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ECONOMIA DAS RELIGIÕES NO BRASIL - Retrato Recente

Enviado: 04 Mai 2007, 17:04
por Benetton


O que vai a seguir é apenas um resumo da Matéria Jornalística levada ao ar quarta-feira passada, dia 02.05.07, pelo Jornal Nacional, da Globo.

A pesquisa foi bastante abrangente, incluindo Dízimos por religião, Oferta de padres, pastores, Evolução Religiosa por Grupos Etários, Revolução Feminina e Transformação Religiosa, Fecundidade e Religião, Crenças religiosas na Cidade e no Campo, Migração, Percepção de Violência, Estado Ausente - Igrejas Emergentes, Acesso e qualidade percebida de serviços públicos, etc.




http://jornalnacional.globo.com/Jornali ... 80,00.html

http://jornalnacional.globo.com/Jornali ... 44,00.html




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1. Introdução

A análise da evolução do conjunto de variáveis sócio-econômicas dos últimos Censos Demográficos, aí incluindo casamentos, fertilidade, ocupação, renda, acesso a bens, entre muitas outras, revelam que poucas mudaram tanto durante a década de 90 quanto as que se referem à composição religiosa da população brasileira. A taxa de participação dos católicos no país, que já vinha caindo desde os primeiros registros censitários brasileiros de 1872, passa a cair a taxas aceleradas nos anos 90 - atingindo mais de 1 ponto percentual por ano – reduzindo-se de 83,3% em 1991 para 73,89% em 2000. O trabalho atual demonstra, a partir do processamento de microdados de alta qualidade estatística produzidos pelo IBGE, que pela primeira vez em mais de um século a proporção de católicos no Brasil parou de cair, mantendo-se surpreendentemente estável no primeiro quarto de década, com 73,79% em 2003. Analistas apontam duas fortes razões para a estabilização do número de católicos no Brasil. A primeira é a renovação da Igreja, que se aproximou mais dos fiéis e a segunda é a grande comoção provocada pela morte do Papa João Paulo II.

Os evangélicos, aí incluindo-se tanto os ramos tradicionais quanto pentecostais, seguem a sua trajetória de crescimento, passando de 16,2% para 17,9% nos primeiros anos desta década, mas agora angariando seu público entre os sem religião, cuja participação cai de 7,4% para 5,1%. Ou seja, a religiosidade está em alta no Brasil na alvorada do novo milênio. Os evangélicos tradicionais, embora em menor número que os pentecostais desde 1980, seguem crescendo a taxas mais aceleradas que os últimos, sendo esta outra novidade a ser ressaltada.



2. Economia das Religiões

Pesquisa anterior do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (CPS/IBRE/FGV) intitulada “Retratos de Religião no Brasil”, lançada em abril de 2005, mapeou a evolução da composição das crenças religiosas até o Censo 2000, confirmando movimentos apontados por outros autores. A presente pesquisa, além de revelar em primeira mão a surpreendente inflexão das tendências da composição dos credos da população brasileira a partir da virada do milênio, tenta aprofundar algumas de suas possíveis causas. Ao mergulhar na “Economia das Religiões”, dá continuidade às analises aplicadas ao contexto brasileiro recente, inspiradas nos pontos apontados no livro seminal “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” de Max Weber.

O paralelo é que, enquanto para Weber o protestantismo tradicional liberou o cidadão comum cristão da culpa católica de acumulação privada de capital, segundo a abordagem a ser testada as novas seitas pentecostais liberaram a acumulação privada de capital através da igreja. A maior ligação entre o espírito empresarial e a organização religiosa seria uma marca dos ramos religiosos emergentes hoje no Brasil - e na América Latina. O contexto de estagnação econômica das chamadas décadas perdidas de 80 e 90 do século passado teria propiciado, tanto por elementos de demanda como de oferta, a busca de novas modalidades de inserção produtiva para lidar com as dificuldades materiais percebidas e de ocupação em meio a crescentes taxas de desemprego e de precarização do trabalho.

A abordagem consiste em relacionar a demanda por novas opções religiosas - aumento dos pentecostais e dos sem religião - a choques econômicos e sociais adversos, como as chamadas crises metropolitanas e de desemprego, violência, favelização, informalização, entre outras. Neste caso identificamos com clareza a emergência de grupos pentecostais e dos sem religião entre os grupos perdedores da crise econômica e, em particular, no que tange ao aspecto metropolitano da mesma. Os dados demonstram claramente que a velha pobreza brasileira (e.g. áreas rurais do nordeste mais assistida por programas sociais) continua católica, enquanto a nova pobreza (e.g. periferia das grandes cidades mais desassistida) estaria migrando para as novas igrejas pentecostais e para os chamados segmentos sem religião.



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P.O.F - Pesquisa de Orçamentos Familiares



4. Prisões

Outra proxy de violência tratada em outras pesquisas do CPS ( Centro de Políticas Sociais ) é a proporção de pessoas de diferentes credos vivendo em presídios, captada a partir do Censo 2000. Nos presídios brasileiros a presença dos sem religião é 16,19% mais do dobro daquela de 7,35% encontrada para o conjunto da população brasileira. A presença de crenças religiosas alternativas é também substantiva nos presídios 18,3% contra 2,35% de sua participação no conjunto da população. Um dos problemas desta estatística gerada a partir do Censo é que não captamos o processo de convergência religiosa dentro das prisões. A presença de católicos é bem reduzida nas prisões (51.93%), se comparada a sua presença na população (73.89%), enquanto a dos pentecostais (10,28%) é praticamente a mesma (11%). Marcelo Neri, um dos coordenadores do estudo (2006), aponta para diferenças na composição religiosa entre estados. No Estado do Rio de Janeiro a população evangélica é bastante super-representada e em São Paulo predomina mais o Catolicismo e outras crenças alternativas.



5. Faixa Etária

A participação dos sem religião entre quem tinha entre 20 a 29 anos que era no Censo 2000 era de 9% passa para 6,12% em 2003. Já para aqueles com mais de 60 anos, a taxa que era de 3,8% cai para 2,29%. É interessante notar que a queda do ateísmo levou as taxas de participação dos sem religião de todo o espectro de idades para níveis mais próximos dos de 1991 do que dos de 2000, especialmente para as pessoas acima de 30 anos.

No caso dos evangélicos, o crescimento relativo de adeptos se dá também em todas as faixas etárias, embora de maneira mais pronunciada entre os mais jovens. Por exemplo, a taxa de evangélicos entre aqueles entre 20 e 29 anos de idade sobe de 15.57% para 17.66% entre 2000 e 2003, atingindo aproximadamente duas vezes o nível de 1991 (8.87%).



6. Condições de Moradia

Quando controlamos pelas suas características, ou seja, comparamos pessoas iguais em tudo, exceto a religião, as maiores chances de encontrarmos boas condições, estão entre os Espíritas (2,77 vezes maior que os sem religião) e as menores entre afro-brasileira e evangélicos pentecostais (apenas 17% e 28% maiores que os sem religião). No exercício não controlado essas distâncias eram ainda maiores, com chances 10 vezes maior para os Espíritas em relação aos sem-religião.




7.Renda Familiar

A seguir apresentamos um quadro da renda familiar por diferentes religiões. Os adeptos a religiões menos representativas na população brasileira são os que possuem os maiores níveis. Orientais são os líderes com R$ 5447 mensais, seguidos de Espíritas (4220) e afro-brasileira (R$ 3205). Católicos com R$ 2023 só possuem níveis superiores aos Evangélicos pentecostais (R$ 1496).


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8.Consumo e Religião

O crescimento da população dos segmentos religiosos na última década aponta para um maior ganho relativo dos evangélicos pentecostais com 84%, seguido dos sem religião com 55%, e dos Espíritas que cresceram 20%. Agora quando analisamos a renda apropriada por cada um desses grupos religiosos o ranking do crescimento relativo se inverte com 156% de ganho dos Espíritas, contra 41% dos sem religião e 35% dos pentecostais. A explicação está no fato nas faixas da população onde os pentecostais mais cresceram foram aqueles que sofreram as maiores reduções de renda como nas periferias metropolitanas.

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9. Renda e Escolaridade

Entre os grandes grupos religiosos no Brasil, os evangélicos pentecostais são os que têm menor renda e escolaridade, enquanto os Espíritas apresentam a maior renda e mais anos de estudo.

Em média, os 17,6 milhões de brasileiros que se declararam pentecostais têm 5,6 anos de estudo completos e apresentam uma renda mediana das pessoas ocupadas de R$ 260. Entre os 2,3 milhões de Espíritas, a escolaridade média é de dez anos e a renda mediana, de R$ 700.

A renda mediana determina o valor que divide determinado grupo em dois, ou seja, uma renda mediana de R$ 700 significa que metade das pessoas desse grupo ganha abaixo desse valor, enquanto a outra metade tem rendimento acima dessa quantia.

Os católicos, 74% da população brasileira (125 milhões de pessoas), têm indicadores bem próximos aos da média do total da população: renda mediana de R$ 300 e média de 6,1 anos de estudo.

A análise de renda e escolaridade mostra uma diferença entre os evangélicos de origem mais tradicional (batistas, anglicanos, luteranos ou metodistas, entre outras) e os evangélicos pentecostais (Assembléia de Deus, Igreja Universal do Reino de Deus etc).

A renda mediana das pessoas de igrejas evangélicas históricas é de R$ 320 e a média de anos de estudo é de 7,3. Esse grupo representa 6,9 milhões de brasileiros.

Para a antropóloga Regina Novaes, do Iser (Instituto Superior de Estudos da Religião), os baixos índices dos pentecostais se relacionam com a distribuição deles nos estratos mais pobres.

"Não é que eles só existam nessas áreas, mas é lá que se encontram mais adeptos, nos lugares onde a fragilidade social é maior."

O IBGE também analisou grupos com menos de 1 milhão de praticantes. Entre os 525 mil brasileiros que declararam praticar a umbanda ou o candomblé, a renda mediana, de R$ 380, e a escolaridade, de 7,4 anos de estudo, foram inferiores apenas aos valores encontrados entre os Espíritas.

Uma curiosidade no caso dessas religiões é que, apesar de as duas serem identificadas com a cultura afro-brasileira, a maioria dos que declararam professá-las é de brancos (50,4%), como o professor de Teatro da Universidade Federal da Bahia, Carlos Petrovich, 67, que frequenta os rituais do candomblé na Bahia há 25 anos.

Outra religião que se destaca das demais nas análises é o judaísmo. Representando apenas 0,05% da população, os 87 mil judeus brasileiros apresentaram a maior proporção de pessoas com nível superior completo: 49,7%. Em todo o país, a mesma taxa é de 4,9%.

Os judeus têm a maior proporção de pessoas com rendimento mensal superior a 20 salários mínimos: 35,4%. Na população brasileira, a taxa é de 2,7%. A maior porcentagem de brancos declarados também é dos judeus: 96,4%.





Re: ECONOMIA DAS RELIGIÕES NO BRASIL - Retrato Recente

Enviado: 05 Mai 2007, 15:49
por Flavio Checker
Benetton escreveu:
4. Prisões

Outra proxy de violência tratada em outras pesquisas do CPS ( Centro de Políticas Sociais ) é a proporção de pessoas de diferentes credos vivendo em presídios, captada a partir do Censo 2000. Nos presídios brasileiros a presença dos sem religião é 16,19% mais do dobro daquela de 7,35% encontrada para o conjunto da população brasileira. A presença de crenças religiosas alternativas é também substantiva nos presídios 18,3% contra 2,35% de sua participação no conjunto da população. Um dos problemas desta estatística gerada a partir do Censo é que não captamos o processo de convergência religiosa dentro das prisões. A presença de católicos é bem reduzida nas prisões (51.93%), se comparada a sua presença na população (73.89%), enquanto a dos pentecostais (10,28%) é praticamente a mesma (11%). Marcelo Neri, um dos coordenadores do estudo (2006), aponta para diferenças na composição religiosa entre estados. No Estado do Rio de Janeiro a população evangélica é bastante super-representada e em São Paulo predomina mais o Catolicismo e outras crenças alternativas.



Sempre gostei de ler os temas propostos neste fórum, embora nunca participasse. Aprendi muito e espero aprender mais ainda, já que esse assunto sobre religiões, ateus, agnósticos, céticos, sempre me interessou. Não me defino como religioso e nem como ateu. Meu norte parece ainda um pouco distante.

Ok, vamos lá. Como já acompanho esse site ha muito tempo, posso dizer que as vezes fico com muitas dúvidas e fico torcendo para que alguém toque nas questões que me incomodam. Mas nem sempre isso acontece.

Esse forum é muit bom. O sistema de pesquisa funciona bem. É só ter as palavras chaves do assunto e sempre (ou quase sempre) encontramos temas antigos, mas que podem ser trazidos a tona para melhor comparar uma proposta.


Li, do Azathoth, um tema legal e que dizia :

Ateus podem possuir os espíritos mais evoluídos do planeta
https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=9172


"Como ninguém tentou refutar isso no outro tópico de moralidade:

Os melhores indicadores sociais do mundo encontram-se em democracias européias das mais secularizadas.

Nos EUA a quantidade de ateus presidiários é proporcionalmente muito menor do que a quantidade de ateus livres na sociedade enquanto que para as religiões tradicionais, as proporções dentro e fora das prisões são parecidas."




Ora, mas isso é contrário ao que está posto no Jornal Nacional. Ou seja, pelo menos aqui no Brasil, o percentual de ateus cumprindo pena é muito maiuor do que o % de ateus existentes no País.

Então que o Azathoth disse só funciona nos EUA, mas não funciona aqui no Brasil. Dentro do % de presos, existem muito mais ateus do que se imagina. Vejam, estou me referindo a percentuais!

Posso estar errado. Se houver algum argumento que prove o contrário, ficaria até aliviado.

Re: ECONOMIA DAS RELIGIÕES NO BRASIL - Retrato Recente

Enviado: 05 Mai 2007, 16:06
por Fernando Silva
Flavio Checker escreveu:Ou seja, pelo menos aqui no Brasil, o percentual de ateus cumprindo pena é muito maiuor do que o % de ateus existentes no País.

Então que o Azathoth disse só funciona nos EUA, mas não funciona aqui no Brasil. Dentro do % de presos, existem muito mais ateus do que se imagina. Vejam, estou me referindo a percentuais!

Posso estar errado. Se houver algum argumento que prove o contrário, ficaria até aliviado.

O censo no Brasil junta no mesmo saco ateus e "sem religião definida".
Já conheci muitos crentes que declararam não ter religião:
"Eu sigo a Bíblia e a Jesus".
Para eles, religião é uma coisa institucionalizada, com líderes, hierarquia, dogmas especiais. Na opinião deles, distorce as palavras de Deus.

Como eles inventaram uma religião pessoal, ainda que baseada na Bíblia, acham que não têm religião.

Também acho que há uma diferença entre ateus que sabem explicar porque são ateus e gente que não tem nada na cabeça (e é atéia, não por opção, mas por nunca ter pensado no assunto).

Re: ECONOMIA DAS RELIGIÕES NO BRASIL - Retrato Recente

Enviado: 05 Mai 2007, 16:29
por NadaSei
Fernando Silva escreveu:Para eles, religião é uma coisa institucionalizada, com líderes, hierarquia, dogmas especiais. Na opinião deles, distorce as palavras de Deus.

Exato, nesse caso os "sem religião", incluem os ateus, agnósticos, teistas praticantes como eu que estudam diversas religiões, ocultistas e espiritualistas que também não tem uma religião definida e ainda inclui cristãos ou pessoas de outras religiões que, apesar de não praticantes e de não frequentarem nenhuma igreja ou seita especifica, são teístas.
Ou seja, toda essa variedade de teístas e não-teístas, incluídos dentro dos mesmos 9%.

A religiosidade é tão mau compreendida, que eles definem religião, como sendo uma seita especifica.

Re: ECONOMIA DAS RELIGIÕES NO BRASIL - Retrato Recente

Enviado: 05 Mai 2007, 16:38
por Flavio Checker
Fernando Silva escreveu:
Flavio Checker escreveu:Ou seja, pelo menos aqui no Brasil, o percentual de ateus cumprindo pena é muito maiuor do que o % de ateus existentes no País.

Então que o Azathoth disse só funciona nos EUA, mas não funciona aqui no Brasil. Dentro do % de presos, existem muito mais ateus do que se imagina. Vejam, estou me referindo a percentuais!

Posso estar errado. Se houver algum argumento que prove o contrário, ficaria até aliviado.

O censo no Brasil junta no mesmo saco ateus e "sem religião definida".
Já conheci muitos crentes que declararam não ter religião:
"Eu sigo a Bíblia e a Jesus".
Para eles, religião é uma coisa institucionalizada, com líderes, hierarquia, dogmas especiais. Na opinião deles, distorce as palavras de Deus.

Como eles inventaram uma religião pessoal, ainda que baseada na Bíblia, acham que não têm religião.

Também acho que há uma diferença entre ateus que sabem explicar porque são ateus e gente que não tem nada na cabeça (e é atéia, não por opção, mas por nunca ter pensado no assunto).

Já tem um tempo que eu achei um site legal de um sujeito que parece um pesquisador. Não acho que ele seja ateu. O nome dele é Junior Siqueira, acho. Parece que ele já estudou esse assunto e tem uma resposta aproximada. Segundo ele, o % de ateus no Brasil é de mais ou menos 1%, e tem fonte. Bom, o percentual dos sem religião, no Brasil é, de acordo com o Jornalismo da Globo, de 7,35%. Não sou bom de contas, admito. Mas com esses números, será que já podemos calcular, nem que seja por aproximação, o participação de ateus e de religiosos detidos em presídios?


O que o Junior Siqueira disse estássim :
http://paginas.terra.com.br/educacao/cr ... icismo.htm

"Vines escreveu um artigo contra uma matéria publicada pela revista Veja (artigo de Vines neste link). Veja declarava, baseada em pesquisa encomendada à Vox Populi, que havia no Brasil apenas um porcento (1%) de ateus."


E o link que ele se refere é esse :
http://www.strbrasil.com.br/Perigosos/veja.htm


Acho legal ter noção dessas distribuições. A pesquisa do início é interessante. Acho que ainda tenho muito para ler aqui. Espero obter mais dados sobre tudo isso.

Re: ECONOMIA DAS RELIGIÕES NO BRASIL - Retrato Recente

Enviado: 05 Mai 2007, 16:51
por DIG
Flavio Checker escreveu:
Benetton escreveu:
4. Prisões

Outra proxy de violência tratada em outras pesquisas do CPS ( Centro de Políticas Sociais ) é a proporção de pessoas de diferentes credos vivendo em presídios, captada a partir do Censo 2000. Nos presídios brasileiros a presença dos sem religião é 16,19% mais do dobro daquela de 7,35% encontrada para o conjunto da população brasileira. A presença de crenças religiosas alternativas é também substantiva nos presídios 18,3% contra 2,35% de sua participação no conjunto da população. Um dos problemas desta estatística gerada a partir do Censo é que não captamos o processo de convergência religiosa dentro das prisões. A presença de católicos é bem reduzida nas prisões (51.93%), se comparada a sua presença na população (73.89%), enquanto a dos pentecostais (10,28%) é praticamente a mesma (11%). Marcelo Neri, um dos coordenadores do estudo (2006), aponta para diferenças na composição religiosa entre estados. No Estado do Rio de Janeiro a população evangélica é bastante super-representada e em São Paulo predomina mais o Catolicismo e outras crenças alternativas.



Sempre gostei de ler os temas propostos neste fórum, embora nunca participasse. Aprendi muito e espero aprender mais ainda, já que esse assunto sobre religiões, ateus, agnósticos, céticos, sempre me interessou. Não me defino como religioso e nem como ateu. Meu norte parece ainda um pouco distante.

Ok, vamos lá. Como já acompanho esse site ha muito tempo, posso dizer que as vezes fico com muitas dúvidas e fico torcendo para que alguém toque nas questões que me incomodam. Mas nem sempre isso acontece.

Esse forum é muit bom. O sistema de pesquisa funciona bem. É só ter as palavras chaves do assunto e sempre (ou quase sempre) encontramos temas antigos, mas que podem ser trazidos a tona para melhor comparar uma proposta.


Li, do sr. Azathoth, um tema legal e que dizia :

Ateus podem possuir os espíritos mais evoluídos do planeta
https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=9172


"Como ninguém tentou refutar isso no outro tópico de moralidade:

Os melhores indicadores sociais do mundo encontram-se em democracias européias das mais secularizadas.

Nos EUA a quantidade de ateus presidiários é proporcionalmente muito menor do que a quantidade de ateus livres na sociedade enquanto que para as religiões tradicionais, as proporções dentro e fora das prisões são parecidas."




Ora, mas isso é contrário ao que está posto no Jornal Nacional. Ou seja, pelo menos aqui no Brasil, o percentual de ateus cumprindo pena é muito maiuor do que o % de ateus existentes no País.

Então que o Azathoth disse só funciona nos EUA, mas não funciona aqui no Brasil. Dentro do % de presos, existem muito mais ateus do que se imagina. Vejam, estou me referindo a percentuais!

Posso estar errado. Se houver algum argumento que prove o contrário, ficaria até aliviado.




Hã...tipo assim, fio...
Sem Religião não é só quem é ateu. São ateus, agnósticos, panteístas, deístas, teístas que seguem 1 "deus pessoal", cristãos que não tem denominação e só seguem a sua visão particular da bíblia, enfim, tem 1 bom percentual de crente nesse nº.

Re.: ECONOMIA DAS RELIGIÕES NO BRASIL - Retrato Recente

Enviado: 05 Mai 2007, 17:41
por Sorrelfa
só nisso da para ver o quão séria e objetiva é esse retrato das religiões... :emoticon5:

Re: ECONOMIA DAS RELIGIÕES NO BRASIL - Retrato Recente

Enviado: 06 Mai 2007, 08:28
por Flavio Checker
DIG escreveu:
Flavio Checker escreveu:
Benetton escreveu:
4. Prisões

Outra proxy de violência tratada em outras pesquisas do CPS ( Centro de Políticas Sociais ) é a proporção de pessoas de diferentes credos vivendo em presídios, captada a partir do Censo 2000. Nos presídios brasileiros a presença dos sem religião é 16,19% mais do dobro daquela de 7,35% encontrada para o conjunto da população brasileira. A presença de crenças religiosas alternativas é também substantiva nos presídios 18,3% contra 2,35% de sua participação no conjunto da população. Um dos problemas desta estatística gerada a partir do Censo é que não captamos o processo de convergência religiosa dentro das prisões. A presença de católicos é bem reduzida nas prisões (51.93%), se comparada a sua presença na população (73.89%), enquanto a dos pentecostais (10,28%) é praticamente a mesma (11%). Marcelo Neri, um dos coordenadores do estudo (2006), aponta para diferenças na composição religiosa entre estados. No Estado do Rio de Janeiro a população evangélica é bastante super-representada e em São Paulo predomina mais o Catolicismo e outras crenças alternativas.



Sempre gostei de ler os temas propostos neste fórum, embora nunca participasse. Aprendi muito e espero aprender mais ainda, já que esse assunto sobre religiões, ateus, agnósticos, céticos, sempre me interessou. Não me defino como religioso e nem como ateu. Meu norte parece ainda um pouco distante.

Ok, vamos lá. Como já acompanho esse site ha muito tempo, posso dizer que as vezes fico com muitas dúvidas e fico torcendo para que alguém toque nas questões que me incomodam. Mas nem sempre isso acontece.

Esse forum é muit bom. O sistema de pesquisa funciona bem. É só ter as palavras chaves do assunto e sempre (ou quase sempre) encontramos temas antigos, mas que podem ser trazidos a tona para melhor comparar uma proposta.


Li, do sr. Azathoth, um tema legal e que dizia :

Ateus podem possuir os espíritos mais evoluídos do planeta
https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=9172


"Como ninguém tentou refutar isso no outro tópico de moralidade:

Os melhores indicadores sociais do mundo encontram-se em democracias européias das mais secularizadas.

Nos EUA a quantidade de ateus presidiários é proporcionalmente muito menor do que a quantidade de ateus livres na sociedade enquanto que para as religiões tradicionais, as proporções dentro e fora das prisões são parecidas."




Ora, mas isso é contrário ao que está posto no Jornal Nacional. Ou seja, pelo menos aqui no Brasil, o percentual de ateus cumprindo pena é muito maiuor do que o % de ateus existentes no País.

Então que o Azathoth disse só funciona nos EUA, mas não funciona aqui no Brasil. Dentro do % de presos, existem muito mais ateus do que se imagina. Vejam, estou me referindo a percentuais!

Posso estar errado. Se houver algum argumento que prove o contrário, ficaria até aliviado.




Hã...tipo assim, fio...
Sem Religião não é só quem é ateu. São ateus, agnósticos, panteístas, deístas, teístas que seguem 1 "deus pessoal", cristãos que não tem denominação e só seguem a sua visão particular da bíblia, enfim, tem 1 bom percentual de crente nesse nº.


Que os “sem religião” compunham várias classes, isso sempre esteve claro. Não estava referindo sobre isso. O que eu estava querendo detalhar era a proporção de ateus e presidiários. Parece que no link do Junior Siqueira havia uma pesquisa de que os ateus representavam mais ou menos 1% da população do Brasil. Muito bem. Se o CPS ( Centro de Políticas Sociais ) constatou que 16,19% da massa carcerária eram de sem religião ( mais do dobro daquela encontrada na sociedade = de 7,35% ) é bem provável que a proporção de ateus siga de perto essa tendência.

Arredondando os números : Se 1 em cada 100 pessoas do Brasil é ateu, e 7 são sem religião, isso quer dizer que dos 7 sem religião, 14,2% são ateus. E se de 100 presos, 16,19 são sem religião, logo o percentual de ateus aprisionados são de 2,2%.

Ou seja, de cada 100 pessoas presas 2,2 indivíduos são ateus. É pouco? Claro que é. Mas se lembrarmos que de cada 100 pessoas livres da sociedade 1 é ateu e de 100 pessoas presas, 2,2 são ateus, a proporção é muito alta.


Resumindo, é muito diferente da católica, por exemplo ( 73,89% da população é católica e 51,93% da massa carcerária tb são católicos ). A proporção é : de cada 1 católico livre, temos menos de 1 católico preso. A evangélica segue uma tendência bem proporcional : para cada 1 evangélico livre temos 1 evangélico preso, mas para cada 1 ateu livre, temos 2,2 ateus presos. É mais do que o dobro!

Enviado: 06 Mai 2007, 10:54
por salgueiro


Seja bem-vindo ao RV, Flavio.

Só uma correção, é Julio Siqueira, o criador do Criticando Kardec, que vez por outra participa do RV


Bjs


Re: ECONOMIA DAS RELIGIÕES NO BRASIL - Retrato Recente

Enviado: 06 Mai 2007, 11:17
por Fernando Silva
Flavio Checker escreveu:Se o CPS ( Centro de Políticas Sociais ) constatou que 16,19% da massa carcerária eram de sem religião ( mais do dobro daquela encontrada na sociedade = de 7,35% ) é bem provável que a proporção de ateus siga de perto essa tendência.

Esta é uma afirmação que teria que ser provada, caso contrário não passa de um chute.
Além disto, que tipo de ateu seriam esses presidiários:
Os que podem defender seu ponto de vista com argumentos lógicos ou os que não têm nada na cabeça?

Chute por chute, eu chutaria que o mais provável é que a maioria seja de gente pobre e ignorante, que nunca recebeu uma educação formal, que cresceu sem uma família estruturada que lhe desse uma noção mínima de moral e ética.

Enviado: 06 Mai 2007, 11:40
por DIG
Como dizem, a interpretação é a parte + sensível das pesquisas :emoticon14:

Enviado: 06 Mai 2007, 20:07
por Flavio Checker
salgueiro escreveu:

Seja bem-vindo ao RV, Flavio.

Só uma correção, é Julio Siqueira, o criador do Criticando Kardec, que vez por outra participa do RV


Bjs



Obrigado pelas boas-vindas, Salgueiro.

No início, só copiava as declarações dele, e não prestava muita atenção no nome, que é Julio Siqueira. Ok.

Beijos

Re: ECONOMIA DAS RELIGIÕES NO BRASIL - Retrato Recente

Enviado: 07 Mai 2007, 11:18
por Benetton


Fernando Silva escreveu:
Flavio Checker escreveu:Se o CPS ( Centro de Políticas Sociais ) constatou que 16,19% da massa carcerária eram de sem religião ( mais do dobro daquela encontrada na sociedade = de 7,35% ) é bem provável que a proporção de ateus siga de perto essa tendência.

Esta é uma afirmação que teria que ser provada, caso contrário não passa de um chute.
Além disto, que tipo de ateu seriam esses presidiários:
Os que podem defender seu ponto de vista com argumentos lógicos ou os que não têm nada na cabeça?

Chute por chute, eu chutaria que o mais provável é que a maioria seja de gente pobre e ignorante, que nunca recebeu uma educação formal, que cresceu sem uma família estruturada que lhe desse uma noção mínima de moral e ética.


Bom, o CPS - Centro de Políticas Sociais é um órgão interno de pesquisas da Fundação Getúlio Vargas, uma das Instituições mais respeitadas na área de produção e disseminação de indicadores econômicos, grandemente demandados pelos mercados, pelo público e por órgãos governamentais.

Se esses dados que indicam que 16,19% da massa carcerária eram dos "Sem Religião", o que significa mais do dobro daquela encontrada na sociedade, que é de 7,35%, não há o que se discutir, em face da origem desses números que vieram de um órgão vinculado à FGV.

Os dados, segundo o Flávio, o qual buscou no site do Júlio Siqueira, revelam 1% de ateus no Brasil. Daí seguem os cálculos :

- Se 1 em cada 100 pessoas do Brasil é ateu, e 7 são sem religião, isso quer dizer que dos 7 sem religião, 14,2% são ateus.

- E se de 100 presos, 16,19 são sem religião, logo o percentual de ateus aprisionados são de 2,2%.

- De cada 100 pessoas presas 2,2 indivíduos são ateus. Assim vista, a proporção é baixa.

- De cada 100 pessoas livres da sociedade 1 é ateu e de 100 pessoas presas, 2,2 são ateus. Nesta comparação, a proporção é alta.


- Católica : 73,89% da população é católica e 51,93% da massa carcerária tb são católicos. A proporção é : de cada 1 católico livre, temos menos de 1 católico preso.

- Evangélica : para cada 1 evangélico livre temos 1 evangélico preso.

Para cada 1 ateu livre, temos 2,2 ateus presos. É mais do que o dobro!



Fernando Silva escreveu:Esta é uma afirmação que teria que ser provada, caso contrário não passa de um chute.
Além disto, que tipo de ateu seriam esses presidiários:
Os que podem defender seu ponto de vista com argumentos lógicos ou os que não têm nada na cabeça?

Os cálculos posteriores às informações do órgão ( CPS ) pertencentes à Fundação Getúlio Vargas são coerentes. Portanto não há chute nenhum. Pelo visto, o que há é inconformismo com a realidade.

E se o tipo de ateu preso é daquele que pode defender seu ponto de vista com argumentos lógicos ou aquele que não tem nada na cabeça, esse argumento poderia valer também para qualquer um, inclusive para os religiosos ou sem religião ( excluídos, aí, os ateus ).




Fernando Silva escreveu:Chute por chute, eu chutaria que o mais provável é que a maioria seja de gente pobre e ignorante, que nunca recebeu uma educação formal, que cresceu sem uma família estruturada que lhe desse uma noção mínima de moral e ética.

Sim, só que não houve chute, como visto acima, e o que vale para um vale para todos, ou não? Todos os encarcerados ( com ou sem religião ), hipoteticamente, poderiam nunca terem recebido uma educação formal, que cresceu sem uma família estruturada que lhe desse uma noção mínima de moral e ética.



Enviado: 07 Mai 2007, 23:00
por Flavio Checker
Mudando de assunto, só não entendo porque os Espíritas tem uma das melhores condições de moradia (2,77 vezes maior que os sem religião). Eles têm a segunda maior renda familiar ( R$ 4220 ), só perdem para os orientais.

O crescimento da renda dos Espíritas também impressiona : 156%. É o primeiro disparado.

Isso sem contar que os Espíritas também tem maior anos de estudos. Será que as pessoas com melhores condições de vida acabam por se interessar por filosofias/doutrinas espiritualistas, menos hermeticas e independentes do chicote das igrejas? Qual seria o segredos deles ? Eles são espíritas porque têm melhores condições devida? Ou têm melhores condições de vida porque são Espíritas?

Enviado: 08 Mai 2007, 05:34
por NadaSei
Flavio Checker escreveu:Mudando de assunto, só não entendo porque os Espíritas tem uma das melhores condições de moradia (2,77 vezes maior que os sem religião). Eles têm a segunda maior renda familiar ( R$ 4220 ), só perdem para os orientais.

O crescimento da renda dos Espíritas também impressiona : 156%. É o primeiro disparado.

Isso sem contar que os Espíritas também tem maior anos de estudos. Será que as pessoas com melhores condições de vida acabam por se interessar por filosofias/doutrinas espiritualistas, menos hermeticas e independentes do chicote das igrejas? Qual seria o segredos deles ? Eles são espíritas porque têm melhores condições devida? Ou têm melhores condições de vida porque são Espíritas?

[Ateu militante]
Eles devem fazer algum "trabalho" pra atrair grana...
Eles começam como macumbeiros, fazem uns trabalhos e ganham grana, dai passam pro espiritismo, que é macumba de rico.[/Ateu militante]

Re: ECONOMIA DAS RELIGIÕES NO BRASIL - Retrato Recente

Enviado: 08 Mai 2007, 05:39
por NadaSei
Benetton escreveu:- Se 1 em cada 100 pessoas do Brasil é ateu, e 7 são sem religião, isso quer dizer que dos 7 sem religião, 14,2% são ateus.

- E se de 100 presos, 16,19 são sem religião, logo o percentual de ateus aprisionados são de 2,2%.

O que torna o seu "calculo" achismo é isso aqui.
Você não sabe se o número de ateus dentre esses 16,19% de presos sem religião, segue o mesmo percentual anterior onde temos os 14,2% de ateus entre os 7 de cada 100, sem religião.

Talvez o número de ateus presos seja inferior a 0,3%, enquanto o número dos sem religião não-ateus aumente entre os presos.

Pra saber ao certo, temos que ter o número de ateus dentro e fora das prisões, querer calcular com base no número dos sem religião não funciona. Você está "supondo" um dado e calculando com base nessa suposição.

Enviado: 08 Mai 2007, 07:28
por Fernando Silva
Flavio Checker escreveu:Qual seria o segredos deles ? Eles são espíritas porque têm melhores condições devida? Ou têm melhores condições de vida porque são Espíritas?

Ou seria uma forma de diminuir seu sentimento de culpa, fazendo caridade, por terem uma condição melhor em relação à quase totalidade dos brasileiros?
Meu patrão, por exemplo, é espírita e colabora ativamente com um centro. Ajuda com dinheiro, com participação direta nos cultos, com equipamentos para o prédio etc.
Acho ótimo, já que ele está fazendo o que o governo não faz, ajudando centenas de famílias pobres e dando apoio emocional a pessoas desesperadas, mas também me pergunto porque os mais ricos tendem a se tornarem espíritas.

Re: ECONOMIA DAS RELIGIÕES NO BRASIL - Retrato Recente

Enviado: 08 Mai 2007, 07:38
por Fernando Silva
Benetton escreveu:E se o tipo de ateu preso é daquele que pode defender seu ponto de vista com argumentos lógicos ou aquele que não tem nada na cabeça, esse argumento poderia valer também para qualquer um, inclusive para os religiosos ou sem religião ( excluídos, aí, os ateus ).

Minha pergunta continua de pé: de que tipo são os ateus nas prisões:
Ateus que sabem por que são ateus ou ateus porque nasceram ateus e continuam até hoje com a cabeça vazia?

Se os ateus presos são os do primeiro tipo, isto pode ser usado como argumento contra o ateísmo. Reforça a falácia sobre a falta de crença em deuses levar à imoralidade.

Se são do segundo tipo, não significa nada. Apenas confirma que pessoas que não tiveram uma educação adequada têm maior chance de cometerem crimes.

Re: ECONOMIA DAS RELIGIÕES NO BRASIL - Retrato Recente

Enviado: 08 Mai 2007, 09:57
por Benetton


NadaSei escreveu:
Benetton escreveu:- Se 1 em cada 100 pessoas do Brasil é ateu, e 7 são sem religião, isso quer dizer que dos 7 sem religião, 14,2% são ateus.

- E se de 100 presos, 16,19 são sem religião, logo o percentual de ateus aprisionados são de 2,2%.

O que torna o seu "calculo" achismo é isso aqui.
Você não sabe se o número de ateus dentre esses 16,19% de presos sem religião, segue o mesmo percentual anterior onde temos os 14,2% de ateus entre os 7 de cada 100, sem religião.

Talvez o número de ateus presos seja inferior a 0,3%, enquanto o número dos sem religião não-ateus aumente entre os presos.

Pra saber ao certo, temos que ter o número de ateus dentro e fora das prisões, querer calcular com base no número dos sem religião não funciona. Você está "supondo" um dado e calculando com base nessa suposição.


Assim como "talvez" o número de ateus presos seja inferior a 0,3%, "talvez" também, ele seja superior a 4%, enquanto o número dos sem religião não-ateus diminua entre os presos.

E já que não se pode afirmar com precisão a tendência dos números, o razoável é seguir uma distribuição normal da participação de cada segmento dentro dos não-religiosos, ou seja, é racional argumentar que 14,2% dos "sem-religião" são ateus ( ver pesquisa nos sites abaixo indicados e que revelam a margem próxima de 1% de ateístas em distribuição média pelo mundo ). E por que essa proporção mudaria se fosse estratificada ?

Sem dúvidas que o correto é levantar uma amostragem significativa de presos e verificar se essa taxa se mantém. Mas como isso não foi feito, o razoável é imaginar que a razão ( 14,2% ) é estável ou pouco se altera, a despeito de estratificá-la.

E o número de ateus fora das prisões não é uma suposição, é uma realidade. A revista Veja declarava, baseada em pesquisa encomendada à Vox Populi, que havia no Brasil um por cento (1%) de ateus. O site http://www.adherents.com/Religions_By_Adherents.html também fornece números entre 0 e 1% de ateus no mundo :

"Different type of data collection methodologies using different types of questions showed a consistent pattern: In most countries only a tiny number of people (zero to a fraction of 1 percent) will answer "atheism" or "atheist" when asked an open-ended question about what their religious preference."


Portanto, a base não é uma suposição e sim uma realidade. E a extrapolação, ou o processo com que se infere o comportamento de uma função fora de um intervalo, mediante o seu comportamento dentro desse intervalo, é um princípio das c. exatas, e não um simples chute.



Re: ECONOMIA DAS RELIGIÕES NO BRASIL - Retrato Recente

Enviado: 08 Mai 2007, 13:31
por Benetton


Fernando Silva escreveu:
Benetton escreveu:E se o tipo de ateu preso é daquele que pode defender seu ponto de vista com argumentos lógicos ou aquele que não tem nada na cabeça, esse argumento poderia valer também para qualquer um, inclusive para os religiosos ou sem religião ( excluídos, aí, os ateus ).

Minha pergunta continua de pé: de que tipo são os ateus nas prisões:
Ateus que sabem por que são ateus ou ateus porque nasceram ateus e continuam até hoje com a cabeça vazia?

Se os ateus presos são os do primeiro tipo, isto pode ser usado como argumento contra o ateísmo. Reforça a falácia sobre a falta de crença em deuses levar à imoralidade.

Se são do segundo tipo, não significa nada. Apenas confirma que pessoas que não tiveram uma educação adequada têm maior chance de cometerem crimes.

Um levantamento desse tipo, feito pelo CPS - Centro de Políticas Sociais, o qual, dentre outros, aferiu o percentual dos "Sem-Religião" nas prisões, já é de razoável importância para compor parte da Pesquisa "Economia das Religiões no Brasil". Saber que tipo de ateu ou religioso que faz parte da massa carcerária, já foge ao escopo do trabalho de uma Instituição pertencente à FGV. O que a pesquisa quis ressaltar é a proporção genérica de ateus/religiosos livres com ateus/religiosos presos. O que leva cada um seguir o caminho escolhido, até poderia integrar o corpo dos estudos, enriquecendo os dados do levantamento, admito.


Enviado: 08 Mai 2007, 23:17
por Flavio Checker
NadaSei escreveu:
Flavio Checker escreveu:Mudando de assunto, só não entendo porque os Espíritas tem uma das melhores condições de moradia (2,77 vezes maior que os sem religião). Eles têm a segunda maior renda familiar ( R$ 4220 ), só perdem para os orientais.

O crescimento da renda dos Espíritas também impressiona : 156%. É o primeiro disparado.

Isso sem contar que os Espíritas também tem maior anos de estudos. Será que as pessoas com melhores condições de vida acabam por se interessar por filosofias/doutrinas espiritualistas, menos hermeticas e independentes do chicote das igrejas? Qual seria o segredos deles ? Eles são espíritas porque têm melhores condições devida? Ou têm melhores condições de vida porque são Espíritas?

[Ateu militante]
Eles devem fazer algum "trabalho" pra atrair grana...
Eles começam como macumbeiros, fazem uns trabalhos e ganham grana, dai passam pro espiritismo, que é macumba de rico.[/Ateu militante]


[crente da IURD on]

Esses Espíritas tem parte com o demônio. Eles só tem boa vida porque o tinhoso dá tudo para eles. Mas Jisuis vai nos salvar e mandar esses ispiritas pro quinto dos infernos. Eh, eh, eh. Bem feito, bem feito.

[crente da IURD off]

Re.: ECONOMIA DAS RELIGIÕES NO BRASIL - Retrato Recente

Enviado: 09 Mai 2007, 01:06
por Ateu Tímido
Analisando estritamente pelo lado econômico, considerando o poder aquisitivo dos espíritas e a camisa de força que a ortodoxia doutrinária representa, acho que valeria a pena criar uma seita ligeiramente ascencionada, bem "leve", bem "aberta", onde tanto se poderia entender que o fiel vai papear em Saturno com o Chixa amanhã, pegando carona na nave de Ashtar Sheran, quanto pensar que tudo isso são apenas "símbolos" que representam os valores positivos e a disciplina da "religião única da humanidade".
Sem, é claro, deixar de cobrar uma módica contribuição, pois espalhara a iluminação também custa tempo e dinheiro.
:emoticon13: :emoticon131:

Re: Re.: ECONOMIA DAS RELIGIÕES NO BRASIL - Retrato Recente

Enviado: 09 Mai 2007, 01:13
por Apocaliptica
Ateu Tímido escreveu:Analisando estritamente pelo lado econômico, considerando o poder aquisitivo dos espíritas e a camisa de força que a ortodoxia doutrinária representa, acho que valeria a pena criar uma seita ligeiramente ascencionada, bem "leve", bem "aberta", onde tanto se poderia entender que o fiel vai papear em Saturno com o Chixa amanhã, pegando carona na nave de Ashtar Sheran, quanto pensar que tudo isso são apenas "símbolos" que representam os valores positivos e a disciplina da "religião única da humanidade".
Sem, é claro, deixar de cobrar uma módica contribuição, pois espalhara a iluminação também custa tempo e dinheiro.
:emoticon13: :emoticon131:


Pode ser necessário muita fibra ótica ( o que não sai nada em conta ...), visto que o Fluido Universal pode representar um meio resistente a esta baixa amperagem.

Re: Re.: ECONOMIA DAS RELIGIÕES NO BRASIL - Retrato Recente

Enviado: 09 Mai 2007, 15:26
por Benetton


Ateu Tímido escreveu:Analisando estritamente pelo lado econômico, considerando o poder aquisitivo dos espíritas e a camisa de força que a ortodoxia doutrinária representa, acho que valeria a pena criar uma seita ligeiramente ascencionada, bem "leve", bem "aberta", onde tanto se poderia entender que o fiel vai papear em Saturno com o Chixa amanhã, pegando carona na nave de Ashtar Sheran, quanto pensar que tudo isso são apenas "símbolos" que representam os valores positivos e a disciplina da "religião única da humanidade".
Sem, é claro, deixar de cobrar uma módica contribuição, pois espalhara a iluminação também custa tempo e dinheiro.
:emoticon13: :emoticon131:

Camisa de força pode existir na mente de quem se deixa fanatizar ou daqueles que enxergam a doutrina de fora. Uma das premissas da D.E é questionar tudo, até que se chegue à compreensão. Até hoje busco respostas para certos fatos que, na minha compreensão, ainda carecem de lógica. Mas nem por isso coloco tudo em dúvida. Aceitar tudo, sem questionar nada, é caraterística inerente de fiéis que vivem sob o desmando das igrejas.


Re: Re.: ECONOMIA DAS RELIGIÕES NO BRASIL - Retrato Recente

Enviado: 09 Mai 2007, 16:01
por Ateu Tímido
Benetton escreveu:
Ateu Tímido escreveu:Analisando estritamente pelo lado econômico, considerando o poder aquisitivo dos espíritas e a camisa de força que a ortodoxia doutrinária representa, acho que valeria a pena criar uma seita ligeiramente ascencionada, bem "leve", bem "aberta", onde tanto se poderia entender que o fiel vai papear em Saturno com o Chixa amanhã, pegando carona na nave de Ashtar Sheran, quanto pensar que tudo isso são apenas "símbolos" que representam os valores positivos e a disciplina da "religião única da humanidade".
Sem, é claro, deixar de cobrar uma módica contribuição, pois espalhara a iluminação também custa tempo e dinheiro.
:emoticon13: :emoticon131:

Camisa de força pode existir na mente de quem se deixa fanatizar ou daqueles que enxergam a doutrina por fora. Uma das premissas da D.E é questionar tudo, até que se chegue à compreensão. Até hoje busco respostas para certos fatos que, na minha compreensão, ainda carecem de lógica. Mas nem por isso coloco tudo em dúvida. Aceitar tudo, sem questionar nada, é caraterística inerente de fiéis que vivem sob o desmando das igrejas.



Se a "camisa" serviu, chama o enfermeiro do RCA para amarrar... :emoticon12: :emoticon12: