Religião é Veneno

Entenda por que a computação quântica pode revolucionar o setor de tecnologiaPor Daniela Moreira, repórter do IDG Now!
Publicada em 19 de março de 2007 às 13h40
Atualizada em 19 de março de 2007 às 15h24
E-mail Imprima Comente Erros? del.icio.us Digg a a a
São Paulo – Tecnologia vai revolucionar a computação em complexidade e velocidade. Saiba o que é realidade e ficção sobre esta nova tendência.

A promessa de uma nova era para a computação avançada. É assim que pode ser descrito o anúncio feito pela canadense D-Wave no ultimo mês. A empresa prometeu entregar o primeiro computador quântico comercial em 2008 e demonstrou via videoconferência um protótipo em funcionamento, causando polêmica pela falta de um modelo físico que saciasse a curiosidade dos mais céticos, mas gerando entusiasmo pela perspectiva de uma solução para os problemas mais complexos que sequer os mais poderosos supercomputadores clássicos são capazes de resolver.

Mas o que muda, afinal, com a computação quântica? Para responder essa pergunta, é preciso passar rapidamente por alguns conceitos da mecânica quântica, ramificação da física cujos princípios são utilizados na computação quântica.

> Fotos: veja o 1º computador quântico

Um dos principais conceitos propostos pela mecânica quântica que é importado para a computação quântica é o princípio da superposição. Pela mecânica quântica, uma partícula pode estar em diferentes estados simultaneamente. Isso significa que ela pode estar em diferentes posições ou diferentes tempos – passado e futuro.

“O entendimento disso não é muito fácil porque não tem paralelo no mundo clássico”, admite o pesquisador Renato Portugal, do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), do Ministério da Ciência e Tecnologia. “A gente tem que acreditar por ser a única explicação plausível para fenômenos que se observa no mundo subatômico. Isso não entra em contradição com o mundo que a gente conhece porque lá os fenômenos são muito rápidos”, complementa.

Zero e um

A apropriação deste princípio pela computação tem um efeito ainda mais estranho, à primeira vista: enquanto o bit, unidade que representa um caractere de dado na computação clássica só pode assumir o valor zero ou o valor um. Já o qubit, equivalente na computação quântica, pode assumir os valores zero e um ao mesmo tempo.

“O bit clássico assume ou valor zero ou um. Isso vem da própria física clássica - não é possível sobrepor duas coisas diferentes. O que a mecânica quântica diz, por incrível que pareça, é que os dois estados - zero e um - podem coexistir fisicamente”, resume o pesquisador.

----------------------------------------------------------

Haja Fé...

Johnny escreveu:... enquanto o bit, unidade que representa um caractere de dado na computação clássica só pode assumir o valor zero ou o valor um.

Ui... essa doeu!

Um bit é a menor unidade de processamento e um caracter de dados é 1 Byte, são unidades diferentes, mas siga o jogo!

Como digo, tem horas que só mandando mesmo...

Mas daqui a pouquinho irão aparecer os defensores dizendo que foi usada uma linguagem para os leigos (vulgo burros e anencéfalos, que sabem o que é um processamento quântico, mecânica quântica mas não fazem idéia do que seja um bit). Só com muiiiiiiiiiiiiiiiiiita fé mesmo!

Johnny escreveu:Haja Fé...

Os protótipos já funcionam, portanto a fé se tornou desnecessária.
Talvez possamos duvidar da possibilidade se venderem estas máquinas a preços acessíveis em futuro próximo.

Fernando Silva escreveu:

Johnny escreveu:Haja Fé...

Os protótipos já funcionam, portanto a fé se tornou desnecessária.
Talvez possamos duvidar da possibilidade se venderem estas máquinas a preços acessíveis em futuro próximo.

Pelo que sei esse tal protótipo foi apenas virtual e não um modelo real...mas vamos aguardar. Só não vou esperar para comprar um pois já esperei demais os de 64 bits, depois os dual core. Estou com uma "cosquinha" para esperar um Quad mas acho que não chegarei a tanto.

Shanaista escreveu:

Johnny escreveu:... enquanto o bit, unidade que representa um caractere de dado na computação clássica só pode assumir o valor zero ou o valor um.

Ui... essa doeu!

Um bit é a menor unidade de processamento e um caracter de dados é 1 Byte, são unidades diferentes, mas siga o jogo!

Sim, só pode assumir o valor zero ou um. Ah, também o dois. E o três. Ops, faltou o quatro, o cinco, o seis, o sete, o oito e o nove. Ah, também todo o alfabeto (tinha esquecido este!). Ah, também alguns caracteres como o asterisco... e só. Além de alguns outros...

Erros conceituais a parte, a computação quântica tem angariado substanciais fundos e subsídios diversos para a pesquisa. Não precisamos nos apoiar tanto na fé, como provocou o Johnny, mas também não é prudente mantermos
uma posição cética desarrazoada. Os conceitos físicos por de trás da idéia são sólidos e bem fundamentados. Se teremos realmente esta tenologia cedo, é outra história.

Não entendi bem esse conceito de BIT quântico, pressumindo que ele assume dois estados (ou mais)ao mesmo tempo, como entender o que ele está armazenando?
À menos que se faça a leitura por níveis de superposição, lê-se o dado em um nível, por exemplo, tem-se assim para cada nível um dado diferente ainda que no mesmo dispositivo.

Isso implicaria na multiplicação da capacidade de armazenar dados sem ocupar mais espaço.
Seria assim?

Márcio escreveu:Não entendi bem esse conceito de BIT quântico, pressumindo que ele assume dois estados (ou mais)ao mesmo tempo, como entender o que ele está armazenando?

Comparado com o modo binário, entendi que um bit quântico é capaz de ter três estados... 0, 1 e 0-1!

Johnny escreveu:Como digo, tem horas que só mandando mesmo...

Mas daqui a pouquinho irão aparecer os defensores dizendo que foi usada uma linguagem para os leigos (vulgo burros e anencéfalos, que sabem o que é um processamento quântico, mecânica quântica mas não fazem idéia do que seja um bit). Só com muiiiiiiiiiiiiiiiiiita fé mesmo!

Lembrei de uma piada sem graaaaça mas que vai ao encontro...

Houve um congresso mundial para debater o que a humanidade comeria no futuro, e no final foi aberto aos jornalistas um espaço para perguntas aos grupos especialistas presentes... um formado por otimistas e outro por pessimistas.

Aí um jornalista procurou saber a opinião dos otimistas... e eles responderam que no futuro a humanidade comerá esterco! Todos ficaram horrorizados, aí um outro jornalista fez a mesma pergunta para os pessimistas, que responderam que o esterco não ia dar pra todo mundo!

Moral da história... capaz da fé não ser suficiente!

Se eu não me engano, essa história é hoax.

Segue texto desmentindo:
"Depois de vender a idéia e de afirmar na semana passada que eles apresentaram o primeiro computador quântico da história, agora o D-Wave admitiu que o seu Orion não cumpre com todos os requisitos impostos por esta tecnologia.

Esta notícia é comentada com todos os detalhes no BarraPunto (em espanhol), onde um usuário identificado como JanusDC comentou que na realidade esta máquina é capaz de manipular 16 qubits, e ela deverá bater com facilidade o antigo protótipo de 12 qubits.

Entretanto, afirmou no seu blog, a máquina Orion da D-Wave só é capaz de executar o denominado algoritmo de Grover, destinado a resolver as buscas por força bruta com uma ordem de complexidade de raiz n.

As críticas dos cientistas que assistiram a apresentação acabaram fazendo com que a D-Wave admitisse que a sua máquina Orion não é realmente um computador quântico:

"A máquina não é um verdadeiro computador quântico, é por outro lado uma classe de máquina com finalidades gerais que usa algo da mecânica quântica para resolver problemas", segundo as palavras de Herb Martin, CEO da D-Wave. "

Fonte: http://www.forumpcs.com.br/noticia.php?b=200785

Shanaista escreveu:

Márcio escreveu:Não entendi bem esse conceito de BIT quântico, pressumindo que ele assume dois estados (ou mais)ao mesmo tempo, como entender o que ele está armazenando?

Comparado com o modo binário, entendi que um bit quântico é capaz de ter três estados... 0, 1 e 0-1!

Hummm! Um BIT clássico poderia ter esses três estados também, digamos que um transistor possa estar ligado (1), desligado (0) e oscilando entre ligado/desligado rapidamente (1-0). Não seria algo extraordinário, acho eu.

Márcio escreveu:Hummm! Um BIT clássico poderia ter esses três estados também, digamos que um transistor possa estar ligado (1), desligado (0) e oscilando entre ligado/desligado rapidamente (1-0). Não seria algo extraordinário, acho eu.

Sim, poderia sim... mas emular o que já é nativo do bit quântico, iria resultar em um hardware bem mais complexo!

E nussa... um único bit suportanto três estados aumentaria muuuito a capacidade de processamento das máquinas!

Pra se ter um idéia, 2^6 corresponde aos 64 bits da arquitetura atual... 3^6 correspoderia a um computador de 729 bits, seriam 8 caracteres de um, contra 81 do outro processados de uma só vez

Seria sem comparação!

Shanaista escreveu:

Márcio escreveu:Hummm! Um BIT clássico poderia ter esses três estados também, digamos que um transistor possa estar ligado (1), desligado (0) e oscilando entre ligado/desligado rapidamente (1-0). Não seria algo extraordinário, acho eu.

Sim, poderia sim... mas emular o que já é nativo do bit quântico, iria resultar em um hardware bem mais complexo!

E nussa... um único bit suportanto três estados aumentaria muuuito a capacidade de processamento das máquinas!

Pra se ter um idéia, 2^6 corresponde aos 64 bits da arquitetura atual... 3^6 correspoderia a um computador de 729 bits, seriam 8 caracteres de um, contra 81 do outro processados de uma só vez

Seria sem comparação!

Hum, hum!
Hoje a capacidade da indústria eletrônica em construir componentes miniaturizados nos substratos é bem mais avançado que tempos atrás, acho que se poderia fabricar processadores múltiplos à partir de suas unidades básicas,com transistores multi-estágios, ou seja, cada um seria na verdade, digamos, constituído de quatro células que armazenariam quatro bits paralelos de uma vez, por exemplo.
Assim todas as células do primeiro estágio de todos os transistores formariam um processador, as do segundo estágio o segundo processador, e assim por diante.
Bastaria uma varredura pelos estágios para se ter um processamento paralelo rápido.

O problema. seria resfriar isso tudo.

Storydor escreveu:Segue texto desmentindo:
"Depois de vender a idéia e de afirmar na semana passada que eles apresentaram o primeiro computador quântico da história, agora o D-Wave admitiu que o seu Orion não cumpre com todos os requisitos impostos por esta tecnologia.

Já foram criados computadores quânticos, mas tinham apenas dois ou três qbits, eram muito instáveis e muito caros.
Funcionar, eles funcionam, o que é improvável por enquanto é que já existam modelos comerciais com capacidade para aplicações práticas.

A única opinião que tenho é de um físico e matemático conhecido meu, que trabalha na teoria da TQG. Ele diz que não é possível.