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Uma(s) pergunta(s)

Enviado: 10 Abr 2007, 19:10
por clara campos
Imaginem o cenário ficcional:

Numa civilização todas as pessoas são honestas, competentes e esforçadas profissionalmente. Todas são cidadãos conscientes, activos e comprometidos com o bem pessoal e geral.

Posso afirmar que existem profissões com "mais valor" para a sociedade em geral que outras?

Posso afirmar que uns devem ganhar mais do que outros?

Re.: Uma(s) pergunta(s)

Enviado: 10 Abr 2007, 19:24
por Apocaliptica
Se todos forem assalariados, e se o salário tiver relação direta com o trabalho e não com o faturamento ou com conhecimento acumulado, talvez todos devam perceber pagamentos idênticos. Mas o "valor" trabalho nem sempre o balizador para o "valor" pagamento. Se for proporcional à faturamento e conhecimento ( currículo ), o "valor" do trabalho não vem ao caso.

Re.: Uma(s) pergunta(s)

Enviado: 10 Abr 2007, 19:35
por clara campos
num entendi...

Re.: Uma(s) pergunta(s)

Enviado: 10 Abr 2007, 19:43
por Apocaliptica
É que você esqueceu de colocar ali outras questões: honesto, competente e esforçado são qualidades ou atributos morais. Mas há acúmulo de conhecimento e faturamento ( receita + lucro ).

Pagamento é através de salário ou de remuneração variável.

Trabalho é considerado um "valor".

Se o apenas "valor" trabalho por merecimento moral ( honestidade, competência e esforço) for considerado no pagamento e todos os cidadãos forem iguais, todos devem receber a mesma quantia.

Se houver outros valores como acúmulo de conhecimento ou resultado de faturamento, os pagamentos serão diferentes.

Não sei se agora fui clara, clara...hehe

Re: Re.: Uma(s) pergunta(s)

Enviado: 10 Abr 2007, 19:53
por clara campos
Apocaliptica escreveu:É que você esqueceu de colocar ali outras questões: honesto, competente e esforçado são qualidades ou atributos morais. Mas há acúmulo de conhecimento e faturamento ( receita + lucro ).

Pagamento é através de salário ou de remuneração variável.

Trabalho é considerado um "valor".


competente não é um valor não poka. Por competente quis dizer um profissional que cumpre todas as suas obrigações e desafios que possam surgir na sua actividade.

Bem talvez eu é que não tenha sido clara (aparentemente não sou daquelas que antes de o ser já o era :emoticon12: )

Talvez com um exemplo.

O melhor varredor de ruas do mundo deve ganhar menos que o melhor médico do mundo?

Re.: Uma(s) pergunta(s)

Enviado: 10 Abr 2007, 21:27
por Samael
Pode sim, pois existem profissões imediatamente mais úteis do que outras.

Entretanto, o capitalismo não remunera exatamente de acordo com essa "utilidade", ela varia contingencialmente de acordo com o mercado.

Re: Re.: Uma(s) pergunta(s)

Enviado: 10 Abr 2007, 21:49
por Apocaliptica
clara campos escreveu:
Apocaliptica escreveu:É que você esqueceu de colocar ali outras questões: honesto, competente e esforçado são qualidades ou atributos morais. Mas há acúmulo de conhecimento e faturamento ( receita + lucro ).

Pagamento é através de salário ou de remuneração variável.

Trabalho é considerado um "valor".


competente não é um valor não poka. Por competente quis dizer um profissional que cumpre todas as suas obrigações e desafios que possam surgir na sua actividade.

Bem talvez eu é que não tenha sido clara (aparentemente não sou daquelas que antes de o ser já o era :emoticon12: )

Talvez com um exemplo.

O melhor varredor de ruas do mundo deve ganhar menos que o melhor médico do mundo?




Muito bem, para definirmos importância teríamos que ter um consenso sobre coisas mais ou menos relevantes...mas é difícil imaginar que um mundo sem limpadores ou varredores fosse menos suportável do que um mundo sem médicos. E às vezes nos parece inclusive que algumas funções estejam ligadas entre si ironicamente. Usemos teus dois exemplo: um mundo sujo é menos higiênico, o que aumentaria muito o trabalho dos médicos com doenças e epidemias e tal.
Os médicos só não tem mais trabalho ( leia-se excesso de trabalho, caos na saúde pública ) porque os lixeiros fazem seu trabalho. E se pensarmos estas duas funções devem estar ligadas em interdependência a outras tantas, formando uma cadeia que interessa a todos que seja bem remunerada para funcionar bem.

O que acontece é que essa valoração não ocorre assim. Outros requisitos e talentos e atribuições entram na avaliação para definir o pagamento.

Mas eu acho que se fosse levar em consideração melhor de uma coisa ou melhor de outra função, os dois deveriam ganhar a mesma coisa. Só que valorizamos aquelas outras qualidades, como investimento feito na formação, anos de estudo, sacrifícios financeiros, trabalho intelectual e status, capacidade de transformação e desvalorizamos, por exemplo a força física. Neste modelo, as remunerações, sejam todos competentes ou não, seguem cifras ditadas pelas regras de seus mercados.