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Ateísmo, uma religião?

Enviado: 12 Abr 2007, 23:36
por Adrianoped
Qual é a sua opinião do enquadramento do ateísmo como religião?
E sobre a crença ateísta?
Faço essa pergunta pois cheguei a conclusão de que o ateísmo é mais do que uma convicção pessoal, e até mesmo uma crença, é uma religião, mas digo isso quanto a mim, o meu ateísmo é assim, pois tenho fé na inexistência de deus como um ser real.

Re: Ateísto uma religião?

Enviado: 12 Abr 2007, 23:49
por Márcio
Adrianoped escreveu:Qual é a sua opinião do enquadramento do ateísmo como religião?
E sobre a crença ateísta?
Faço essa pergunta pois cheguei a conclusão de que o ateísmo é mais do que uma convicção pessoal, e até mesmo uma crença, é uma religião, mas digo isso quanto a mim, o meu ateísmo é assim, pois tenho fé na inexistência de deus como um ser real.


Prá mim é só mesmo uma convicção, o ceticismo me levou à isso, a racionalidade, a dedução lógica, é pura consequência do meu modo de pensar sobre tudo aquilo que observo.
Não faço disso um ''cavalo de batalha'', é só meu ponto de vista mesmo.
Mesmo porque no dia-a-dia prático, isso não me serve de nada.

Re.: Ateísto uma religião?

Enviado: 12 Abr 2007, 23:51
por francioalmeida
Não vejo o ateísmo como religião, bem como não vejo os "agnomos", "afadas", "apapai-noel" e os "aduendes" como religiosos.

Re: Re.: Ateísto uma religião?

Enviado: 13 Abr 2007, 00:27
por Apocaliptica
francioalmeida escreveu:Não vejo o ateísmo como religião, bem como não vejo os "agnomos", "afadas", "apapai-noel" e os "aduendes" como religiosos.


:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Re: Ateísto uma religião?

Enviado: 13 Abr 2007, 00:53
por Jack Torrance
Márcio escreveu:
Adrianoped escreveu:Qual é a sua opinião do enquadramento do ateísmo como religião?
E sobre a crença ateísta?
Faço essa pergunta pois cheguei a conclusão de que o ateísmo é mais do que uma convicção pessoal, e até mesmo uma crença, é uma religião, mas digo isso quanto a mim, o meu ateísmo é assim, pois tenho fé na inexistência de deus como um ser real.


Prá mim é só mesmo uma convicção, o ceticismo me levou à isso, a racionalidade, a dedução lógica, é pura consequência do meu modo de pensar sobre tudo aquilo que observo.
Não faço disso um ''cavalo de batalha'', é só meu ponto de vista mesmo.
Mesmo porque no dia-a-dia prático, isso não me serve de nada.


Sua assinatura já diz...

Re: Ateísto uma religião?

Enviado: 13 Abr 2007, 01:23
por André
Adrianoped escreveu:Qual é a sua opinião do enquadramento do ateísmo como religião?
E sobre a crença ateísta?
Faço essa pergunta pois cheguei a conclusão de que o ateísmo é mais do que uma convicção pessoal, e até mesmo uma crença, é uma religião, mas digo isso quanto a mim, o meu ateísmo é assim, pois tenho fé na inexistência de deus como um ser real.


Os ateus são ateus de formas diversas. O que é comum é a descrença no sobrenatural.

Nem todos têm a crença na inexistência. E mesmo essa crença seria insuficiente para classificar como uma religião. Pois religião não pode ser apenas a crença na negação de algo, tem que ter uma doutrina. Logo vc pode até criar uma doutrina ateísta, porém ela não será comum a todos os ateus. Logo será apenas a doutrina ateísta segundo Adrianoped. O apenas não é para minimizar a importância, mas para demarcar que não abarca o ateísmo como um todo.

Pessoalmente sou apenas descrente. E sobre Deus tenho duvidas, por isso prefiro me dizer agnóstico.

Re: Re.: Ateísto uma religião?

Enviado: 13 Abr 2007, 06:37
por Adrianoped
francioalmeida escreveu:Não vejo o ateísmo como religião, bem como não vejo os "agnomos", "afadas", "apapai-noel" e os "aduendes" como religiosos.


Assim como as crença em gnomos, fadas e papai-noel não são religiões, então é descabida a sua comparação, pois a crença em deus é base de muitas religiões.

Re.: Ateísto uma religião?

Enviado: 13 Abr 2007, 07:33
por Fernando Silva
Ateísmo não é uma religião, é o estado em que nascemos e ao qual voltamos após eliminar as mentiras que nos enfiaram na cabeça.

Por outro lado, lutar contra essa mania de mentir para as pessoas pode ser um objetivo, e não envolve apenas a existência de seres mitológicos mas qualquer coisa que só pode ser aceita pela fé, sem comprovação.

Acho uma causa válida lutar pelo laicismo e pela abolição do charlatanismo.

Re.: Ateísto uma religião?

Enviado: 13 Abr 2007, 09:32
por RCAdeBH
Veja bem, o ateísmo é sim uma religião porque tem todos os ingredientes das outras:

1: Seus praticantes se denominam "donos da verdade" assim como todos os teístas.

2: O trato com pessoas que discordam de suas opiniões a cerca do ateísmo é nitidamente diferente, assim como a maioria dos teístas e pior ainda que a postura dos crentes mais ferrenhos.

3: Tudo o que o ateísmo apregoa é absoluto, não dando margem a sequer um exame livre e isento a outras possibilidades, assim como todos os teístas.
Claro, estou generalizando.

Re: Re.: Ateísto uma religião?

Enviado: 13 Abr 2007, 09:42
por Jeanioz
RCAdeBH escreveu:Claro, estou generalizando.


Uma generalização extremamente grosseira, discriminante, preconceituosa, unilateral e ignorante, diga-se de passagem...

Re: Re.: Ateísto uma religião?

Enviado: 13 Abr 2007, 09:59
por RCAdeBH
Jeanioz escreveu:Uma generalização extremamente grosseira, discriminante, preconceituosa, unilateral e ignorante, diga-se de passagem...


Me mostre que estou errado, amigo.

Enviado: 13 Abr 2007, 09:59
por Benetton


Esse assunto já havia sido tratado em outro tópico e de Título muito semelhante, lançado pelo Gilghamesh : "Ateísmo é religião?"

Bom, o que escrevi lá deve valer para este tópico, já que o assunto é exatamente o mesmo. Só vou reproduzir os textos porque muitos não abrem o link, pois preferem ler as mensagens aqui mesmo.





Dentre as diversas definições de religiões, há aquelas que são comuns aos teístas e não teístas. Dessa forma, esqueçamos as igrejas, cultos, milagres, santos, sacerdotes, oferendas, rituais, pois isso realmente nada tem a ver com ateus. Vejamos o que diz a parte mais específica e que nos interessa no momento, extraída do Dicionário :


Religião :

5. Crença fervorosa; devoção, piedade

8. Qualquer filiação a um sistema específico de pensamento ou crença que envolve uma posição filosófica, ética, etc.

9. Modo de pensar ou de agir; princípios.



E ainda existe aquela definição ligada ao absolutismo / Fundamentalista :


Minha "Religião" é a única verdadeira. Logo, aquela que se opor aos meus princípios, está errada e tudo farei para derrotá-la, mesmo que tenha de usar as armas mais sujas.


Qualquer religião tradicional faz isso. O catolicismo, o espiritismo, o protestantismo, mesmo que não admitam, usam desse recurso para provar que fora a sua, as outras religiões é que estão erradas. E se estão erradas, consequentemente a sua está certa.


E o ateísmo está isento desse "expediente" ? Diria que parte dele está inserido. Se isso contamina o todo, eu não sei. Mas já vi gente deste Fórum, destacando ilustres desconhecidos ( desconhecidos até para eles mesmos ) MAS se esses mesmos desconhecidos atacam religiões tradicionais, aí então passam a ser dignos, respeitáveis e merecedores de indicações ao Nobel.

Para exemplificar, tomemos por base as pesquisas de Júlio Siqueira com relação ao conhecido Site da STR. O também conhecido diretor daquela Entidade ( na época ), Daniel Sottomaior, afirmou categoricamente, acerca de Ian Stevenson, sempre usando o pronome "nós" :



- Ian é vastamente celebrado nos círculos espiritualistas, e também adjetivado como "científico". ...as "pesquisas" que essas pessoas produzem são, na melhor das hipóteses, de baixa qualidade.

- É possível que com muita garimpagem se extraia alguma coisa que valha a pena (dos trabalhos de Ian), mas isso não é meu trabalho, é trabalho dele, que ele não fez. Se ele não tem motivação e/ou competência científica o suficiente para tanto, não cabe a seus detratores fazer essa análise. Quando Ian tiver publicado bons resultados em publicações científicas de reputação (como Jama e The Lancet), e esses resultados tiverem sido confirmados por pesquisadores independentes, aí ele se sobressáirá da massa de trabalhos pobres na qual agora está, e que nos faz achá-lo indigno de crédito.

- Ian é somente conhecido e reputado pelas pessoas que apóiam as suas causas, e que não são nosso público-alvo.

- Ian pratica uma ciência de mentirinha.

- Ian se situa perfeitamente bem no amplo panorama de pesquisas ruins que existe na área, e portanto merece com todas as honras o nosso carimbo condenatório.

- O fato de Ian não conseguir publicar em nenhuma revista decente já é critica que chegue.




Só que Júlio Siqueira rebateu todas as críticas uma a uma e as jogou no Fórum daquele site.

E qual foi a reação de Sottomaior ?

Calou-se. Calou-se e não se retratou, é claro. Continuou com essas mesmas afirmações registradas em seu site da STR.


"Não bastou uma breve e fácil consulta na principal ferramenta de busca de artigos científicos das áreas de saúde e psicologia (PubMed Search Engine) para começar a ver que Daniel Sottomaior havia cometido um erro crasso, tendo Stevenson artigos publicados até nas próprias revistas que Daniel citou (Jama e The Lancet). Depois de eu mostrar isso para o Daniel, de modo crítico à postura dele, ele sumiu. Mesmo alguns meses depois, em meados de 2002, quando eu estive por seis dias no fórum da Sociedade Brasileira de Céticos e Racionalistas (SBCR), onde Daniel era, e creio que ainda é, o moderador, Daniel não se pronunciou mais sobre o caso. Eu relatei todo o incidente neste fórum da SBCR, e Daniel Sottomaior se limitou, do meu ponto de vista vergonhosamente, a silenciar..."


Outro caso foi o do Leo Vines, parece-me ainda mais grave. Vines escreveu um artigo contra uma matéria publicada pela revista Veja. Veja declarava, baseada em pesquisa encomendada à Vox Populi, que havia no Brasil apenas um porcento (1%) de ateus. Vines afirma que, ao contrário do que diz Veja, existem mais ateus do que judeus no Brasil e no mundo. Afirma, posteriormente, que existem mais ateus no mundo do que budistas, espíritas e judeus (não somados, mas individualmente). As fontes que ele indicou como "mais confiáveis" (e que de fato são muito boas) seriam os sites Adherents e Infoplease. (ele também indicou um relatório do IBGE).


"Após uma análise minuciosa do artigo do Vines (que me pareceu um artigo suspeito, principalmente ao dizer que há mais ateus que budistas...), enviei para ele um email, em meados de 2002, expondo diversos erros nos números que ele forneceu. Posteriormente expus isso a todos os diretores da STR, e expus também publicamente no fórum da SBCR em meados de 2002 (Daniel e Leo se calaram..., assim como os demais diretores da STR que frequentam esse fórum, incluindo Mozart Hasse e Brudna). De lá pra cá, nada foi feito, e o artigo de Vines continua já há mais de dois anos após minha denúnica sem ser corrigido."


Fonte : http://paginas.terra.com.br/educacao/cr ... icismo.htm


Daí se conclui que, por esse aspecto, o ateísmo pode ser considerado uma religião. Uma religião usa de todas as armas para provar que as outras estão erradas e que ela, somente ela, tem a verdade, mesmo usando de "expedientes" pouco recomedáveis. Afinal, "a verdade não interessa, pois o que interessa são os nossos interesses..."


Obs.: A STR aceita doações, ofertas, como qualquer igrejola. Sabe como é ...

Mas são para causas "nobres" ... :emoticon5:


A STR foi detonada e resurgiu das cinzas. O interessante, é que pouco depois, o site do Júlio Siqueira sofreu ação de Hackers e foi igualmente destruído. Acho que ele não tinha back up. Restou-lhe o editorial que dá início às suas críticas :


"Em Fevereiro de 2006, o Site Criticando Kardec foi tirado do ar do servidor Geocities Brasil devido à ação de Hackers ligados ao fórum de James Randi. Isso ocorreu após, por duas vezes pouco antes, tais hackers terem deletado uma página contendo críticas a tal fórum. Essa ação criminosa sem precedentes (nem mesmo os crédulos religiosos mais fundamentalistas jamais chegaram nem perto disso em suas críticas aos meus posicionamentos sobre itens como Deus e sobrevivência pós morte) mostra de modo enfático a necessidade de combatermos o pseudoceticismo. Acho difícil que o próprio James Randi concorde com tais práticas covardes. Por outro lado, não pode deixar de ser dito que o fórum por ele albergado de fato estimula tais posturas. Lamentável..."



-----------------



Apenas para descontrair, Júlio Siqueira ironiza :



[center]Imagem
Diretor da STR analisando evidências da vida após a morte[/center]




Enviado: 13 Abr 2007, 10:04
por Acauan
Os requisitos mínimos para que um sistema de crenças seja considerado uma religião são que os fundamentos deste sistema provenham de algum tipo de revelação, definam uma doutrina e sejam explicados por uma teologia ou cosmogonia.

Quem quiser identificar o cumprimento destes requisitos no ateísmo, que nem sistema de crenças é, que se aventure...


Re: Re.: Ateísto uma religião?

Enviado: 13 Abr 2007, 10:08
por Jeanioz
RCAdeBH escreveu:
Jeanioz escreveu:Uma generalização extremamente grosseira, discriminante, preconceituosa, unilateral e ignorante, diga-se de passagem...


Me mostre que estou errado, amigo.


RCAdeBH escreveu:Veja bem, o ateísmo é sim uma religião porque tem todos os ingredientes das outras:

1: Seus praticantes se denominam "donos da verdade" assim como todos os teístas.


Eu não me denomino "dono da verdade" e nem pretendo agir como tal.

RCAdeBH escreveu:2: O trato com pessoas que discordam de suas opiniões a cerca do ateísmo é nitidamente diferente, assim como a maioria dos teístas e pior ainda que a postura dos crentes mais ferrenhos.


Eu trato crentes assim como trato não-crentes. Não discrimino ninguém pela religião.

RCAdeBH escreveu:3: Tudo o que o ateísmo apregoa é absoluto, não dando margem a sequer um exame livre e isento a outras possibilidades, assim como todos os teístas.


Ateísmo não apregoa nada. É apenas uma negação da existência de deuses.

Qualquer coisa além disso não é um aspecto genérico do ateísmo, e sim do próprio indivíduo ou grupo.

Enviado: 13 Abr 2007, 10:30
por Benetton


Acauan escreveu:Os requisitos mínimos para que um sistema de crenças seja considerado uma religião são que os fundamentos deste sistema provenham de algum tipo de revelação, definam uma doutrina e sejam explicados por uma teologia ou cosmogonia.

Quem quiser identificar o cumprimento destes requisitos no ateísmo, que nem sistema de crenças é, que se aventure...


Não se trata aqui de aplicar os conceitos de base da religião ao ateísmo. Como disse antes, esqueçamos cultos, milagres, santos, sacerdotes, oferendas, Deuses, evangelhos, etc, os quais estão nos fundamentos das revelações e teologias.

O que me refiro são as posições radicais tanto dos Teístas e não-Teístas. No caso dos não-Teístas são suas crenças fervorosas na não-existência, mesmo que parte da ciência indique evidências fortes e aponte outros caminhos ; são os seus sistemas específicos de pensamento ou crença que envolve uma posição filosófica, a qual rejeita e ironiza àqueles que pesquisam o que ultrapassa os 5 sentidos ou o que a ciência tradicional e hodierna decretou como válido. Um bom exemplo disso Eu já postei aqui, como foi o caso de Daniel Sottomaior ( bem conhecido e respeitado no meio ateísta ), ex-Diretor da STR e Leo Vines, os quais pouco se importam com a verdade, mas somente com as suas próprias convicções, vaidades e orgulho ferido, muito típico de religiosos fanáticos. Para eles, é valido o princípio : "Vou provar ( mesmo usando de armas sujas ) que a suas crenças são falsas. Logo, as minhas 'não-crenças' é que são verdadeiras". Sottomaior que o diga.



Enviado: 13 Abr 2007, 10:37
por Acauan
Benetton escreveu:Religião :

5. Crença fervorosa; devoção, piedade

8. Qualquer filiação a um sistema específico de pensamento ou crença que envolve uma posição filosófica, ética, etc.

9. Modo de pensar ou de agir; princípios.


Benetton,

Isto não é definição de religião nem aqui, nem na China.
É possível encaixar um monte de coisas que cumprem estes requisitos e que de religiosas não tem nada.

Mesmo que fosse, ateísmo NÃO é um sistema específico de pensamento, logo, mesmo nesta conceituação deficiente a pecha não pega.

Enviado: 13 Abr 2007, 11:01
por Acauan
Benetton escreveu:
Acauan escreveu:Os requisitos mínimos para que um sistema de crenças seja considerado uma religião são que os fundamentos deste sistema provenham de algum tipo de revelação, definam uma doutrina e sejam explicados por uma teologia ou cosmogonia.

Quem quiser identificar o cumprimento destes requisitos no ateísmo, que nem sistema de crenças é, que se aventure...


Não se trata aqui de aplicar os conceitos de base da religião ao ateísmo. Como disse antes, esqueçamos cultos, milagres, santos, sacerdotes, oferendas, Deuses, evangelhos, etc, os quais estão nos fundamentos das revelações e teologias.


De fato não se trata de aplicar conceitos de base da religião, mas sim de a partir de uma definição completa e correta do que é religião verificar se o ateísmo preenche os requisitos para ser enquadrado nesta definição.
O que alguns fizeram até aqui foi coletar atributos específicos ou típicos de religiosos, identificar estes mesmos atributos como específicos ou típicos em ateus e daí concluir que ateísmo é religião, um erro de raciocínio e lógica obviamente brutal.


Benetton escreveu: O que me refiro são as posições radicais tanto dos Teístas e não-Teístas. No caso dos não-Teístas são suas crenças fervorosas na não-existência, mesmo que parte da ciência indique evidências fortes e aponte outros caminhos ; são os seus sistemas específicos de pensamento ou crença que envolve uma posição filosófica, a qual rejeita e ironiza àqueles que pesquisam o que ultrapassa os 5 sentidos ou o que a ciência tradicional e hodierna decretou como válido. Um bom exemplo disso Eu já postei aqui, como foi o caso de Daniel Sottomaior ( bem conhecido e respeitado no meio ateísta ), ex-Diretor da STR e Leo Vines, os quais pouco se importam com a verdade, mas somente com as suas próprias convicções, vaidades e orgulho ferido, muito típico de religiosos fanáticos. Para eles, é valido o princípio : "Vou provar ( mesmo usando de armas sujas ) que a suas crenças são falsas. Logo, as minhas 'não-crenças' é que são verdadeiras". Sottomaior que o diga.


Como disse, ateísmo sequer é um sistema de crenças.
No mais, a STR representa um extrato da população atéia cujo padrão de comportamento e crença é insuficiente para definir o que quer que seja sobre ateísmo.

Considere um caipira analfabeto que não acredita em Deus motivado apenas por suas experiências pessoais, o que este tipo, mais comum do que se pensa, tem a ver com o padrão cientificista-ateísta típico da STR?

E sobre os demais comentários, segue um debate meu também na STR sobre o tema, o que repete colocações exaustivamente repetidas, mas nunca encerradas.

Enviado: 13 Abr 2007, 11:04
por Acauan
Acauan, no fórum da STR, escreveu:Olá Artur,

Gostaria de poder dizer-lhe que a priori não há porque presumir que eu não concordaria com o texto, mas após lê-lo devo dar-lhe razão. De fato não posso concordar com ele, pelos motivos que seguem.


Valente escreveu:
O Espiritismo é definido por Kardec como “a ciência que estuda a origem, a natureza e a destinação dos Espíritos, bem como sua relação com o mundo corpóreo. É ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma filosofia de conseqüências morais”.


Este parágrafo inicial já contém duas contradições.

A primeira é que ciência só estuda origem, natureza e destinação de entes e eventos cuja existência não está em discussão. Pode-se discutir até se a Lei da Gravitação é correta, mas não há dúvida quanto ao fato de que os corpos caem.
Antes de o Espiritismo autodenominar-se uma ciência que estuda os Espíritos, teria que provar cientificamente que existem Espíritos, coisa que até hoje não fez.
Mesmo que todos os seus alegados fenômenos fossem comprovados experimentalmente (o que não ocorreu), teríamos a prova de que determinadas pessoas, sob determinadas condições podem demonstrar determinadas habilidades – como revelar particularidades de uma pessoa falecida - e não a prova de que Espíritos existem e se comunicam conosco.
Poderia-se argumentar que a ciência estuda origem, natureza e destinação dos elétrons sem saber se eles realmente existem ou não, já que a teoria sequer pode afirmar com certeza se o elétron é uma partícula, uma onda ou uma mescla dos dois.
Só que a ciência não estuda os elétrons. Estuda os fenômenos que seriam explicados pela existência dos elétrons. Mesmo que amanhã se descubra que Rutheford e Bohr estavam errados, a física continuará estudando a estrutura da matéria e buscando novas explicações para os fenômenos que lhe são associados.

Por outro lado, uma prova definitiva de que Espíritos não existem seria o fim do Espiritismo. Esta é a diferença essencial entre Espiritismo e ciência, entre doutrina e ciência, entre doutrina e filosofia. Verdadeira ciência e verdadeira filosofia não desmoronam como um castelo de cartas quando um de seus princípios fundamentais é contestado.

A física cruzou a fronteira do universo Newtoniano para o universo Einsteiniano sem nenhum trauma. Tal passagem incólume seria impossível para a Doutrina Espírita.

A segunda contradição diz respeito à definição do Espiritismo como uma filosofia de conseqüências morais.

Uma regra básica é que toda filosofia pede um filósofo.
Quem é o filósofo moral do Espiritismo?
Kardec? Os alegados Espíritos Superiores que teriam ditado O Livro dos Espíritos? Deus?

A resposta mais óbvia é ninguém.

Não há um filósofo moral do Espiritismo porque o que seria a filosofia moral do Espiritismo é apenas o ajustamento da moral cristã a um esquema cósmico.
Com o agravante que nem este ajuste foi criado pelos Espíritas e sim adaptado de preceitos já existentes de religiões orientais, particularmente a Lei do Karma.

A proposta do Espiritismo é resolver à dúvida sobre por que um Deus justo e bom criou ou permite que pessoas vivam e morram sob a injustiça sem recorrer à alegoria infantil das fábulas religiosas sobre Paraíso e Inferno.

A reencarnação orientada pela Lei do Karma responderia a esta questão de um modo até satisfatório desde que se esteja disposto a depositar Fé nesta proposta, porque apenas a Fé justifica a crença nesta hipótese, mesmo que ela seja melhor elaborada que outras às quais pretende substituir.

Isto é muito pouco para caracterizar uma filosofia, quanto mais uma filosofia moral, tema que já foi tratado com muito maior profundidade por mestres como Espinoza e Aristóteles, sem que nenhum deles tenham aventado qualquer inspiração por parte de Espíritos Superiores.

Se a Doutrina Espírita fosse o que pretende ser, deveria ter produzido postulados melhores do que os filósofos anteriores produziram, o que não é a opinião reinante, exceto é claro entre os Espíritas.


Valente escreveu:
Por outro lado, uma boa definição de ciência é “um conjunto organizado de conhecimentos relativos a um determinado objeto, especialmente os obtidos mediante a observação, a experiência dos fatos e um método próprio” .Assim dois elementos são essenciais para ter-se uma ciência: o objeto e o método de estudo deste objeto, que de acordo a definição acima, precisa ser adequado ao objeto.

Classicamente falando, a ciência se baseia no método indutivo, que parte do particular para o todo, sendo portanto reducionista, empirista e cartesiana. Um dos critérios citados como de máxima importância seria a da reprodutibilidade dos experimentos, em qualquer parte do mundo, por qualquer pessoa, desde que as condições fossem mantidas as mesmas. Mas se formos rígidos no método clássico, deixaríamos de considerar como ciências a História, a Sociologia, a Psicologia, etc., o que nos parece completamente absurdo, desde que não se produzam fatos históricos em laboratório, e tão pouco se reproduzem comportamentos em pessoas submetidas às mesmas condições. O que difere as Ciências Humanas das Ciências Exatas ou Naturais são justamente o objeto e o método, embora em alguns casos o objeto pode ser mesmo: o homem.


Qualquer pessoa que já teve o mais mínimo contato com os currículos das escolas de psicologia já ouviu falar dos labirintos de ratos, um exemplo básico de o quanto esta ciência pode basear-se em experimentos reprodutíveis.

Mais ainda, dentro da classificação de ciência está a História moderna, que armada dos recursos tanto dos métodos da filologia quanto da tecnologia instrumental adquiriu capacidades de análise tão aprofundadas que pode gerar conclusões próximas àquelas dos experimentos físicos, com margens de erro estreitas e determinadas.

Assim, esta divisão do conhecimento humano entre exatas e humanas esbarra no fato de que as ciências exatas também são humanas, pois são os humanos que as criam, assim como as ciências humanas podem ser exatas, pois podem se valer de métodos semelhantes àqueles utilizados pela física.


Valente escreveu:
Assim é que o Espiritismo, por possuir um objeto de estudo completamente alheio à “Ciência Oficial”, ou seja, o espírito ou princípio inteligente, requer um método próprio, adequado. Kardec define este método em relação à fenomenologia espírita quando usa o termo “ciência de observação”, a qual consiste na observação criteriosa dos fatos, buscando entender suas origens, suas causas. Também a História é uma ciência de observação, e assim como não se reproduzem fatos históricos, não se pode exigir a reprodução inequívoca de fenômenos espíritas, desde que o objeto de estudo é inteligente, emocional e volitivo – o Espírito.


A comparação entre História e Espiritismo visando classifica-los ambos como ciência é plenamente descabido.
A ciência histórica não obedece a qualquer requisito doutrinário. Os historiadores que estudaram a Pedra de Roseta ou Os Manuscritos do Mar Morto podem ser das mais diversas origens e crenças pessoais e mesmo assim chegar a conclusões idênticas sobre a autenticidade e significado dos registros em estudo.

Já os ditos fenômenos espíritas se esvaziam fora do ambiente em que esta doutrina é reconhecida, pois a simples classificação de determinados eventos como “fenômenos espíritas” já implica no pré-requisito de um compromisso prévio com a Doutrina de Kardec.

E mais uma vez comete-se o erro de confundir o evento estudado com o objeto de estudo. A História pode estudar a Batalha das Termópilas, mas o objeto de estudo não é a batalha em si, que não pode ser reproduzida como alude Artur Mascarenhas , autor do texto que comento.
O objeto de estudo são os registros arqueológicos e documentos históricos relacionados à Batalha das Termópilas. Estes podem ser submetidos a experimentos reprodutíveis metódicos para atestar sua autenticidade e significado.

O que pode ser submetido a experimentos reprodutíveis e metódicos para provar sua autenticidade e significado nos chamados fenômenos espíritas?


Valente escreveu:
Para o Espiritismo, a existência do Espírito e de sua comunicabilidade é um fato, decorrente do axioma de que “todo efeito inteligente precisa ter, necessariamente, uma causa inteligente”.


O axioma “todo efeito inteligente precisa ter, necessariamente, uma causa inteligente” esbarra na questão do quem ou o que define um efeito como inteligente?
Tudo que é efeito da inteligência humana ou similar pode ser classificado como efeito inteligente, mas como identificar e classificar o efeito de formas de inteligência que nos são absolutamente desconhecidos?

O universo é um efeito inteligente?

Não há resposta científica para isto. Alguns acreditam que sim, outros que não. Até prova em contrário tem-se um impasse.


Valente escreveu:
O que importa é o controle sobre a legitimidade da comunicação que se obtém através dos fenômenos mediúnicos, quer de efeitos físicos ou de efeitos inteligentes, e para tanto Kardec definiu um método doutrinário próprio, sumarizado por Herculano Pires em quatro pontos principais:

“i) Escolha de colaboradores mediúnicos insuspeitos, tanto do ponto de vista moral, quanto da pureza das faculdades e da assistência espiritual;

“ii) Análise rigorosa das comunicações, do ponto de vista lógico, bem como do seu confronto com as verdades científicas demonstradas, pondo-se de lado tudo aquilo que não possa ser justificado;

“iii) Controle dos Espíritos comunicantes, através da coerência de suas comunicações e do teor de sua linguagem;

“iv) Consenso universal, ou seja, concordância de várias comunicações, dadas por médiuns diferentes, ao mesmo tempo e em vários lugares, sobre o mesmo assunto”.


Se Kardec definiu um método doutrinário, então não temos o que discutir.
A Igreja Católica Romana tem um método doutrinário para conferir aos seus sacerdotes o poder de executar a transubstanciação durante o ritual da Eucaristia. A natureza, mecanismos e resultados destes métodos não pertencem ao escopo da Ciência.

Mas se além de doutrinário, o método kardecista reivindica autoridade científica, temos obstáculos intransponíveis em todos os requisitos apresentados:

i) Como aferir se alguém é “insuspeito, tanto do ponto de vista moral, quanto da pureza das faculdades e da assistência espiritual”? Não existem meios instrumentais ou técnicas confiáveis para se avaliar tais atributos. O melhor que podemos ter é um avaliador com excepcional competência para julgamentos do tipo. Mas quem avalia o avaliador?

ii) Uma “análise rigorosa das comunicações, do ponto de vista lógico, bem como do seu confronto com as verdades científicas demonstradas” deveria se iniciar pelo apontamento das falhas lógicas e dos erros científicos dos chamados Livros da Codificação da Doutrina Espírita. Se tal análise crítica não foi feita sequer nos fundamentos do método, é extremamente improvável que seja aplicada de modo isento quando de sua utilização.

iii) “Controle dos Espíritos comunicantes, através da coerência de suas comunicações e do teor de sua linguagem” implica que em toda sessão espírita deve haver pelo menos um lingüista e um historiador para o caso os espíritos de Caius Julius César ou Gengis Khan se manifestem em suas linguagens nativas ou revelem detalhes biográficos sutis.
Se por algum fenômeno desconhecido, entendemos que é possível aos espíritos se comunicarem na linguagem nativa dos médiuns, isentos de suas particularidades de origem, para que serve então este requisito?

iv) “Consenso universal, ou seja, concordância de várias comunicações, dadas por médiuns diferentes” implica obviamente na inexistência da imparcialidade.
Falar-se em consenso universal e em seguida especificar que ele deve ser dado por “médiuns diferentes” é como propor que as doutrinas do chamado Criacionismo Bíblico Científico devam ser aceitas como verdadeiras porque vários criacionistas bíblicos ao redor do mundo a confirmaram.

Sem isenção, sem credibilidade. É simples assim.


Valente escreveu:
Muito dos chamados pesquisadores espíritas envidam esforços para a comprovação da existência dos Espíritos e da imortalidade da alma, mas freqüentemente empregando os métodos da Química, da Física, da Biologia, etc., que são adequados à matéria, mas não ao Espírito. O máximo que poderão conseguir é um melhor entendimento dos fenômenos de efeito físico e do perispírito, que é a parte material do Espírito, o seu corpo de manifestação, mas jamais do princípio inteligente, que é imaterial e foge a todas as técnicas de investigação da matéria. Enquanto isso, a Ciência Espírita, baseada no método kardecista, foi praticamente abandonada pelos espíritas...


Temos um caso compatível com o que o Carl Sagan chama de “Dragão na Garagem”.
Este dragão seria invisível e não produziria qualquer efeito perceptível no ambiente.
Como então afirmar que ele existe.

Se os Espíritos existem, deveria haver alguma forma de manifestação física detectável, se não há, temos quando muito eventos de causa desconhecida, pois não existe base confiável para classifica-los como eventos espirituais.


Valente escreveu:
Voltando ao confronto Ciência e Espírito, embora à primeira vista há conceitos espíritas que parecem ser desmentidos ou postos em dúvida pela Ciência, o desenvolvimento da ciência no século passado muitas vezes apontou na direção da confirmação dos princípios espíritas. A desintegração da matéria em partículas cada vez mais elementares e a interconversão matéria/energia, como estabelecido pelas Mecânicas Quântica e Relativística, respectivamente, apontam a possibilidade de existência uma “matéria elementar”– o que é coerente com o princípio espírita da existência de um fluido universal (ou cósmico), proposto pelos Espíritos Codificadores.

A medicina psicossomática, a escrita automática, o corpo bioplásmico, a terapia de vidas passadas (TVP), a psicologia transpessoal, cada uma em sua própria área de atuação, gradativamente vêm fazendo avanços que confirmam a teoria espírita, mas não provam por “a mais b” a existência do Espírito e sua sobrevivência ao corpo, permanecendo muitas vezes injustamente marginalizadas do ponto de vista acadêmico.[linha]


Já vi estas mesmas ciências e pseudo-ciências serem citadas pelos mais variados tipos de esotéricos.
O estranho é a afirmação final. Se os próprios defensores destas doutrinas reconhecem que não tem como provar por “a” + “b” o que dizem, por que os acadêmicos deveriam lhe dar crédito?


Valente escreveu:
Entretanto, consideramos precipitado substituir a terminologia espírita pela terminologia científica, pois poderemos incorrer em graves erros, que podem levar à descaracterização da Doutrina Espírita. Alguns confrades espíritas, afoitos em respeitar a natureza evolutiva do Espiritismo, como estabelecido por Kardec em “A Gênese” 1, substituíram em seus escritos a palavra fluido por energia, chamam o perispírito de corpo eletromagnético do Espírito e alguns chegaram a afirmar que o princípio vital nada mais seria que o DNA...


Se forem substituir tudo que é cientificamente incorreto em A Gênese, terão que reescrever o livro todo.

Valente escreveu:
Lembremos o ensinamento do codificador: “Melhor é recusar nove verdades, a aceitar uma única mentira”.


Mais um desencontro entre ciência e doutrina.
Ciência desconhece o que é verdade e o que é mentira.
Ciência reconhece apenas conclusões coerentes ou incoerentes com os resultados das experimentações.


Valente escreveu:
O Espiritismo é uma ciência sim! Mas é preciso respeitar-lhe objeto e método. Lúcido foi Kardec, ao enunciar que “o Espiritismo e a Ciência se completam um pelo outro; a ciência, sem o Espiritismo, se acha impossibilitada de explicar certos fenômenos, unicamente pelas leis da matéria; o Espiritismo, sem a ciência, ficaria sem apoio e exame”


O Espiritismo "é uma ciência sim" na opinião de quem e com base no que?
O enunciado de Kardec é lúcido na opinião de quem e com base em que?

Nunca fiquei sabendo de um único cientista não-espírita (quase a totalidade dos cientistas do mundo) que concordasse com o parágrafo acima.

Enviado: 13 Abr 2007, 11:04
por Benetton
Acauan escreveu:
Benetton escreveu:Religião :

5. Crença fervorosa; devoção, piedade

8. Qualquer filiação a um sistema específico de pensamento ou crença que envolve uma posição filosófica, ética, etc.

9. Modo de pensar ou de agir; princípios.


Benetton,

Isto não é definição de religião nem aqui, nem na China.
É possível encaixar um monte de coisas que cumprem estes requisitos e que de religiosas não tem nada.

Mesmo que fosse, ateísmo NÃO é um sistema específico de pensamento, logo, mesmo nesta conceituação deficiente a pecha não pega.


Como pode ser visto acima, É A QUINTA, OITAVA E NONA característica das religiões, visto que as primeiras são as definições imediatas. Consulte o Aurélio e comprove.

Um sitema específico de pensamento, deixando de lado convenções filosóficas, tem por princípio REJEITAR, a todo custo, aquilo que foje da percepção dos seus sentidos naturais, mesmo que parte da Ciência evidencie o oposto. A ânsia de negar o que lhe desagrada faz com que o ateísta procure freneticamente por outras pesquisas que lhe dê o respaldo e o alívio necessário às suas vaidades. ( isso me lembra o comportamento típico de certos religiosos ... )

Tive essa experiência aqui mesmo no RV! Por várias vezes, alguns ateístas, postaram o mesmo argumento para tentar derrubar os estudos da EQM, e Eu, repeti por 3 ou 4 vezes o contra-argumento. Não passou muito tempo e pronto : Lá estava de volta a mesma "ladainha" chorosa dos ateístas contra a NDE e Eu tive que pedir desculpas e repetir pela 5ª ou 6ª vez a minha refutação. Bom, até hoje ainda não voltaram, mas não duvido nada que voltem a fazê-lo. Como já disse várias vezes, muitos pensam : "Ora, a verdade não interessa, pois o que nos interessa são os nossos interesses".




Enviado: 13 Abr 2007, 11:41
por Acauan
Benetton escreveu:
Acauan escreveu:
Benetton escreveu:Religião:

5. Crença fervorosa; devoção, piedade

8. Qualquer filiação a um sistema específico de pensamento ou crença que envolve uma posição filosófica, ética, etc.

9. Modo de pensar ou de agir; princípios.


Benetton,

Isto não é definição de religião nem aqui, nem na China.
É possível encaixar um monte de coisas que cumprem estes requisitos e que de religiosas não tem nada.

Mesmo que fosse, ateísmo NÃO é um sistema específico de pensamento, logo, mesmo nesta conceituação deficiente a pecha não pega.


Como pode ser visto acima, É A QUINTA, OITAVA E NONA característica das religiões, visto que as primeiras são as definições imediatas. Consulte o Aurélio e comprove.


Dicionários informam acepções de palavras e não necessariamente a definição de conceitos, que é o requerido para manter esta discussão em um fundamento minimamente lógico.
Além do que, se na ordem são a quinta, oitava e nona temos, pela técnica dicionarista, que são acepções secundárias, complementares das principais ou complementadas por elas, logo ainda mais insuficientes para servir de sustentação a um argumento.


Benetton escreveu: Um sitema específico de pensamento, deixando de lado convenções filosóficas, tem por princípio REJEITAR, a todo custo, aquilo que foje da percepção dos seus sentidos naturais, mesmo que parte da Ciência evidencie o oposto. A ânsia de negar o que lhe desagrada faz com que o ateísta procure freneticamente por outras pesquisas que lhe dê o respaldo e o alívio necessário às suas vaidades. ( isso me lembra o comportamento típico de certos religiosos ... )


Se deixarmos de lado o que chamou de convenções filosóficas, vamos nos basear em que para termos uma convergência nas abordagens do problema, no que é mais conveniente para cada partido em discussão? Isto, obviamente, inviabiliza qualquer debate.

É o que temos aqui, já que sistema de pensamento foi redefinido para atender a uma conclusão previamente definida.
Sistema, por definição, estabelece um conjunto de elementos que trabalhando harmônica e complementarmente entre si produzem um determinado resultado.
Sistemas de idéias são, portanto, idéias que se complementam harmonicamente para produzir conclusões.

O que ninguém até agora respondeu é qual o conjunto de idéias harmônicas e complementares entre si que caracterizam o ateísmo, se este se define apenas como descrença em Deus ou deuses, o que nem é exatamente uma idéia, quanto mais um sistema delas.

Tudo o mais que foi dito apenas exemplifica que existem ateus de opiniões teimosas, o que não quer dizer absolutamente nada pois podemos encontrar este atributo em membros de qualquer grupamento humano, sem que isto defina absolutamente nada sobre o grupamento em si ou seus sistemas de crenças.


Benetton escreveu: Tive essa experiência aqui mesmo no RV! Por várias vezes, alguns ateístas, postaram o mesmo argumento para tentar derrubar os estudos da EQM, e Eu, repeti por 3 ou 4 vezes o contra-argumento. Não passou muito tempo e pronto : Lá estava de volta a mesma "ladainha" chorosa dos ateístas contra a NDE e Eu tive que pedir desculpas e repetir pela 5ª ou 6ª vez a minha refutação. Bom, até hoje ainda não voltaram, mas não duvido nada que voltem a fazê-lo. Como já disse várias vezes, muitos pensam : "Ora, a verdade não interessa, pois o que nos interessa são os nossos interesses".


Também tivemos inúmeras vezes aqui no RéV espíritas defendendo suas doutrinas fanaticamente, sem sustentação em qualquer base minimamente lógica.
O que isto define sobre o espiritismo? Nada, obviamente.

Não é citando factóides que se pode provar que ateísmo é religião.

Enviado: 13 Abr 2007, 11:48
por Benetton
Acauan escreveu:
Benetton escreveu:
Não se trata aqui de aplicar os conceitos de base da religião ao ateísmo. Como disse antes, esqueçamos cultos, milagres, santos, sacerdotes, oferendas, Deuses, evangelhos, etc, os quais estão nos fundamentos das revelações e teologias.


De fato não se trata de aplicar conceitos de base da religião, mas sim de a partir de uma definição completa e correta do que é religião verificar se o ateísmo preenche os requisitos para ser enquadrado nesta definição.
O que alguns fizeram até aqui foi coletar atributos específicos ou típicos de religiosos, identificar estes mesmos atributos como específicos ou típicos em ateus e daí concluir que ateísmo é religião, um erro de raciocínio e lógica obviamente brutal.

Não me lembro quem escreveu isso, mas copiei pois achei pertinente ao caso :

Religião não está ligado necessariamente a crença em deus, tanto é que existem as religiões atéias, dentre as quais o budismo.

O humanismo secular também é considerado como uma religião e é composto por ateus agnósticos. E melhor expandir esse conceito de religião.

Ateísmo se contrapõe ao teísmo. Há teístas que não são religiosos e há os deistas.

Da minha parte, cansei de ver corporativismo ateísta aqui neste fórum. Basta um descrente falar qualquer coisa, mesmo que seja uma flagrante "bobagem" e chovem partidários da não-crença ateísta para lhe apoiarem. Mas quando posto o contraditório provando a tremenda besteira dita pelo primeiro, todos assumem um silêncio conveniente, inquietante ... esperam a poeira baixar para, depois de um certo tempo, voltarem a bater na mesma tecla.





Acauan escreveu:
Benetton escreveu:
O que me refiro são as posições radicais tanto dos Teístas e não-Teístas. No caso dos não-Teístas são suas crenças fervorosas na não-existência, mesmo que parte da ciência indique evidências fortes e aponte outros caminhos ; são os seus sistemas específicos de pensamento ou crença que envolve uma posição filosófica, a qual rejeita e ironiza àqueles que pesquisam o que ultrapassa os 5 sentidos ou o que a ciência tradicional e hodierna decretou como válido. Um bom exemplo disso Eu já postei aqui, como foi o caso de Daniel Sottomaior ( bem conhecido e respeitado no meio ateísta ), ex-Diretor da STR e Leo Vines, os quais pouco se importam com a verdade, mas somente com as suas próprias convicções, vaidades e orgulho ferido, muito típico de religiosos fanáticos. Para eles, é valido o princípio : "Vou provar ( mesmo usando de armas sujas ) que a suas crenças são falsas. Logo, as minhas 'não-crenças' é que são verdadeiras". Sottomaior que o diga.


Como disse, ateísmo sequer é um sistema de crenças.
No mais, a STR representa um extrato da população atéia cujo padrão de comportamento e crença é insuficiente para definir o que quer que seja sobre ateísmo.

Considere um caipira analfabeto que não acredita em Deus motivado apenas por suas experiências pessoais, o que este tipo, mais comum do que se pensa, tem a ver com o padrão cientificista-ateísta típico da STR?


Expandindo o conceito de crença, e deixando de lado que crença é "acreditar que algo existe", a definição da mesma é aplicada, e da mesma forma, "acreditando que algo não existe".

A STR pode ser insuficiente para definir o que seja ateísmo. Mas para internautas brasileiros, é um ícone sempre lembrado nos fóruns de discussão, tanto que estamos aqui falando exatamente deles, e do qual você também já participou como listeiro.

Desviando um pouco deste fórum, observe que um pseudoparapsicólogo de origem espanhola, do qual recuso-me a citar o nome, disse que "A Ciência já provou que espíritos não existem" ( ????? ) . Claro, o caso dele não vale, pois é um fanático religioso. Mas, vejam que interessante : ATEÍSTAS já se valeram das pesquisas desse embusteiro, aqui mesmo no RV, para argumentar contra a D.E. Pode até ser que ateísmo não seja rigidamente religião, mas os ateístas tem um comportamento tão parecido com certos religiosos, que a comparação é inevitável.



Enviado: 13 Abr 2007, 11:54
por Jeanioz
Se não for pedir demais, dá pra parar com essas generalizações nojentas???

Enviado: 13 Abr 2007, 12:24
por Fernando Silva
Benetton escreveu:O humanismo secular também é considerado como uma religião e é composto por ateus agnósticos. E melhor expandir esse conceito de religião.

Ateu é apenas quem não crê em algum deus.
Pode ser por não ter nada na cabeça, por querer ser um rebelde sem causa, por nunca ter ouvido falar em deuses, por razões ideológicas ou simplesmente por não ver motivos.

Já o humanismo secular defende algo. Defende princípios. Opõe-se ativamente às religiões por ver nelas uma coisa ruim.
Não é apenas o ateísmo que o define e sim o engajamento, o ativismo.

Por outro lado, não tem dogmas impostos sem explicações por entidades mitológicas. Um humanista secular pode explicar sua posição com base em idéias compreensíveis por outros seres humanos.
Benetton escreveu:ATEÍSTAS já se valeram das pesquisas desse embusteiro, aqui mesmo no RV, para argumentar contra a D.E. Pode até ser que ateísmo não seja rigidamente religião, mas os ateístas tem um comportamento tão parecido com certos religiosos, que a comparação é inevitável.

Se é para generalizar, todos os espíritas são como o VM.

Re.: Ateísmo, uma religião?

Enviado: 13 Abr 2007, 12:32
por Gilghamesh
Ora, sou ateu, mas estou aberto à apresentação de provas sobre a suposta existência de deus ou deuses, bem como a apresentações de provas sobre a existência da alma imortal. :emoticon16:

Algumas pessoas podem achar que esse posicionamento é agnóstico, mas não é.
O agnóstico não sabe se deuses existem ou não, mas estão cagando e andando sobre a importância desse assunto. :emoticon12:

E quanto à ciência, ela só me interessa naquilo que me possa ser útil no dia a dia. :emoticon13:

Re.: Ateísmo, uma religião?

Enviado: 13 Abr 2007, 12:42
por Gilghamesh
Ah, os pobres espiritóides, quando falam em provas, apresentam "experimentos" de dois séculos atraz.
quando perguntamos por que os experimentos não são mais feitos na atualidade, os mesmos apresentam textos de "espíritos" que afirmam que a época de tais apresentações já se passou...

O gosado é que quando surje qualquer notícia sobre marterializações e coisas do gênero, eles logo correm prá cá para apresenta-los.

Uma puta contradição e um ataque frontal àquilo que os próprios "espíritos" afirmaram... :emoticon12: