Bobagens do Código da Vinci (OCDV) que os idiotas acreditam
Enviado: 21 Mai 2007, 10:33
A formação da Bíblia
Ficção 1: Na página 220 de OCDV, temos a seguinte declaração: "- Aí é que está! - exclamou Teabing, cheio de entusiasmo. - A ironia fundamental da cristandade! A Bíblia, conforme a conhecemos hoje, foi uma colagem composta pelo imperador romano Constantino, o Grande." [3]
Facto 1: A Bíblia, como a conhecemos hoje, é formada por duas seções principais, também chamadas de testamentos (o Antigo Testamento e o Novo Testamento). O Antigo Testamento cristão baseia-se totalmente na versão da Septuaginta, nome dado à tradução das escrituras hebraicas para o grego elaborada no século II a.C. por ordem do rei Ptolomeu II. Portanto, o Antigo Testamento já estava definido 200 anos antes da época de Jesus e, por consequência, aproximadamente 5 séculos antes de Constantino ser o imperador de Roma.
Facto 2: Com relação ao Novo Testamento, Irineu (130 a 220 d.C.), autor de "Contra as Heresias", 150 anos antes de Constantino, já declarava que os 4 evangelhos canônicos eram os únicos evangelhos aceitos em sua época, considerando estes livros como os "4 pilares" do cristianismo.
Facto 3: A formação do cânon do Novo Testamento foi um processo que ocupou a cristandade por mais de 350 anos - de 50 d.C., quando os primeiros livros foram compostos, até a definição final em 397 d.C., no III Concílio de Cartago. A primeira lista foi elaborada pelo herege Marcião (110 a 160 d.C.) e, devido ao fato dele ser anti-semita, continha apenas o Evangelho de Lucas (o único evangelho escrito por um não judeu) e 10 das 13 cartas de Paulo (sem as 3 cartas pastorais, endereçadas a judeus). Eusébio de Cesaréia (275 a 339 d.C.), em seu livro "História Eclasiástica", apresentou a seguinte lista:
Reconhecidos: os 4 evangelhos canônicos (Mateus, Marcos, Lucas e João), Atos, 14 epístolas de Paulo (pois ele considerava Hebreus como sendo de Paulo), I João, I Pedro e Apocalipse.
Questionados, porém aceitos: Tiago, Judas, II e III João.
Não Autênticos: Atos de Paulo, Pastor de Hermas, Apocalipse de Pedro, Epístola de Barnabé, Didaquê.
Plenamente rejeitados: Evangelho de Pedro, Evangelho de Tomé, Atos de André e Atos de João.
A Carta de Páscoa (360 d.C), de Atanásio, foi a primeira lista que continha todos e somente os 27 livros do Novo Testamento. O Concílio de Laodicéia (363 d.C.) - reconheceu 26 dos 27 livros, com exceção ao livro de Apocalipse. O III Concílio de Cartago (397 d.C.), em que Agostinho esteve presente, reconheceu todos os 27 livros do Novo Testamento.
Concluímos, portanto, que o Novo Testamento, tal o conhecemos hoje, não foi uma colagem composta pelo imperador Constantino (que reinou entre 306 a 337 d.C.), mas foi fruto de séculos de debates entre as diversas lideranças cristãs espalhadas por todo império.
[editar] Os Evangelhos
Ficção 1:: Na página 220 de OCDV, o personagem Teabing afirma que "80 evangelhos foram estudados para compor o Novo Testamento, e no entanto apenas alguns foram escolhidos - Mateus, Marcos, Lucas e João". [4]
Fato: A lista de evangelhos conhecida e reconhecida pelos estudiosos aponta uma quantidade bem menor de evangelhos. São 26 evangelhos ao todo, divididos da seguinte forma:
Canônicos (4 evangelhos): Mateus, Marcos, Lucas e João (vide artigo sobre Novo Testamento).
Apócrifos (22 evangelhos): Evangelho de Tomé, Evangelho de Filipe, Evangelho de Pedro, Evangelho de Judas, Evangelho de Maria, Apócrifo de João, Apócrifo de Tiago, Evangelho Pseudo-Tomé (composto pelos apócrifos Árabe da Infância e Armênio de Infância), Evangelho da Verdade, Evangelho de Bartolomeu, Evangelho de Marcião, Evangelho de Maria Madalena, Evangelho de Matias, Evangelho de Nicodemos, Evangelho do Pseudo-Mateus, Evangelho dos Ebionitas (ou Evangelho dos Doze Apóstolos), Evangelho dos Egípcios, Evangelho dos Hebreus, Evangelho Secreto de Marcos, Exegese sobre a Alma, Exposições Valentinianas. (vide artigos sobre Livros Apócrifos e Lista de livros apócrifos).
Ficção 1: Na página 220 de OCDV, temos a seguinte declaração: "- Aí é que está! - exclamou Teabing, cheio de entusiasmo. - A ironia fundamental da cristandade! A Bíblia, conforme a conhecemos hoje, foi uma colagem composta pelo imperador romano Constantino, o Grande." [3]
Facto 1: A Bíblia, como a conhecemos hoje, é formada por duas seções principais, também chamadas de testamentos (o Antigo Testamento e o Novo Testamento). O Antigo Testamento cristão baseia-se totalmente na versão da Septuaginta, nome dado à tradução das escrituras hebraicas para o grego elaborada no século II a.C. por ordem do rei Ptolomeu II. Portanto, o Antigo Testamento já estava definido 200 anos antes da época de Jesus e, por consequência, aproximadamente 5 séculos antes de Constantino ser o imperador de Roma.
Facto 2: Com relação ao Novo Testamento, Irineu (130 a 220 d.C.), autor de "Contra as Heresias", 150 anos antes de Constantino, já declarava que os 4 evangelhos canônicos eram os únicos evangelhos aceitos em sua época, considerando estes livros como os "4 pilares" do cristianismo.
Facto 3: A formação do cânon do Novo Testamento foi um processo que ocupou a cristandade por mais de 350 anos - de 50 d.C., quando os primeiros livros foram compostos, até a definição final em 397 d.C., no III Concílio de Cartago. A primeira lista foi elaborada pelo herege Marcião (110 a 160 d.C.) e, devido ao fato dele ser anti-semita, continha apenas o Evangelho de Lucas (o único evangelho escrito por um não judeu) e 10 das 13 cartas de Paulo (sem as 3 cartas pastorais, endereçadas a judeus). Eusébio de Cesaréia (275 a 339 d.C.), em seu livro "História Eclasiástica", apresentou a seguinte lista:
Reconhecidos: os 4 evangelhos canônicos (Mateus, Marcos, Lucas e João), Atos, 14 epístolas de Paulo (pois ele considerava Hebreus como sendo de Paulo), I João, I Pedro e Apocalipse.
Questionados, porém aceitos: Tiago, Judas, II e III João.
Não Autênticos: Atos de Paulo, Pastor de Hermas, Apocalipse de Pedro, Epístola de Barnabé, Didaquê.
Plenamente rejeitados: Evangelho de Pedro, Evangelho de Tomé, Atos de André e Atos de João.
A Carta de Páscoa (360 d.C), de Atanásio, foi a primeira lista que continha todos e somente os 27 livros do Novo Testamento. O Concílio de Laodicéia (363 d.C.) - reconheceu 26 dos 27 livros, com exceção ao livro de Apocalipse. O III Concílio de Cartago (397 d.C.), em que Agostinho esteve presente, reconheceu todos os 27 livros do Novo Testamento.
Concluímos, portanto, que o Novo Testamento, tal o conhecemos hoje, não foi uma colagem composta pelo imperador Constantino (que reinou entre 306 a 337 d.C.), mas foi fruto de séculos de debates entre as diversas lideranças cristãs espalhadas por todo império.
[editar] Os Evangelhos
Ficção 1:: Na página 220 de OCDV, o personagem Teabing afirma que "80 evangelhos foram estudados para compor o Novo Testamento, e no entanto apenas alguns foram escolhidos - Mateus, Marcos, Lucas e João". [4]
Fato: A lista de evangelhos conhecida e reconhecida pelos estudiosos aponta uma quantidade bem menor de evangelhos. São 26 evangelhos ao todo, divididos da seguinte forma:
Canônicos (4 evangelhos): Mateus, Marcos, Lucas e João (vide artigo sobre Novo Testamento).
Apócrifos (22 evangelhos): Evangelho de Tomé, Evangelho de Filipe, Evangelho de Pedro, Evangelho de Judas, Evangelho de Maria, Apócrifo de João, Apócrifo de Tiago, Evangelho Pseudo-Tomé (composto pelos apócrifos Árabe da Infância e Armênio de Infância), Evangelho da Verdade, Evangelho de Bartolomeu, Evangelho de Marcião, Evangelho de Maria Madalena, Evangelho de Matias, Evangelho de Nicodemos, Evangelho do Pseudo-Mateus, Evangelho dos Ebionitas (ou Evangelho dos Doze Apóstolos), Evangelho dos Egípcios, Evangelho dos Hebreus, Evangelho Secreto de Marcos, Exegese sobre a Alma, Exposições Valentinianas. (vide artigos sobre Livros Apócrifos e Lista de livros apócrifos).