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“Do pessimista apocalíptico ao professor cético”.

Enviado: 26 Mar 2007, 15:23
por Gilghamesh
DO PESSIMISMO APOCALÍPTICO
AO CETICISMO IRÔNICO
Gustavo Bernardo



Publicado em NUÑEZ, Carlinda (org).
Encontro com Adorno.
Rio de Janeiro: Caetés, 2004.






Neste “Encontro com Adorno”, o título da minha reflexão pode estar a sugerir ao leitor o seguinte: [1] Theodor Adorno é um pensador apocalíptico; [2] não comungo com posições apocalípticas como a de Adorno; [3] como alternativa epistêmica ao pensamento apocalíptico e também a Adorno, apresento o ceticismo irônico. No entanto, não será esse exatamente o meu caminho. Tentarei explicar, a seguir, que caminho vou traçar.

De fato, espero não comungar com posições apocalípticas, por supor que elas partam de um vício de origem: quem prevê direta ou indiretamente o fim do mundo, da História ou dos valores da civilização ocidental supõe conhecer não menos do que tudo, revelando arrogância desmedida. De fato, suponho eu que a melhor alternativa de pensamento, tanto para o filósofo quanto para o homem comum, tanto ontem quanto hoje, será o ceticismo irônico, a qual ainda por cima nos deixa mais próximos da ficção que estudamos.

O pessimismo apocalíptico é a contraparte negativa do otimismo científico que acredita encontrarmo-nos todos à beira da Teoria de Tudo, isto é, da teoria que finalmente integrará a Mecânica Quântica com a Física tradicional, fazendo-nos entender as leis do Universo e os desígnios de Deus. O cientista não tem como saber se se encontra perto da compreensão de tudo enquanto não compreender, de fato, “tudo”: não há como saber quanto falta para chegar enquanto não se percorreu todo o caminho. De maneira equivalente, o filósofo que anuncia o fim do mundo ou da história está blefando: ele só poderia saber quanto tempo faltava para tudo se acabar quando tudo realmente se acabasse. Ambos, portanto, raciocinam por absurdo, reservando para si mesmos o monopólio do senso crítico.

O ceticismo, por sua vez, desde que não se confunda com o niilismo que se auto-refuta ao afirmar que nada se pode saber – dizer que nada se pode saber implicaria dizer também que não se pode saber nem mesmo que não se pode saber nada –, permite nos aproximarmos melhor da realidade, uma vez que mantém a arrogância sob controle. Enquanto os dogmáticos têm certeza de que só eles sabem alguma coisa e os niilistas têm certeza de que não se pode ter certeza de nada, os céticos apenas duvidam de que se possa ter certeza de determinada assertiva em determinado momento; enquanto os dogmáticos já acharam a resposta e os niilistas já pararam de procurar, a dúvida dos céticos os leva a continuar procurando a verdade. Por isso, os céticos também são chamados de “zetéticos”, que significa: “procuradores”. Ao desconfiar de dogmas, verdades definitivas ou afirmações peremptórias, os céticos se mantêm em constante estado de incerteza e investigação intelectual. Entre dogmáticos do “sim”, como os filósofos sistemáticos e crentes em geral, e dogmáticos do “não”, como os niilistas e os apocalípticos, a opção dos céticos é pelo “talvez”, pelo “pode ser que sim, pode ser que não”. Sua postura é menos a do “isto ou aquilo”, antes pensando em termos de “isto e aquilo”, como na melhor ficção.

Todavia, a postura cética entra em rota de colisão com a gramática da língua. Como a língua é fundamentalmente assertiva, é muito difícil explicitar e explicar uma reflexão cética, se as frases que usamos nos levam à força para a postulação de certezas. Uma pedagogia cética orienta os alunos a fugirem das sentenças categóricas recorrendo a termos suspensivos como “talvez”, os quais funcionam também como traços de cautela acadêmica. Essa escolha lingüística instaura uma dúvida interna ao pensamento, promovendo desse modo diálogo igualmente interno ao texto. Se as idéias debatem entre si, adiando ao máximo possível a conclusão, o leitor desse tipo de texto se sente parte do diálogo, e não um sujeito intimado a concordar com ou a discordar de determinada opinião.

No entanto, o recurso dos termos suspensivos não poucas vezes configura uma pose de modéstia que será ela mesma, por ser pose, autoritária. É preciso combinar os termos suspensivos do discurso, então, com a ironia. A ironia, ao dizer e não-dizer algo, desvaloriza a controvérsia, reconhecendo verdade e mentira em todas as partes, para valorizar a suspensão do juízo, ou seja, para valorizar a epoché. A melhor ironia também será sempre auto-irônica, suspeitando ao mesmo tempo do lugar do irônico. Por isso, a suspensão irônica não pode equivaler a um relativismo barato que postule que “verdade e mentira é tudo a mesma coisa”, porque não se trata disso. O buraco, como se diz, é mais embaixo: a verdade não é apenas a verdade, nem chega a ser a verdade toda.

Até aí, creio que o meu título se sustenta: faz-se necessária uma postura simultaneamente cética e irônica para lidar com esse buraco tão baixo. Quando o título sugere, no entanto, que Theodor Adorno fosse um pensador apocalíptico, promove equívoco que me apresso a desfazer. Um leitor esotérico veria o apocalipse inscrito no próprio dia do nascimento de Adorno: 11 de setembro de 1903 – 98 anos antes, portanto, da derrubada das torres gêmeas. Mas, como não sou exatamente esotérico, lembro, primeiro, que o título sugere uma leitura equivocada porque a vinculação do pensador alemão com o pensamento apocalíptico lhe é anterior, derivando provavelmente da recepção de Dialética do esclarecimento, livro que escreveu com Max Horkheimer em 1947. Nesse trabalho, os autores desfecharam um ataque arrasador contra a indústria cultural, com afirmações absolutamente categóricas que, todavia, não podem ser lidas como dogmáticas, uma vez que também se pretendem, e o são, dialéticas. Se considero o pensamento de cunho apocalíptico uma variante negativa do pensamento dogmático, logo, não posso considerar Adorno como apocalíptico.

A investida adorniana contra a indústria cultural terá servido de inspiração para os que se lhe seguiram, como Guy Debord, em Sociedade do espetáculo, e Jean Baudrillard, em Simulacros e simulação. O conjunto, mais tarde, inspirará as diferentes visões distópicas que desembarcarão, bem amesquinhadas, em Matrix, o filme. Já li muitos textos que, dizendo-se adornianos, proclamavam o fim dos valores ocidentais se não se lesse urgentemente não apenas Adorno como, principalmente, seus comentadores indignados.

Vou tentar demonstrar, ao contrário, que Adorno está mais próximo do ceticismo irônico do que do pessimismo apocalíptico. A hipótese parecerá talvez impertinente, porque Adorno nunca se terá afirmado cético. No entanto, essa restrição não é muito relevante, uma vez que vários pensadores facilmente associáveis ao ceticismo, como Hans Vaihinger, David Hume e Ludwig Wittgenstein, também não se admitiam céticos. Entre nós é famoso o caso de Machado de Assis, recusando a imputação de ceticismo em uma de suas últimas crônicas, datada de 28 de fevereiro de 1897 [em Castello: 70]:



Não achareis linha cética nestas minhas conversações dominicais. Se destes com alguma que se possa dizer pessimista, adverte que nada há mais oposto ao ceticismo. Achar que uma coisa é ruim, não é duvidar dela, mas afirmá-la. O verdadeiro cético não crê, como o dr. Pangloss, que os narizes se fizeram para os óculos, nem, como eu, que os óculos é que se fizeram para os narizes; o cético verdadeiro descrê de uns e de outros. Que economia de vidros e de defluxos, se eu pudesse ter esta opinião!



O escritor corretamente distinguia o ceticismo do pessimismo, que seria uma variante negativa do dogmatismo, sugerindo que no final da vida se vinha mostrando, na verdade, pessimista. Enquanto o otimista acha que os narizes se fizeram para os óculos – estamos no melhor dos mundos, ou, o que dá no mesmo, o mundo rima conosco e com nossas vontades –, o pessimista entende que os óculos é que se fizeram para os narizes: estamos no pior mundo possível, onde os óculos não se encaixam nos narizes mas têm de ser usados assim mesmo. Entretanto, como o senso comum costuma ver no cético alguém que tudo vê com tintas negativas, Machado dá uma rasteira no leitor ao colocar-se ele mesmo como pessimista, o cético sendo outra coisa: alguém que suspende suas crenças, não se afigurando nem pessimista nem otimista.

Ora, trata-se de uma ironia: o suposto pessimismo do escritor não passa de um truque retórico, porque seu olhar sobre narradores, personagens e leitores é, simultaneamente, devastador e compassivo. A frase final da crônica – “se eu pudesse ter esta opinião!” – deixa claro que Machado gostaria de ser cético, como se não o fosse. Como se ele não suspeitasse de todas as opiniões, apesar de, ou exatamente por, considerá-las mais necessárias do que a realidade.

Não à toa lemos, no conto “O segredo do bonzo”: “se uma cousa pode existir na opinião, sem existir na realidade, e existir na realidade, sem existir na opinião, a conclusão é que das duas existências paralelas a única necessária é a da opinião, não a da realidade, que é apenas conveniente” [Machado de Assis: 125]. Desse modo, o escritor defende-se da recorrente acusação de ceticismo, respondendo: quem me dera... A posição dos céticos como Machado, que não se dizem céticos, é mais coerente do que parece, na medida que suspende inclusive a certeza sobre si mesmo, portanto sobre a identidade de quem fala.

Postos todos estes prolegômenos, passo a procurar demonstrar o ceticismo irônico de Adorno, com recortes breves que, de antemão, reconheço insuficientes. Já no prefácio à Dialética do esclarecimento (doravante, DL), Adorno e seu parceiro supõem que o preço das grandes invenções seria a ruína progressiva da cultura teórica [DL: 11], ou seja, que o avanço da técnica implicaria o retrocesso da reflexão teórica. Se antropomorfizássemos a nossa época, a veríamos com uma das mãos hipertrofiando o valor simbólico da individualidade e da originalidade, enquanto a outra mão estaria despindo o indivíduo de qualquer poder real: como dizem os dois filósofos, “desaparecendo diante do aparelho a que serve, o indivíduo se vê, ao mesmo tempo, melhor do que nunca provido por ele” [DL: 14].

O movimento, claramente dialético e claramente perverso, força o reconhecimento da aporia: o esclarecimento destrói o esclarecimento, a modernidade devora a modernidade. No seu estudo sobre a indústria cultural, os autores procuram mostrar como a racionalidade técnica torna-se a racionalidade da própria dominação: multiplicam-se as distinções ao infinito, tanto entre modelos de automóvel quanto entre películas cinematográficas, para que toda distinção se torne ilusória. Os filmes americanos amplificam os ditames do realismo até o ponto de negar não apenas a arte, mas a própria realidade, colando o mapa à paisagem. Com o avanço técnico, progride a barbárie estilizada [DL: 121]: as obras medíocres, que sempre se ativeram à semelhança com um modelo, se tornam modelo de qualidade à medida que se mostram vendáveis como tostines – estão sempre fresquinhas.

Os filósofos reconhecem o limite da denúncia, afirmando: “quem resiste só pode sobreviver integrando-se” [DL: 123]. A frase decerto se encontra na origem da famosa distinção de Umberto Eco entre os apocalípticos e os integrados. Se pararmos a leitura do texto por aqui, ou se lermos apenas este texto, sem dúvida reconheceremos a paternidade dos debords e dos baudrillards da vida. A denúncia contundente da dialética perversa do esclarecimento, associada ao reconhecimento de que os sobreviventes forçosamente se integram, pode levantar a suspeita de que estes filósofos resistem mais do que os outros, logo, de que eles são melhores do que nós outros.

Estariam eles partindo daquele vício de origem, ao preverem o fim dos valores da civilização ocidental graças à avalanche da racionalidade técnica e alienante? A continuidade da leitura e outras leituras nos mostram que não. Se é dialética, a dialética do esclarecimento não pode ser apenas perversa: ela necessariamente implica teses que geram suas antíteses as quais, por sua vez, provocam sínteses as quais, por sua vez, tornam-se novas teses, tornando interminável o processo de reflexão e teoria. É o que vemos se desenvolvendo em Minima moralia (MM), conjunto de argumentos e aforismos escrito por Adorno mais ou menos na mesma época que a famosa Dialética do esclarecimento.

Mostrando que a sua dialética supera a dialética hegeliana, Adorno contrapõe ao célebre “o verdadeiro é o todo”, de Hegel, um contra-aforismo: “o todo é o não-verdadeiro” [MM: 42]. Uma variante dessa formulação encontramos também em Alain Badiou, que afirmou: “a verdade é não-toda”. Ora, ambos os novos aforismos passam ao largo do otimismo cientificista de Hegel bem como do pessimismo dos apocalípticos, no momento em que admitem a impossibilidade de conhecer “tudo”, portanto a impossibilidade de calcular quanto tempo falta para o fim, quer dos tempos, quer da dialética.

A arrogância desmedida de quem supõe deter todo o saber é criticada explicitamente pelo pensador hoje centenário, adiante, quando ele se refere a variantes autoritárias da psicanálise: “Aquele que ajuda porque sabe mais torna-se alguém que humilha os outros com o privilégio de quem pretende ter sempre razão” [MM: 55]. Nada seria mais inadequado ao intelectual do que querer ficar com a razão na discussão e mesmo na demonstração [MM: 60]. Percebe-se que a herança de Nietzsche não é indiferente a Adorno, se ele não procura “ter” a verdade, mas sim experimentá-la. Procurando um critério para o estabelecimento da verdade diferente daquele que a estabelece pela adequação ao real, Adorno formula mais um aforismo paradoxal: “Verdadeiros são apenas aqueles pensamentos que não compreendem a si mesmos” [MM: 168].

Com esse aforismo, suponho que ele esteja reforçando a noção de que a verdade é antes um movimento do que uma “coisa”, um dado. Essa noção é difícil de entender e mesmo de formular, em função da gramática fundamentalmente assertiva da língua. Por isso, se faz necessário um conjunto de procedimentos retóricos de suspensão momentânea do juízo, conjunto esse que configura o que estou chamando de ceticismo irônico. Dizer que verdadeiro é aquilo que ainda não se compreendeu como verdade implica nomear o instante imediatamente anterior ao insight como o instante propriamente filosófico. A filosofia, aqui, torna-se quase que irmã gêmea da arte, aquela que se mostra de fato “magia, libertada da mentira de ser verdade” [MM: 195].

Apenas quando a arte se liberta da pretensão realista e doentia à verdade, ela pode dizer a verdade – desde que se entenda “a verdade”, nesta formulação, não como objeto direto mas sim como parte integrante do verbo, ou seja, da ação. É preciso torcer a gramática para que a língua permita a filosofia, em sentido amplo, e o ceticismo, em sentido mais específico. De maneira equivalente, é preciso torcer o aparelho social para superar a alienação que o constitui. Quando se divide o homem em funções independentes umas das outras, separando o trabalho que modifica o mundo do lazer que alivia o peso de modificar o mundo, estão dadas as condições para a alienação, a tal ponto que o lazer se torna também uma obrigação e uma mercadoria entre as outras. Superam-se estas condições quando e somente quando se trabalha com prazer, o que pode acontecer com qualquer profissão menos mecanizada, mas se percebe com mais nitidez entre artistas, filósofos e, pasme-se, professores. Como afirma Adorno, “só o astucioso entrelaçamento de trabalho e felicidade deixa aberta, debaixo da pressão da sociedade, a possibilidade de uma experiência propriamente dita” [MM: 114].

Este entrelaçamento, na filosofia, obriga a um método diverso do chamado método científico. Como explica Adorno em Palavras e sinais (PS), a disciplina científica, tal como a aprendemos na escola, exige do sujeito que se apague em prol da coisa, recorrendo, por exemplo, à indeterminação do “constata-se”, do “observa-se”. A filosofia precisa se opor a isso, porque “a verdade não é o resto que permanece após a eliminação do sujeito” [PS: 19]. A verdade, na verdade, inclui o sujeito que a pensa e a formula. Por isso, o pensar desse sujeito não pode ser “objetivo”, no sentido positivista do termo: pensar filosoficamente implica, na bela síntese de Adorno, “pensar intermitências”, isto é, admitir-se sempre perturbado por aquilo que o pensamento não é. O pensamento deve tentar nadar contra a própria corrente para resistir ao previamente pensado [PS: 21].

Como podemos pensar nós, que pensamos, escrevemos e, fundamentalmente, ministramos pensamentos ao ministrarmos nossas aulas? A resposta de Adorno encontra-se no livro referido, em um belo texto que, suponho, temos lido pouco. Chama-se “Tabus que pairam sobre a profissão de ensinar”. Neste texto, ele comenta os termos depreciativos que cercam a profissão. Em alemão, por exemplo, o professor é chamado de Pauker, ou seja, de “aquele que bate o bumbo”. Na mesma esfera de instrumentos de percussão, mas em campo semântico um pouco mais vulgar, temos ainda Steisstromler, ou seja, “o baterista de traseiros” [PS: 85]. O professor seria, de acordo com esse termo, um mero tocador de bundas alheias, sugerindo-se que o seu principal trabalho é o de dar palmadas. Em português, recordaríamos nossos ditados sobre o professor, que rezam, por exemplo: quem sabe, faz, quem não sabe, ensina – e quem não sabe nem ensinar, ensina educação física.

Houve um tempo em que professores e preceptores eram, simplesmente, escravos. Ainda somos herdeiros do desprezo que esses escravos suscitavam. Como a reforçar que mudanças profundas são extremamente lentas, ainda hoje se pode ver o professor como um elo intermediário entre o poder do patriarca e a mudez do in-fante. Dentro da cadeia regular de exploração e humilhação, o professor tornou-se aquele que castigava fisicamente as crianças, ou seja, aquele que se especializou em bater, covardemente, no mais fraco (restando às crianças bater nas crianças menores que, por sua vez, só podem bater no cachorro). A palmatória ainda existe em alguns lugares como, por exemplo, no interior do Brasil e em algumas cidades da Inglaterra. Nas escolas normais brasileiras, ainda se ensina a ficar longe dos alunos na hora de uma bronca na turma, ou ao menos a prender as mãos uma na outra, atrás das costas.

Para superar essa história e esses estigmas, faz-se necessário aprender a não agir pedagogicamente, isto é, a tentar ensinar do mesmo jeito que se pensa e do mesmo jeito que se escreve, e não... do jeito que supostamente se ensina. Lembra Adorno de Max Scheler, que dizia só produzir efeitos pedagógicos por nunca tratar seus alunos de forma pedagógica. Adorno reputa seu próprio êxito, como professor universitário, à ausência de todo cálculo sobre a aquisição de influência, em suma, à renúncia a qualquer tentativa de persuasão [PS: 90].

Podemos ceticamente desconfiar de que o professor Adorno tivesse de fato renunciado completamente a qualquer tentativa de persuasão, mas aqui nos interessa antes o princípio do que a realização, a qual não pode ser mesmo mais do que incompleta. O filósofo me parece propor, então, um magistério cético, vivido por um professor que não pretende controlar o que seus alunos vão fazer das suas palavras e das suas demonstrações. Por isso mesmo, esse professor suspende seu juízo pedagógico e faz o seu melhor possível.

Somente esse professor pode trabalhar, como nosso filósofo enfatiza, pela desbarbarização da humanidade, agindo contra a corrente da indústria cultural, da alienação, do preconceito, da repressão, do genocídio e da tortura [PS: 103]. Atribuindo função tão relevante ao professor, Adorno me ajuda a fechar o círculo do meu texto, que teria um título melhor, talvez, se o chamasse de: “Do pessimista apocalíptico ao professor cético”.

Deixo ao leitor, então, a tarefa de corrigir o título, se o máximo que podemos dizer de “tudo” é que “tudo” sempre precisa ser corrigido.


fonte:http://paginas.terra.com.br/arte/dubitoergosum/editor28.htm

Re: “Do pessimista apocalíptico ao professor cético”.

Enviado: 26 Mar 2007, 15:31
por videomaker
Eu só conheço o pessimismo cetico!

Re: “Do pessimista apocalíptico ao professor cético”.

Enviado: 26 Mar 2007, 15:36
por Gilghamesh
videomaker escreveu: Eu só conheço o pessimismo cetico!


Não, vc só conhece as estórias da caronchinha, que te fazem se sentir melhor, diante de um universo que está cagando e andando "praquilo" que vc acredita! :emoticon12:

Re.: “Do pessimista apocalíptico ao professor cético”.

Enviado: 26 Mar 2007, 15:38
por Apocaliptica
:emoticon22:

Re: “Do pessimista apocalíptico ao professor cético”.

Enviado: 26 Mar 2007, 15:45
por videomaker
Gilghamesh escreveu:
videomaker escreveu: Eu só conheço o pessimismo cetico!


Não, vc só conhece as estórias da caronchinha, que te fazem se sentir melhor, diante de um universo que está cagando e andando "praquilo" que vc acredita! :emoticon12:



É melhor do que viver achando que o mundo é uma grande bosta e que muitas vezes não vale á pena viver, pois nada absolutamente vai mudar, pois o homem não pode fazer nada pra que algo mude! Morra com seu pessimismo cetico...
:emoticon1:

Re.: “Do pessimista apocalíptico ao professor céti

Enviado: 26 Mar 2007, 15:46
por Tranca
:emoticon11:

Re: “Do pessimista apocalíptico ao professor cético”.

Enviado: 26 Mar 2007, 15:53
por Gilghamesh
videomaker escreveu:
Gilghamesh escreveu:
videomaker escreveu: Eu só conheço o pessimismo cetico!


Não, vc só conhece as estórias da caronchinha, que te fazem se sentir melhor, diante de um universo que está cagando e andando "praquilo" que vc acredita! :emoticon12:



É melhor do que viver achando que o mundo é uma grande bosta e que muitas vezes não vale á pena viver, pois nada absolutamente vai mudar, pois o homem não pode fazer nada pra que algo mude! Morra com seu pessimismo cetico...
:emoticon1:



Acabou de afirmar que acredita em contos da caronchinha e ainda por cima assinou embaixo! :emoticon12:

Re: “Do pessimista apocalíptico ao professor cético”.

Enviado: 26 Mar 2007, 16:07
por videomaker
Gilghamesh escreveu:
videomaker escreveu:
Gilghamesh escreveu:
videomaker escreveu: Eu só conheço o pessimismo cetico!


Não, vc só conhece as estórias da caronchinha, que te fazem se sentir melhor, diante de um universo que está cagando e andando "praquilo" que vc acredita! :emoticon12:



É melhor do que viver achando que o mundo é uma grande bosta e que muitas vezes não vale á pena viver, pois nada absolutamente vai mudar, pois o homem não pode fazer nada pra que algo mude! Morra com seu pessimismo cetico...
:emoticon1:



Acabou de afirmar que acredita em contos da caronchinha e ainda por cima assinou embaixo! :emoticon12:



Acabou de me dar a certeza que acha que o mundo é uma bosta sem sentido e que as vezes não vale a pena viver!!! e nem precisou assinar embaixo... :emoticon1:

Re.: “Do pessimista apocalíptico ao professor cético”.

Enviado: 26 Mar 2007, 16:21
por Gilghamesh
E quem lhe disse que o universo (ampliando o seu conceito, uma vez que pelo que parece, vc confunde universo com mundo) :emoticon12: deve ou tem que ter algum sentido, ainda mais que podemos não estar sós no universo e não somos o centro deste universo?

A pomba gira? :emoticon12:

voa e gira pomba, voa e gira! :emoticon12: