Guy Sorman:"Não há outro modelo além da democracia libe
Enviado: 04 Abr 2007, 15:19
"Não há outro modelo além da democracia liberal"
O intelectual Guy Sorman diz que as sociedades mais duras, injustas e cruéis são as pobres não-liberais
LEANDRO FONTOURA
Quem pretende entender as idéias que movem o vice-governador Paulo Feijó deve ouvir o cientista político Guy Sorman. Um dos maiores pregadores do liberalismo, o intelectual francês defendeu ontem em Porto Alegre a combinação de democracia com livre mercado como única forma de tirar povos da miséria.
- Já se experimentou de tudo em termos de economia. Povos foram usados como cobaias. É por meio do sistema liberal que se deixa a miséria - afirmou Sorman, no Salão de Atos da Reitoria da UFRGS.
A ausência de temor ao tratar de temas estigmatizados no Brasil - país onde a crítica às privatizações ajudou a derrubar a candidatura presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB) e o PFL trocou o nome para Democratas - é a principal característica do terceiro conferencista do ciclo Fronteiras do Pensamento.
- Não é culpa minha que o liberalismo se mostrou mais profícuo e eficiente - disse Sorman, à tarde, em entrevista coletiva.
O francês chama os Estados Unidos de laboratório do futuro da humanidade. Aos países em desenvolvimento, aconselha entender a importância do mercado americano e não pensar em "termos afetivos":
- Para tirar o Brasil da pobreza, é preciso ligação com os EUA.
Se a conversa envereda para o capitalismo, o francês diz que "as sociedades mais duras, injustas e cruéis são as pobres não-liberais, dominadas por oligarquias e pela estagnação econômica". Nem a globalização escapa. Para Sorman, não se trata de um novo imperialismo, mas de uma convergência entre culturas.
A platéia enfileirou perguntas sobre o "ódio dos latino-americanos ao liberalismo" e sobre a fome na África. A cada resposta, Sorman tentava mostrar que "não existe outro modelo além da democracia liberal". Acabou a palestra sob aplausos. Leitor do francês, Feijó não participou do encontro, mas elogiou o guru:
- Ele defende que os países seriam mais prósperos, a sociedade, mais educada, e os direitos, mais respeitados numa sociedade com livre escolha, economia de mercado e governo enxuto.
As opiniões de sorman
Política econômica
"O que é importante num país é conseguir desconectar a política econômica do partido que está no poder. Democracia não é mais um conceito de esquerda ou de direita. Cada vez mais a livre economia vai integrar um sistema de governo e não programas de esquerda ou direita."
Globalização
"As noções de liberdade individual, iniciativa privada e deliberação coletiva estão presentes nas civilizações não-ocidentais, como a chinesa, a indiana ou a islâmica. A globalização não é um imperialismo, mas uma convergência entre todas as culturas."
http://zh.clicrbs.com.br
O intelectual Guy Sorman diz que as sociedades mais duras, injustas e cruéis são as pobres não-liberais
LEANDRO FONTOURA
Quem pretende entender as idéias que movem o vice-governador Paulo Feijó deve ouvir o cientista político Guy Sorman. Um dos maiores pregadores do liberalismo, o intelectual francês defendeu ontem em Porto Alegre a combinação de democracia com livre mercado como única forma de tirar povos da miséria.
- Já se experimentou de tudo em termos de economia. Povos foram usados como cobaias. É por meio do sistema liberal que se deixa a miséria - afirmou Sorman, no Salão de Atos da Reitoria da UFRGS.
A ausência de temor ao tratar de temas estigmatizados no Brasil - país onde a crítica às privatizações ajudou a derrubar a candidatura presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB) e o PFL trocou o nome para Democratas - é a principal característica do terceiro conferencista do ciclo Fronteiras do Pensamento.
- Não é culpa minha que o liberalismo se mostrou mais profícuo e eficiente - disse Sorman, à tarde, em entrevista coletiva.
O francês chama os Estados Unidos de laboratório do futuro da humanidade. Aos países em desenvolvimento, aconselha entender a importância do mercado americano e não pensar em "termos afetivos":
- Para tirar o Brasil da pobreza, é preciso ligação com os EUA.
Se a conversa envereda para o capitalismo, o francês diz que "as sociedades mais duras, injustas e cruéis são as pobres não-liberais, dominadas por oligarquias e pela estagnação econômica". Nem a globalização escapa. Para Sorman, não se trata de um novo imperialismo, mas de uma convergência entre culturas.
A platéia enfileirou perguntas sobre o "ódio dos latino-americanos ao liberalismo" e sobre a fome na África. A cada resposta, Sorman tentava mostrar que "não existe outro modelo além da democracia liberal". Acabou a palestra sob aplausos. Leitor do francês, Feijó não participou do encontro, mas elogiou o guru:
- Ele defende que os países seriam mais prósperos, a sociedade, mais educada, e os direitos, mais respeitados numa sociedade com livre escolha, economia de mercado e governo enxuto.
As opiniões de sorman
Política econômica
"O que é importante num país é conseguir desconectar a política econômica do partido que está no poder. Democracia não é mais um conceito de esquerda ou de direita. Cada vez mais a livre economia vai integrar um sistema de governo e não programas de esquerda ou direita."
Globalização
"As noções de liberdade individual, iniciativa privada e deliberação coletiva estão presentes nas civilizações não-ocidentais, como a chinesa, a indiana ou a islâmica. A globalização não é um imperialismo, mas uma convergência entre todas as culturas."
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