Risco da adoção unilateral em Software Livre
Enviado: 27 Mar 2007, 12:55
Por Daniel Domeneghetti
Comprador, indutor, fomentador, embaixador, regulador ou competidor? Qual é o mais importante papel do Governo em relação à tecnologia da informação?
Essa resposta não é fácil, até porque, via de regra, os Governos raramente assumem – ou devem assumir - um único chapéu nos diversos segmentos de mercado, inclusive TICs. Mas, se por um lado, esta realidade é quase imprescindível e, em muitos casos, desejável, por outro, é extremamente conflitante e preocupante. Senão vejamos:
Como comprador, o Governo, nas três esferas, abarcando todo seu aparato público-estatal (máquina e empresas), é hoje responsável por mais de 20% de todas as compras de TI no país, envolvendo hardware, software e serviços.
Em 2005, nosso mercado alcançou perto de 20,6 bilhõesde dólares, com o Governo respondendo por 22% deste total. Em 2006, ano de reeleição e de torneiras abertas, sendo TI setor-estrela no radar do Governo, a estimativa é de 23,3 bilhões de dólares (valores em apuração pela E-Consulting), com o Governo atingindo perto de 25% de todo esse montante. Isso significa que um quarto de todas as compras e investimentos em TI no país deverá ser feito pelo poder público e este fato, por si só, já é digno de sinal amarelo.
Com essa capacidade de compras e investimentos, o Governo acaba operando como agente norteador do caminho tecnológico que o mercado e seus players devem adotar, tanto em termos de tecnologias e padrões, como em termos de metodologias e modelos.
Em outras palavras, se o Governo preferir software livre e ameaçar colocar como regra-padrão em seus editais somente a contratação de empresas que trabalhem com essa plataforma, estará direcionando o mercado a produzir mais códigos, mais produtos e serviços neste padrão.
O cenário é, no mínimo, perigoso pois um Governo assim relevante pode se mal entender e utilizar seu poder de compra e indução, centralizar o mercado em algumas poucas tecnologias e alguns poucos fornecedores, risco este que vivenciamos nos últimos três anos com a posição irascível da Casa Civil em defesa cega do software livre...(continua em http://idgnow.uol.com.br/computacao_cor ... 5481326516)
Comprador, indutor, fomentador, embaixador, regulador ou competidor? Qual é o mais importante papel do Governo em relação à tecnologia da informação?
Essa resposta não é fácil, até porque, via de regra, os Governos raramente assumem – ou devem assumir - um único chapéu nos diversos segmentos de mercado, inclusive TICs. Mas, se por um lado, esta realidade é quase imprescindível e, em muitos casos, desejável, por outro, é extremamente conflitante e preocupante. Senão vejamos:
Como comprador, o Governo, nas três esferas, abarcando todo seu aparato público-estatal (máquina e empresas), é hoje responsável por mais de 20% de todas as compras de TI no país, envolvendo hardware, software e serviços.
Em 2005, nosso mercado alcançou perto de 20,6 bilhõesde dólares, com o Governo respondendo por 22% deste total. Em 2006, ano de reeleição e de torneiras abertas, sendo TI setor-estrela no radar do Governo, a estimativa é de 23,3 bilhões de dólares (valores em apuração pela E-Consulting), com o Governo atingindo perto de 25% de todo esse montante. Isso significa que um quarto de todas as compras e investimentos em TI no país deverá ser feito pelo poder público e este fato, por si só, já é digno de sinal amarelo.
Com essa capacidade de compras e investimentos, o Governo acaba operando como agente norteador do caminho tecnológico que o mercado e seus players devem adotar, tanto em termos de tecnologias e padrões, como em termos de metodologias e modelos.
Em outras palavras, se o Governo preferir software livre e ameaçar colocar como regra-padrão em seus editais somente a contratação de empresas que trabalhem com essa plataforma, estará direcionando o mercado a produzir mais códigos, mais produtos e serviços neste padrão.
O cenário é, no mínimo, perigoso pois um Governo assim relevante pode se mal entender e utilizar seu poder de compra e indução, centralizar o mercado em algumas poucas tecnologias e alguns poucos fornecedores, risco este que vivenciamos nos últimos três anos com a posição irascível da Casa Civil em defesa cega do software livre...(continua em http://idgnow.uol.com.br/computacao_cor ... 5481326516)