André escreveu:1)Teologia, entendi o que está falando. Eu realmente dou mais atenção ao conhecimento científico.Questão de preferência pessoal.Nada contra o estudo de teologia ou religião comparada.
Sim exatamente, um tipo de Teologia ou religião comparada.
André escreveu:2)Os resultados: autoconhecimento, pode muito bem ser dados pela filosofia. Ou seja, uma pessoa muito bem pode ter uma filosofia de vida, práticas e seguir ensinamentos diversos sem que esteja presa a religião. Já coisas como "não julgar, não mentir, eliminar vícios, cultivar os bons pensamentos, meditar, etc..." a maioria tem um fundo moral, ou ensinamento moral, e esses tb podem ser compartilhados por ateus e agnósticos. Eu já faço todas essas coisas, e meditar, embora não utilize métodos religiosos, considero a profunda reflexão, parar depois de ler algo interessante, e pensar sobre isso, escrever, uma forma de meditação não para iluminação ou aproximação de Deus, mas para aproximação com a idéia, minha compreensão dela, e minhas vezes aproximação ou na relação com outros.
Mais ou menos.
Alguns filósofos estudam religião, mas não seguem a pratica a risca, ou mesmo pratica alguma.
Arthur schopenhauer, estudou os vedas hindus e era fã deles, o chamou de "fonte do mais auto conhecimento humano". Ficou apaixonado pelo Budismo, pois encontrou em sua parte filosófica, paralelos com sua própria filosofia, principalmente o que dizia sobre a "vontade" como motor humano.
Ainda assim, apenas leu e questionou os textos, sem praticar e, isso o levou a algum bons equívocos.
O mesmo ocorreu com Nietzsche, que chegou a definir o Budismo como "uma religião de negação da vida", o que está distante de ser verdade.
Ok, até aqui, tudo bem, são diferentes opiniões.
Ninguém é obrigado a praticar religião. Ao menos eles tinham conhecimento sobre o assunto e, falavam com base em estudo do tema.
A questão é que nesse ponto, a religião se distancia da filosofia e se aproxima da ciência (apesar de se diferenciar no método).
Os ensinamentos práticos, são confundidos com ensinamentos "morais", mesmo por muitos monges. Algumas vezes chegam a ser pronunciados como moral, mesmo por grandes nomes do assunto, como um apelo "moral" para sua pratica. (um engôdo usado por Cristo, por exemplo)
A pratica é um método que, quando seguida a risca, leva o homem a "observar" coisas que antes ele não percebia, só conhecia "conceitos" racionais sobre o tema, mas seguindo a pratica, vê a coisa em si.
A meditação nesse caso, não é pensar ou questionar um tema.
Meditar no ocidente, é sinônimo de "pensar", "questionar".
Meditar no oriente, é tentar controlar a mente e leva-la a outro estado, bem como nesse processo, aprender como funciona.
Tentar não mentir, por exemplo, nos leva a observar o porque mentimos, nos permite ver os motivos pelos quais mentimos, identificando nossos medos, vergonhas e inseguranças que nos levam a mentir. Conhece-los, nos permite controla-los e elimina-los. Esse é o objetivo, quem contra-la isso, controla a mente.
Não é "não mentir" porque isso é imoral ou errado... tem outro objetivo para a pratica do "não mentir" que é o auto-conhecimento.
André escreveu:3)Quem mais estuda do ponto de vista que é mais relevante para mim.O estudo de religião comparada a mim somente me interessa no contexto da História, e estudo de Teologia, para práticas associadas, somente nos aspectos que eu considero aproveitáveis. A idéia de Ying e Yang, por exemplo, equilíbrio de forças, tem coisas interessantes que atiçam a curiosidade. Mas não é a religião em sua totalidade, e sim aspectos filosóficos que me interessam.
Sim, isso é um problema.
A religião é composta de mitologias, filosofias e praticas. É difícil saber o que "realmente" interessa.
Se você só tem interesse pela historia da religião e por partes que julga interessantes de sua filosofia, você vai estar estudando história da religião e filosofia religiosa.
Estudar religião, já é outra coisa.
Cada um tem suas prioridades, estudar filosofia religiosa, já demonstra ceticismo e uma atitude anti-dogmática. Acho isso ótimo.
Como já disse, ninguém tem obrigação de estudar religião.
André escreveu:4)Está falando dos Teólogos que estudam religião. O problema daquele que prática apenas uma religião é que ele tende a quase sempre ser dogmático, e não absorver ensinamentos das outras, e tratar com desdém ateus e agnósticos.
Sim, isso é verdade em muitas religiões.
Religiões como o Hinduísmo, não levam "tanto" a esse problema, pois já são religiões que por si só, são formadas por todo tipo de idéias religiosas, são mais como um emaranhado de diversas religiões.
O Budismo, pelo ceticismo que ensina, também não cria muitos problemas.
O Cristianismo é uma das piores para se estudar sozinho... É difícil não cair em dogmatismos estudando apenas essa religião.
Mesmo grande Teólogos filósofos, como Santo Agostinho, tinham sérios problemas em entender o cristianismo. O problema está justamente no dogmatismo.
Pior ainda "crentes" que nem estudam o cristianismo e as opiniões das diferentes seitas... Os testemunhas de Jeová, por exemplo, tem um livro de "interpretações" da bíblia e, ensinam que é melhor ler apenas esse livro, que ler apenas a bíblia. Ou seja, nem o cristianismo em si estudam.
Estudam apenas um ponto de vista dogmático, sobre uma unica religião.
Isso é receita para fanatismo e ignorância.
André escreveu:Quem prática ensinamentos de varias eu nem sei o nome, que me parece o seu caso.Além do que isso me parece raríssimo.
É raro, mas não tão raro assim... Imagino que seja um número equivalente ao número de ateus céticos e agnósticos.
André escreveu:Sobre filosofia, "Somente sei que nada sei" de Sócrates, me parece origem do seu nick.Gosto muito do pensamento socrático, da humildade, valorização da razão, do diálogo...
Na realidade essa mesma idéia é encontrada em muitas religiões, inclusive no cristianismo.
Escolhi esse nome inspirado pelo taoísmo.
Saber que não se sabe é o bem supremo.
Não saber que não se sabe é como padecer um mal.
Quem toma consciência deste padecimento fica livre dele.
O sábio não sofre este mal porque já padeceu com ele.
Assim ele pode evitá-lo.
(Lao Tse - Tao Te King - Verso 71)
Acho esse verso interessante, porque mostra que o "sábio" não ensina isso, por ser "inteligente" e compreender isso... mas ensina por já ter como todo mundo, sofrido do mal de "achar" que sabe e, aprendeu com esse erro.
Demonstra a simplicidade na formação de todo nosso conhecimento, bem como sua fragilidade e, o erro como um professor.
É a ignorância de hoje, que nos leva ao conhecimento de amanhã.