Santa Sé constata que fanatismo anti-religioso ameaça fiéis
Enviado: 04 Abr 2007, 13:01
Santa Sé constata que fanatismo anti-religioso ameaça fiéis
Disse o observador do Vaticano ante a ONU, arcebispo Tomasi
GENEBRA, sexta-feira, 30 de março de 2007 (ZENIT.org).- O fanatismo anti-religioso ameaça a religião e os fiéis com insultos, discriminação, perseguição e danos que estão em contradição com a promessa de liberdade aclamada pelas sociedades democráticas, disse o observador vaticano ante um organismo das Nações Unidas.
Em uma intervenção em 22 de março, para a quarta sessão especial do Congresso de Direitos Humanos da ONU, o arcebispo Silvano Tomasi, observador permanente da Santa Sé ante a ONU e ante outras organizações internacionais, fez um chamado ao organismo internacional para proteger a «liberdade de religião, de expressão de consciência, de culto privado e público e com relação às convicções religiosas dos crentes de todos os credos e dos não-crentes da mesma forma», no contexto de outros direitos humanos.
«Violações dos direitos dos fiéis, inclusive violência aberta contra eles, restrições públicas, imposições indevidas e perseguição, insultos públicos aos sentimentos religiosos, infelizmente persistem e pedimos um remédio», disse.
As democracias devem vigiar o modo de «estar ao lado do respeito de religiões concretas» em interesse de garantir os «direitos de liberdade religiosa e liberdade de expressão», acrescentou.
«Não se pode considerar a ridicularização do sagrado como um direito de liberdade», disse o arcebispo.
Instou o Conselho para que revise o respeito dos direitos humanos a todos os 191 estados membros da ONU e desenvolva «mecanismos ou instrumentos» que possam «defender a mensagem das comunidades religiosas da manipulação e possam evitar uma apresentação desrespeitosa de seus membros».
A Santa Sé, disse, vê evidencias de «fanatismo anti-religioso que denigra a religião ou, em geral, os fiéis de uma religião, atribuindo-lhes a responsabilidade de ações violentas feitas hoje ou no passado por alguns membros dessa religião».
O núncio vaticano disse que «a crítica legítima» de ações de alguns seguidores religiosos não deve converter-se em licença para «insultar ou difamar injustamente nem cair em brincadeiras ofensivas com suas pessoas, práticas, ritos ou símbolos».
A ofensa religiosa, especialmente quando se dirige a uma minoria em uma sociedade, é uma forma de coerção contra os fiéis que torna a profissão e a prática da religião mais difícil, acrescentou.
O arcebispo Tomasi disse que a Santa Sé vigiou a emergência no cenário mundial de «um aparente dilema entre o respeito devido às religiões e o direito à liberdade de expressão, como se fossem incompatíveis e se excluíssem mutuamente», acrescentando que estes valores são «complementares» e devem coexistir.
O respeito da dignidade da pessoa humana «implica respeito à sua liberdade em matéria religiosa para professar, praticar e manifestar publicamente a própria religião sem ser objeto de brincadeira, injúria, discriminação», constatou.
«O respeito dos direitos e dignidade de outros deveria marcar o limite de qualquer direito, inclusive o da liberdade de expressão e manifestação das próprias opiniões, inclusive as religiosas», disse o arcebispo Tomasi.
Reconhecendo os resultados trágicos do «fanatismo pseudo-religioso», o arcebispo sublinhou que a religião e a ciência estão entre os fatores sociais que «mais contribuíram para o progresso da humanidade através da promoção dos valores culturais, artísticos, sociais e humanitários».
«Qualquer religião que louve ou tolere a violência, intolerância e ódio se faz não merecedora desse nome», acrescentou.
«A dimensão religiosa da pessoa humana, sua atitude ante a transcendência e as conseqüentes exigências éticas», disse, «é uma referência básica da conduta pessoal e social.»
«As religiões podem oferecer, e, de fato, oferecem, uma sólida formação para a defesa dos valores da justiça pessoal e social, para o respeito dos outros e da natureza», indicou o núncio vaticano.
«Um estado realmente democrático valoriza a liberdade religiosa como um elemento fundamental do bem comum, merecedor de respeito e proteção, e cria as condições que permitem a seus cidadãos viver e atuar livremente», sublinhou o arcebispo Tomasi.
«Um enfoque completo que vê o respeito de religião enraizado na liberdade que cada pessoa humana tem direito de desfrutar, em um equilíbrio de direitos com os demais e com a sociedade, parece o caminho razoável a empreender», concluiu.
http://www.zenit.org/portuguese/visuali ... sid=105460
Disse o observador do Vaticano ante a ONU, arcebispo Tomasi
GENEBRA, sexta-feira, 30 de março de 2007 (ZENIT.org).- O fanatismo anti-religioso ameaça a religião e os fiéis com insultos, discriminação, perseguição e danos que estão em contradição com a promessa de liberdade aclamada pelas sociedades democráticas, disse o observador vaticano ante um organismo das Nações Unidas.
Em uma intervenção em 22 de março, para a quarta sessão especial do Congresso de Direitos Humanos da ONU, o arcebispo Silvano Tomasi, observador permanente da Santa Sé ante a ONU e ante outras organizações internacionais, fez um chamado ao organismo internacional para proteger a «liberdade de religião, de expressão de consciência, de culto privado e público e com relação às convicções religiosas dos crentes de todos os credos e dos não-crentes da mesma forma», no contexto de outros direitos humanos.
«Violações dos direitos dos fiéis, inclusive violência aberta contra eles, restrições públicas, imposições indevidas e perseguição, insultos públicos aos sentimentos religiosos, infelizmente persistem e pedimos um remédio», disse.
As democracias devem vigiar o modo de «estar ao lado do respeito de religiões concretas» em interesse de garantir os «direitos de liberdade religiosa e liberdade de expressão», acrescentou.
«Não se pode considerar a ridicularização do sagrado como um direito de liberdade», disse o arcebispo.
Instou o Conselho para que revise o respeito dos direitos humanos a todos os 191 estados membros da ONU e desenvolva «mecanismos ou instrumentos» que possam «defender a mensagem das comunidades religiosas da manipulação e possam evitar uma apresentação desrespeitosa de seus membros».
A Santa Sé, disse, vê evidencias de «fanatismo anti-religioso que denigra a religião ou, em geral, os fiéis de uma religião, atribuindo-lhes a responsabilidade de ações violentas feitas hoje ou no passado por alguns membros dessa religião».
O núncio vaticano disse que «a crítica legítima» de ações de alguns seguidores religiosos não deve converter-se em licença para «insultar ou difamar injustamente nem cair em brincadeiras ofensivas com suas pessoas, práticas, ritos ou símbolos».
A ofensa religiosa, especialmente quando se dirige a uma minoria em uma sociedade, é uma forma de coerção contra os fiéis que torna a profissão e a prática da religião mais difícil, acrescentou.
O arcebispo Tomasi disse que a Santa Sé vigiou a emergência no cenário mundial de «um aparente dilema entre o respeito devido às religiões e o direito à liberdade de expressão, como se fossem incompatíveis e se excluíssem mutuamente», acrescentando que estes valores são «complementares» e devem coexistir.
O respeito da dignidade da pessoa humana «implica respeito à sua liberdade em matéria religiosa para professar, praticar e manifestar publicamente a própria religião sem ser objeto de brincadeira, injúria, discriminação», constatou.
«O respeito dos direitos e dignidade de outros deveria marcar o limite de qualquer direito, inclusive o da liberdade de expressão e manifestação das próprias opiniões, inclusive as religiosas», disse o arcebispo Tomasi.
Reconhecendo os resultados trágicos do «fanatismo pseudo-religioso», o arcebispo sublinhou que a religião e a ciência estão entre os fatores sociais que «mais contribuíram para o progresso da humanidade através da promoção dos valores culturais, artísticos, sociais e humanitários».
«Qualquer religião que louve ou tolere a violência, intolerância e ódio se faz não merecedora desse nome», acrescentou.
«A dimensão religiosa da pessoa humana, sua atitude ante a transcendência e as conseqüentes exigências éticas», disse, «é uma referência básica da conduta pessoal e social.»
«As religiões podem oferecer, e, de fato, oferecem, uma sólida formação para a defesa dos valores da justiça pessoal e social, para o respeito dos outros e da natureza», indicou o núncio vaticano.
«Um estado realmente democrático valoriza a liberdade religiosa como um elemento fundamental do bem comum, merecedor de respeito e proteção, e cria as condições que permitem a seus cidadãos viver e atuar livremente», sublinhou o arcebispo Tomasi.
«Um enfoque completo que vê o respeito de religião enraizado na liberdade que cada pessoa humana tem direito de desfrutar, em um equilíbrio de direitos com os demais e com a sociedade, parece o caminho razoável a empreender», concluiu.
http://www.zenit.org/portuguese/visuali ... sid=105460