"Parem de ajudar a África"
Entrevista: James Shikwati, diretor do Inter Region Economic Network, do Quênia
O economista queniano James Shikwati vem ganhando projeção internacional com uma tese peculiar. A de que os esforços e a ajuda internacional à África, na verdade, atrapalham, porque impedem o continente de reagir e buscar se desenvolver por meios próprios. Antes de falar no primeiro painel do Fórum da Liberdade, ontem à noite, Shikwati concedeu a seguinte entrevista:
Zero Hora - O direito à propriedade e à economia de mercado fazem sentido em uma região pobre como a África?
James Shikwati - Às vezes, as pessoas colocam o foco do desenvolvimento em ações do governo. Mas posso dar exemplos do Quênia, onde companhias privadas buscam lucro, mas para obter isso ajudam a população. Em outras palavras: as companhias ganham dinheiro, e a população recebe melhores serviços. É o caso da iluminação pública. Antes, havia lâmpadas, mas não havia luz. O setor foi privatizado e agora há iluminação. Ocorreu da mesma forma com o serviço de coleta de lixo. Em resumo, acredito que o direito à propriedade estimula o crescimento. Na verdade, em situações assim se pensa que o governo tem de fazer tudo, mas a realidade é que podem se abrir avenidas para a corrupção.
ZH - Quais as razões da persistente pobreza da África?
Shikwati - São muitas. Acredito, no entanto, que a questão de fundo, no Quênia, por exemplo, é que as pessoas brigam por um pedaço do que chamamos de bolo nacional. Todos pensam que a maneira de resolver seus próprios problemas é colocar seu filho ou sua filha a trabalhar para o governo, para os políticos. O certo seria colocar o foco na criatividade e na inovação, gerar negócios e novas riquezas para o bolo crescer.
ZH - É possível mudar essa situação?
Shikwati - Bem, esse é um dos meus argumentos contra a ajuda à África. Esse tipo de ajuda significa dar dinheiro para os governos e, por isso, o governo continua concentrando tudo. Se não for dada essa ajuda, as pessoas têm de buscar recursos por si mesmas, por meio da criatividade e da inovação. Penso que a relação com os países ricos deve mudar, deve incentivar o povo africano a fazer negócios e também fazer negócios com os africanos. Se um país faz negócios, pode vender e, assim, obter recursos. Além disso, se os países respeitam o direito à propriedade, se têm um sistema legal adequado, podem atrair investimentos estrangeiros, o que também contribui para o desenvolvimento.
ZH - Qual o papel, então, da ajuda internacional à África?
Shikwati - Pessoalmente, acredito que esse tipo de ajuda deveria parar. A África não é pobre e nem precisa de esmola. Tem muitos recursos que pode vender e conseguir dinheiro.
James Shikwati implora novamente:"Parem de ajudar a Áfr
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Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
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