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Agnostico
Enviado: 21 Abr 2007, 00:48
por r u i
No Livro "God delusion" Dawkins ataca o Agnosticismo que considera uma posiçao algo pobre.
Agnóstico é um termo inventado pelo Buldogue de Darwin. E o significado é este (sim é este mesmo e nao outro):
... nas palavras do inventor do conceito:
Muitos acham que obtiveram uma certa gnosis, que resolveram com maior ou menor sucesso o problema da existencia; enquanto eu estava certo de que nao tinha, e que tinha uma fortissima conviçao de que o problema era insolúvel. Mas, com Hume e Kant do meu lado, nao podia ser presunçoso ao ponto de me precipitar nessa opiniao... entao pus-me a pensar e concebi o título apropriado de agnóstico.
O Agnosticismo nao é um credo, mas um método, a essencia do qual reside na aplicaçao de um único principio...Positivamente: em matérias intelectuais, segue a razao até onde ela te levar sem qualquer outro tipo de consideraçao. Negativamente: Em assuntos do intelecto, nao pretender que conclusoes sao certas se nao forem demonstradas ou demonstraveis.
Nao há mais.
Porém na parte negativa há um problema. Aquilo que nao pode ser testado ou falseado (presumivelmente) tem 50% de chances de ser verdade ou mentira. O que é ridiculo. Se eu disser que há uma xicara em redor de Betelgeuse (algo que eu sei que nao pode ser falseado), quer isso dizer que nao posso falar na probabilidades disso ser verdadeiro ou falso (aproximando os valores para perto de 0 ou de 1)? Daqui vem que, embora nao se possa provar uma negativa como "Deus nao existe" posso falar sobre a probabilidade desse facto (ainda que possa nao ter dados suficiente para o fazer)... tal como posso falar da probabilidade da xicara de betelgeuse. Ou seja a existencia de Deus é abordável científicamente... porque a ciencia nao lida com certezas absolutas.
Re.: Agnostico
Enviado: 21 Abr 2007, 01:00
por Acauan
Anatomia do Agnosticismo
Postado originalmente em 31/7/2003 13:59:47
Por Acauan
A definição clássica para a palavra “agnóstico” é “aquele que não conhece”, ou seja, pessoas que confrontadas com a questão “Deus” e tudo que lhe é diretamente correlato, a começar da existência ou não dele, declaram simplesmente que não possuem as respostas.
O problema desta definição é ser abrangente demais e baseada numa negativa. Não se definem posturas intelectuais baseado no que as pessoas não sabem.
Seria o mesmo que dizer que o astrônomo pesquisador que declara não saber se existe vida em outros planetas e o xamã aborígine que afirma coisa semelhante pertencem a um mesmo grupo.
Melhor que definir agnósticos como pessoas que declaram não saber se Deus existe ou não, ou mesmo como pessoas que consideram que Deus é incognoscível, é identificar que postura as pessoas agnósticas mantém diante daquilo que não conhecem ou que entendem como impossível de ser conhecido.
Diante do desconhecido, pode-se tomar duas atitudes:
- Estudá-lo e buscar formas de compreendê-lo;
- Ignorá-lo, por ter o assunto como irrelevante ou inviável.
Uma categoria de agnósticos surge da segunda situação, pessoas que entendem que Deus é irrelevante em suas vidas, que a existência ou inexistência dele não lhes diz respeito e, portanto não vêem motivos para investir tempo e inteligência no discernimento desta questão.
Esta linha de pensamento é algo incompleta: se Deus existe, não há como ele ser irrelevante. Diante de um ser definido como uma consciência de atributos infinitos e perfeitos, só é possível negar logicamente sua relevância se este ser não existir, uma vez que a infinitude e a perfeição não são características desprezíveis.
Assim o agnóstico que segue a filosofia do “se Deus existe, o problema é dele” descartou a possibilidade da existência de Deus, reduziu esta probabilidade à um mínimo insignificante ou redefiniu o conceito de Deus de modo a considerá-lo irrelevante.
Na prática não existe muita diferença entre esta forma de agnosticismo e o ateísmo puro.
Também é indistinguível do ateísmo a postura agnóstica que parte da PREMISSA que Deus é incognoscível.
Muitos argumentos podem apoiar a CONCLUSÃO de que Deus é incognoscível, mas tomar tal idéia como um pressuposto a torna desprovida de justificativa lógica, coisa só admissível às manifestações auto-evidentes da realidade.
Ora, se Deus é incognoscível pode-se considerar com alguma segurança que seus atributos e manifestações também o são, logo não podem ser auto-evidentes.
Quando se parte da premissa que Deus é incognoscível, estabelece-se que nenhum de seus atributos ou manifestações podem ser percebidos ou analisados pela razão, o que para todos os efeitos práticos é o mesmo que partir da premissa que ele não existe, tal qual o “dragão na garagem”, confrontado por Carl Sagan.
Tanto o agnóstico que considera Deus irrelevante, como o que assumiu em definitivo a posição de que Deus é incognoscível fecharam questão sobre o assunto.
Outra categoria de agnósticos entende Deus como um desafio intelectual.
Um desafio que não consiste, necessariamente, em chegar a uma conclusão sobre se Deus existe ou não, se é incognoscível ou não, e sim em descobrir como PENSAR esta questão.
Deus e sua existência são para este agnóstico uma questão em aberto, não uma questão abandonada ou irrelevante.
O que caracteriza esta modalidade do agnosticismo e ao mesmo tempo a distancia das escolas de pensamento religioso é a absoluta ausência do elemento FÉ.
O pensador agnóstico não decreta, como o ateu, a inexistência de Deus, mas tal qual o ateu não tem FÉ nele, o que significa que independente de Deus existir ou não, o agnóstico, ao contrário do pensador religioso, não alimenta qualquer vínculo afetivo com o objeto de seu estudo.
Esta ausência do que os religiosos chamam de “amor a Deus” é o que talvez defina o agnóstico. Um agnóstico é alguém que não ama a Deus, mesmo admitindo que Deus possa existir.
O pensamento agnóstico entende a existência de um ser infinito e perfeito como teoricamente possível, sem considerar que esta possibilidade de existência implique necessariamente num compromisso de adoração e obediência dos homens com relação a este ser.
Visto desta forma, são incorretas as representações que ilustram a religiosidade e o ateísmo como posicionamentos extremos e o agnosticismo como uma posição indefinida, situada em algum ponto entre as extremidades.
Mais correto seria representar esta relação como um sistema de eixos, um fixo e outro móvel, situando-se a religião no cruzamento dos eixos, o ateísmo na extremidade do eixo fixo e o agnosticismo na extremidade do eixo móvel.
O movimento do eixo pode aproximar ou afastar entre si ateísmo e agnosticismo, mas manterá sempre uma distância mínima entre agnosticismo e religião, distância esta fixada pela ausência da Fé e pela substituição do desejo de comunhão com Deus pela busca do entendimento de seu significado.
Sobre a Infinitude e a Perfeição
(continuação do texto Anatomia do Agnosticismo )
Por Acauan
Os que defendem que Deus, como conceito, é incognoscível sustentam que nossa consciência imperfeita e finita não pode apreender o infinito e o perfeito, atributos da consciência divina.
Não podemos apreender o infinito e o perfeito fisicamente, mas podemos fazê-lo conceitualmente.
Um círculo é infinito e perfeito.
Infinito é o que não tem fim e perfeito é um atributo que corresponde plena e exatamente à própria definição.
É preciso lembrar que não existem círculos imperfeitos e sim representações imperfeitas do círculo. Um círculo imperfeito não é um círculo, já que somente o que corresponde plena e exatamente à definição de círculo pode ser assim chamado.
Assim, a geometria plana nos fornece um universo conceitual onde o infinito e o perfeito podem ser apreendidos pela consciência humana.
Não podemos produzir um círculo no universo físico, mas podemos conceituar sua natureza perfeita a partir das representações imperfeitas que visualizamos.
Entidades perfeitas possuem uma característica interessante: seus atributos correspondem plena e exatamente à própria definição, logo, se pudermos identificar estes atributos em uma pequena fração da entidade, podemos ter certeza que aqueles atributos se repetirão igualmente pela entidade como um todo.
Um círculo tem infinitos pontos, mas pode-se reconstituir a posição de todos os infinitos pontos de um círculo destacando-se apenas três pontos dele.
Esta é uma grande diferença entre o infinito perfeito e o infinito imperfeito. A observação de uma pequena fração do infinito imperfeito não nos permite tirar conclusões sobre o todo. Já o infinito perfeito está plenamente definido na mais ínfima de suas partes.
O interessante é que teoricamente falando, não são a infinitude e a perfeição dos atributos de Deus que o tornam incognoscível, pois se definimos Deus como consciência infinita e perfeita, bastaria estabelecer a definição exata dos atributos da consciência e projetá-los ao infinito, tal como fizemos com os três pontos do círculo.
Um círculo se define exatamente pela eqüidistância de todos os seus pontos em relação ao seu centro, ou seja, um círculo é a perfeição da forma redonda.
O problema é como definir exatamente os atributos da consciência.
Dizer que consciência é a capacidade do ser pensante (Res Cogitans) de reconhecer-se como tal, perceber a realidade que o cerca e situar-se dentro desta realidade, define os atributos da Res Cogitans e não os atributos da consciência em si.
Assim, por esta abordagem, não é a infinitude e a perfeição em si que dificultam nossa compreensão da Res Divina, mas o fato desta infinitude e perfeição serem conscientes, coisa que também nós somos.
Curiosamente, o que nos afasta de Deus é justamente o que temos em comum com ele.
Re.: Agnostico
Enviado: 21 Abr 2007, 01:04
por r u i
Que coincidencia. Estava á procura desse texto...

Re.: Agnostico
Enviado: 21 Abr 2007, 01:10
por r u i
A posiçao de Dawkins é que o Agnosticismo deveria ser uma fase... antes do conhecimento. Pode ser que hoje nao saibamos como abordar científicamente a questao de Deus mas no futuro talvez saibamos. Nao devemos ser tao pessimistas. Ele dá o exemplo de Comte
Para ele era impossivel saber de que matéria eram as estrelas feitas. E ainda a tinta nao tinha secado quando se descobriu a espectroscopia. Muitos agnósticos sao positivistas sem o saber

Re: Agnostico
Enviado: 21 Abr 2007, 01:57
por André
r u i escreveu:
No Livro "God delusion" Dawkins ataca o Agnosticismo que considera uma posiçao algo pobre.
Agnóstico é um termo inventado pelo Buldogue de Darwin. E o significado é este (sim é este mesmo e nao outro):
... nas palavras do inventor do conceito:
Muitos acham que obtiveram uma certa gnosis, que resolveram com maior ou menor sucesso o problema da existencia; enquanto eu estava certo de que nao tinha, e que tinha uma fortissima conviçao de que o problema era insolúvel. Mas, com Hume e Kant do meu lado, nao podia ser presunçoso ao ponto de me precipitar nessa opiniao... entao pus-me a pensar e concebi o título apropriado de agnóstico.
O Agnosticismo nao é um credo, mas um método, a essencia do qual reside na aplicaçao de um único principio...Positivamente: em matérias intelectuais, segue a razao até onde ela te levar sem qualquer outro tipo de consideraçao. Negativamente: Em assuntos do intelecto, nao pretender que conclusoes sao certas se nao forem demonstradas ou demonstraveis.
Nao há mais.
Porém na parte negativa há um problema. Aquilo que nao pode ser testado ou falseado (presumivelmente) tem 50% de chances de ser verdade ou mentira. O que é ridiculo. Se eu disser que há uma xicara em redor de Betelgeuse (algo que eu sei que nao pode ser falseado), quer isso dizer que nao posso falar na probabilidades disso ser verdadeiro ou falso (aproximando os valores para perto de 0 ou de 1)? Daqui vem que, embora nao se possa provar uma negativa como "Deus nao existe" posso falar sobre a probabilidade desse facto (ainda que possa nao ter dados suficiente para o fazer)... tal como posso falar da probabilidade da xicara de betelgeuse. Ou seja a existencia de Deus é abordável científicamente... porque a ciencia nao lida com certezas absolutas.
Engraçado que o próprio Darwin nos últimos anos de sua vida se declarou agnóstico nunca ateu. Ele que já havia sido aluno de Teologia e era um homem relativamente religioso na juventude.
Sobre sua hipótese como agnóstico eu não penso assim. Eu sou agnóstico apenas em relação a Deus ou ao sobrenatural( e coisas sobre as quais pairam muitas dúvidas). Pq não sendo capaz de explicar nesse caso prefiro a dúvida. Em outros casos se me parecer absurda a hipótese, vou optar pelo que tem maior probabilidade. Ou seja, se não tiver boas razões para acreditar vou indicar a maior probabilidade dizendo, por exemplo, que provavelmente não há xícara em redor de Betelgeuse. A certeza somente não é absoluta justamente como vc disse pela ciência não trabalhar com certezas absolutas mas sim com verdades relativas, ou conclusões válidas, que o são até serem derrubadas, enquanto não forem, permanecem válidas.
Já em relação a Deus existem tantas dúvidas sobre o inicio ou não do Universo, que nesse caso a postura da dúvida, do agnóstico me parece prudente. Eu posso até admitir que penso ser mais provável a inexistência de um Deus ou algo do gênero, mas nos casos em que existe muita especulação, o peso dessa probabilidade é menor.
Re.: Agnostico
Enviado: 21 Abr 2007, 02:00
por r u i
Vc é agnóstico como Huxley manda e mais nada. Nao se ponham com cismas

Re.: Agnostico
Enviado: 21 Abr 2007, 02:14
por Apocaliptica
André,
Tenho observado teus posts, e gostaria que me tirasse uma dúvida: por que você apenas cita seu agnosticismo em relação a "Deus", o judaico- cristão, nomeado e designado como único e com letra maiúscula. Você exclui a existência de outros deuses ou entes que tenham criado alguma parte das coisas, seres ou a existência propriamente dita da forma como a percebemos? Apenas considerar dúvidas com relação a este único Deus é hermetizar o agnosticismo. Você pode, inclusive com isto, estar demonstrando que é ateu com relação a outros deuses.
É isto?
Re.: Agnostico
Enviado: 21 Abr 2007, 02:44
por r u i
Ninguém é mais ateu do que um religioso. Nao consigo imaginar que algum ateu descreia mais em Thor do que um Cristao.
Re: Re.: Agnostico
Enviado: 21 Abr 2007, 10:18
por zencem
r u i escreveu:Ninguém é mais ateu do que um religioso. Nao consigo imaginar que algum ateu descreia mais em Thor do que um Cristao.
Digamos, mais precisamente, que um religioso, (seguidor de uma doutrina) seja um idólatra, e que isto, possa se assemelhar a uma forma de ateísmo, no caso de existir um verdadeiro.
Re: Re.: Agnostico
Enviado: 21 Abr 2007, 12:19
por André
Apocaliptica escreveu:André,
Tenho observado teus posts, e gostaria que me tirasse uma dúvida: por que você apenas cita seu agnosticismo em relação a "Deus", o judaico- cristão, nomeado e designado como único e com letra maiúscula. Você exclui a existência de outros deuses ou entes que tenham criado alguma parte das coisas, seres ou a existência propriamente dita da forma como a percebemos? Apenas considerar dúvidas com relação a este único Deus é hermetizar o agnosticismo. Você pode, inclusive com isto, estar demonstrando que é ateu com relação a outros deuses.
É isto?
Vou tentar explicar. QUando falo Deus eu me refiro a idéia de um criador do Universo (Não é o cristão ou de qualquer religião). Repare o Universo teve inicio ou não teve. Supondo que teve inicio, foi gerado por digamos uma energia em potencial, algo não fisicamente detectável.
O que eu mantenho como possibilidade é o seguinte algo fora da nossa compreensão atual pode ter acendido essa fagulha da explosão. Não considero essa hipótese a mais provável. Esse algo pode ser chamado de Deus no sentido de criador não nos outros sentidos que as religiões dão.
Os deuses pessoais cristão, muçulmano, todos eles, eu não acredito, e não acredito que tenham influencia sobre nos. Para mim isso tudo é criação cultural humana. Agora a idéia relativamente comum a diversas religiões que algo teria criado o Universo, eu mantenho como dúvida.
Se vc parar para pensar nos Deuses com caráter e influencia, sou ateu em relação a todos eles. Não acredito em Jeová, nem Ala, nem Zeus, e não acredito no sobrenatural. Agora em relação a idéia de um criador do Universo, não pertencente a nenhuma religião, e esse criador que não é masculino ou feminino seria simplesmente algo fora do nosso Universo.
Esse "Algo" que iniciou tudo, não precisa nem ter vontade, ou inteligência. O que digo é o que eu não consigo ter muita certeza, se teve inicio o Universo ou não teve, como foi...Eu mantenho como possibilidade a idéia bem disseminada de algo externo a natureza. Objetivamente considero menos provável, mas gosto muito dos ensinamentos de Sócrates, e esse indica a importância da humildade, logo um terreno tão cheio de duvidas, e especulações, prefiro dizer não sei.
Ficou claro?
Re: Re.: Agnostico
Enviado: 21 Abr 2007, 14:00
por Apocaliptica
André escreveu:Apocaliptica escreveu:André,
Tenho observado teus posts, e gostaria que me tirasse uma dúvida: por que você apenas cita seu agnosticismo em relação a "Deus", o judaico- cristão, nomeado e designado como único e com letra maiúscula. Você exclui a existência de outros deuses ou entes que tenham criado alguma parte das coisas, seres ou a existência propriamente dita da forma como a percebemos? Apenas considerar dúvidas com relação a este único Deus é hermetizar o agnosticismo. Você pode, inclusive com isto, estar demonstrando que é ateu com relação a outros deuses.
É isto?
Vou tentar explicar. QUando falo Deus eu me refiro a idéia de um criador do Universo (Não é o cristão ou de qualquer religião). Repare o Universo teve inicio ou não teve. Supondo que teve inicio, foi gerado por digamos uma energia em potencial, algo não fisicamente detectável.
O que eu mantenho como possibilidade é o seguinte algo fora da nossa compreensão atual pode ter acendido essa fagulha da explosão. Não considero essa hipótese a mais provável. Esse algo pode ser chamado de Deus no sentido de criador não nos outros sentidos que as religiões dão.
Os deuses pessoais cristão, muçulmano, todos eles, eu não acredito, e não acredito que tenham influencia sobre nos. Para mim isso tudo é criação cultural humana. Agora a idéia relativamente comum a diversas religiões que algo teria criado o Universo, eu mantenho como dúvida.
Se vc parar para pensar nos Deuses com caráter e influencia, sou ateu em relação a todos eles. Não acredito em Jeová, nem Ala, nem Zeus, e não acredito no sobrenatural. Agora em relação a idéia de um criador do Universo, não pertencente a nenhuma religião, e esse criador que não é masculino ou feminino seria simplesmente algo fora do nosso Universo.
Esse "Algo" que iniciou tudo, não precisa nem ter vontade, ou inteligência. O que digo é o que eu não consigo ter muita certeza, se teve inicio o Universo ou não teve, como foi...Eu mantenho como possibilidade a idéia bem disseminada de algo externo a natureza. Objetivamente considero menos provável, mas gosto muito dos ensinamentos de Sócrates, e esse indica a importância da humildade, logo um terreno tão cheio de duvidas, e especulações, prefiro dizer não sei.
Ficou claro?
André, já estava claro.Eu sei exatamente, e pelo que já conheço de ti, sabia que era esta a tua visão das coisas.
Concordo com quase tudo, excetuando-se que a colocação sobre a tal "explosão" ou "algo" que deu origem: não concebo a personificação e invidualização do criador. Porque sempre fica a questão do " e antes?", que não consigo elaborar consciente e racionalmente como humana. Por isto, neste senão ( que para mim é basicamente tudo, pois sem gênese filosófica aplicável, não consigo afirmar com certeza nada que advenha daí), sou absolutamente agnóstica em relação ao início ( não existe início...). Sendo assim, não chamo de criação. Criação é algo que acontece a partir de um ponto 0, e daí se extende ao infinito. Nunca haverá um fim, assim como não entendo a noção de início.
O que falo sobre Deus é que usas o nome próprio, com inicial maiúscula, se referindo assim, àquele que todos entendem como tal. Eu mesma me policio, quando falo Deus, está bem claro que estou falando daquele que é tido como único, o Deus das religiões, que podem até chamar de Alah ou qualquer outra coisa, mas sempre monoteístas.
Então, falo sempre "algum deus ou deuses", para deixar bem claro que até na questão da criação pode não ter sido obra de apenas 1 ser (onisciente).
Re: Re.: Agnostico
Enviado: 21 Abr 2007, 15:14
por André
Apocaliptica escreveu:André escreveu:Apocaliptica escreveu:André,
Tenho observado teus posts, e gostaria que me tirasse uma dúvida: por que você apenas cita seu agnosticismo em relação a "Deus", o judaico- cristão, nomeado e designado como único e com letra maiúscula. Você exclui a existência de outros deuses ou entes que tenham criado alguma parte das coisas, seres ou a existência propriamente dita da forma como a percebemos? Apenas considerar dúvidas com relação a este único Deus é hermetizar o agnosticismo. Você pode, inclusive com isto, estar demonstrando que é ateu com relação a outros deuses.
É isto?
Vou tentar explicar. QUando falo Deus eu me refiro a idéia de um criador do Universo (Não é o cristão ou de qualquer religião). Repare o Universo teve inicio ou não teve. Supondo que teve inicio, foi gerado por digamos uma energia em potencial, algo não fisicamente detectável.
O que eu mantenho como possibilidade é o seguinte algo fora da nossa compreensão atual pode ter acendido essa fagulha da explosão. Não considero essa hipótese a mais provável. Esse algo pode ser chamado de Deus no sentido de criador não nos outros sentidos que as religiões dão.
Os deuses pessoais cristão, muçulmano, todos eles, eu não acredito, e não acredito que tenham influencia sobre nos. Para mim isso tudo é criação cultural humana. Agora a idéia relativamente comum a diversas religiões que algo teria criado o Universo, eu mantenho como dúvida.
Se vc parar para pensar nos Deuses com caráter e influencia, sou ateu em relação a todos eles. Não acredito em Jeová, nem Ala, nem Zeus, e não acredito no sobrenatural. Agora em relação a idéia de um criador do Universo, não pertencente a nenhuma religião, e esse criador que não é masculino ou feminino seria simplesmente algo fora do nosso Universo.
Esse "Algo" que iniciou tudo, não precisa nem ter vontade, ou inteligência. O que digo é o que eu não consigo ter muita certeza, se teve inicio o Universo ou não teve, como foi...Eu mantenho como possibilidade a idéia bem disseminada de algo externo a natureza. Objetivamente considero menos provável, mas gosto muito dos ensinamentos de Sócrates, e esse indica a importância da humildade, logo um terreno tão cheio de duvidas, e especulações, prefiro dizer não sei.
Ficou claro?
André, já estava claro.Eu sei exatamente, e pelo que já conheço de ti, sabia que era esta a tua visão das coisas.
Concordo com quase tudo, excetuando-se que a colocação sobre a tal "explosão" ou "algo" que deu origem: não concebo a personificação e invidualização do criador. Porque sempre fica a questão do " e antes?", que não consigo elaborar consciente e racionalmente como humana. Por isto, neste senão ( que para mim é basicamente tudo, pois sem gênese filosófica aplicável, não consigo afirmar com certeza nada que advenha daí), sou absolutamente agnóstica em relação ao início ( não existe início...). Sendo assim, não chamo de criação. Criação é algo que acontece a partir de um ponto 0, e daí se extende ao infinito. Nunca haverá um fim, assim como não entendo a noção de início.
O que falo sobre Deus é que usas o nome próprio, com inicial maiúscula, se referindo assim, àquele que todos entendem como tal. Eu mesma me policio, quando falo Deus, está bem claro que estou falando daquele que é tido como único, o Deus das religiões, que podem até chamar de Alah ou qualquer outra coisa, mas sempre monoteístas.
Então, falo sempre "algum deus ou deuses", para deixar bem claro que até na questão da criação pode não ter sido obra de apenas 1 ser (onisciente).
Eu tb considero a idéia de ausencia de inicio e de final como mais provável.(por isso sou simpático a idéia de Universo Eterno e que algo sempre tenha existido, ou que o nada absoluto nunca houve) Mas ainda tenho muitas duvidas. No mais concordamos em tudo. Na natureza não me parece haver criação mas sim continua transformação, mas a física quantica anda questionando isso logo as duvidas se ampliaram.
Eu realmente não me policio tanto e talvez passe impressão não muito precisa. Vou tentar ser mais claro.
Re.: Agnostico
Enviado: 16 Mai 2007, 08:35
por Xicao