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O novo "perigo amarelo"

Enviado: 25 Mar 2007, 12:07
por user f.k.a. Cabeção
O novo "perigo amarelo"
por Thomas Sowell em 31 de janeiro de 2007

Resumo: O que tem acontecido com as taxas de graduação dos estudantes negros depois de eles serem redistribuídos dentro do sistema universitário da Universidade da Califórnia?

© 2007 MidiaSemMascara.org

Há cem anos, havia uma conversa a respeito de um "perigo amarelo" por causa da imigração de chineses e japoneses para os EUA em geral e para a Califórnia em particular. Hoje, há ecos daquela noção numa manchete da seção de educação do New York Times de 7 de janeiro.

"Com 41 por cento de asiáticos, Berkeley pode ser a nova face dos processos de admissões por mérito. O problema para os demais: muito menos vagas nas universidades de elite".

Qualquer um de alguma raça que consegue uma vaga em qualquer universidade, deixa um lugar a menos para os outros. Será que os americanos de origem asiática ocupam mais vagas dos que os outros? Será que eles são todos lutadores de Sumô?

A preocupação com um número excessivo de asiáticos é um eco do passado de uma outra forma dolorosa. No início do séc. XX, várias universidades de elite decidiram que havia um "número excessivo de judeus" se candidatando às suas vagas e determinaram cotas para restringir o número de estudantes judeus admitidos.

Uma das instituições que não fez isso foi a Universidade da Cidade de Nova York (CCNY), que admitia estudantes conforme suas qualificações acadêmicas. Os estudantes judeus pareciam representar um percentual maior de estudantes da CCNY do que os estudantes asiáticos em Berkeley.

Pelo fato de a CCNY ter mantido a livre admissão de estudantes e ter sido uma instituição acadêmica de alta qualidade, ela passou a ser conhecida com "a Harvard dos pobres".

Isso foi naquela época. Hoje, a CCNY sucumbiu ao canto de sereia sobre "inclusão" e escancarou suas portas a tudo e a todos, perdendo toda a antiga noção de qualificação acadêmica. Ninguém mais a chama de Harvard dos pobres. Poucos a chamariam até de adequada.

No longo e tedioso artigo do New York Times sobre Berkeley há muito espaço devotado à representação racial dos estudantes e surpreendentemente pouca discussão sobre qualificação. Tomando apenas o artigo como referência, você não notaria que uma universidade tem propósitos outros além de apresentar um perfil demográfico politicamente correto.

Além de tais omissões, há também desinformação. Por exemplo: "Na Califórnia, o advento do campus asiático, de rígida meritocracia, veio às expensas de negros e hispânicos, historicamente sub-representados".

Tem havido mais estudantes negros na Universidade da Califórnia do que havia antes da rejeição do sistema de cotas. Não tem sido negada aos estudantes negros uma educação superior. Eles têm se distribuído nos diversos campi da Universidade da Califórnia, poucos indo para Berkeley e muitos indo para Santa Bárbara, Santa Cruz e outros campi.

Algo similar tem ocorrido com a Universidade do Texas, depois da rejeição do sistema de cotas. Poucos estudantes negros foram para o campus principal de Austin, mas muitos foram para a Universidade do Texas como um todo.

Nos tempos da ação afirmativa ou cotas raciais, os estudantes negros estavam com tudo e mesmo assim, muitos estudantes negros admitidos em Berkeley nunca se graduaram. E isso não se restringe a Berkeley.

Os críticos da ação afirmativa têm dito, há décadas, que colocar estudantes negros em instituições onde eles sejam academicamente inferiores, reduz suas chances de se graduarem. Isso cria todo um problema desnecessário, quando muitos daqueles estudantes negros teriam muito mais chances de se graduarem em instituições onde o resto dos estudantes tivesse qualificação acadêmica similar.

A alta velocidade em que a matéria é ensinada, adequada para aqueles com notas maiores em inglês e em matemática no SAT [*], pode tornar virtualmente impossível o aprendizado para os de menor notas no SAT – mesmo que estes estudantes sejam capazes de aprender a matéria se ele for ensinada numa cadência moderada.

O que tem acontecido com as taxas de graduação dos estudantes negros depois de eles serem redistribuídos dentro do sistema universitário da Universidade da Califórnia? Àqueles que fazem essa pergunta a informação tem sido negada. E, claro, o repórter do New York Times nem mesmo discute tais coisas.

Os asiáticos não são ameaça aos negros. Eles poderiam servir como exemplo aos negros, como Bill Cosby certa vez sugeriu. Ele falou a alguns estudantes negros: "Eles sempre tiram A´s. Essa é a razão pela qual eles se chamam As-iáticos".


Publicado por Townhall.com

Tradução de Antônio Emílio Angueth de Araújo.

[*] SAT é um teste padrão usado pelas universidades americanas para a classificação de seus candidatos. O processo de classificação é gerenciado pelo College Board, que indica a universidade adequada ao candidato, baseada na nota do SAT. (N. do T.)


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Re.: O novo "perigo amarelo"

Enviado: 25 Mar 2007, 12:21
por Pug
O nacionalismo identitário...