Os deuses estão perdendo
- Jeanioz
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Os deuses estão perdendo
Aqui vai o link de um artigo muito interessante que saiu na Edge.org (inglês). É meio longo, mas nele os autores demonstram que, ao contrário do que muita gente pensa, o mundo está ficando cada vez menos religioso. Eles também procuram correlacionar a ausência de religião com as condições socio-econômicas de um país, argumentando que as sociais-democracias da Europa parecem criar um ambiente que estimular a descrença.
http://www.edge.org/3rd_culture/paul07/ ... index.html
http://www.edge.org/3rd_culture/paul07/ ... index.html
"Uma sociedade sem religião é como um navio sem bússola."
Napoleão Bonaparte
"Religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas."
Napoleão Bonaparte
Napoleão Bonaparte
"Religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas."
Napoleão Bonaparte
Re.: Os deuses estão perdendo
quanto mais desenvolvida uma sociedade ou país é, menor seu grau de crer em religiões....
Vide o nível problemático de influência da religião em sociedades atrazadas e a mínima influência nas desenvolvidas.....
O conhecimento bloqueia os medos e mitos da religião, e ela perde espaço quando a ciência e conhecimento entram em cena.. (é claro, tem os charlatões de plantão que não querem trabalhar e ficam modificando os mitos e mentiras das religioes...)..
Vide o nível problemático de influência da religião em sociedades atrazadas e a mínima influência nas desenvolvidas.....
O conhecimento bloqueia os medos e mitos da religião, e ela perde espaço quando a ciência e conhecimento entram em cena.. (é claro, tem os charlatões de plantão que não querem trabalhar e ficam modificando os mitos e mentiras das religioes...)..
Por mais que desejamos, por mais que anseiamos que Deus exista....
Nenhuma Divindade ou Deus virá a existir para atender nossos anseios...
Citação da Bíblia Sagrada- Anotado por mim na contra-capa de Caneta Bic Preta
- Fernando Silva
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Re.: Os deuses estão perdendo
"O Globo" 12/05/07
Fé ou afeto?
Zuenir Ventura
A questão ficou mais evidente agora, com a visita de Bento XVI. Como explicar a contradição que leva tantos católicos a discordarem dos dogmas e preceitos morais da Igreja, mas continuam se dizendo fiéis, mesmo que em estado de desobediência? O sociólogo paulista Reginaldo Prandi chama a isso de “catolicismo à brasileira”, em que os seus seguidores transgridem várias determinações do Vaticano sem se sentirem cometendo pecado: tomam a pílula anticoncepcional, não praticam a castidade no namoro e noivado, casam-se mais de uma vez, usam camisinha, e alguns até aborto fazem.
“A mensagem religiosa oficial entra por um ouvido e sai pelo outro”, afirma Prandi.
No caso dos jovens e de seu comportamento, as diferenças de mentalidade parecem inconciliáveis, como demonstrou a polêmica criada por Dom Dimas Lara Barbosa, secretário-geral da CNBB, ao condenar a prática do “ficar”, tão comum entre os adolescentes. Ele pecou, digamos, por desconhecimento e exagero. Comparar as meninas do “ficar” com as garotas de programa revela uma absoluta falta de intimidade com as duas, o que seria de esperar. O que não se esperava era o tom ofensivo do ataque.
“Meu Deus!”, espantou-se a professora Maria Isabel Mendes de Almeida. “Se ele conhecesse os dois mundos não faria essa analogia”, disse, ressaltando a distinção entre um divertimento inocente que não leva necessariamente ao ato sexual e uma atimero vidade em que a mulher entrega o corpo por dinheiro. Sobrinha de um ilustre ex-presidente da CNBB, Dom Luciano Mendes de Almeida, ela pesquisou e analisou o fenômeno “ficar” à luz da sociologia.
Durante dois anos freqüentou bares e boates, foi a raves, entrevistou moças e rapazes, e assim define o verbo da moda: “Ficar é beijar em série, beijar muito.” Mas não como antigamente.
“Não é o beijo sobre o qual guardamos na memória o registro de uma primeira vez, uma noite sem dormir.” Esse beijo, segundo Maria Isabel, não tem conseqüência, é uma descarga efêmera de emoção. “É princípio e fim.
É um experimento performático, lúdico, uma brincadeira que tem o seu tempo.” De qualquer maneira, as divergências não impediram que 40 mil jovens, alegres e entusiasmados, se reunissem no Pacaembu para ver e ouvir Bento XVI. Uma menina ali presente, que se declarou católica praticante, desfez um pouco o mistério numa entrevista. Disse que não concordava com as diretrizes do Papa e da Igreja sobre o uso de camisinha, mas se recusou a criticá-los por isso. “É a realidade deles, não é a nossa”, argumentou, compreensiva, como provavelmente faria com seus próprios pais, que não deixariam de ser queridos por estarem meio ultrapassados. Sua discordância não exclui o respeito e o amor. Uma hipótese é que a religiosidade dela e de sua tribo talvez passe mais pelo afeto do que pela fé.
Fé ou afeto?
Zuenir Ventura
A questão ficou mais evidente agora, com a visita de Bento XVI. Como explicar a contradição que leva tantos católicos a discordarem dos dogmas e preceitos morais da Igreja, mas continuam se dizendo fiéis, mesmo que em estado de desobediência? O sociólogo paulista Reginaldo Prandi chama a isso de “catolicismo à brasileira”, em que os seus seguidores transgridem várias determinações do Vaticano sem se sentirem cometendo pecado: tomam a pílula anticoncepcional, não praticam a castidade no namoro e noivado, casam-se mais de uma vez, usam camisinha, e alguns até aborto fazem.
“A mensagem religiosa oficial entra por um ouvido e sai pelo outro”, afirma Prandi.
No caso dos jovens e de seu comportamento, as diferenças de mentalidade parecem inconciliáveis, como demonstrou a polêmica criada por Dom Dimas Lara Barbosa, secretário-geral da CNBB, ao condenar a prática do “ficar”, tão comum entre os adolescentes. Ele pecou, digamos, por desconhecimento e exagero. Comparar as meninas do “ficar” com as garotas de programa revela uma absoluta falta de intimidade com as duas, o que seria de esperar. O que não se esperava era o tom ofensivo do ataque.
“Meu Deus!”, espantou-se a professora Maria Isabel Mendes de Almeida. “Se ele conhecesse os dois mundos não faria essa analogia”, disse, ressaltando a distinção entre um divertimento inocente que não leva necessariamente ao ato sexual e uma atimero vidade em que a mulher entrega o corpo por dinheiro. Sobrinha de um ilustre ex-presidente da CNBB, Dom Luciano Mendes de Almeida, ela pesquisou e analisou o fenômeno “ficar” à luz da sociologia.
Durante dois anos freqüentou bares e boates, foi a raves, entrevistou moças e rapazes, e assim define o verbo da moda: “Ficar é beijar em série, beijar muito.” Mas não como antigamente.
“Não é o beijo sobre o qual guardamos na memória o registro de uma primeira vez, uma noite sem dormir.” Esse beijo, segundo Maria Isabel, não tem conseqüência, é uma descarga efêmera de emoção. “É princípio e fim.
É um experimento performático, lúdico, uma brincadeira que tem o seu tempo.” De qualquer maneira, as divergências não impediram que 40 mil jovens, alegres e entusiasmados, se reunissem no Pacaembu para ver e ouvir Bento XVI. Uma menina ali presente, que se declarou católica praticante, desfez um pouco o mistério numa entrevista. Disse que não concordava com as diretrizes do Papa e da Igreja sobre o uso de camisinha, mas se recusou a criticá-los por isso. “É a realidade deles, não é a nossa”, argumentou, compreensiva, como provavelmente faria com seus próprios pais, que não deixariam de ser queridos por estarem meio ultrapassados. Sua discordância não exclui o respeito e o amor. Uma hipótese é que a religiosidade dela e de sua tribo talvez passe mais pelo afeto do que pela fé.
Re.: Os deuses estão perdendo
É natural. Mas acho que existe na maioria uma espécie de ideia de que há algo superior... que faz não sei o que. A "revolta" será mais contra os deuses religiosos... das religiões organizadas.