei-lhe então o evangelho: “Trata-se duma fé absoluta em Jesus Cristo, que veio a este mundo como Salvador.” Ele ficou atónito. “Jesus Cristo? Mas isso é o cristianismo! Eu pensei que o cristianismo estava acabado, desactualizado!” – exclamou ele. “De modo nenhum. O cristianismo começa onde todas as outras crenças terminam.”

Quanto eu desejaria que você se libertasse das falsas crenças, de modo a poder vir também à fé salvadora em Jesus Cristo!

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 169)




Haverá certezas em questões religiosas?

Não! É claro que em questões religiosas não podemos ter certezas nenhumas. A religião é, por definição, o homem em busca de Deus. Preocupações e contínuas incertezas fazem naturalmente parte dessa busca.

Isso não é verdade no que toca ao evangelho, que é Deus em busca do homem. Talvez fosse melhor então pôr em questão doutra maneira: Será que o evangelho nos dá algumas certezas?

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 185)




Muitas vezes digo que desde a vinda de Jesus o ateísmo é só uma forma de ignorância.

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 235)




Vigorosamente negamos que o papel da igreja é “tornar” as pessoas doentes a fim de convertê-las. Pelo contrário, temos de fazê-las conscientes de sua enfermidade, a fim de que se voltem para o grande Médico.

(John Stott; A Cruz de Cristo; Vida; pp. 87)




A religião só é “real” no sentido de ser real para o crente. Pouco importa se é ou não real em qualquer outro sentido.

(Dale & Sandy Larsen; Sete Mitos Sobre o Cristianismo; Vida; pp. 86)




Thomas Paine, um conhecido escritor americano, exerceu grande influência contra deus e as escrituras. Ele escreveu o livro chamado A Idade da Razão, feito para solapar o cristianismo. No leio de morte, Paine disse: “Se eu pudesse, daria o mundo para que A Idade da Razão não tivesse sido publicado. Oh, Senhor, ajuda-me! Oh, Deus, o que fiz para sofrer tanto? Mas não existe Deus! Se houvesse, o que seria de mim daqui por diante? Fica comigo, pelo amor de Deus. Envia-me ao menos umas criança para estar comigo, pois ficar só é um inferno. Se o demónio já teve uma gente, este agente fui eu”.

(Greg Laurie; O Sentido da Vida; Mundo Cristão; pp. 86)




Voltaire, o famoso agnóstico francês, foi um dos opositores mais agressivos do cristianismo. Como Paine, ele escreveu coisas que denegriam a imagem da Igreja. Certa vez ele disse: “Amaldiçoado seja esse patife”, referindo-se a Jesus. “Dentro de 20 anos o cristianismo não mais existirá. Com apenas uma mão destruirei o edifício que precisou de doze apóstolos para ser construído”. É bastante irónico que a casa onde Voltaire escreveu muitos de seus trabalhos contrários a Deus está de pé até hoje, abrigando actualmente uma pequena gráfica que produz... Bíblias!

Uma enfermeira que o assistiu em seu leito de morte afirmou: “Nem por toda a riqueza da Europa eu desejo ver outra vez a morte de um incrédulo”.

O médico que assistiu Voltaire em seus momentos finais disse que ele gritava desesperadamente: “Fui abandonado por Deus e pelos homens! Eu lhe dou metade da minha riqueza se você me der mais seis meses de vida. Então irei para o inferno e você irá comigo. Ó, Cristo! Ó, Jesus Cristo!”. Não havia túneis que levavam a uma grande luz – apenas a dura realidade.

(Greg Laurie; O Sentido da Vida; Mundo Cristão; pp. 87)




Será que aqueles que viram essa cena caíram de joelhos e passaram a crer naquele momento? Não. Na verdade, as autoridades religiosas planeavam matar até o próprio Lázaro, pois ele representava a prova viva de um milagre e, desta forma, era um embaraço para eles (veja João 12:10).

Naturalmente, alguém maior que Lázaro também ressuscitou; e quando o próprio Jesus ressurgiu dor mortos, muitos também não creram.

Às vezes pensamos que, se pudéssemos fazer alguns milagres para nossos amigos não cristãos, poderíamos convencê-los e convertê-los de uma só vez. Se pudéssemos fazer um cego ver, ou curar uma pessoa paraplégica, então, com certeza, todos os que testemunhassem isso se tornariam cristãos, certo? Be, talvez não.

(Greg Laurie; O Sentido da Vida; Mundo Cristão; pp. 95)




O cego precisa de mais do que luz

Esta é a segunda verdade que desejo transmitir: o cego precisa de mais do que luz a fim de enxergar. Aquele cego estava na presença de Jesus, “a luz do mundo” (João 9:5), mas, ainda assim, ele não podia ver.

O cego precisa de visão: uma pessoa cega seria ingénua se negasse a presença da luz só porque não pode vê-la. João 9 nos diz que as pessoas cegas precisam de mais do que luz para enxergar: elas precisam de visão. Esta é uma verdade muito importante. Não pode haver visão sem luz, mas nenhuma luz pode ser percebida sem a visão.

Já visitei as famosas Cavernas Carlsbad, no Novo México. Bem lá no fundo, as luzes são desligadas, e a escuridão é completa. Ainda que você tenha a visão perfeita, não é possível enxergar qualquer coisa porque não há visão sem luz. Ninguém pode ser salvo, a não ser por Jesus, a luz do mundo.

Por outro lado, é possível haver luz sem visão. Uma pessoa cega pode ficar sob o sol do meio-dia sem perceber sua luz. Assim, é possível estar na presença de Jesus e negar sua luz. É importante entender isto quando se tenta evangelizar os perdidos. Não basta fazer brilhar a luz do Evangelho sobre eles. A menos que o Espírito Santo de Deus abra seus olhos cegos, eles não a verão. Paulo afirma:

“Se o nosso Evangelho permanece velado, está velado para aqueles que se perdem, para os incrédulos, dos quais o deus deste mundo obscureceu a inteligência a fim de que não vejam brilhar a luz do Evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (II Coríntios 4:3,4)

Já que Satanás não pode apagar a luz de Cristo, o que ele faz? Ele cega a mente e o coração dos incrédulos. Por este motivo, a pregação apenas não é suficiente para levar tais pessoas à salvação.

Quando comecei a pregar, pensava que, para conduzir as pessoas à salvação, bastava dizer a elas o que fazer. Como se fosse suficiente acender a luz no interruptor. Mas descobri que, para pessoas cegas, não faz diferença a luz estar ligada. Elas não enxergam mesmo.

Para que uma pessoa seja salva, não é suficiente haver luz. É preciso que ela tenha visão, e somente Deus pode curar a cegueira espiritual. Não basta a pregação ou o testemunho para que as pessoas sejam salvas. Eu posso pregar a verdade e você pode compartilhá-la, mas somente o Espírito Santo pode implantá-la.

Quando os crentes dão testemunho de sua fé, precisam ter a unção do Espírito Santo porque dependemos de Deus para abrir os olhos dos que estão cegos para o Evangelho de Jesus Cristo. Precisamos entender que a entrada no Reino dos Céus não é conseguida através de discussão, nem de instrução.

Por favor, não me entenda mal. Nós precisamos fazer a luz brilhar. Precisamos pregar e compartilhar a verdade. Mas também precisamos lembrar de que há uma outra dimensão relacionada ao processo da salvação. O significado deste milagre não se reduz ao facto de Jesus ser a luz do mundo, mas que, além disso, somente Deus pode abrir os olhos de um cego. Assim, outra vez, sentimos a necessidade de ir além do milagre para chegar a Jesus.

Certa vez, um estudante brilhante escreveu uma carta para o jornal de nossa cidade. Ele tentava ridicularizar o cristianismo, e até mesmo a fé em Deus. Concluiu sua carta com as seguintes palavras: “Quando os homens pararem de crer em um Deus que não existe para salvá-los de um inferno que não existe, então o mundo será povoado novamente por homens, e não por ovelhas.”

Em outra oportunidade, aquele rapaz visitou nossa igreja para zombar e provocar polémica. Mas Deus tocou o seu coração e ele aceitou Jesus Cristo. “Tempos depois, numa conversa comigo, ele disse algo surpreendente: “Pastor Rogers, antes de quebrar o meu orgulho, eu tinha certeza que Deus não existia. Agora eu já nem me lembro dos argumentos que suava”.

Realmente, o que abriu os olhos daquele rapaz não foi a força de contra-argumentos, mas a acção do próprio Deus.

(Adrian Rogers; Creia em Milagres, mas confie em Jesus; Eclesia; pp. 133)



Não temos desculpa, porque Deus se nos tem revelado através da criação.

Escreve o salmista: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obras das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes em toda a extensão da terra, e as suas palavras até ao fim do mundo” (Sl 19.1-4)

Cada estrela é um anúncio. Cada folha, uma lembrança. As geleiras são megafones, as estações, capítulos da história; e as nuvens, estandartes. A natureza é uma canção de muitas partes, mas de um só tema e um só verso: Deus é.

Centenas de anos atrás, Tertuliano declarou:

Não foi a pena de Moisés que introduziu o conhecimento do Criador... A maior parte da humanidade, mesmo sem nunca ter ouvido o nome de Moisés – para não falar de seus livros – conheceu, não obstante, o Deus de Moisés. A natureza é a professora; a alma, a pupila... Uma flor da cerca viva... uma concha vinda do mar... uma pena de uma ave do pântano... falariam a você de um Criador mesquinho?... Se eu lhe oferecer uma rosa, você não desprezará seu Criador.

A Criação é a primeira missionária de Deus. Existem aqueles que nunca seguraram uma Bíblia, ou ouviram um trecho das Escrituras. Existem aqueles que morrem antes que um intérprete traduza a Palavra de Deus para a sua língua. Milhões vivem em terras distantes, longe dos cristãos. E há os simplórios, incapazes de compreender o Evangelho. O que reserva o futuro dessas pessoas que nunca ouviram de Deus?

Novamente, a resposta de Paulo é clara. O coração humano conhecer a Deus através da natureza. Se isso for tudo o que uma pessoa pode ver, isso será suficiente. É preciso responder somente ao que lhe é dado. E se lhe é dado apenas o testemunho da Criação, então isso lhe basta.

O problema não é que deus não fale; nós é que não ouvimos. Deus diz que sua ira é dirigida contra qualquer coisa, ou qualquer um, que suprima o conhecimento da verdade. Deus ama seus filhos, e odeia aquilo que os destrói. Isto não significa que ele se encoleriza, perca sua têmpera, ou seja emocionalmente imprevisível. Significa, simplesmente, que Ele ama você, e odeia aquilo em que você se torna quando desobedece.

Chame isto de hostilidade. Um justo ódio do pecado. Um divino desgosto pelo mal que destrói seus filhos.

A questão não é “Como ousa irar-se um Deus amoroso?”, mas antes, “Como poderia um Deus amoroso sentir menos do que isso?”

(Nas Garras da Graça, Max Lucado, Vida, pp. 32,33)



O hedonista opta por viver como se absolutamente não houvesse Criador.

(Nas Garras da Graça, Max Lucado, Vida, pp. 36)



Não deveríamos encarar a verdade? Se não reconhecemos a Deus, somos destroços de naufrágio no universo. Na melhor das hipóteses, somos animais mais desenvolvidos. E na pior, poeira reagrupada. No final da análise, a resposta dos secularistas à indagação “Qual o significado da vida?” é uma só: “Não sabemos”.

(Nas Garras da Graça, Max Lucado, Vida, pp. 39)



Com Deus em seu mundo, você não é um acidente ou incidente; você é uma dádiva para o mundo, uma sublime obra de arte assinada por Deus.

(Nas Garras da Graça, Max Lucado, Vida, pp. 40)



O que nos faz especiais não é nosso corpo, mas a assinatura de Deus em nossas vidas. Somos sua obra prima. Somos criados à sua imagem para as boas obras. Somos significantes, não por causa do que fazemos, mas por quem somos.

(Nas Garras da Graça, Max Lucado, Vida, pp. 40)



Quanto mais conhecemos, menos acreditamos. Estranho, não acha? O conhecimento do processo não deveria desmentir o milagre. O conhecimento deveria suscitar a admiração. Quem tem mais razão para adorar que o astrónomo que vê as estrelas? Que o cirurgião que segura corações nas mãos? Que o oceanógrafo que sonda as profundezas? Quanto mais conhecemos, mais deveríamos nos maravilhar.

Ironicamente, quanto mais conhecemos, menos adoramos. Estamos mais impressionados com a nossa descoberta com a nossa descoberta do interruptor, que com o inventor da electricidade. É a lógica dos cérebros-de-grilo. Em lugar de adoramos ao Criador, adoramos a criação (Rm 1.25).

(Nas Garras da Graça, Max Lucado, Vida, pp. 41)



O Inferno não tem ateus. Ninguém ali duvida da existência de Deus.

(EVANS, Tony. Deus é Tremendo. Vida, pp. 92)



Você apenas precisa sair e os céus lhe contarão a história da glória de Deus.

E que história vão contar! Por exemplo, em uma noite clara, se você pudesse ver ao mesmo tempo o Céu inteiro cobrindo a terra, veria cerca de três mil estrelas a olhos nu. Mas os cientistas, com seus telescópios, podem ver os limites da Via Láctea e calculam que apenas a nossa galáxia abriga 200 bilhões de estrelas. Esses mesmos cientistas calculam que o Universo contém pelo menos um milhão de outras galáxias como a Via Láctea.

Agora vamos recapitular. A olho nu, você poderia ver três mil estrelas. Isso significa que Deus é bastante inteligente. Com o telescópio, podemos calcular 200 bilhões de estrelas na Via Láctea. Deus está ficando cada vez maior. Mas se existe um milhão de galáxias no espaço, estamos falando a respeito de um Deus de glória! Este Deus criou o Universo para revelar a sua glória, e não levou muito tempo para fazer isso. Ele apenas disse: “Haja luz”. O nosso Deus é glorioso.

(EVANS, Tony. Deus é Tremendo. Vida, pp. 110)



Os ateus são as pessoas mais brilhantes e tolas que já se viu. Sua genialidade pode explicar o mundo, mas a sua ignorância os faz explicar o mundo de um jeito que deixa Deus de fora.

(EVANS, Tony. Deus é Tremendo. Vida, pp. 182)



Um homem me disse certa vez:

- Eu não acredito nesse negócio de Inferno. Eu não creio na ira de Deus. Mas, mesmo se o Inferno for verdade, vou virar o lugar pelo avesso porque todos os meus “camaradinhas” estarão lá. Vamos descer juntos, encontrarmo-nos com o diabo e fazer uma farra.

Obviamente ele nada entendeu; por isso eu disse:

- Faça-me um favor. Quando você chegar em casa hoje, ligue um bico de gás do fogão e espere até a chapa ficar bem quente. Então sente em cima e tente dar uma festa ao mesmo tempo. Vamos ver como você se sai.

(EVANS, Tony. Deus é Tremendo. Vida, pp. 242)



Nas palavras do filósofo Ludwig Wittgenstein: “Crer em Deus significa ver que os factos deste mundo não são o fim da questão. Crer em Deus significa ver que a vida tem sentido (...) Que esse sentido não reside em si mesmo, mas fora dele”.

(Philip Yancey; A Bíblia que Jesus Lia; Editora Vida; pp. 159)



Pode-se dizer que a necessidade de uma busca mística (espiritual) é sinal de fraqueza intelectual, de fragilidade da inteligência humana? Não, pelo contrário, ela é sinal de grandeza intelectual. Expressa um desejo vital de continuidade do espectáculo da vida...

(Augusto Jorge Cury; Análise da Inteligência de Cristo; Paulinas; pp. 99)



Muitos pensadores da filosofia produziram conhecimento sobre a metafísica como tentativa de compreender os mistérios que cercam a existência. A metafísica é um ramo da filosofia que estuda o conhecimento da realidade divina pela razão, o conhecimento de Deus e da alma (Descartes), enfim, investiga a natureza e o sentido da existência humana. Grandes pensadores, como Aristóteles, Tomás de Aquino, Agostinho, Descartes, Kant, discursaram de diferentes maneiras sobre a metafísica. Esses pensadores eram intelectualmente frágeis? De modo algum! Por pensar na complexidade da existência, eles produziram ideias eloquentes sobre a necessidade intrínseca de o homem transcender os seus limites e, em certos casos, superar a finitude da vida. Muitos deles fizeram de Deus um dos temas fundamentais das suas discussões intelectuais.

Augusto Comte e Friedrich Nietzsche foram grandes filósofos ateus. Porém, é estranho que estes dois grandes ateus tenham produzido, em alguns momentos, uma filosofia com conotação mística. Comte queria estabelecer os princípios de uma religião universal, uma religião positivista. Nietzsche discursava sobre a morte de Deus, porém, no final da sua vida, produziu Assim Falou Zaratrustra, uma obra que tinha princípios que regulavam a existência, tal como os provérbios de Salomão. Alguns vêem nesse livro um esforço de última hora para recuperar a crença na imortalidade. Ninguém deve ser condenado por rever a sua posição intelectual, pois do ponto de vista psicológico e filosófico há uma crise existencial intrínseca no ser humano do fim da existência.

A imprensa divulgou que Darcy Ribeiro, um dos grandes pensadores brasileiros, que sempre foi um ateu declarado, pediu aos seus íntimos, momentos antes da sua morte, que lhes dessem um pouco de fé.

(Augusto Jorge Cury; Análise da Inteligência de Cristo; Paulinas; pp. 99,100)



Um dos maiores erros intelectuais de Carl Marx é ter procurado criar uma sociedade pregando o ateísmo como massificação cultural. Marx encarou a religiosidade como um problema para o socialismo. Ele era um pensador inteligente, mas por conhecer pouco os bastidores da mente humana, foi ingénuo. Talvez nunca tenha reflectido com mais profundidade sobre as consequências psicológicas e filosóficas do caos da morte. Se o tivesse feito, teria compreendido que o desejo de superação da finitude existencial é irrefreável. O desejo de continuar a sorrir, a pensar, a amar, a sonha, a projectar, a criar, a ter uma identidade, a ter consciência de si e do mundo está além dos limites da ciência e de qualquer ideologia sócio-política.

O homem possui uma necessidade intrínseca de procurar por Deus, de criar religiões e de produzir sistemas filosóficos metafísicos. Tal necessidade surge não apenas como tentativa de superar a sua finitude existencial, mas também para explicar a si mesmo o mundo, o passado, o futuro, enfim, os mistérios da existência.

O homem é uma grande pergunta que por dezenas de anos procura por uma grande resposta... ele procura explicar o mundo. Todavia, o homem sabe que explicar-se a si mesmo é o maior desafio para a sua própria inteligência. Vimos que pensar não é uma opção do homem, mas o seu destino inevitável. É impossível interromper o processo de construção de pensamentos. É impossível conter a necessidade do homem de se compreender a si mesmo e o mundo que o circunda. Na mente humana há uma verdadeira revolução de ideias que não pode ser impedida, nem mesmo pelo controle do eu.

Nas próximas décadas, os povos socialistas, que viveram sob a propaganda ateísta, serão os mais religiosos, os que mais procurarão pela existência de Deus. Por quê? Porque o socialismo procurou eliminar algo indestrutível. E parece que isso já está a ocorrer intensamente na Rússia e na China. Na China havia 5 milhões de cristãos na época em que o socialismo foi implantado. Agora, passados tantos anos de propaganda ateísta, há notícias extra-oficiais que dizem que há mais de 50 milhões de cristãos naquele país. Além disso, há milhões e milhões de chineses adeptos de diversas outras religiões.

O desejo de transcender o fim da existência não pode ser contido. A melhor maneira de propagar uma religião é tentar destruí-la. A melhor maneira de incendiar o desejo do homem de procurar Deus e transcender o caos da morte é tentar destruir esse desejo.

(Augusto Jorge Cury; Análise da Inteligência de Cristo; Paulinas; pp. 104)



Como é possível fazer guerra em nome daquele que dava a outra face, que era o exemplo mais vivo da antiviolência e da tolerância?

(Augusto Jorge Cury; Análise da Inteligência de Cristo; Paulinas; pp. 190)



O famoso novelista G. K. Chesterton certa vez observou que quando um homem volta as costas para Deus, não é que ele apenas não crê em nada, mas é que ele crê em tudo. O mesmo é válido para sociedades inteiras. O assim chamado mundo secular de homens e mulheres modernos, não menos do que o mundo tradicionalmente religioso, acha-se excessivamente inundado de deuses. O presente livro foi escrito sob a convicção de que o descarte do Deus da revelação bíblica, descarte esse que é o característica mais peculiar da modernidade, tem aberto o caminho para o surgimento de novos deuses que, tal como seus antigos equivalentes, acabam por destruir os seus devotos.

(Vinoth Ramachandra; A Falência dos Deuses; ABU; pp. 31)



O jesuíta americano Michael Buckley acredita que a origem doa teísmo na cultura intelectual do Ocidente acha-se “na auto-alienação da própria religião. Sua alegação é que muita da responsabilidade quanto ao descarte de Deus na modernidade deve ser atribuída ao modo pelo qual “Deus” foi se tornando cada vez mais abstracto e impessoal na tradição teológica ocidental. A grande síntese medieval da fé com a filosofia (o que se chama “teologia natural”) envolvia uma diminuição da importância da obra de Cristo e do espírito Santo, de forma que os cristãos do século dezassete europeu procuravam defender o Cristianismo sem apelar a qualquer coisa que fosse caracteristicamente cristã: “A ausência de qualquer consideração da Cristologia é tão marcante em toda discussão séria que se torna algo natural, contudo o que é impressionante nisso tudo é que isso levanta uma questão fundamental com respeito aos modos do pensamento: Como foi que a questão Cristianismo versus ateísmo se tornou totalmente filosófica? Parafraseando Tertuliano: Como é que as únicas armas para defender o templo teriam que ser encontradas nas escolas de filosofia?

Por se deixar de lado a pessoa e a obra de Jesus Cristo e a experiência da comunidade cristã, voltando-se então para apologias filosóficas com o fim de demonstrar sua inerente “racionalidade”, a teologia cristã, no começo da era moderna, já tinha se rendido em termos de competência. O que foi feito para desenvovler as assim chamadas “teologias físicas” (que deduziam a existência e a natureza de Deus a partir da visão do mundo dada pela ci~encia de Newton) acabou saindo pela culatra, prejudicando a teologia bíblica. A filosofia, desenvolvendo-se em direcção a uma filosofia da natureza, e daí a mecânica, esta “estabeleceu a sua própria natureza ao negar que sua evidência tivesse qualquer significado teológico e negando ainda qualquer interesse teológico”. Pelos séculos seguintes, a física, a medicina, a matemática e outras disciplinas puderam afirmar a sua autonomia em relação às teologias físicas apenas negando terem um carácter teológico. Se se direcionaram para o ateísmo, Buckley, isso foi porque a teologia as tinha tornado a área primária de sua evidência e de seu argumento. Assim, os teólogos que haviam depositado nelas toda a sua herança, aos poucos foram se achando totalmente falidos...

(Vinoth Ramachandra; A Falência dos Deuses; ABU; pp. 34)



“As pessoas seguram na mão de qualquer coisa que diga ‘eu protejo você’, como muitas igrejas prometem” (Joel Birman, psicanalista).



“Conhecemos Deus apenas por intermédio de Jesus Cristo. Sem esse mediador, desaparece toda a comunhão com Deus” (Pascal).



"Nada é mais vergonhoso do que afirmar antes de saber" (Blaise Pascal).



Àqueles que se consideravam salvos por saberem recitar o credo, ela (Simone Weil) insistia numa verdade desconfortável: “a incredulidade de alguns ateus está mais próxima do amor de deus do que a fé fácil daqueles que, sem nunca tê-lo experimentado, penduram uma placa com o seu nome como se fosse uma fantasia infantil ou uma projecção do eu”. Assim como Kierkegaard, Simone Weil pregava o paradoxo de que “é mais fácil um não cristão se tornar um cristão do que um cristão se converter”. Aos que buscavam na religião apenas conforto e paz de mente, ela lembrava que “Cristo não prometeu a paz, mas a espada, e que as suas últimas palavras foram o grito de absoluto desespero: ‘Eli, Eli, lamá sabactâni!’”

(Ultimato; Julho/Agosto 2001; p.44; Ricardo Gondim; O Testemunho de uma Vida Excelente)



Não exercer todo o poder de que se dispõe é suportar o vazio. Isso é contrário as todas as leis da natureza: somente a graça o pode. A graça preenche, mas ela só pode entrar onde há um vazio para recebê-la, e é ela que produz esse vazio.

(Ultimato; Julho/Agosto 2001; p.45; Ricardo Gondim; O Testemunho de uma Vida Excelente)



Goethe afiramva: “Agir é fácil, pensar é difícil, adequar a acção ao pensamento é a coisa mais difícil”. Simone Weil soube viver o mais difícil. Hoje, filhos da pós-modernidade superficial e mesquinha, precisamos de gente como essa francesa, quase desconhecida no Brasil. Precisamos ser resgatados de uma mediocridade acintosa, na qual os valores do reino se confundem com dinheiro e poder. Simone Weil afirmou que “há apenas um erro: não ter a capacidade de se alimentar de luz. Pois, estando abolida essa capacidade, todos os erros são possíveis.”

(Ultimato; Julho/Agosto 2001; p.45; Ricardo Gondim; O Testemunho de uma Vida Excelente)



Diante dessa beleza exuberante da vida surge naturalmente a questão: O que existe por detrás de tudo isso? Será que o universo é resultado de um acaso aleatório, ou seríamos fruto de uma necessidade? Esse questionamento tem incomodado o homem através dos séculos e causado profunda polémica entre os cientistas. Acontece que em todo o sistema parece existir um desígnio, uma coerência, um propósito de tal maneira que os cientistas de nova academia científica, embora relutem ainda em usar o nome “Deus” por não ser aceite neste meio, estão cunhando uma nova expressão para o universo afirmando que existe uma espécie de altruísmo cósmico. Há uma espécie de amor regedor do universo.

Eles estão chegando à conclusão de que ao contrário do que se cria antigamente, não vivemos por conta do acaso. Há um desígnio eterno que concatena e equilibra o universo. A lesma, a barata, o cupim, os sapos, os tamanduás, os elefantes, as baleias, os morcegos, os protozoários, as amebas, as flores nos altos dos Alpes, a grama do vale, os desertos, as marés, as florestas, as calotas polares, a caatinga nordestina, tudo faz parte de um sistema meticulosamente organizado com um propósito. Os átomos e o mundo das partículas quânticas são tão intrincados, tão meticulosamente bem desenhados que não há como se desprezar a verdade sobre a existência de Deus.

Cremos que esse “altruísmo” é Deus.- Sabemos que Deus nos expressou seu desígnio através das Escrituras sagradas.

Como afirma a Bíblia em Romanos 1:20, “desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas”.

Partindo, portanto, da conclusão de que há um Deus, e que esse Deus tem propósitos, podemos nos perguntar qual o grande projecto de Deus. A Bíblia Sagrada traz luz sobre essa questão também, deixando claro que o grande projecto de Deus é formar para si uma família. Deus queria formar uma família em que ele fosse o Pai e nós seus filhos e filhas amados.

(Ricardo Gondim; Artesãos de uma Nova História; Candeia; pp. 10, 11)





[Notícia n.º 1639, inserida em 2003-03-23, lida 5504 vezes.]

Re.: DIÁLOGO COM ATEU E AGNÓSTICO

Enviado: 22 Mar 2007, 17:56
por rapha...
Sério que tu não leu, Branco?

Que coisa.

Re.: DIÁLOGO COM ATEU E AGNÓSTICO

Enviado: 22 Mar 2007, 18:11
por maggie
copiar + colar

Re: Re.: DIÁLOGO COM ATEU E AGNÓSTICO

Enviado: 22 Mar 2007, 18:14
por André
Usuário deletado escreveu:Não li e não vou ler o texto.


Eu li um pedaço.

O trecho que o ateu, que é um cientista, tem uma vida toda desregrada, é tão absurdo, que é engraçado.

Que tal o fato de proporcionalmente os ateus em países como EUA serem a minoria dos que estão presos.Esse pessoal para falar de moral tem que explicar melhor pros fieis ou se fazer entender, que matar é errado, roubar é errado, enfim.

Ainda dizer que ser ateu ou agnóstico é ou arrogância ou desonestidade....

Primeiro que é muito mais arrogante dizer saber com absoluta certeza qual é a verdade, e decretar que essa é inquestionável.Depois duvidar da honestidade de alguém por discordar é simplesmente lamentável.

Que existem ateus arrogantes e outros descrentes é verdade.Em parte por reação a hostilidade, em parte pela erudição, que não faz bem a todo mundo, tem sábios que quando conhecem mais ficam humildes, outros quando conhecem mais se convencem de forma absoluta de suas idéias.

Mas um mega texto desses não é dialogo é monologo.Só para esclarecer, ainda com o volume de citações vira uma cocha de retalhos.

Re: DIÁLOGO COM ATEU E AGNÓSTICO

Enviado: 22 Mar 2007, 18:59
por Jeanioz
Esdras F escreveu:A BÍBLIA PREGA CONTRA A IDOLATRIA, NÃO CONTRA O ATEÍSMO.

(Charles Colson & Nancy Pearcey, E Agora como Viveremos?, CPAD, p. 78)


Que bom se fosse verdade...

Salmos 14:

1 Disse o néscio no seu coraçäo: Näo há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, näo há ninguém que faça o bem.

3 Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: näo há quem faça o bem, näo há sequer um.

Re.: DIÁLOGO COM ATEU E AGNÓSTICO

Enviado: 22 Mar 2007, 19:38
por Esdras F
Ok, aceito a desistência de vocês.

Re: DIÁLOGO COM ATEU E AGNÓSTICO

Enviado: 22 Mar 2007, 19:38
por O ENCOSTO
Esdras F escreveu:[center]DIÁLOGO COM ATEU E AGNÓSTICO


Samuel Pinheiro, 2003-03-23[/center]

DIÁLOGO COM ATEU E AGNÓSTICO


'Se Deus queria superar sua crise de consciência, só ele poderia condenar a si mesmo à morte e, como nenhum homem seria capaz de matá-lo, ele resolveu se martirizar' (tese do ex-seminarista Jack Miles em seu novo livro Cristo: uma crise na vida de Deus).



Quem se aproxima da Bíblia ou de Jesus Cristo empunhando apenas um bísturi e um microscópio, está a cometer o disparate de quem encerra os relacionamentos e a amizade nos mesmos parâmetros. Conhecemos as pessoas com o coração mais do que com a razão, ou com os instrumentos da ciência e da técnica. Tanto a Bíblia como Jesus Cristo podem ser questionados e analisados à luz das ferramentas da história, da sociologia, da psicologia e da antropologia, mas essa aproximação nunca tocará o âmago do que representam e constituem para o homem. Há que ir mais perto. Muita dessa postura só revela a incapacidade do homem (no fundo o pecado) de se dar, de confiar, de ter fé, de se relacionar, de ser íntimo, de ser conhecido por dentro e de conhecer.


Se o ateu “visse” Deus, ou se O pudesse ver, sujeitar-se-ia a Ele ou o procuraria impugnar e acusar, rejeitando o seu próprio pecado e culpa?




A BÍBLIA PREGA CONTRA A IDOLATRIA, NÃO CONTRA O ATEÍSMO.

(Charles Colson & Nancy Pearcey, E Agora como Viveremos?, CPAD, p. 78)



Platão correctamente afirmou: “O ateísmo é uma doença da alma, antes de ser um erro de entendimento.”

(Ricardo Gondim; Artesãos de uma Nova Era; Candeia; p. 96)



Updike apresentou uma formulação lógica talvez não à altura de Anselmo ou de Tomás de Aquino, mas adequada ao seu tempo e temperamento:

1. Se Deus não existe, o mundo é um espectáculo de terror.

2. Ora, o mundo não é um espectáculo de terror.

3. Portanto, Deus existe.

(James Houston, A Fome da Alma, Abba Press, pp. 146)



Se eu e você tentarmos entender Deus, teremos problemas!

(EVANS, Tony. Deus é Tremendo. Vida, pp. 136)




“Quem se recusa a raciocinar é um fanático, quem é incapaz é um tolo, e quem não tem coragem é um escravo”. (Lord Byron)

(Maçonaria e Fé Cristã; J. Scott Horrell; Mundo Cristão; pp. 96)




Céptico, porém sincero


Mais uma vez, eu, Adrian Rogers, quero destacar que o maior milagre é o milagre da graça redentora de Deus. Para finalizar, permita-me contar uma história que ilustra como o Evangelho de João pode ajudar-nos a descobrir esta verdade gloriosa.

Ele entrou no meu gabinete e foi falando de forma brusca, sem rodeios: “Pastor Rogers, eu preciso falar com o senhor. A minha mulher quer suicidar-se, mas quero evitar que isto aconteça. O senhor poderia falar com ela?” Eu nunca tinha visto aquele homem antes. Depois, fiquei sabendo que ele era um cientista de destaque na industria espacial. Tinha um emprego muito bem remunerado, e fez parte da equipe que ajudou os estados Unidos a levar um homem à lua no fim da década de 60.

Eu disse a ele que conversaria com sua esposa se ele viesse com ela. Não foi preciso muito tempo de aconselhamento para eu descobrir que o problema dela era ele. Aquele homem havia maltratado sua esposa de diversas maneiras. Ele gostava de bebidas alcoólicas, jogos de azar, adultério, e a agredia verbal e fisicamente.

Interrompi minha conversa com ela e fixei o meu olhar nele. “Você é um cristão?”, perguntei. É certo que eu não queria apenas esta informação, mas foi uma maneira de iniciar a conversa. Ele riu e respondeu, com certa arrogância: “Não, eu não sou cristão. Eu sou ateu.” E eu disse: “Pois bem, na sua opinião, Deus não existe?” Ele afirmou: “É isto mesmo.”

Eu disse: “Posso lhe fazer uma pergunta? Você já conhece todas as coisas?” Ele falou: “É claro que não.” Eu disse: “Eu estaria sendo optimista se dissesse que o senhor conhece a metade das coisas que podem ser conhecidas?” Ele respondeu: “Muito optimista.” Insisti: “Então como é que o senhor pode saber se Deus não existe na outra metade das coisas que o senhor não conhece?” Ele disse: “está bem, então não sou um ateu. Sou um agnóstico.” Eu prossegui: “Agora estamos começando a nos entender.”

Eu não lhe disse que a palavra agnóstico, em sua origem latina, quer dizer “ignorante”, mas continuei: “Bem, um agnóstico é alguém que tem duvida. Você não sabe que Deus existe, você apenas tem dúvida disto.” Ele disse: “Sim, tenho uma dúvida enorme.” Eu falei: “Não importa o tamanho, eu só quero saber o tipo de dúvida é esta. Há dois tipos: os que duvidam com sinceridade e os que duvidam com falsidade. De que tipo é você?”

Ele perguntou: “Qual é a diferença?” Eu respondi: “É a seguinte: quem duvida sinceramente, não sabe, mas deseja saber, e por isto está disposto a fazer uma investigação honesta. Quem duvida de modo desonesto não conhece porque não quer conhecer. Este tipo não pode encontrar-se com Deus pelo mesmo motivo que um ladrão não pode encontrar-se com um policial.”

Então ele me disse: “Bem, eu gostaria de pensar que sou sincero.” Eu falei: “Que bom! Você gostaria de colocar Deus no laboratório para testar se ele existe ou não?” Ele disse: “Isto é impossível.” Respondi: “É possível, se você procurar o laboratório apropriado. Vou fazer a você um desafio que o próprio Jesus fez.”

Então citei para ele este verso do Evangelho de João: “Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, saberá se o meu ensino vem de Deus ou se falo por minha própria conta” (João 7:17). Expliquei de forma bem objectiva o significado deste versículo: se uma pessoa deseja fazer a vontade de Deus, o Senhor vai se revelar a ela.

Ele perguntou: “Como é que isto funciona?” eu disse: “Você estaria disposto a fazer a seguinte declaração: ‘Deus, não sei se tu existes ou não, não sei se Jesus é teu Filho ou não, mas quero saber. E porque quero saber, farei uma investigação honesta, seguirei os seus resultados para onde quer que eles me direcionem, seja qual for o custo desta decisão’?” Ele pediu: “Você pode repetir?” repeti, e ele afirmou: “Sim, estou disposto a aceitar este desafio.”

Eu disse: “Que maravilha! Agora eu gostaria de sugerir o seguinte: há um livro na Bíblia, o Evangelho de João, que foi escrito para que você possa crer que Jesus é o Cristo de modo que, pela fé, você possa obter a vida eterna. Gostaria que você fizesse esta experiência: comece a ler o Evangelho de João, dizendo com toda a sinceridade: ‘Deus, se tu existes, se esta é a tua Palavra, se esta é a verdade, permite que ela me seja revelada; e a seguirei onde quer que eu for. Se tu não me convenceres de que esta é a verdade, eu continuarei do jeito que sou!” Deixei claro que sua atitude deveria ser totalmente honesta a ponto de obedecer a verdade que Deus lhe revelasse.

Ele cumpriu o prometido, e começou a ler o Evangelho de João disposto a seguir a revelação que encontrasse, fosse qual fosse. Algumas semanas depois, veio ao meu gabinete, caiu de joelhos e, com lágrimas nos olhos, deu seu coração a Jesus Cristo e foi transformado. Na última vez que os vi, aquele homem e sua esposa estavam sentados no seu Cadillac branco, de mãos dadas como namorados. Ela também tinha aceitado a graça de Cristo sem eu coração. Ambos estavam amando a Jesus e um ao outro.

(Adrian Rogers, Creia em Milagres, mas Confie em Jesus, Eclesia, pp. 184)




O humorista Will Rogers disse certa vez que um homem não demonstra sua ignorância sua ignorância por reconhecer que não sabe muitas coisas, mas por pensar que sabe muitas coisas.

(Idem; pp. 138)




Se você deseja a verdade, você receberá mais verdade. Mas, se você não a deseja, até aquela parcela de verdade que você possui será tirada.

(Idem; pp. 139)




Não há maior pecado do que rejeitar a luz de Jesus Cristo. Quando alguém ouve o Evangelho e o seu coração se abre para a Palavra de Deus, mas não caminha na direcção desta luz, de fé em fé, até crer em Jesus Cristo, receberá dupla condenação. Por quê? Porque ele não será julgado apenas pela doença, mas também por rejeitar a cura. Observe o que Jesus disse:

“O julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas as pessoas preferiram a escuridão porque fazem o que é mau. Pois todos os que fazem o mal odeiam a luz e fogem dela, para que ninguém veja as coisas más que fazem” (João 3:19,20)

Quando Deus vier julgar o mundo, ele não vai fazê-lo tomando como base o pecado praticado, mas pela rejeição à luz que foi enviada.

(Idem; pp. 141)




Deus não espera que creiamos cegamente. Pelo contrário, Ele espera que usemos nossas mentes.” Então citou o que o profeta Isaías havia escrito – “Vinde, pois, e arrazoemos’, diz o Senhor”. Pela primeira vez, entendi que eu estava tendo permissão, e até mesmo incentivo, para ter uma mente inquiridora. Vi que o próprio Deus nos desafiou a usar a razão para determinar aquilo em que acreditamos.

(Tim LaHaye; Um Homem Chamado Jesus; UP; pp. 11)




Os cépticos que conheço são geralmente mais eficientes em levantar objecções do que em responder à simples pergunta: “Como você explica o cristianismo sem o sobrenatural?”

(Idem; pp. 37)




Uma Questão de Vontade

Um poeta disse sabiamente: “Uma mente convencida contra sua vontade é ainda a mesma mente.”

(Idem; pp. 43)




Qual a reacção da multidão? “E, embora tivesse feito tantos sinais na sua presença, não creram nele” (Hb 1:1,2). Esta trágica observação prova que os crentes estavam presentes naquela ocasião. Eles ouviram a voz de Deus, testemunharam os milagres de Jesus e, apesar disso, se recusaram a crer. Felizmente, nem todos agiram assim.

Actualmente, podemos fazer essa mesma escolha: crer ou descrer. A evidência hoje é precisamente a mesma daquela época. As pessoas – tanto hoje como há dois mil anos – não têm desculpa, pois têm o testemunho da voz do próprio Deus confirmando seu Filho.

(Idem; pp. 154)




Thomas Jefferson, terceiro presidente dos Estados Unidos, tentou banir do crsitianismo os milagres de Cristo, simplesmente removendo-os da Bíblia com uma tesoura. Tudo o que ele conseguiu foi criar um angu literário. Sua versão jamais foi entendida porque torna A Maior História Já Contada um contra-senso ilegível. Essa versão retira a maior evidência do carácter sobrenatural do Filho de Deus pela simples eliminação dessa evidência. Dizer apenas: “Não acredito no sobrenatural” – como fizeram Hume, Jefferson e os cépticos modernos – não resolve nada. Qualquer pessoa descrente em Deus terá uma visão inadequada do sobrenatural, pretextuando serem os milagres impossíveis. E naturalmente ninguém ainda apresentou uma prova convincente de que Deus não existe.

Se uma pessoa começa por excluir a possibilidade de que existe um Deus sobrenatural, ela rejeitará a possibilidade de milagres. Certamente, nenhuma prova sustenta tal convicção; o céptico está simplesmente alardeando sua descrença, o que não é suficiente para desmentir os milagres de Jesus. A evidência histórica pesa esmagadoramente em favor dos milagres como parte integrante da vida do Nazareno. Sem eles, Jesus teria sido rapidamente esquecido, desaparecendo com o passar dos séculos.

(Idem; pp. 161)




Podemos perguntar a nós mesmos: “Por que eles o rejeitaram?” Jesus deu a resposta em João 5:40. Depois de enfrentar seus opositores com as Escrituras (que ele dizia “que testificam de mim”), Ele lhes disse: “Não quereis vir a mim para terdes vida.” No original grego, a palavra “quereis” está no tempo passado. Isto é, “não quisestes vir a mim”. Eles não rejeitaram Jesus como o Cristo com base na evidência ou na lógica, pois não podiam usar as Escrituras para provar que Ele não era o Messias encarnado, nem podiam apontar alguma deficiência moral que o impedisse de ser o perfeito Filho de Deus. Eles o rejeitaram, como Jesus mesmo disse, por causa de sua vontade. O problema deles não estava relacionado à mente, à razão, à evidência, ou aos factos em si; relacionava-se à “vontade”. Eles se recusariam a aceitá-lo mesmo que um homem saísse da sepultura e lhes dissesse que Jesus estava dizendo a verdade.

Em última análise, tudo é sempre uma questão de vontade. Se as pessoas teimosamente se recusam a acreditar, apesar da força da evidência, elas viverão e morrerão na descrença. Se as pessoas, porém, forem abertas, Deus lhes proporcionará ampla evidência para apoiar sua crença. Jesus disse: “O meu ensino não é meu, e sim daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de deus ou se eu falo por mim mesmo”. Se qualquer indivíduo procura sinceramente a verdade, Jesus promete que Deus lhe proverá todas as informações e evidências de que ele necessita para crer.

(Idem; pp. 337)




Nem mesmo Deus, com todo o seu poder, pode forçar um ser humano a amar.

(Philip Yancey; O Jesus que Eu Nunca Conheci; Vida; pp. 174)




Fiodor Dostoievski O verdadeiro realista, se incrédulo, vai sempre encontrar força e capacidade para descrer do milagroso, e se for confrontado com um milagre como facto irrefutável vai de preferência descrer de seus próprios sentidos em vez de admitir o facto. A fé (...) brota do milagre, mas o milagre da fé.

(Idem; pp. 175)




Jesus nunca encontrou enfermidade que não pudesse curar, defeito de nascença que não pudesse reverter, demónio que não pudesse exorcizar. Mas encontrou cépticos que não pôde convencer e pecadores que não pôde converter. O perdão de pecados exige um acto de vontade da parte de quem recebe, e alguns que ouviram as palavras mais incisivas de Jesus sobre graça e perdão afastaram-se sem arrependimento.

(Idem; pp. 187)




“Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados...” Jesus anunciou aos cépticos, enquanto curava o homem, uma ilustração clara do “menor” servindo o “maior”. Jesus sabia que a disfunção espiritual tem um efeito mais devastador do que qualquer mera enfermidade física. Toda pessoa curada finalmente morre – e então o que acontece? Ele não viera principalmente para curar as células do mundo, mas para curar as almas das pessoas.

(Idem; pp. 187)




Se não podemos detectar a presença de Deus no mundo, pode ser que tenhamos procurado nos lugares errados.

(Idem; pp. 249)




A história mostra que, quando a igreja utiliza as ferramentas do reino do mundo, torna-se ineficaz, ou tão tirânica quanto qualquer outra estrutura poderosa. E, toda vez que a igreja tem-se mesclado com o estado (o Sacro Império Romano, a Inglaterra de Cromwell, a Genebra de Calvino), o apelo da fé sofre também. Por ironia, nosso respeito no mundo declina em proporção de quão vigorosamente tentamos forçar os outros a adoptar nossas concepções.

(Idem; pp. 265)





“A minha divisa é – Cumpre o teu dever, custe o que custar!”. E se alguma vez não cumprir o meu dever, e se há realmente um Deus, então serei suficientemente honesto para admitir as minhas faltas diante dele. Mas não preciso dum bode expiatório, como Jesus, para morrer em meu lugar.”

Mentalmente posso ver milhões de homens e mulheres que pensam deste mod. Orgulham-se de dizer: “A minha divisa é – Cumpre o teu dever, custe o que custar. Quanto ao resto, conseguirei explicar as coisas a Deus!” Por nada deste mundo eu gostaria de comparecer ante o tribunal de Deus apenas com as palavras, “Cumpri o meu dever.” Eu sei que vou a caminho duma condenação certa, se permanecer nesta situação. Pode ter a certeza disto: Chegará o dia em que cada um de nós terá de prestar contas a Deus.”

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 54)





As pessoas de hoje mostram a mesma estupidez perante o perigo que as ameaça. Deus já falou muito seriamente a todos os povos, pela sua Palavra e pelo juízo que tem caído sobre eles. O Filho de Deus veio, foi crucificado e ressuscitou dentre os mortos. Por isso, todos devem compreender que Deus é real e santo. Mas quando o homem se ergue e diz: “Cuidado – Perigos à Frente. Procurem salvar as vossas almas”, elas riem-se simplesmente e dizem: “Ah, ah, ah! Quem acredita nessa loucura no nosso tempo?”

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 56)




Encontrava-me um dia sentado em frente dum homem que eu tinha alcunhado de “listrado”, por causa do padrão de listras do seu pullover. Ele era um homem forte e robusto, semelhante a um barco de guerra. A esposa tinha-lhe morrido durante um ataque aéreo; e os seus dois filhos, em combate. Pobre amigo! Eu tinha ido fazer-lhe uma visita nesse dia, mas logo que me sentei ele começou a afrontar-me: “Pastor Busc, cale-se lá com a sua religião! Já vi muito na minha vida e agora não acredito em nada.”

Eu ri-me e disse: “Isso é impossível. O senhor anda de combóio de vez em quando, não é verdade?” “Sim, ando.” “Suponho” – continuei – “que sempre que o faz vai ter com o maquinista para que ele lhe mostre o certificado do curso!” “É claro que não!” – foi a resposta. “Tenho a certeza de que a companhia dos caminhos de ferro só usa maquinistas que...” “O quê?!” – interrompi eu – “Quer dizer que entra num combóio sem se certificar antecipadamente de que o maquinista tem as habilitações necessárias para dirigir o combóio? Põe a sua vida nas mãos dele, sem a mínima garantia? Bem, sabe que pôr a vida nas mãos de alguém é ter fé? Por isso, faria bem em não voltar a dizer que não acredita em nada. Deve antes dizer: “Não creio em nada, excepto nos caminhos de ferro!” “Ah...!”

Continuei a fazer-lhe perguntas. “Vai alguma vez à farmácia?” – perguntei. “Sim,” – respondeu – “sofro de dores de cabeça e tenho de ir à farmácia comprar comprimidos.” “Sabe naturalmente” – disse eu – “que alguns farmacêuticos têm dado veneno aos seus clientes, por engano. Suponho, portanto, que manda analisar os comprimidos antes de os tomar!” Ele respondeu – “Não, Pastor Busch. Um farmacêutico diplomado conhece a sua profissão. Ele não me faria uma partida dessas a mim.” “O quê?!” – perguntei eu, estupefacto – “Então, toma comprimidos sem os analisar primeiro? Confia a sua vida a um farmacêutico? Toma os comprimidos sem a mínima suspeita? Bem, eu chamaria a isso de fé. Meu amigo, deixe de dizer que não acredita em nada. Diga antes: “Não acredito em nada – excepto nos caminhos de ferro, e nos farmacêuticos.”

Continuarei a mostrar exemplos. Por fim, falei-lhe da minha própria experiência. “Um dia, eu encontrei Jesus, aquele que Deus nos enviou. Sim, Jesus, que ressuscitou de entre os mortos e que ainda tem as marcas dos cravos nas mãos. Essas marcas mostram de modo eloquente que o seu amor era tão grande que o levou a dar a vida por mim. Jamais alguém deste mundo fez tanto por mim como Jesus! Ninguém é mais digno da minha confiança do que ele. Pensa que Jesus alguma vez disse uma mentira, uma só que fosse?” “Não” – foi a resposta. “Eu não posso dizer isso de qualquer outra pessoa, mas nesse dia, há muitos anos, disse para mim próprio: “Podes entregar a tua vida a Jesus. Ele é digno de toda a confiança.” E foi isso mesmo que eu fiz!”

“É assim tão simples?” – perguntou o homem. “Sim,” – disse eu – “tão simples como isso. Você confia em todo o tipo de pessoas à sua volta – excepto em Jesus. E, afinal, ele é o único que merece toda a nossa confiança. Liberte-se, pois, dos falsos raciocínios em que a sua incredulidade se apoia e entregue então a sua vida ao Senhor Jesus”.

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 66)




Falei há muito tempo com um jovem de vinte anos. Jamais o esquecerei. Quando o encontrei um dia, disse-lhe: “Meu caro Heinz, já há muito tempo que não te vejo nos estudos bíblicos ou nas reuniões de jovens.” “É verdade” – respondeu ele. “Pastor Bush, tenho pensado precisamente nisso. O senhor anda sempre a dizer que Jesus morreu pelos pecadores. No que me diz respeito, eu não sinto necessidade de um bode expiatório para levar os meus pecados. Se eu fiz alguma coisa de errada e se realmente existe Deus, eu próprio responderei perante ele. A ideia de um Salvador a morrer em meu lugar é totalmente ridícula.” “Está bem.” – respondi eu – “Quando compareceres diante do Deus santo, pede-lhe justiça. Tens esse direito. És livre para rejeitar Jesus e dizer: “Apelo à justiça”. Mas tens de reconhecer uma coisa: na Inglaterra, as pessoas são julgadas pela lei inglesa; na Alemanha, são julgadas pela lei alemã; diante de Deus, seremos julgados pela lei divina. Espero que nunca tenhas transgredido uma só dessas leis – de contrário, não te restará qualquer esperança. Adeus!” “Espere um momento!” – exclamou o jovem – “Deus não é assim tão mesquinho!” “Ah! Então, como é que achas que é o Deus santo?” – perguntei eu – “Imaginemos por um momento que, depois de viver honestamente durante cinquenta anos, um dia eu cometo um pequeno roubo, num espaço de três minutos, no máximo. O caso acaba por ser descoberto e é levado a tribunal. Durante a audiência, eu digo ao juiz: “Senhor Juiz, não seja tão rigoroso. Três minutos de roubo são bem compensados por metade dum século de honestidade. Quem poderia ser tão escrupuloso que me castigasse por tão pouco?” Sabes o que acontecia? O juiz iria responder: “Um momento! A minha responsabilidade aqui não são os seus cinquenta anos de honestidade, mas sim os três minutos que passou a cometer esse roubo. A lei está a julgá-lo por esse crime específico”. Se um juiz terreno reagia desse modo, por que é que Deus não faria o mesmo?”

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 67)




Parece-me que um Deus que eu pudesse entender com a minha inteligência não seria realmente Deus. Seria apenas um homem como eu próprio. Uma criança não compreende que tipo de homem é o pai. Será concebível que nós sejamos sempre capazes de compreender os caminhos de Deus?

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 82




Como é que podemos continuar a viver sem fé em Deus? Nós não estamos à altura da vida e somos impotentes diante da morte.

Nenhum de nós estará a viver daqui a cem anos. Todos teremos atravessado para o outro lado. Não restam dúvidas acerca disso! “Mas uma vez no túmulo, tudo terá acabado” – poderá pensar. “Estaremos mortos, e pronto.” Se é isso que crê, então pare um minuto e pense. Em que deve apoiar-se no que toca à morte; nas suas próprias ideias? Ou na Palavra de Deus? Como poderá enfrentar a morte, se este pensamento se apoderar subitamente de si: “Não posso levar nada comigo do que guardei.”? Talvez você tenha construído uma peque casa; ou, como no meu caso, tenha juntado uma grande colecção de livros. Mas a verdade é que não pode levar consigo nada do que gosta, como também não pode levar nenhum dos seus entes queridos. Só há uma cisa que podemos levar connosco para a eternidade: é a nossa culpa diante de Deus.

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 122)




Um bem conhecido erudito, chamado Ole Hallesby, viveu na Noruega há alguns anos. Tive o privilégio de o conhecer. Era uma pessoa extraordinária. Em certa ocasião, ele apresentou uma série de palestras na rádio nacional, durante toda uma semana, à noite. Imagino-o facilmente diante do microfone a dizer: “Vocês podem deitar-se a dormir calmamente esta noite e acordar no inferno amanhã de manhã. É meu dever avisá-los. Estas palavras desencadearam uma série de protestos. Um jornalista do maior jornal diário de Oslo escreveu um editorial nestes termos: “Nós já não estamos na Idade Média. É inadmissível que uma intervenção moderna como a rádio seja usada para espalhar tolices deste tipo.” Quando um jornal importante publica um artigo assim, todos os jornais mais pequenos lhe seguem o exemplo. Em breve toda a imprensa estava a repetir: “Nós já não estamos na Idade Média. Como é que um erudito do nosso tempo pode falar no inferno?!” A controvérsia estava a acesa.

Finalmente, a Rádio Oslo teve de pedir ao Professor Hallesby para clarificar a sua posição. Ele voltou ao microfone e disse isto: “Tenho de clarificar as minhas afirmações! Muito bem! Eis o que se me oferece dizer: Vocês podem deitar-se hoje calmamente na cama e acordar no inferno amanhã de manhã. É meu dever avisá-los.”

Esta foi a última acha na fogueira.

Então, todos os bispos noruegueses foram questionados. “O inferno existe, ou não?” Mesmo a revista alemã “Der Spiegel” pegou no debate e publicou um longo artigo com o título “A Contenda Sobre o Inferno na Noruega”.

Menos de um ano depois dessa tempestade, estive em Oslo para fazer uma série de conferências com estudantes e também diversas reuniões públicas à noite. Logo que cheguei, tive de dar uma conferência de imprensa. Os representantes dos diferentes jornais tinham-se reunido no meu hotel. Curiosamente, à minha direita ficou o jornalista que estivera na origem dessa controvérsia e à minha esquerda o Professor Hallesby, representando a imprensa protestante. Começaram então a fazer-me perguntas. O jornalista à minha direita foi o primeiro a atacar: “Pastor Busch,” – disse ele – “eu discordo em absoluto do Professor Hallesby. O senhor é um homem moderno. Na sua opinião, o inferno existe mesmo? Sim ou não?” “É claro que o inferno existe. É lógico.” “Ora, ora. Como é que pode ter tanta certeza disso?” Eu continuei: “Terei todo o prazer em explicar. Creio que o inferno existe, porque Jesus afirmou isso. E eu acredito plenamente no que Jesus disse. Ele sabia muito mais a respeito disso do que todos os nosso intelectuais.”

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 123)




Pessoas que não conseguem acreditar em Deus

Muitas pessoas dizem-me: “pastor Busch, o que nos diz é certo e bom, mas no que me diz respeito, eu simplesmente não consigo acreditar em Deus”.

Examinemos este tipo de reacção um pouco mais de perto.

Em geral, há quatro categorias de pessoas que fazem esta afirmação. Primeiro, há as que dizem que não são religiosas. O seu raciocínio é este: “Não consigo acreditar, porque não sou religioso. O Pastor Busch é, mas eu não.”

A esta objecção só posso responder assim: “Talvez fique surpreendido, mas eu também não sou religioso!” Para ser franco, eu dou muito pouca importância aos sinos da igreja, ao incenso e a outras coisas do género. Nestes últimos anos em Essen, tenho tido o prazer de pregar numa capela onde há apenas uma boa banda metálica. Não há órgão nem sinos de igreja – e nunca lhes senti a falta. Não sou contra essas coisas, mas não preciso delas. Receio bem que não seja muito religioso!”

Quando Jesus, o Filho de Deus, esteve aqui na terra. Havia sempre algumas pessoas muito religiosas à sua volta. Havia os escribas, os sacerdotes e os fariseus – todos eram muito religiosos. Os saduceus, embora mais liberais em posição, também se podiam contar entre eles. E foram essas pessoas – esses religiosos – que crucificaram o Filho de Deus. Jesus não era o homem para eles!

Havia também outros à volta que não eram nada religiosos: prostitutas, trapaceiros – a Bíblia chama-lhes publicanos – e trabalhadores que se esforçavam muito por ganhar o pão de cada dia. Eram todos indivíduos sem fé nem lei! E, contudo, eram esses que procuravam Jesus! Porquê? Porque no fundo do coração admitiam isto: “Nós somos culpados diante de Deus. Há tantas coisas erradas na nossa vida! Mas aqui está um homem que nos pode salvar e tornar filhos de Deus.” E acreditavam em Jesus.

Não. O Senhor Jesus não veio para tornar os religiosos ainda mais religiosos; veio, sim, para salvar os pecadores da morte e do inferno e torná-los filhos de Deus.

Àqueles que dizem: “Eu não posso crer em Deus, porque não sou religioso”, respondo sem hesitar: “São naturalmente vocês que mais facilmente se tornam filhos de Deus.” Pecadores somos todos nós – e todos sabemos isso muito bem!

Permita-me que repita isto: Jesus não veio para tornar os religiosos ainda mais religiosos, mas sim fazer de pobres pecadores perdidos, filhos do Deus vivo.

A segunda categoria de pessoas também diz: “Eu não consigo crer em Deus.” Mas se forem realmente sinceras, dirão: “Eu não quero crer.” Se cressem em Deus, toda a sua vida teria de mudar; e é isso exactamente que elas não querem. Sabem muito bem que há muitas coisas erradas nas suas vidas. Para se tornarem filhos de Deus, têm de ir para a luz; e essa é outra coisa que não pretendem. Bem, os seus amigos iriam provavelmente troçar deles. E que diriam todos os seus familiares se, de repente, os vissem tornarem-se cristãos? Não, é melhor não!

Assim, se encontrar pessoas que lhe afirmam que não podem crer em Deus, fite-as com atenção. Talvez elas devessem realmente dizer: “Eu não quero crer.”

Há uma história impressionante na Bíblia. Jesus, o Filho de Deus, estava sentado algures no Monte das Oliveiras. A cidade de Jerusalém estendia-se abaixo dele. À sua frente, a pequena distância, estava o grandioso templo. Mesmo os pagãos diziam que o templo de Jerusalém se devia ser considerada uma das maravilhas do mundo. Era essa a vista diante dos olhos de Jesus. De repente, os discípulos notaram com surpresa que lágrimas deslizavam do toso de Jesus. Abatidos, olharam para ele com ar interrogador e ouviram-nos suspirar: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados. Quantas vezes quis eu juntar os teus filhos, como a galinha junta os seus pintos debaixo das suas asas, e tu não quiseste.” Esta é uma das passagens mais tocantes da Bíblia.

“Mas tu não o quiseste.”

Os habitantes de Jerusalém também tinham dito: “Nós não conseguimos crer.” Na realidade, eles não queriam crer.

A pessoa que não quer crer em Deus não tem qualquer obrigação de o fazer.

Deixe-me dizer isto, de passagem: Nas nossas igrejas há ainda todo o tipo de restrições, mas no reino de Deus tudo é feito de livre vontade. A pessoa que quer viver sem Deus tem todo o direito a fazê-lo. Deus oferece-se a nós, mas nós podemos rejeitá-lo, se quisermos.

Será que você quer viver sem Deus? Tem esse direito. Quer viver sem fazer as pazes com Deus? Tem esse direito. Quer viver sem nunca orar a Deus? Tem esse direito. Quer viver sem a Bíblia? Tem esse direito. Quer transgredir os mandamentos de Deus? Tem esse direito. Quer profanar o dia do Senhor, quer cometer adultério, enganar e roubar? Tem esse direito.

O homem ou mulher que não quer o Salvador enviado por Deus para salvar os pecadores tem a liberdade de o rejeitar. O homem ou mulher que quer lançar-se no inferno tem o direito de o fazer. Deus não força ninguém.

Simplesmente, nunca se esqueça de que terá de assumir as consequências da escolha que fizer. Deus oferece perdão e paz através de Jesus. Cada um tem o direito de responder que não precisa deles, nem os quer. E pode continuar a viver com essa atitude. Mas, claro, não espere que, nos últimos momentos de vida, mesmo antes de morrer, se possa agarrar-se à salvação que Deus lhe ofereceu ao longo de toda a sua vida. Você tem o privilégio de recusar a oferta de paz que Deus lhe faz através de Jesus. Se for essa a sua escolha, nunca viverá em paz com Deus, por toda a eternidade!

O inferno é o lugar onde nós nos vemos livres de Deus para sempre. Uma vez ali, nada nos poderá jamais atrair a ele. Talvez você deseje orar, mas não será capaz. Talvez queira invocar o nome de Jesus, mas nem conseguirá lembrar-se dele.

É claro que você não tem qualquer obrigação de aceitar a mensagem que eu lhe trago. Pode escolher não seguir Jesus Cristo. Mas nunca se esqueça de que, nesse caso, estará a escolher o inferno. Você é absolutamente livre de fazer essa escolha.

“E tu não quiseste” – disse Jesus a Jerusalém. Ele não forçou ninguém, mas a escolha feita pelo povo de Jerusalém foi horrível.

A terceira categoria de pessoas que dizem “Eu não consigo crer em Deus” dá uma explicação bastante curiosa. Quem fala assim nunca são as mulheres, mas sempre os homens. Eis o que dizem: “Pastor Busch, eu já vi tanta coisa na minha vida que não acredito em mais nada.” Em geral, eu pergunto: “Bem, diga-me então o que aconteceu na sua vida. Olhe que a minha também não tem sido nada fácil!” “As pessoas já me fizeram muito mal e eu, francamente, já não creio em mais nada.” Este tipo de raciocínio persegue o mundo dos homens.

Tenho o hábito bastante aborrecido de arreliar as pessoas que me dizem isso. “Você acredita no que lê nos horários dos comboios? Acredita no que os polícias lhe dizem, quando pede uma informação?” – pergunto-lhes eu, geralmente. “É claro que sim!” E eu continuo: “Nesse caso, deixe de dizer que já não acredita em mais nada. Diga antes: “Eu já não acredito em mais nada – excepto no que dizem os horários dos comboios, no que diz a polícia...”. E poderíamos continuar por aí adiante! Mas tenho a certeza de que já compreendeu o que pretendo dizer.

A este tipo de pessoas, acabo muitas vezes por dizer: “Sabe, eu próprio vivi uma vida de pecado, impureza, trevas e erros. Foi então que Jesus interveio. Eu reconheci nele o Filho de Deus, o mensageiro de Deus, e dei-lhe a minha vida. Jesus fez tanto por mim. Talvez você tenha a impressão de que realmente já não pode acreditar em mais ninguém ou em mais nada, mas naturalmente pode pelo menos crer na palavra daquele que deu a vida por si. Certamente pode crer no que ele diz! Afinal, você acredita em tantas coisas! E, contudo, diz “não” à única pessoa que é digna da sua total confiança; diz “não” à única pessoa que nunca decepcionou ninguém! E você ousa dizer que já viu muitas coisas na sua vida; na minha opinião, você ainda não viu o suficiente!”

A quarta categoria de pessoas que dizem não poder crer em Deus são as que ficaram chocadas com a igreja, ou que estão frias em relação aos seus ensinos.

Uma jovem estudante sentou-se um dia distante de mim e disse: “Eu estudo ciências naturais.” “Muito bem.” – respondi – “mas qual é o seu problema?” “Pastor Busch,” – respondeu ela – “eu assisti a uma das suas reuniões. Sinto que o senhor tem algo que eu própria gostaria de ter. Mas eu não consigo crer. Não posso aceitar as doutrinas e tradições da igreja, com toda essa naturalidade! Sentir-me-ia como se estivesse mergulhando num molho de feno!”. Não pude deixar de rir, mas apressei-me a responder: “Não há necessidade de mergulhar num fardo de feno! Já ouviu falar de Jesus? “Sim.” – foi a resposta. “Que é que você diria,” – perguntei eu – “se eu insinuasse que Jesus é um mentiroso?” “Diria que não acredito nisso.” “Então, acredita que Jesus diz a verdade?” “Sim, acredito!” – confirmou ela. Fiz nova pergunta: “Haverá alguém neste mundo a quem ouse dizer “Tenho a certeza de que você nunca disse uma mentira’?” “Oh, não!” – disse ela – “Eu nunca podia dizer tal coisa a respeito de ninguém.” Continuei: “Por tudo isso que acabou de dizer, é evidente que você já crê. Você já confia. Isso é importante. Você já agarrou a ponta certa da vara: crê que Jesus diz a verdade. A Bíblia afirma: “A vida eterna é esta: que te conheçam a ti só como único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo a quem enviaste?”

Em conclusão, eu disse: “Você não tem que lutar contra as doutrinas e tradições da igreja. Do nevoeiro deste mundo alguém veio ter consigo e, na medida que ele se for aproximando, você conseguirá distinguir cada vez melhor os sinais dos cravos nas suas mãos e as marcas da coroa de espinhos na sua fronte. São essas as provas de que ele carregou com os seus pecados e o amou quando ninguém mais a amava. O meu desejo é que você possa ver Jesus claramente e ser capaz de dizer: “Meu Senhor, meu Salvador e meu Deus!” Crer não significa engolir doutrina como feno, só porque o pastor disse isso.

“Não. Crer é conhecer Jesus Cristo”.

(...)

Meu amigo, é um erro dizer: “Não consigo crer.” Jesus disse algo que, na minha opinião, é de suprema importância: “Se alguém escolher fazer a vontade de Deus, verificará se o meu ensino vem de Deus, ou se eu falo de mim mesmo.” A questão é se eu estou mesmo disposto a obedecer e a pôr em prática, até ao mínimo pormenor, o que reconheci como verdade. Então, e só então, serei capaz de avançar.

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 128)




Um dia entrei num apartamento, cuja porta abria directamente para a cozinha. Um jovem andava de um lado para o outro na sala, com um olhar furioso. “Olá” – disse eu. “Viva. Eu sou pastor evangélico.” – continuei. “O quê? Um pastor?” – gritou ele, parando de repente. “Isto é o máximo! Saia daqui imediatamente! Eu já não acredito em mais nada. Perdi a fé na humanidade.” Naturalmente ele tinha acabado de receber um duro golpe. Eu respondi: “Jovem, aperte cá a mão. Eu também perdi a fé na humanidade.” Atónito, perguntou-me: “Que disse? Como pastor, o senhor deve tentar manter viva a fé na humanidade.” “Acha que sim?” – perguntei eu. “Desculpem, mas já desisti da humanidade. Eu atravessei a guerra. E quando penso nas obscenidades, em todo o lixo, e no deserto de egoísmo em que este mundo se tornou... Não, não posso acreditar mais na humanidade.” “Tem razão” – concordou ele – “Mas então, como é que pode ser pastor?” Eu respondi-lhe: “É que eu recebi uma nova fé, uma fé que nada do mundo pode abalar.” “Ah, estou curioso em saber que tipo de fé é essa.”

Anunciei-lhe então o evangelho: “Trata-se duma fé absoluta em Jesus Cristo, que veio a este mundo como Salvador.” Ele ficou atónito. “Jesus Cristo? Mas isso é o cristianismo! Eu pensei que o cristianismo estava acabado, desactualizado!” – exclamou ele. “De modo nenhum. O cristianismo começa onde todas as outras crenças terminam.”

Quanto eu desejaria que você se libertasse das falsas crenças, de modo a poder vir também à fé salvadora em Jesus Cristo!

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 169)




Haverá certezas em questões religiosas?

Não! É claro que em questões religiosas não podemos ter certezas nenhumas. A religião é, por definição, o homem em busca de Deus. Preocupações e contínuas incertezas fazem naturalmente parte dessa busca.

Isso não é verdade no que toca ao evangelho, que é Deus em busca do homem. Talvez fosse melhor então pôr em questão doutra maneira: Será que o evangelho nos dá algumas certezas?

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 185)




Muitas vezes digo que desde a vinda de Jesus o ateísmo é só uma forma de ignorância.

(Wilhelm Busch; Jesus Nosso Destino; Núcleo; pp. 235)




Vigorosamente negamos que o papel da igreja é “tornar” as pessoas doentes a fim de convertê-las. Pelo contrário, temos de fazê-las conscientes de sua enfermidade, a fim de que se voltem para o grande Médico.

(John Stott; A Cruz de Cristo; Vida; pp. 87)




A religião só é “real” no sentido de ser real para o crente. Pouco importa se é ou não real em qualquer outro sentido.

(Dale & Sandy Larsen; Sete Mitos Sobre o Cristianismo; Vida; pp. 86)




Thomas Paine, um conhecido escritor americano, exerceu grande influência contra deus e as escrituras. Ele escreveu o livro chamado A Idade da Razão, feito para solapar o cristianismo. No leio de morte, Paine disse: “Se eu pudesse, daria o mundo para que A Idade da Razão não tivesse sido publicado. Oh, Senhor, ajuda-me! Oh, Deus, o que fiz para sofrer tanto? Mas não existe Deus! Se houvesse, o que seria de mim daqui por diante? Fica comigo, pelo amor de Deus. Envia-me ao menos umas criança para estar comigo, pois ficar só é um inferno. Se o demónio já teve uma gente, este agente fui eu”.

(Greg Laurie; O Sentido da Vida; Mundo Cristão; pp. 86)




Voltaire, o famoso agnóstico francês, foi um dos opositores mais agressivos do cristianismo. Como Paine, ele escreveu coisas que denegriam a imagem da Igreja. Certa vez ele disse: “Amaldiçoado seja esse patife”, referindo-se a Jesus. “Dentro de 20 anos o cristianismo não mais existirá. Com apenas uma mão destruirei o edifício que precisou de doze apóstolos para ser construído”. É bastante irónico que a casa onde Voltaire escreveu muitos de seus trabalhos contrários a Deus está de pé até hoje, abrigando actualmente uma pequena gráfica que produz... Bíblias!

Uma enfermeira que o assistiu em seu leito de morte afirmou: “Nem por toda a riqueza da Europa eu desejo ver outra vez a morte de um incrédulo”.

O médico que assistiu Voltaire em seus momentos finais disse que ele gritava desesperadamente: “Fui abandonado por Deus e pelos homens! Eu lhe dou metade da minha riqueza se você me der mais seis meses de vida. Então irei para o inferno e você irá comigo. Ó, Cristo! Ó, Jesus Cristo!”. Não havia túneis que levavam a uma grande luz – apenas a dura realidade.

(Greg Laurie; O Sentido da Vida; Mundo Cristão; pp. 87)




Será que aqueles que viram essa cena caíram de joelhos e passaram a crer naquele momento? Não. Na verdade, as autoridades religiosas planeavam matar até o próprio Lázaro, pois ele representava a prova viva de um milagre e, desta forma, era um embaraço para eles (veja João 12:10).

Naturalmente, alguém maior que Lázaro também ressuscitou; e quando o próprio Jesus ressurgiu dor mortos, muitos também não creram.

Às vezes pensamos que, se pudéssemos fazer alguns milagres para nossos amigos não cristãos, poderíamos convencê-los e convertê-los de uma só vez. Se pudéssemos fazer um cego ver, ou curar uma pessoa paraplégica, então, com certeza, todos os que testemunhassem isso se tornariam cristãos, certo? Be, talvez não.

(Greg Laurie; O Sentido da Vida; Mundo Cristão; pp. 95)




O cego precisa de mais do que luz

Esta é a segunda verdade que desejo transmitir: o cego precisa de mais do que luz a fim de enxergar. Aquele cego estava na presença de Jesus, “a luz do mundo” (João 9:5), mas, ainda assim, ele não podia ver.

O cego precisa de visão: uma pessoa cega seria ingénua se negasse a presença da luz só porque não pode vê-la. João 9 nos diz que as pessoas cegas precisam de mais do que luz para enxergar: elas precisam de visão. Esta é uma verdade muito importante. Não pode haver visão sem luz, mas nenhuma luz pode ser percebida sem a visão.

Já visitei as famosas Cavernas Carlsbad, no Novo México. Bem lá no fundo, as luzes são desligadas, e a escuridão é completa. Ainda que você tenha a visão perfeita, não é possível enxergar qualquer coisa porque não há visão sem luz. Ninguém pode ser salvo, a não ser por Jesus, a luz do mundo.

Por outro lado, é possível haver luz sem visão. Uma pessoa cega pode ficar sob o sol do meio-dia sem perceber sua luz. Assim, é possível estar na presença de Jesus e negar sua luz. É importante entender isto quando se tenta evangelizar os perdidos. Não basta fazer brilhar a luz do Evangelho sobre eles. A menos que o Espírito Santo de Deus abra seus olhos cegos, eles não a verão. Paulo afirma:

“Se o nosso Evangelho permanece velado, está velado para aqueles que se perdem, para os incrédulos, dos quais o deus deste mundo obscureceu a inteligência a fim de que não vejam brilhar a luz do Evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (II Coríntios 4:3,4)

Já que Satanás não pode apagar a luz de Cristo, o que ele faz? Ele cega a mente e o coração dos incrédulos. Por este motivo, a pregação apenas não é suficiente para levar tais pessoas à salvação.

Quando comecei a pregar, pensava que, para conduzir as pessoas à salvação, bastava dizer a elas o que fazer. Como se fosse suficiente acender a luz no interruptor. Mas descobri que, para pessoas cegas, não faz diferença a luz estar ligada. Elas não enxergam mesmo.

Para que uma pessoa seja salva, não é suficiente haver luz. É preciso que ela tenha visão, e somente Deus pode curar a cegueira espiritual. Não basta a pregação ou o testemunho para que as pessoas sejam salvas. Eu posso pregar a verdade e você pode compartilhá-la, mas somente o Espírito Santo pode implantá-la.

Quando os crentes dão testemunho de sua fé, precisam ter a unção do Espírito Santo porque dependemos de Deus para abrir os olhos dos que estão cegos para o Evangelho de Jesus Cristo. Precisamos entender que a entrada no Reino dos Céus não é conseguida através de discussão, nem de instrução.

Por favor, não me entenda mal. Nós precisamos fazer a luz brilhar. Precisamos pregar e compartilhar a verdade. Mas também precisamos lembrar de que há uma outra dimensão relacionada ao processo da salvação. O significado deste milagre não se reduz ao facto de Jesus ser a luz do mundo, mas que, além disso, somente Deus pode abrir os olhos de um cego. Assim, outra vez, sentimos a necessidade de ir além do milagre para chegar a Jesus.

Certa vez, um estudante brilhante escreveu uma carta para o jornal de nossa cidade. Ele tentava ridicularizar o cristianismo, e até mesmo a fé em Deus. Concluiu sua carta com as seguintes palavras: “Quando os homens pararem de crer em um Deus que não existe para salvá-los de um inferno que não existe, então o mundo será povoado novamente por homens, e não por ovelhas.”

Em outra oportunidade, aquele rapaz visitou nossa igreja para zombar e provocar polémica. Mas Deus tocou o seu coração e ele aceitou Jesus Cristo. “Tempos depois, numa conversa comigo, ele disse algo surpreendente: “Pastor Rogers, antes de quebrar o meu orgulho, eu tinha certeza que Deus não existia. Agora eu já nem me lembro dos argumentos que suava”.

Realmente, o que abriu os olhos daquele rapaz não foi a força de contra-argumentos, mas a acção do próprio Deus.

(Adrian Rogers; Creia em Milagres, mas confie em Jesus; Eclesia; pp. 133)



Não temos desculpa, porque Deus se nos tem revelado através da criação.

Escreve o salmista: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obras das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes em toda a extensão da terra, e as suas palavras até ao fim do mundo” (Sl 19.1-4)

Cada estrela é um anúncio. Cada folha, uma lembrança. As geleiras são megafones, as estações, capítulos da história; e as nuvens, estandartes. A natureza é uma canção de muitas partes, mas de um só tema e um só verso: Deus é.

Centenas de anos atrás, Tertuliano declarou:

Não foi a pena de Moisés que introduziu o conhecimento do Criador... A maior parte da humanidade, mesmo sem nunca ter ouvido o nome de Moisés – para não falar de seus livros – conheceu, não obstante, o Deus de Moisés. A natureza é a professora; a alma, a pupila... Uma flor da cerca viva... uma concha vinda do mar... uma pena de uma ave do pântano... falariam a você de um Criador mesquinho?... Se eu lhe oferecer uma rosa, você não desprezará seu Criador.

A Criação é a primeira missionária de Deus. Existem aqueles que nunca seguraram uma Bíblia, ou ouviram um trecho das Escrituras. Existem aqueles que morrem antes que um intérprete traduza a Palavra de Deus para a sua língua. Milhões vivem em terras distantes, longe dos cristãos. E há os simplórios, incapazes de compreender o Evangelho. O que reserva o futuro dessas pessoas que nunca ouviram de Deus?

Novamente, a resposta de Paulo é clara. O coração humano conhecer a Deus através da natureza. Se isso for tudo o que uma pessoa pode ver, isso será suficiente. É preciso responder somente ao que lhe é dado. E se lhe é dado apenas o testemunho da Criação, então isso lhe basta.

O problema não é que deus não fale; nós é que não ouvimos. Deus diz que sua ira é dirigida contra qualquer coisa, ou qualquer um, que suprima o conhecimento da verdade. Deus ama seus filhos, e odeia aquilo que os destrói. Isto não significa que ele se encoleriza, perca sua têmpera, ou seja emocionalmente imprevisível. Significa, simplesmente, que Ele ama você, e odeia aquilo em que você se torna quando desobedece.

Chame isto de hostilidade. Um justo ódio do pecado. Um divino desgosto pelo mal que destrói seus filhos.

A questão não é “Como ousa irar-se um Deus amoroso?”, mas antes, “Como poderia um Deus amoroso sentir menos do que isso?”

(Nas Garras da Graça, Max Lucado, Vida, pp. 32,33)



O hedonista opta por viver como se absolutamente não houvesse Criador.

(Nas Garras da Graça, Max Lucado, Vida, pp. 36)



Não deveríamos encarar a verdade? Se não reconhecemos a Deus, somos destroços de naufrágio no universo. Na melhor das hipóteses, somos animais mais desenvolvidos. E na pior, poeira reagrupada. No final da análise, a resposta dos secularistas à indagação “Qual o significado da vida?” é uma só: “Não sabemos”.

(Nas Garras da Graça, Max Lucado, Vida, pp. 39)



Com Deus em seu mundo, você não é um acidente ou incidente; você é uma dádiva para o mundo, uma sublime obra de arte assinada por Deus.

(Nas Garras da Graça, Max Lucado, Vida, pp. 40)



O que nos faz especiais não é nosso corpo, mas a assinatura de Deus em nossas vidas. Somos sua obra prima. Somos criados à sua imagem para as boas obras. Somos significantes, não por causa do que fazemos, mas por quem somos.

(Nas Garras da Graça, Max Lucado, Vida, pp. 40)



Quanto mais conhecemos, menos acreditamos. Estranho, não acha? O conhecimento do processo não deveria desmentir o milagre. O conhecimento deveria suscitar a admiração. Quem tem mais razão para adorar que o astrónomo que vê as estrelas? Que o cirurgião que segura corações nas mãos? Que o oceanógrafo que sonda as profundezas? Quanto mais conhecemos, mais deveríamos nos maravilhar.

Ironicamente, quanto mais conhecemos, menos adoramos. Estamos mais impressionados com a nossa descoberta com a nossa descoberta do interruptor, que com o inventor da electricidade. É a lógica dos cérebros-de-grilo. Em lugar de adoramos ao Criador, adoramos a criação (Rm 1.25).

(Nas Garras da Graça, Max Lucado, Vida, pp. 41)



O Inferno não tem ateus. Ninguém ali duvida da existência de Deus.

(EVANS, Tony. Deus é Tremendo. Vida, pp. 92)



Você apenas precisa sair e os céus lhe contarão a história da glória de Deus.

E que história vão contar! Por exemplo, em uma noite clara, se você pudesse ver ao mesmo tempo o Céu inteiro cobrindo a terra, veria cerca de três mil estrelas a olhos nu. Mas os cientistas, com seus telescópios, podem ver os limites da Via Láctea e calculam que apenas a nossa galáxia abriga 200 bilhões de estrelas. Esses mesmos cientistas calculam que o Universo contém pelo menos um milhão de outras galáxias como a Via Láctea.

Agora vamos recapitular. A olho nu, você poderia ver três mil estrelas. Isso significa que Deus é bastante inteligente. Com o telescópio, podemos calcular 200 bilhões de estrelas na Via Láctea. Deus está ficando cada vez maior. Mas se existe um milhão de galáxias no espaço, estamos falando a respeito de um Deus de glória! Este Deus criou o Universo para revelar a sua glória, e não levou muito tempo para fazer isso. Ele apenas disse: “Haja luz”. O nosso Deus é glorioso.

(EVANS, Tony. Deus é Tremendo. Vida, pp. 110)



Os ateus são as pessoas mais brilhantes e tolas que já se viu. Sua genialidade pode explicar o mundo, mas a sua ignorância os faz explicar o mundo de um jeito que deixa Deus de fora.

(EVANS, Tony. Deus é Tremendo. Vida, pp. 182)



Um homem me disse certa vez:

- Eu não acredito nesse negócio de Inferno. Eu não creio na ira de Deus. Mas, mesmo se o Inferno for verdade, vou virar o lugar pelo avesso porque todos os meus “camaradinhas” estarão lá. Vamos descer juntos, encontrarmo-nos com o diabo e fazer uma farra.

Obviamente ele nada entendeu; por isso eu disse:

- Faça-me um favor. Quando você chegar em casa hoje, ligue um bico de gás do fogão e espere até a chapa ficar bem quente. Então sente em cima e tente dar uma festa ao mesmo tempo. Vamos ver como você se sai.

(EVANS, Tony. Deus é Tremendo. Vida, pp. 242)



Nas palavras do filósofo Ludwig Wittgenstein: “Crer em Deus significa ver que os factos deste mundo não são o fim da questão. Crer em Deus significa ver que a vida tem sentido (...) Que esse sentido não reside em si mesmo, mas fora dele”.

(Philip Yancey; A Bíblia que Jesus Lia; Editora Vida; pp. 159)



Pode-se dizer que a necessidade de uma busca mística (espiritual) é sinal de fraqueza intelectual, de fragilidade da inteligência humana? Não, pelo contrário, ela é sinal de grandeza intelectual. Expressa um desejo vital de continuidade do espectáculo da vida...

(Augusto Jorge Cury; Análise da Inteligência de Cristo; Paulinas; pp. 99)



Muitos pensadores da filosofia produziram conhecimento sobre a metafísica como tentativa de compreender os mistérios que cercam a existência. A metafísica é um ramo da filosofia que estuda o conhecimento da realidade divina pela razão, o conhecimento de Deus e da alma (Descartes), enfim, investiga a natureza e o sentido da existência humana. Grandes pensadores, como Aristóteles, Tomás de Aquino, Agostinho, Descartes, Kant, discursaram de diferentes maneiras sobre a metafísica. Esses pensadores eram intelectualmente frágeis? De modo algum! Por pensar na complexidade da existência, eles produziram ideias eloquentes sobre a necessidade intrínseca de o homem transcender os seus limites e, em certos casos, superar a finitude da vida. Muitos deles fizeram de Deus um dos temas fundamentais das suas discussões intelectuais.

Augusto Comte e Friedrich Nietzsche foram grandes filósofos ateus. Porém, é estranho que estes dois grandes ateus tenham produzido, em alguns momentos, uma filosofia com conotação mística. Comte queria estabelecer os princípios de uma religião universal, uma religião positivista. Nietzsche discursava sobre a morte de Deus, porém, no final da sua vida, produziu Assim Falou Zaratrustra, uma obra que tinha princípios que regulavam a existência, tal como os provérbios de Salomão. Alguns vêem nesse livro um esforço de última hora para recuperar a crença na imortalidade. Ninguém deve ser condenado por rever a sua posição intelectual, pois do ponto de vista psicológico e filosófico há uma crise existencial intrínseca no ser humano do fim da existência.

A imprensa divulgou que Darcy Ribeiro, um dos grandes pensadores brasileiros, que sempre foi um ateu declarado, pediu aos seus íntimos, momentos antes da sua morte, que lhes dessem um pouco de fé.

(Augusto Jorge Cury; Análise da Inteligência de Cristo; Paulinas; pp. 99,100)



Um dos maiores erros intelectuais de Carl Marx é ter procurado criar uma sociedade pregando o ateísmo como massificação cultural. Marx encarou a religiosidade como um problema para o socialismo. Ele era um pensador inteligente, mas por conhecer pouco os bastidores da mente humana, foi ingénuo. Talvez nunca tenha reflectido com mais profundidade sobre as consequências psicológicas e filosóficas do caos da morte. Se o tivesse feito, teria compreendido que o desejo de superação da finitude existencial é irrefreável. O desejo de continuar a sorrir, a pensar, a amar, a sonha, a projectar, a criar, a ter uma identidade, a ter consciência de si e do mundo está além dos limites da ciência e de qualquer ideologia sócio-política.

O homem possui uma necessidade intrínseca de procurar por Deus, de criar religiões e de produzir sistemas filosóficos metafísicos. Tal necessidade surge não apenas como tentativa de superar a sua finitude existencial, mas também para explicar a si mesmo o mundo, o passado, o futuro, enfim, os mistérios da existência.

O homem é uma grande pergunta que por dezenas de anos procura por uma grande resposta... ele procura explicar o mundo. Todavia, o homem sabe que explicar-se a si mesmo é o maior desafio para a sua própria inteligência. Vimos que pensar não é uma opção do homem, mas o seu destino inevitável. É impossível interromper o processo de construção de pensamentos. É impossível conter a necessidade do homem de se compreender a si mesmo e o mundo que o circunda. Na mente humana há uma verdadeira revolução de ideias que não pode ser impedida, nem mesmo pelo controle do eu.

Nas próximas décadas, os povos socialistas, que viveram sob a propaganda ateísta, serão os mais religiosos, os que mais procurarão pela existência de Deus. Por quê? Porque o socialismo procurou eliminar algo indestrutível. E parece que isso já está a ocorrer intensamente na Rússia e na China. Na China havia 5 milhões de cristãos na época em que o socialismo foi implantado. Agora, passados tantos anos de propaganda ateísta, há notícias extra-oficiais que dizem que há mais de 50 milhões de cristãos naquele país. Além disso, há milhões e milhões de chineses adeptos de diversas outras religiões.

O desejo de transcender o fim da existência não pode ser contido. A melhor maneira de propagar uma religião é tentar destruí-la. A melhor maneira de incendiar o desejo do homem de procurar Deus e transcender o caos da morte é tentar destruir esse desejo.

(Augusto Jorge Cury; Análise da Inteligência de Cristo; Paulinas; pp. 104)



Como é possível fazer guerra em nome daquele que dava a outra face, que era o exemplo mais vivo da antiviolência e da tolerância?

(Augusto Jorge Cury; Análise da Inteligência de Cristo; Paulinas; pp. 190)



O famoso novelista G. K. Chesterton certa vez observou que quando um homem volta as costas para Deus, não é que ele apenas não crê em nada, mas é que ele crê em tudo. O mesmo é válido para sociedades inteiras. O assim chamado mundo secular de homens e mulheres modernos, não menos do que o mundo tradicionalmente religioso, acha-se excessivamente inundado de deuses. O presente livro foi escrito sob a convicção de que o descarte do Deus da revelação bíblica, descarte esse que é o característica mais peculiar da modernidade, tem aberto o caminho para o surgimento de novos deuses que, tal como seus antigos equivalentes, acabam por destruir os seus devotos.

(Vinoth Ramachandra; A Falência dos Deuses; ABU; pp. 31)



O jesuíta americano Michael Buckley acredita que a origem doa teísmo na cultura intelectual do Ocidente acha-se “na auto-alienação da própria religião. Sua alegação é que muita da responsabilidade quanto ao descarte de Deus na modernidade deve ser atribuída ao modo pelo qual “Deus” foi se tornando cada vez mais abstracto e impessoal na tradição teológica ocidental. A grande síntese medieval da fé com a filosofia (o que se chama “teologia natural”) envolvia uma diminuição da importância da obra de Cristo e do espírito Santo, de forma que os cristãos do século dezassete europeu procuravam defender o Cristianismo sem apelar a qualquer coisa que fosse caracteristicamente cristã: “A ausência de qualquer consideração da Cristologia é tão marcante em toda discussão séria que se torna algo natural, contudo o que é impressionante nisso tudo é que isso levanta uma questão fundamental com respeito aos modos do pensamento: Como foi que a questão Cristianismo versus ateísmo se tornou totalmente filosófica? Parafraseando Tertuliano: Como é que as únicas armas para defender o templo teriam que ser encontradas nas escolas de filosofia?

Por se deixar de lado a pessoa e a obra de Jesus Cristo e a experiência da comunidade cristã, voltando-se então para apologias filosóficas com o fim de demonstrar sua inerente “racionalidade”, a teologia cristã, no começo da era moderna, já tinha se rendido em termos de competência. O que foi feito para desenvovler as assim chamadas “teologias físicas” (que deduziam a existência e a natureza de Deus a partir da visão do mundo dada pela ci~encia de Newton) acabou saindo pela culatra, prejudicando a teologia bíblica. A filosofia, desenvolvendo-se em direcção a uma filosofia da natureza, e daí a mecânica, esta “estabeleceu a sua própria natureza ao negar que sua evidência tivesse qualquer significado teológico e negando ainda qualquer interesse teológico”. Pelos séculos seguintes, a física, a medicina, a matemática e outras disciplinas puderam afirmar a sua autonomia em relação às teologias físicas apenas negando terem um carácter teológico. Se se direcionaram para o ateísmo, Buckley, isso foi porque a teologia as tinha tornado a área primária de sua evidência e de seu argumento. Assim, os teólogos que haviam depositado nelas toda a sua herança, aos poucos foram se achando totalmente falidos...

(Vinoth Ramachandra; A Falência dos Deuses; ABU; pp. 34)



“As pessoas seguram na mão de qualquer coisa que diga ‘eu protejo você’, como muitas igrejas prometem” (Joel Birman, psicanalista).



“Conhecemos Deus apenas por intermédio de Jesus Cristo. Sem esse mediador, desaparece toda a comunhão com Deus” (Pascal).



"Nada é mais vergonhoso do que afirmar antes de saber" (Blaise Pascal).



Àqueles que se consideravam salvos por saberem recitar o credo, ela (Simone Weil) insistia numa verdade desconfortável: “a incredulidade de alguns ateus está mais próxima do amor de deus do que a fé fácil daqueles que, sem nunca tê-lo experimentado, penduram uma placa com o seu nome como se fosse uma fantasia infantil ou uma projecção do eu”. Assim como Kierkegaard, Simone Weil pregava o paradoxo de que “é mais fácil um não cristão se tornar um cristão do que um cristão se converter”. Aos que buscavam na religião apenas conforto e paz de mente, ela lembrava que “Cristo não prometeu a paz, mas a espada, e que as suas últimas palavras foram o grito de absoluto desespero: ‘Eli, Eli, lamá sabactâni!’”

(Ultimato; Julho/Agosto 2001; p.44; Ricardo Gondim; O Testemunho de uma Vida Excelente)



Não exercer todo o poder de que se dispõe é suportar o vazio. Isso é contrário as todas as leis da natureza: somente a graça o pode. A graça preenche, mas ela só pode entrar onde há um vazio para recebê-la, e é ela que produz esse vazio.

(Ultimato; Julho/Agosto 2001; p.45; Ricardo Gondim; O Testemunho de uma Vida Excelente)



Goethe afiramva: “Agir é fácil, pensar é difícil, adequar a acção ao pensamento é a coisa mais difícil”. Simone Weil soube viver o mais difícil. Hoje, filhos da pós-modernidade superficial e mesquinha, precisamos de gente como essa francesa, quase desconhecida no Brasil. Precisamos ser resgatados de uma mediocridade acintosa, na qual os valores do reino se confundem com dinheiro e poder. Simone Weil afirmou que “há apenas um erro: não ter a capacidade de se alimentar de luz. Pois, estando abolida essa capacidade, todos os erros são possíveis.”

(Ultimato; Julho/Agosto 2001; p.45; Ricardo Gondim; O Testemunho de uma Vida Excelente)



Diante dessa beleza exuberante da vida surge naturalmente a questão: O que existe por detrás de tudo isso? Será que o universo é resultado de um acaso aleatório, ou seríamos fruto de uma necessidade? Esse questionamento tem incomodado o homem através dos séculos e causado profunda polémica entre os cientistas. Acontece que em todo o sistema parece existir um desígnio, uma coerência, um propósito de tal maneira que os cientistas de nova academia científica, embora relutem ainda em usar o nome “Deus” por não ser aceite neste meio, estão cunhando uma nova expressão para o universo afirmando que existe uma espécie de altruísmo cósmico. Há uma espécie de amor regedor do universo.

Eles estão chegando à conclusão de que ao contrário do que se cria antigamente, não vivemos por conta do acaso. Há um desígnio eterno que concatena e equilibra o universo. A lesma, a barata, o cupim, os sapos, os tamanduás, os elefantes, as baleias, os morcegos, os protozoários, as amebas, as flores nos altos dos Alpes, a grama do vale, os desertos, as marés, as florestas, as calotas polares, a caatinga nordestina, tudo faz parte de um sistema meticulosamente organizado com um propósito. Os átomos e o mundo das partículas quânticas são tão intrincados, tão meticulosamente bem desenhados que não há como se desprezar a verdade sobre a existência de Deus.

Cremos que esse “altruísmo” é Deus.- Sabemos que Deus nos expressou seu desígnio através das Escrituras sagradas.

Como afirma a Bíblia em Romanos 1:20, “desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas”.

Partindo, portanto, da conclusão de que há um Deus, e que esse Deus tem propósitos, podemos nos perguntar qual o grande projecto de Deus. A Bíblia Sagrada traz luz sobre essa questão também, deixando claro que o grande projecto de Deus é formar para si uma família. Deus queria formar uma família em que ele fosse o Pai e nós seus filhos e filhas amados.

(Ricardo Gondim; Artesãos de uma Nova História; Candeia; pp. 10, 11)





[Notícia n.º 1639, inserida em 2003-03-23, lida 5504 vezes.]



Vamos fazer o seguinte: Vou imprimir esse texto para ler no final de semana. Pretendo preparar uma resposta no domingo a tarde, no papel.

Depois, passo a limpo e publico no forum. Aguarde.

Re: Re.: DIÁLOGO COM ATEU E AGNÓSTICO

Enviado: 22 Mar 2007, 19:57
por André
Esdras F escreveu:Ok, aceito a desistência de vocês.


Aceito a desistência???O que é isso uma escola de pensamento??

Mistérios....(talvez uma dica)

Eu postei minhas opiniões sobre o testo.Se vc decidiu ignorar ai é com vc.

Re: Re.: DIÁLOGO COM ATEU E AGNÓSTICO

Enviado: 22 Mar 2007, 20:07
por Apocaliptica
André escreveu:
Esdras F escreveu:Ok, aceito a desistência de vocês.


Aceito a desistência???O que é isso uma escola de pensamento??

Mistérios....(talvez uma dica)

Eu postei minhas opiniões sobre o testo.Se vc decidiu ignorar ai é com vc.



Texto, honey. :emoticon4:

Re: Re.: DIÁLOGO COM ATEU E AGNÓSTICO

Enviado: 22 Mar 2007, 20:16
por André
Apocaliptica escreveu:
André escreveu:
Esdras F escreveu:Ok, aceito a desistência de vocês.


Aceito a desistência???O que é isso uma escola de pensamento??

Mistérios....(talvez uma dica)

Eu postei minhas opiniões sobre o testo.Se vc decidiu ignorar ai é com vc.



Texto, honey. :emoticon4:


Valeu Apo.A gente tenta, de vez em quando acerta a mão.

Uma coisa tem que ser dita aos crentes lokos, eles dão otímas oportunidades de graçolas.

Re.: DIÁLOGO COM ATEU E AGNÓSTICO

Enviado: 22 Mar 2007, 20:21
por francioalmeida
Copy and paste:

Enviado: 22 Mar 2007, 20:22
por Vertigo
Vou ler o texto por respeito ao novo forista. Mas se ele postar outro do mesmo tamanho já nao leio...

Re: Re.: DIÁLOGO COM ATEU E AGNÓSTICO

Enviado: 22 Mar 2007, 20:57
por Jeanioz
Esdras F escreveu:Ok, aceito a desistência de vocês.


Emmcricri... :emoticon12: