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ENTREVISTA BIÓLOGA ADVENTISTA PARA REVISTA VEJA

Enviado: 18 Mai 2007, 19:03
por Caro Colega
Extraído do blog do Jornalista Michelson Borges.
Interessante é que essa entrevista não foi publicada, nem ao menos parte de seu conteúdo. O jornalista fez várias perguntas sobre criacionismo a bióloga da Unasp, mas infelizmente, conforme orientação evolucionista, a revista não publicou uma linha sequer a respeito. Era para ter saído junto com a reportagem a respeito do aniversário de Darwin.

___________________________________

1. Como surgiu o seu interesse pelo Criacionismo?

Nasci numa família evangélica e tive uma educação religiosa. Por isso, minha visão de mundo é construída sobre os pressupostos de que o mais fundamental é a existência de um Deus que é o criador de todas as coisas. Durante toda a minha vida tem sido natural acreditar na existência de um Deus criador para explicar toda a grande variedade de seres vivos que existem na natureza.

Ao entrar na faculdade (fiz o curso de Ciências Biológicas), tive
aulas de Evolução e passei a ter interesse em um estudo mais
aprofundado e crítico sobre o assunto. Nessa época, comecei a procurar materiais sobre criacionismo publicados nos EUA e no Brasil.

2. Qual é a importância da divulgação e ensino do criacionismo?

Entender o que é criacionismo é importante para pessoas que valorizam o texto bíblico. É preciso entender como relacionar o que as ciências históricas propõem para as origens da vida e diversidade biológica com a proposta bíblica de origens e qual o objetivo da proposta bíblica de origens.

3. A senhora é formada em Microbiologia pela USP, certo? Acredito que tenha estudado a teoria de Darwin. O que fez a senhora seguir para a
corrente do criacionismo?


Esta pergunta está respondida junto com a 1.

4. Como via a teoria darwinista na época da faculdade? Como a vê hoje?

A minha maneira de ver a teoria da evolução não mudou muito da época da faculdade até hoje. Ninguém pode tirar o mérito de Darwin pelo seu trabalho, que inclui a idéia da seleção natural, a qual explica como organismos que possuem características mais vantajosas podem sobreviver em um determinado ambiente, em detrimento de outros organismos que não a possuem, e passar essa característica para os seus descendentes. Porém, o grande problema de Darwin e de outros
evolucionistas é que eles se baseiam em pequenas mudanças plausíveis, que são observadas na natureza, ou seja, surgimento de novas espécies a partir de uma espécie ancestral e extrapolam que mudanças muito maiores, nunca observadas na natureza e nem experimentalmente, seriam
possíveis, bastando apenas ter ocorrido em milhões ou bilhões de anos.

5. Para a senhora, qual a importância da teoria da evolução (de Darwin)? Ela também deve ser ensinada aos estudantes?

A teoria atualmente aceita pela ciência não é o Darwinismo, mas sim o Neodarwinismo ou Teoria Sintética da Evolução, que consiste em uma reinterpretação à luz de novos dados provindos da genética e outras áreas do conhecimento biológico (botânica, zoologia, paleontologia e ecologia), dos conceitos obtidos a partir do Darwinismo. Acho que a teoria da evolução deve ser ensinada nas escolas, já que essa teoria é aceita pela comunidade científica atualmente para explicar as origens. Porém, o aluno deve ser esclarecido sobre as bases da teoria e sobre suas limitações. O estudante deve conhecer a
teoria da evolução, mesmo que decida não se posicionar a favor dela.

6. Como desenvolver pesquisas sobre a origem das espécies baseada no criacionismo?

Da mesma forma como qualquer cientista faz. Desenvolver pesquisas sobre a variabilidade dentro das espécies e sobre a origem de novas espécies é fácil, para criacionistas e evolucionistas, porque podemos ver que essas coisas estão acontecendo atualmente, como já explicado em outra pergunta.

Entretanto, acho que a sua pergunta tinha intenção de ser direcionada a pontos mais controversos, que envolvem, por exemplo, o registro fóssil. Veja o material que o Prof. Dr. Urias Takatohi escreveu para outra entrevista. Ele responde a sua pergunta.

7. Nas suas aulas, a senhora explica a evolução sem citar Darwin? Como?

Eu ensino as disciplinas Genética I, Genética II e Evolução no Ensino Superior, no Curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Adventista de São Paulo. A minha disciplina Evolução consiste em quatro aulas semanais, durante um semestre. Obviamente, é impossível ensinar evolução sem falar de Darwin. Meus alunos aprendem todo o conteúdo de evolução como em qualquer outra universidade.

Nas aulas de Evolução eu não ensino criacionismo. Ensino evolução de forma crítica. Ou seja, discutimos os pontos fortes e fracos da teoria.

Os alunos do Curso de Ciências Biológicas do Unasp têm, além da disciplina Evolução, duas disciplinas denominadas Ciência e Religião e Ciência das Origens (2h semanais cada), atualmente ministradas pelo Prof. Dr. Urias Echterhoff Takatohi. Nessas disciplinas se discute a interação entre Ciência e Religião, sendo feita uma comparação crítica entre as especulações da ciência sobre as origens com as idéias da visão de mundo teísta cristã.

8. Há questionamento por parte dos alunos da teoria darwinista?

Sim. Temos questionamento de ambas as partes, tanto de alunos que se consideram criacionistas como dos que se consideram evolucionistas. Por outro lado, há espaço nas aulas de Ciências das Origens para que eles possam também questionar o criacionismo.

9. A senhora acredita que o ideal seria que todas as escolas ensinassem criacionismo e evolucionismo, possibilitando aos estudantes o conhecimento das duas correntes de pensamento?

O mais importante é que as escolas ensinem Ciência de boa qualidade, o que não tem sido feito de uma forma satisfatória no Brasil. Conforme já coloquei acima, acho que a teoria da evolução deve ser ensinada nas escolas, já que essa teoria é aceita pela comunidade científica atualmente para explicar as origens. Porém, o aluno deve ser esclarecido sobre as bases da teoria e sobre suas limitações. O estudante deve conhecer a teoria da evolução, mesmo que decida não se posicionar a favor dela.

Em relação ao criacionismo, o que acontece é que este tem, como pressuposto central, a existência de um Deus criador que atuou de forma sobrenatural na criação do mundo. A ciência atual não aceita a presença do sobrenatural e tenta explicar tudo por mecanismos naturais. Os cientistas procuram explicar o comportamento do universo físico em termos de causas puramente físicas e materiais, sem invocar o sobrenatural. Por isso fica difícil, na minha opinião, colocar o ensino do criacionismo nas aulas de Ciências ou de Biologia.

Se a escola for confessional e tiver aulas de ensino religioso, não vejo problemas em abordar, nessas aulas, entre outros tópicos que podem ser ensinados, a Criação, já que esse é um dos temas principais da Bíblia.

10. Li que durante as aulas tenta-se mostrar as falhas da teoria evolucionista. Como? Quais são essas falhas?

Como em todas as aulas de Ciências, os alunos têm que aprender a questionar as teorias. Por isso, tento ensinar a teoria de evolução de uma forma crítica aos alunos. Seguem abaixo alguns dos problemas da Teoria da Evolução:

>>A teoria da evolução não consegue explicar a origem da vida por processos naturais, a partir de matéria não viva.

>>Também não consegue explicar a origem da informação genética nem desistemas irredutivelmente complexos.

>>Também não consegue explicar o aumento de complexidade que teria acontecido nos organismo durante o processo evolutivo. Ou seja, não consegue explicar a origem de novos órgãos, sistemas de órgãos e novos planos corporais.

Em relação ao registro fóssil:

>>A teoria da evolução não consegue explicar a Explosão Cambriana.

>>Também não consegue explicar a falta de formas de transição entre os principais grupos de organismos

Por outro lado, a teoria da evolução explica muito bem processos como a microevolução e especiação (processo de formação de novas espécies).

Tudo aqui foi colocado de uma forma muito resumida, pois para
discorrer melhor sobre esses assuntos é necessário muito espaço.

11. Os criacionistas aceitam a evolução até certo ponto, não é? Que ponto é esse? Há exemplos?

Uma das definições do termo evolução é: "Mudanças nas freqüências gênicas e genotípicas das populações" e eu aceito plenamente essa idéia. Esse tipo de evolução pode ser constatado nas populações naturais e eu não vejo nenhum problema com ele. Eu e vários outros criacionistas aceitamos a microevolução (processos que levam à origem de novas raças e até novas espécies). Aceitamos até parcialmente a macroevolução, no que concerne à origem de novos gêneros.

Existem relatos feitos por cientistas do surgimento de novas espécies de animais em períodos que variaram de centenas a milhares de anos. James Gibson (Anais do IV Encontro Nacional de Criacionistas) faz a seguinte citação: "Numerosos exemplos de mudança nas espécies já foram observados. Por exemplo, uma nova espécie de copépode formou-se no Mar Salton, no sul da Califórnia, em menos de 30 anos. O Havaí não tinha
bananeiras até cerca de mil anos atrás, no entanto, há mariposas havaianas nativas que só se alimentam de bananeiras. Essas novas espécies surgiram em menos de mil anos. Uma população de macacos verdes viveu na ilha de St Kitts, no Caribe, por menos de 100 anos, mas desenvolveu aspectos morfológicos equivalentes a uma nova espécie.
A capacidade de mudanças rápidas está confirmada tanto por
experimentação como por observação da natureza."

Os criacionistas aceitam a seleção natural, mutação, deriva genética e outros chamados fatores evolutivos. O que não aceitamos, e que também a teoria da evolução não consegue demonstrar, é que esses fatores podem levar ao aumento de complexidade nos organismos com o surgimento de novos órgãos.

12. Mesmo o Brasil sendo a maior nação católica do mundo, o evolucionismo tem mais importância nas instituições de ensino. Por que a senhora acha que isso acontece?

A Igreja Católica aceita a teoria da evolução. A posição dessa igreja, assim como de outras igrejas evangélicas, é evolucionista teísta. Ou seja, de uma forma resumida, Deus teria criado o mundo usando a evolução como instrumento. Isso contraria a literalidade do livro de Gênesis na Bíblia.

Porém, acredito que o fato de o evolucionismo ter mais importância nas instituições de ensino tem a ver com o fato de a teoria da evolução ser aceita pelo meio científico atual.

13. A senhora poderia deixar mais claro quais são as diferenças entre criacionismo científico e criacionismo bíblico?

Particularmente, eu não gosto muito do termo ciência criacionista ou criacionismo científico. A teoria da evolução é baseada na filosofia do naturalismo e não considera qualquer hipótese que envolva a intervenção divina na história do Universo. O naturalismo passou a fazer parte da ciência atual. Assim, a ciência tenta explicar todos os fenômenos com base em processos naturais. Como o criacionismo aceita a presença do sobrenatural, ele não poderia ser denominado "científico", de acordo com a definição da ciência moderna.

Por outro lado, a existência de Deus é um postulado fundamental para um criacionista bíblico. Todo raciocínio parte do pressuposto de que Deus existe, que criou tudo e que o ser humano é criação especial de Deus e que Deus se relaciona com o ser humano. O crente dos séculos 20 e 21 às vezes sente-se pressionado a querer justificar seu postulado fundamental pressuposto com argumentação científica. Isso acontece porque a pressão da ciência como principal fonte de conhecimento é muito grande. Porém, acredito que ter crenças
religiosas e procurar entender seu mundo dentro do contexto de suas crenças é uma atividade intelectual legítima. Todo mundo que pensa faz um pouco disso.

Gostaria de ressaltar que cientistas criacionistas podem produzir
trabalhos científicos de qualidade. As suas crenças religiosas, a meu ver, não atrapalham em nada a sua qualificação científica.

14. A senhora participou da fundação do Núcleo de Estudo das Origens (NEO)? Ele existe há oito anos, certo?

Sim, o NEO foi fundado em 1999 e tenho participado dele desde a sua fundação. Atualmente sou a coordenadora do grupo. Mais detalhes sobre o grupo você pode encontrar em nossa homepage.

________________________________

Caro C :emoticon16: lega

Enviado: 18 Mai 2007, 19:23
por Dick
"Nasci numa família evangélica e tive uma educação religiosa. Por isso, minha visão de mundo é construída sobre os pressupostos de que o mais fundamental é a existência de um Deus que é o criador de todas as coisas".

Nada mais precisaria ser dito na entrevista.

Enviado: 18 Mai 2007, 20:19
por Jeanioz
Caro Colega, o que seria essa "orientação evolucionista" no seu comentário?

Re.: ENTREVISTA BIÓLOGA ADVENTISTA PARA REVISTA VEJA

Enviado: 18 Mai 2007, 20:25
por Ateu Tímido
Mesmo a Veja tem algum pudor em relação ao lixo que joga nos leitores... :emoticon131:

Re: Re.: ENTREVISTA BIÓLOGA ADVENTISTA PARA REVISTA VEJA

Enviado: 18 Mai 2007, 20:44
por Aranha
Ateu Tímido escreveu:Mesmo a Veja tem algum pudor em relação ao lixo que joga nos leitores... :emoticon131:


- Concordo, fizeram muito bem em não publicar esta merda...


Abraços,

Enviado: 18 Mai 2007, 23:02
por Acauan
A bióloga adventista é a Dra. Marcia Oliveira de Paula (vide Criacionismo, engodo e estorvo - Parte I), uma entre a meia dúzia de gatos pingados com títulos científicos acadêmicos que os "criacionistas" tem para exibir no Brasil.

A entrevista não foi publicada certamente porque a doutora (que de fato o é, o que nem sempre é vero no meio "criacionista") não possui produção acadêmica relevante, um dos critérios para ser "publicável" em reportagens científicas da Veja.

Quanto à UNASP, universidade adventista de São Paulo, são famosos pela excelência nas campanhas anti-tabagistas que promovem em empresas e escolas.
Já quanto à qualidade acadêmica...

Re.: ENTREVISTA BIÓLOGA ADVENTISTA PARA REVISTA VEJA

Enviado: 19 Mai 2007, 15:25
por Fernando Silva
Dá para perceber o malabarismo e o contorcionismo a que ela é constrangida para tentar conciliar sua crença no Gênesis com sua formação acadêmica.
Em resumo, ela diz que "o evolucionismo é válido, mas só um pouco".

Re.: ENTREVISTA BIÓLOGA ADVENTISTA PARA REVISTA VEJA

Enviado: 19 Mai 2007, 15:26
por Apocaliptica
Que conflito ein? Põe malabarismo nisto.

Enviado: 19 Mai 2007, 16:30
por docdeoz
Let me think for a while escreveu:"Nasci numa família evangélica e tive uma educação religiosa. Por isso, minha visão de mundo é construída sobre os pressupostos de que o mais fundamental é a existência de um Deus que é o criador de todas as coisas".

Nada mais precisaria ser dito na entrevista.


Te diverte:

http://docdeoz.multiply.com/photos/photo/1/1

A tendência do caminho energético é anti-evolucionista, segundo Stephen Jay Gould... Vou fazer a demolição argumentativa, pois a similiraridade genética entre ratos e humanos, por exemplo, pode ser explicada termodinamicamente e não segundo previsões da teoria da evolução...

Siga o dinheiro, siga a energia...

Não preciso dixer mais nada, e vocês vão ter de estudar...

Re.: ENTREVISTA BIÓLOGA ADVENTISTA PARA REVISTA VEJA

Enviado: 19 Mai 2007, 16:38
por o anátema
:emoticon12: termodinâmica explica os graus de similaridade biológica "coincidentemente" compatíveis exatamente com padrões genealógicos?????

:emoticon266:

Essa eu quero ver!!!!!!!! :emoticon12:

E claro que os poodles também são parecidos com o que se esperaria de parentes dos lobos pela mesma coincidência... a menso que esse grau de parentesco não seja visto como incompatível com o fundamentalismo subjetivamente aceito... mas talvez por precaução fosse bom negar todo parentesco e dizer que toda similaridade genética e biológica que seria teoricamente atribuível à parentesco é concidência, e que o universo tal como é foi criado do nada (ou ex nihilo, para ficar mais pseudo-intelectual) há dois segundos.

Re.: ENTREVISTA BIÓLOGA ADVENTISTA PARA REVISTA VEJA

Enviado: 19 Mai 2007, 16:39
por o anátema
Não tem nada no link...... mas já achei graça assim mesmo.... :emoticon12:

Enviado: 19 Mai 2007, 17:03
por Acauan
docdeoz escreveu:A tendência do caminho energético é anti-evolucionista, segundo Stephen Jay Gould... Vou fazer a demolição argumentativa, pois a similiraridade genética entre ratos e humanos, por exemplo, pode ser explicada termodinamicamente e não segundo previsões da teoria da evolução...

Siga o dinheiro, siga a energia...

Não preciso dixer mais nada, e vocês vão ter de estudar...


Fico pensando que tipo de confusão mental leva alguém a citar Stephen Jay Gould, paleontólogo e biólogo evolucionário, como referência em termodinâmica, que pelo visto parecem não saber que é uma especialidade da física e não da paleontologia ou biologia.

Re.: ENTREVISTA BIÓLOGA ADVENTISTA PARA REVISTA VEJA

Enviado: 19 Mai 2007, 17:27
por Sorrelfa
Eu e vários outros criacionistas aceitamos a microevolução (processos que levam à origem de novas raças e até novas espécies). Aceitamos até parcialmente a macroevolução, no que concerne à origem de novos gêneros.


só nesse trecho do texto a tal biológa traiu de forma desconcertante o "fixismo" criacionista do qual acredita...

:emoticon5: :emoticon5:

Re.: ENTREVISTA BIÓLOGA ADVENTISTA PARA REVISTA VEJA

Enviado: 19 Mai 2007, 17:27
por o anátema
Acauan escreveu:
docdeoz escreveu:A tendência do caminho energético é anti-evolucionista, segundo Stephen Jay Gould... Vou fazer a demolição argumentativa, pois a similiraridade genética entre ratos e humanos, por exemplo, pode ser explicada termodinamicamente e não segundo previsões da teoria da evolução...

Siga o dinheiro, siga a energia...

Não preciso dixer mais nada, e vocês vão ter de estudar...


Fico pensando que tipo de confusão mental leva alguém a citar Stephen Jay Gould, paleontólogo e biólogo evolucionário, como referência em termodinâmica, que pelo visto parecem não saber que é uma especialidade da física e não da paleontologia ou biologia.


O que quer que Gould tenha dito, provavelmente é no sentido de que a maioria das mutações não é benéfica.

Re: Re.: ENTREVISTA BIÓLOGA ADVENTISTA PARA REVISTA VEJA

Enviado: 19 Mai 2007, 17:40
por o anátema
Jolly_Roger escreveu:
Eu e vários outros criacionistas aceitamos a microevolução (processos que levam à origem de novas raças e até novas espécies). Aceitamos até parcialmente a macroevolução, no que concerne à origem de novos gêneros.


só nesse trecho do texto a tal biológa traiu de forma desconcertante o "fixismo" criacionista do qual acredita...

:emoticon5: :emoticon5:


É uma reconciliação da consciência de praticamente qualquer ser humano que possa ser considerado mentalmente são e que seja ciente do enorme número de espécies hoje em dia, com a crença na veracidade do conto da arca de Noé e dilúvio global de forma bastante literal.

Não poderiam caber todas espécies na arca, então os "tipos" dos quais a bíblia fala, teriam que ser maiores que simplesmente espécies. Aí eles "cortam" quando acham que já estaria bom, mesmo que não haja evidência alguma embasando.

O critério para o "fim" dos grupos biológicos reais é simplesmente se dar por satisfeito, parecer razoável que coubesse um par de todos representantes de todos seres vivos terrestres atuais e recentemente extintos na arca, seja com auxílio de estimativas matemáticas feitas, ou simplesmente achar mais descompromissadamente "ah, o nível de gênero já deve estar de bom tamanho".

De biologia/ciência, não tem nada. Sem falar nos problemas de um dilúvio global, das pseudo-eras criadas por coincidência no processo, e da distribuição biogeográfica atual. Claro, eles tem as "teorias" para isso tudo... os seres se fossilizaram de acordo com velocidade de corrida, e principalmente diferenças flutuabilidade/densidade. E o mais incrível é que há quem engula que o padrão das faunas no decorrer das eras seja mesmo concordante com diferenças de flutuabilidade. Talvez só seja menos incrível que isso o fato de haverem pessoas formadas em faculdade promovendo tal sandice.

Re.: ENTREVISTA BIÓLOGA ADVENTISTA PARA REVISTA VEJA

Enviado: 19 Mai 2007, 18:02
por Maurício
Quanto mais os caras querem achar respostas "científicas" para justificar suas crenças num absurdo, mais eles se afundam na lama.
Cuidado aí, hein, Doc. A merda já tá pelo nariz! Não faça marola! :emoticon12: :emoticon12:

Re: Re.: ENTREVISTA BIÓLOGA ADVENTISTA PARA REVISTA VEJA

Enviado: 19 Mai 2007, 18:12
por Acauan
o anátema escreveu:O que quer que Gould tenha dito, provavelmente é no sentido de que a maioria das mutações não é benéfica.


Não é a primeira vez que ele faz uso distorcido de citações de Gould.

Vide tópico: Grandes Ateus que mudaram o mundo...


Acauan, em 30/04/2007 às 16:00 escreveu:
Fernando Silva escreveu:
docdeoz escreveu:Isso não muda que Darwin se baseou em Adam Smith, Marx em Darwin... Isto está correto e está no Polegar do Pando de Stephen Jay Gould...

Mesmo que seja verdade, o darwinismo tem que ser julgado por seus próprios méritos. Ou ele é a verdade ou não é. As idéias que levaram a ele ou que se inspiraram nele não mudam nada.


Fernando,

Não perca seu tempo com mau repetidor de orelhas de livros, ou melhor, com um mau repetidor de orelhas de um livro só.

O que Stephen Jay Gould concluiu sobre o assunto foi:


"De fato, acredito que a teoria da seleção natural deveria ser vista como uma analogia ampliada - se consciente ou inconsciente da parte de Darwin, não sei -- à economia de do laissez-faire, de Adam Smith" (Jay Gould, op. cit. p. 55).


Atente para o "acredito que", para o "deveria", para o "consciente ou inconscientemente" e para o "não sei", expressões que tornam óbvio o caráter de opinião dada ao comentário e não de fato histórico-científico, autoridade que o autor não reivindicou, mas que oportunistas aproveitam para fazer o que lhes é típico.

No mais, as influências ideológicas sobre a obra de Darwin podem ser estudadas em análises sérias, completas e especialistas como "The Relation of Spencer’s Evolutionary Theory to Darwin’s", de Robert J. Richards, que estuda a influência que o livro "Social Statics", de Herbert Spencer poderia ter tido sobre "A Origem das Espécies".

As interações ideológicas do século XIX e sua influência sobre o discurso científico da época são complexas e merecem estudo mais profundo e abrangente, longe dos palpites cheios de ignorância, preconceito, arrogância e desonestidade dos oportunistas de plantão.

Enviado: 19 Mai 2007, 19:43
por docdeoz
A teoria da seleção natural constitui uma transferência criativa, para a biologia, do argumento básico de Adam Smith a favor de uma economia racional: o equilíbrio e a ordem da natureza não surgem de um controle externo mais elevado (divino) (...) mas sim a partir da luta entre indivíduos... O Polegar do Panda, p. 56, Stephen Jay Gould, Martins Fontes, 2004

Me chamar de mentiroso é dose...

E é evidente que o gráfico tem tudo a ver, pois foi feito por Stephen Jay Gould, junto com o TEXTO! :emoticon17:

Re.: ENTREVISTA BIÓLOGA ADVENTISTA PARA REVISTA VEJA

Enviado: 19 Mai 2007, 19:45
por docdeoz
Não é a primeira vez que ele faz uso distorcido de citações de Gould. Acauan

Juízo de valor, guerreiro do espírito...

Re: Re.: ENTREVISTA BIÓLOGA ADVENTISTA PARA REVISTA VEJA

Enviado: 19 Mai 2007, 20:04
por Acauan
docdeoz escreveu:Não é a primeira vez que ele faz uso distorcido de citações de Gould. Acauan

Juízo de valor, guerreiro do espírito...


Blá-blá-blá e nhém-nhém-nhém.

O uso distorcido foi PROVADO com o confronto das citações integrais sua e a de Gould, inclusive com obra e página, e a apresentação ponto a ponto das distorções.

Enviado: 19 Mai 2007, 20:15
por Acauan
docdeoz escreveu:A teoria da seleção natural constitui uma transferência criativa, para a biologia, do argumento básico de Adam Smith a favor de uma economia racional: o equilíbrio e a ordem da natureza não surgem de um controle externo mais elevado (divino) (...) mas sim a partir da luta entre indivíduos... O Polegar do Panda, p. 56, Stephen Jay Gould, Martins Fontes, 2004


Caso tenha algum interesse em me refutar eficazmente, pelo menos leia o que escrevi:

No mais, as influências ideológicas sobre a obra de Darwin podem ser estudadas em análises sérias, completas e especialistas como "The Relation of Spencer’s Evolutionary Theory to Darwin’s", de Robert J. Richards, que estuda a influência que o livro "Social Statics", de Herbert Spencer poderia ter tido sobre "A Origem das Espécies".

As interações ideológicas do século XIX e sua influência sobre o discurso científico da época são complexas e merecem estudo mais profundo e abrangente, longe dos palpites cheios de ignorância, preconceito, arrogância e desonestidade dos oportunistas de plantão.


Ou seja, questões complexas como o emaranhado de influências que podem ter afetado a formulação da teoria de Darwin são objetos de estudo amplo, sendo que a citação a Adam Smith é mais um palpite de Gould do que outra coisa, uma vez que a economia de Malthus tem muito mais a ver com o modelo darwinista, o que não implica que a seleção natural seja uma transposição das teorias malthusianas.

No mais, toda teoria científica é passível de influências diversas, sendo que o método científico estabelece meios de depuração que foram exaustivamente aplicados à teoria da evolução.


docdeoz escreveu:Me chamar de mentiroso é dose...


Não o chamei de mentiroso.
Disse que você distorceu citações e que é um citador de orelhas de livro, o que demonstrei.
Embora tais referências não sejam delicadas não se constituem em ofensa moral, como acusá-lo de mentir, sendo antes uma crítica ao seu modo de argumentação, mais comprometido com sua crença religiosa que com qualquer outra coisa, e não à sua pessoa, a qual não me cabe julgar.



docdeoz escreveu:E é evidente que o gráfico tem tudo a ver, pois foi feito por Stephen Jay Gould, junto com o TEXTO! :emoticon17:


Pois...

Re.: ENTREVISTA BIÓLOGA ADVENTISTA PARA REVISTA VEJA

Enviado: 19 Mai 2007, 21:14
por o anátema
Acho que as influências mais significativas para Darwin foram a seleção artificial e Malthus. Além de todo interesse na biologia e as conversas com os outros relacionados na área. Não me lembro de referências a Adam Smith. Acho que apenas depois uns outros fizeram. A primeira vez que ouvi a relação foi por comunistas anti-darwinistas.

O que até me leva a perguntar em que Darwin teria influenciado Marx exatamente. No que a ancestralidade comum universal e criação de adaptações por seleção natural embasa a idéia de que o estado devesse ser dono de tudo e etc?

Acho que Marx quis dedicar a Darwin a segunda edição do "das kapital", e parece que via alguma relação da seleção natural com a luta de classes, talvez como uma forma de validação (falácia naturalista).

Enviado: 19 Mai 2007, 21:27
por o anátema
Acauan escreveu:
docdeoz escreveu:E é evidente que o gráfico tem tudo a ver, pois foi feito por Stephen Jay Gould, junto com o TEXTO! :emoticon17:


Pois...


De que gráfico falam? Porque no link do multiply não tem nada... só se estiverem falando de outro tópico...

Enviado: 19 Mai 2007, 21:28
por NadaSei
Você não estão sendo justos com a doutora.
Ela não falou nada absurdo, tem inclusive um ceticismo quanto ao evolucionismo que todo evolucionista deveria ter... Mais ainda aqueles que não são evolucionistas mas acreditam na teoria da evolução.

Tudo bem que ela é criacionista... mas isso não basta para querer desmerecer a entrevista dela, ela foi bastante ponderada e sensata ao falar sobre o tema.

Enviado: 20 Mai 2007, 10:43
por Fernando Silva
docdeoz escreveu:E é evidente que o gráfico tem tudo a ver, pois foi feito por Stephen Jay Gould, junto com o TEXTO! :emoticon17:

Você sabe citar e explicar a Segunda Lei da Termodinâmica?