Tributo aos Lusitanos do RV
Enviado: 06 Abr 2007, 04:50
A saída intempestiva do "homem-bomba-virtual" do RV me fez antecipar essa homenagem que pensava em postar numa certa data, aofim deste mês...
Este tópico também não deixa de ter uma certa dose de auto-homenagem, a todos nós, guerreiros de palavras, d'aquém e d'além mar.
Então escolhi fazer a homenagem, ao meu estilo, postando uma letra, não de MPBB, mas de alguma coisa que fala de todos, ao seu modo.
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Este tópico também não deixa de ter uma certa dose de auto-homenagem, a todos nós, guerreiros de palavras, d'aquém e d'além mar.
Então escolhi fazer a homenagem, ao meu estilo, postando uma letra, não de MPBB, mas de alguma coisa que fala de todos, ao seu modo.
[center]Fado Tropical
Composição: Chico Buarque/ Ruy Guerra
[Cantado]
Oh, musa do meu fado,
Oh, minha mãe gentil,
Te deixo consternado
Num primeiro abril
Mas não sê tão ingrata
Não esquece quem te amou
E em tua densa mata
Se perdeu e se encontrou
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal
[Falado]
Sabe, no fundo eu sou um sentimental
Todos nós herdamos no sangue lusitano
uma boa dose de lirismo...
(além da sífilis, é claro)*
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas
em torturar, esganar, trucidar
Meu coração fecha os olhos e, sinceramente, chora...
[Cantado]
Com avencas na caatinga,
Alecrins no canavial,
Licores na moringa,
Um vinho tropical.
E a linda mulata,
Com rendas do Alentejo,
De quem, numa bravata,
Arrebato um beijo...
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal
[Recitado: "Soneto"]
Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos, o golpe duro e presto.
De tal maneira que, depois de feito,
Desencontrado, eu mesmo me contesto
Se trago as mãos distantes do meu peito,
É que há distância entre intenção e gesto.
E se o meu coração nas mãos estreito,
Me assombra a súbita impressão de incesto.
Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadora à proa,
Mas o meu peito se desabotoa
E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que, senão, o coração perdoa...
[Cantado]
Guitarras e sanfonas
Jasmins, coqueiros, fontes
Sardinhas, mandioca
Num suave azulejo
E o rio Amazonas
Que corre Trás-os-Montes
E numa pororoca
Deságua no Tejo.
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um Império Colonial[/center]
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