Manifestação da oposição russa em São Petersburgo
Enviado: 15 Abr 2007, 14:55
15/04/2007 - 14h46
Manifestação da oposição russa degenera em São Petersburgo
SÃO PETERSBURGO, Rússia, 15 abr (AFP) -
Cerca de 120 pessoas, entre elas o líder de extrema-esquerda Eduard Limonov, foram detidas neste domingo em São Petersburgo (noroeste da Rússia) ao término de uma manifestação da oposição dispersada com brutalidade pela polícia, como na véspera em Moscou.
No momento em que cerca de 2.000 manifestantes estavam chegando ao metrô, no fim do protesto, alguns deles entraram em confronto com os policiais, também presentes em grande número, que revidaram com golpes de cassetetes, constatou a AFP.
A polícia anunciou ter detido cerca de 120 pessoas, entre as quais o escritor Eduard Limonov, líder do interditado Partido Nacional Bolchevique. Limonov foi preso num apartamento depois da manifestação e ainda estava na delegacia na noite deste domingo.
"Ele é acusado de ter violado dois artigos (da lei sobre as manifestações). Uma dessas violações é passível de até 15 dias de prisão", declarou seu porta-voz, Alexander Averin, à AFP.
Sábado, o ex-campeão mundial de xadrez Garry Gasparov, um dos líderes do movimento de oposição Outra Rússia, foi preso durante um protesto em Moscou.
A polícia dispersou a multidão com brutalidade. Um homem que tentava escapar dos policiais escalando uma grade caiu e foi chutado várias vezes por um policial antes de ser levado por uma equipe médica.
"Que vergonha!", exclamou a multidão num momento em que um homem de cerca de 60 anos era arrastado com truculência por policiais, e que uma mulher estava com o rosto ensangüentado. Três jovens que carregavam bandeiras do partido de Eduard Limonov também foram espancados.
"No fim da manifestação, as pessoas começaram a se dirigir calmamente para o metrô, mas os policiais chegaram e começaram a bater, iniciando uma perseguição. O poder só entende a linguagem da força", lamentou um dos organizadores do protesto, Maxim Reznik, que dirige a antena do partido liberal Iabloko em São Petersburgo, em declarações à rádio Echo de Moscou.
Confrontos também foram registrados a alguns metros do local da manifestação entre grupos de jovens manifestantes de extrema-esquerda e policiais.
"Não ao arbitrário do Kremlin!", "Queremos uma pessoa que garanta a Constituição", "Putin é o criminoso mais perigoso", podia-se ler em vários cartazes.
"O poder declarou a guerra ao povo. A oposição está determinada em prosseguir a luta até recuperar as liberdades do povo", clamou Eduard Limonov aos manifestantes. "Putin, você não foi chamado, vá embora! Exigimos eleições livres no Parlamento, e eleições presidenciais sem sucessor designado", acrescentou.
Sábado, várias centenas de manifestantes, entre eles Garry Kasparov, foram detidas durante um protesto proibido pelas autoridades na capital russa, antes de serem libertadas durante a noite.
Garry Kasparov foi condenado a pagar uma multa de cerca de 30 euros por participação de uma marcha não autorizada e só foi solto durante a madrugada, o que o impediu de ir à manifestação de São Petersburgo, segundo seus assessores.
"Esses dois últimos dias mostraram que o regime de (o presidente Vladimir) Putin não tem mais qualquer compromisso com a legalidade, e usa apenas a força bruta", declarou o ex-campeão de xadrez ao canal de TV americano CNN.
Estes protestos acontecem num contexto político cada vez mais tenso, a oito meses das legislativas (dezembro de 2007) e a um ano das presidenciais (março de 2008).
O movimento Outra Rússia federa uma oposição heteróclita que reúne várias tendências políticas, dos liberais à extrema-esquerda nacionalista, e denuncia o "poder vertical" instaurado pelo presidente Putin e pede eleições livres.
Fonte:http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2007/04/15/ult34u178725.jhtm
Manifestação da oposição russa degenera em São Petersburgo
SÃO PETERSBURGO, Rússia, 15 abr (AFP) -
Cerca de 120 pessoas, entre elas o líder de extrema-esquerda Eduard Limonov, foram detidas neste domingo em São Petersburgo (noroeste da Rússia) ao término de uma manifestação da oposição dispersada com brutalidade pela polícia, como na véspera em Moscou.
No momento em que cerca de 2.000 manifestantes estavam chegando ao metrô, no fim do protesto, alguns deles entraram em confronto com os policiais, também presentes em grande número, que revidaram com golpes de cassetetes, constatou a AFP.
A polícia anunciou ter detido cerca de 120 pessoas, entre as quais o escritor Eduard Limonov, líder do interditado Partido Nacional Bolchevique. Limonov foi preso num apartamento depois da manifestação e ainda estava na delegacia na noite deste domingo.
"Ele é acusado de ter violado dois artigos (da lei sobre as manifestações). Uma dessas violações é passível de até 15 dias de prisão", declarou seu porta-voz, Alexander Averin, à AFP.
Sábado, o ex-campeão mundial de xadrez Garry Gasparov, um dos líderes do movimento de oposição Outra Rússia, foi preso durante um protesto em Moscou.
A polícia dispersou a multidão com brutalidade. Um homem que tentava escapar dos policiais escalando uma grade caiu e foi chutado várias vezes por um policial antes de ser levado por uma equipe médica.
"Que vergonha!", exclamou a multidão num momento em que um homem de cerca de 60 anos era arrastado com truculência por policiais, e que uma mulher estava com o rosto ensangüentado. Três jovens que carregavam bandeiras do partido de Eduard Limonov também foram espancados.
"No fim da manifestação, as pessoas começaram a se dirigir calmamente para o metrô, mas os policiais chegaram e começaram a bater, iniciando uma perseguição. O poder só entende a linguagem da força", lamentou um dos organizadores do protesto, Maxim Reznik, que dirige a antena do partido liberal Iabloko em São Petersburgo, em declarações à rádio Echo de Moscou.
Confrontos também foram registrados a alguns metros do local da manifestação entre grupos de jovens manifestantes de extrema-esquerda e policiais.
"Não ao arbitrário do Kremlin!", "Queremos uma pessoa que garanta a Constituição", "Putin é o criminoso mais perigoso", podia-se ler em vários cartazes.
"O poder declarou a guerra ao povo. A oposição está determinada em prosseguir a luta até recuperar as liberdades do povo", clamou Eduard Limonov aos manifestantes. "Putin, você não foi chamado, vá embora! Exigimos eleições livres no Parlamento, e eleições presidenciais sem sucessor designado", acrescentou.
Sábado, várias centenas de manifestantes, entre eles Garry Kasparov, foram detidas durante um protesto proibido pelas autoridades na capital russa, antes de serem libertadas durante a noite.
Garry Kasparov foi condenado a pagar uma multa de cerca de 30 euros por participação de uma marcha não autorizada e só foi solto durante a madrugada, o que o impediu de ir à manifestação de São Petersburgo, segundo seus assessores.
"Esses dois últimos dias mostraram que o regime de (o presidente Vladimir) Putin não tem mais qualquer compromisso com a legalidade, e usa apenas a força bruta", declarou o ex-campeão de xadrez ao canal de TV americano CNN.
Estes protestos acontecem num contexto político cada vez mais tenso, a oito meses das legislativas (dezembro de 2007) e a um ano das presidenciais (março de 2008).
O movimento Outra Rússia federa uma oposição heteróclita que reúne várias tendências políticas, dos liberais à extrema-esquerda nacionalista, e denuncia o "poder vertical" instaurado pelo presidente Putin e pede eleições livres.
Fonte:http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2007/04/15/ult34u178725.jhtm
