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Brasil poderá integrar grupo dos países desenvolvidos

Enviado: 01 Mai 2007, 07:44
por Aranha


O Itamaraty coordena um grupo interministerial que avalia os prós e contras da adesão à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)

João Caminoto



LONDRES - A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) vai manifestar formalmente sua disposição de iniciar negociações para a adesão do Brasil a seus quadros durante a reunião de seu conselho ministerial, nos próximos dias 15 e 16 em Paris. Mas o avanço desse processo dependerá do interesse ou não do governo brasileiro de entrar no organismo, que reúne os trinta países considerados mais desenvolvidos do mundo. O Itamaraty coordena em Brasília um grupo interministerial que avalia os prós e contras dessa decisão.

O interesse da OCDE em atrair o Brasil tem gerado cautelosas e delicadas negociações diplomáticas nos últimos meses. O secretário-geral da entidade, Angel Gurría, queria evitar a possibilidade de receber uma constrangedora decisão negativa do governo brasileiro. Mas Brasília deu sinais claros de que a atitude da OCDE seria bem recebida, embora ressaltando que isso não significaria necessariamente uma aceitação de entrar no organismo.

O ministro das relações Exteriores, Celso Amorim, deve participar do evento na capital francesa em duas semanas, que também poderá contar com a presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega.

[center]Brics[/center]

Durante a reunião, os membros da OCDE devem conceder um mandato para Gurría manifestar formalmente interesse da entidade em iniciar negociações para a entrada dos países BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).

Fontes diplomáticas afirmaram que o prazo para que cada um desses países se torne eventualmente sócio do organismo deve variar dependendo de cada caso. A Rússia já manifestou em duas ocasiões seu interesse em entrar na OCDE, o que poderá ocorrer no curto prazo. Mas vários países do organismo têm manifestado crescente preocupação com as "tendências autoritárias" do presidente Vladimir Putin, o que poderia atrasar esse processo.

No caso da China e Índia, o gesto da OCDE representaria mais uma "carta de intenção" de longo prazo, pois as condições políticas, econômicas e sociais desses países são consideradas insuficientes para preencher os requisitos da entidade. Já o Brasil é considerado pelo OCDE como o país BRIC com as melhores condições para fazer parte de seus quadros.

Chile, Israel, Estônia e Eslovênia também devem ser formalmente convidados a aderir a OCDE durante o encontro.

[center]Prós e contras[/center]

Fontes do Itamaraty afirmaram que caso o Brasil decida aceitar negociar sua adesão, esse processo deve se prolongar por um bom tempo, não devendo ser concluído ainda em 2007. Se Brasília decidir rejeitar o interesse da OCDE, o país vai manter sua cooperação com a entidade, que vem se intensificando nos últimos anos.

Ainda não está clara qual será a posição do governo brasileiro. Entre os aspectos negativos, diplomatas apontam o fato que o Brasil correria o risco de acelerar o seu processo de "graduação" para o status de país desenvolvido. Como "país em via desenvolvimento", o Brasil está incluído no Sistema Geral de Preferências (SGP) da Organização Mundial de Comércio (OMC), que oferece vantagens tarifárias que poderiam ser revogadas pela entidade com sede em Genebra. Além disso, a posição brasileira em grupos de nações em desenvolvimento, como o G-77 ou G-20 poderia ser colocada em questão diante de sua entrada no clube dos ricos. "E como ficaria o Brasil com a camiseta da OCDE dentro Mercosul?", questionou um diplomata.

Entre os aspectos positivos, destaca-se o fato da entrada na OCDE servir como um certificado de "maturidade" dos avanços sociais, políticos e econômicos do país nos últimos anos. Além disso, seria dado um forte sinal de que processo de reformas do país seria acelerado. "A OCDE é um foco de análises e cooperação na formulação políticas que inevitavelmente tem um impacto positivo concreto entre seus integrantes, disse um diplomata brasileiro. "Do ponto de vista técnico, a maioria dos aspectos relacionados a uma adesão do Brasil são favoráveis, mas no lado político a questão é mais complicada."


FONTE: Agência Estado

Abraços,

Enviado: 01 Mai 2007, 09:00
por zencem
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Vejo isso com bons olhos e, junto com o metanol, uma forma de se afastar da tentação Chaves/Morales de levar a América Latina de volta à 1500.