Sogra mata nora e é absolvida por júri evangélico
Enviado: 10 Mai 2007, 12:19
"O Globo" - 09/05/07
Sogra que matou nora absolvida
RIO - Solange Viana, de 52 anos, deixou nesta quarta-feira a penitenciária Nelson Hungria, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste da cidade. Na última segunda-feira, ela foi absolvida da acusação de mandar assassinar a nora, a professora Lia Gomes , em Queimados, na Baixada Fluminense, no dia 1º de agosto do ano passado. Solange foi recebida na entrada do complexo penitenciário por seu advogado, Natã Rozeira, e seguiu para Santa Cruz pela Avenida Brasil.
Depois de 12 horas de julgamento, o Tribunal do Júri de Queimados absolveu Solange por quatro votos a três. Na semana passada, o mesmo tribunal condenou a cinco anos de prisão Alessandra Campello Freire de Oliveira, de 24 anos, acusada de participar do crime.
O resultado que absolveu Solange deixou os parentes da vítima indignados. No fim do julgamento, eles fizeram um protesto na porta do Fórum. A Polícia Militar foi chamada para evitar um tumulto maior. Ninguém foi preso. O promotor Frederico Bonfatti adiantou que vai recorrer da sentença.
Família da vítima diz que advogado tentou influenciar jurados evangélicos
A família de Lia diz que a defesa de Solange se baseou na religião dos jurados.
- Dos sete jurados, tenho certeza de que pelo menos cinco deles são evangélicos - disse o inspetor Joel Nobre, chefe do Núcleo de Homicídios da 64 DP (Vilar dos Teles), que esteve à frente da investigação que levou Solange e mais três pessoas à cadeia.
Segundo o advogado assistente da promotoria, Jorge Luiz Souza, várias vezes o advogado de defesa usou a palavra “evangélico”, para sensibilizar o júri.
- Ele disse que Jesus foi o primeiro criminalista e ainda fez uso de citações bíblicas, como “O salário do pecado é a morte”. Isso sem falar que, nas palavras dele, minha sobrinha seria uma destruidora de lares. É claro que tudo isso tem muito impacto sobre a decisão tomada por um grupo formado principalmente por evangélicos - disse a tia de Lia, Ruth de Figueiredo, de 53 anos.
O advogado Natã não foi encontrado para falar sobre o caso. Já o juiz Marco José Mattos Couto, da 1ª Vara Criminal de Queimados, classificou como “esdrúxula” a decisão dos jurados que, na noite de segunda-feira, votaram a favor da libertação de Solange.
— Eu e todos que estávamos aqui na sala do Tribunal do Júri ficamos supresos. Ninguém poderia prever que a maioria do júri fosse tomar aquela decisão — disse o juiz - Quando o resultado saiu, um dos jurados que votaram a favor da condenação começou a chorar, tamanha foi a surpresa.
— A decisão dos jurados foi contrária aos autos. Tenho certeza de que o Tribunal de Justiça acolherá meu pedido e marcará novo julgamento — disse, confiante, o promotor.
Nas investigações da 64ª DP (Vilar dos Teles), Solange foi apontada como mandante do assassinato de Lia. Segundo o chefe do Núcleo de Homicídios da delegacia, o inspetor Joel Nobre, Solange ordenou o assassinato da professora depois de saber que ela e seu filho tentavam reatar o casamento que mantiveram por três anos.
Sogra que matou nora absolvida
RIO - Solange Viana, de 52 anos, deixou nesta quarta-feira a penitenciária Nelson Hungria, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste da cidade. Na última segunda-feira, ela foi absolvida da acusação de mandar assassinar a nora, a professora Lia Gomes , em Queimados, na Baixada Fluminense, no dia 1º de agosto do ano passado. Solange foi recebida na entrada do complexo penitenciário por seu advogado, Natã Rozeira, e seguiu para Santa Cruz pela Avenida Brasil.
Depois de 12 horas de julgamento, o Tribunal do Júri de Queimados absolveu Solange por quatro votos a três. Na semana passada, o mesmo tribunal condenou a cinco anos de prisão Alessandra Campello Freire de Oliveira, de 24 anos, acusada de participar do crime.
O resultado que absolveu Solange deixou os parentes da vítima indignados. No fim do julgamento, eles fizeram um protesto na porta do Fórum. A Polícia Militar foi chamada para evitar um tumulto maior. Ninguém foi preso. O promotor Frederico Bonfatti adiantou que vai recorrer da sentença.
Família da vítima diz que advogado tentou influenciar jurados evangélicos
A família de Lia diz que a defesa de Solange se baseou na religião dos jurados.
- Dos sete jurados, tenho certeza de que pelo menos cinco deles são evangélicos - disse o inspetor Joel Nobre, chefe do Núcleo de Homicídios da 64 DP (Vilar dos Teles), que esteve à frente da investigação que levou Solange e mais três pessoas à cadeia.
Segundo o advogado assistente da promotoria, Jorge Luiz Souza, várias vezes o advogado de defesa usou a palavra “evangélico”, para sensibilizar o júri.
- Ele disse que Jesus foi o primeiro criminalista e ainda fez uso de citações bíblicas, como “O salário do pecado é a morte”. Isso sem falar que, nas palavras dele, minha sobrinha seria uma destruidora de lares. É claro que tudo isso tem muito impacto sobre a decisão tomada por um grupo formado principalmente por evangélicos - disse a tia de Lia, Ruth de Figueiredo, de 53 anos.
O advogado Natã não foi encontrado para falar sobre o caso. Já o juiz Marco José Mattos Couto, da 1ª Vara Criminal de Queimados, classificou como “esdrúxula” a decisão dos jurados que, na noite de segunda-feira, votaram a favor da libertação de Solange.
— Eu e todos que estávamos aqui na sala do Tribunal do Júri ficamos supresos. Ninguém poderia prever que a maioria do júri fosse tomar aquela decisão — disse o juiz - Quando o resultado saiu, um dos jurados que votaram a favor da condenação começou a chorar, tamanha foi a surpresa.
— A decisão dos jurados foi contrária aos autos. Tenho certeza de que o Tribunal de Justiça acolherá meu pedido e marcará novo julgamento — disse, confiante, o promotor.
Nas investigações da 64ª DP (Vilar dos Teles), Solange foi apontada como mandante do assassinato de Lia. Segundo o chefe do Núcleo de Homicídios da delegacia, o inspetor Joel Nobre, Solange ordenou o assassinato da professora depois de saber que ela e seu filho tentavam reatar o casamento que mantiveram por três anos.