Os últimos dias da emissora que desafiou Hugo Chávez
Enviado: 21 Mai 2007, 12:59
A oposição fora do ar
Venezuela
RODRIGO LOPES
Pedro Guerrero, 30 anos, ainda não limpou as gavetas. Apresentador do noticiário El Observador, o principal da Radio Caracas Televisión (RCTV), ele vai esperar até o último minuto antes de ir embora.
- Todos estamos aguardando para ver o próximo capítulo. Se realmente fechar, vamos ter de buscar trabalho em outros lugares - contou o jornalista em entrevista a Zero Hora, na quinta-feira.
O último minuto, no caso de Guerrero e dos colegas da RCTV, será às 23h59min do próximo domingo. Nesse exato momento, uma das emissoras de TV mais antigas da Venezuela sairá do ar. Quem estiver em casa verá nos aparelhos de televisão apenas o chuvisqueiro ocupar a tela. Dez minutos depois, os monitores serão invadidos pela programação da Teves, emissora pública arquitetada pelo governo Hugo Chávez para ocupar o lugar da RCTV. Imediatamente, 2,8 mil funcionários estarão desempregados - entre eles Guerrero.
- Estamos muito preocupados, porque não sabemos qual será nosso destino profissional. Com o fechamento da RCTV, não teremos muitas opções. À exceção da Globovisión, todos os demais veículos estão de algum modo controlados pelo governo ou têm alguma tendência oficialista - afirmou.
Jornalistas se alternarão entre o trabalho e protestos
A briga entre Chávez e a RCTV é antiga, mas atingirá esta semana seu momento mais crítico. O presidente nunca perdoou o canal por ter apoiado abertamente o golpe frustrado contra ele, em 2002. A emissora se defende com o argumento da liberdade de expressão. Na queda de braço, a empresa perdeu. A concessão para operar em canal aberto vence no próximo domingo, e Chávez não vai renová-la.
Nesta semana, jornalistas como Guerrero alternarão sua rotina entre a produção de notícias e as manifestações nas ruas. Os protestos serão uma última e desesperada tentativa de pressionar o governo. Poucos acreditam, porém, que a iniciativa terá resultado prático. Normalmente fervilhante e dinâmica, a redação de 300 jornalistas entrou em compasso de espera.
- Há um sentimento coletivo de solidariedade. Houve um pequeno êxodo meses atrás, quando nasceu a Telesur. Alguns colegas saíram. Mas a maioria está esperando para ver o que vai acontecer - afirmou.
A sede da RCTV reflete a polêmica. As paredes do prédio foram pintadas com inscrições de apoio à emissora. Semanas antes, as mesmas paredes amanheceram com pichações pró-Chávez e velas simulando um funeral. A preocupação com o futuro foi levada à direção em duas reuniões. Os profissionais receberam a garantia de indenizações em caso de fechamento.
Mais de 60% dos venezuelanos rejeitam a medida chavista. O governo se defende com o argumento de que não se trata de fechamento da emissora - apenas de uma não-renovação da concessão. E afirma que a empresa foi condenada várias vezes por violações das normas venezuelanas de transmissão.
Nos corredores da RCTV, cresceram nas últimas semanas os rumores sobre a possibilidade de a emissora continuar operando por meio de sinal a cabo. Foi um sopro de esperança para os funcionários.
- Espero que seja possível, porque é o trabalho de mais de 2 mil pessoas, e o meu também. Não sei se para isso o canal também precisaria de uma permissão do governo. Esse é o cenário mais provável e o que mais se escuta nos corredores da empresa - disse Guerrero.
Novela pode ser interrompida
Se no Brasil a batalha entre a RCTV e o governo Chávez é mostrada sob o ponto de vista da ameaça à liberdade de expressão, na Venezuela a opinião pública está mais preocupada com a possibilidade de não assistir aos próximos capítulos da principal novela da emissora.
Com uma audiência média de 35 pontos, Mi Prima Ciela, que estreou há duas semanas, é o segundo programa mais assistido das 21h às 22h, horário nobre da TV local. É uma audiência diária de 3 milhões dos 26 milhões de venezuelanos, segundo levantamento da AGB Nielsen.
Mi Prima Ciela é uma regravação de Elisabeth, novela de grande sucesso na Venezuela na década de 80.
- De certo modo, a ameaça de fechamento despertou o interesse das pessoas. Elas estão muito preocupadas. Acabou aumentando a audiência - contou a ZH o jornalista Pedro Guerrero, há nove anos na RCTV.
A emissora tem feito uma intensa campanha relacionando o fim da emissora ao das novelas. Nos intervalos, por exemplo, aparece uma dona de casa pedindo para Chávez "deixar a novela em paz". Já o governo, ciente de que a medida é impopular, convocou profissionais de novela simpáticos a suas idéias para montar uma série no canal público que substituirá a RCTV.
A história de Mi Prima Ciela é conhecida: o galã David Espinoza tenta mudar de vida ao se apaixonar por Graciela Andreína, moça sonhadora que sofre de uma doença grave. Há pelo menos 15 capítulos prontos, o suficiente para cobrir até sexta-feira. O canal promete continuar tocando a novela - os contratos dos 25 atores não prevêem o fim da concessão. A idéia é continuar produzindo novelas, que seriam vendidas no Exterior, segundo Guerrero:
- As novelas produzidas pela RCTV são vendidas em Miami (EUA), no México e na Europa.
Novela pode ser interrompida
Se no Brasil a batalha entre a RCTV e o governo Chávez é mostrada sob o ponto de vista da ameaça à liberdade de expressão, na Venezuela a opinião pública está mais preocupada com a possibilidade de não assistir aos próximos capítulos da principal novela da emissora.
Com uma audiência média de 35 pontos, Mi Prima Ciela, que estreou há duas semanas, é o segundo programa mais assistido das 21h às 22h, horário nobre da TV local. É uma audiência diária de 3 milhões dos 26 milhões de venezuelanos, segundo levantamento da AGB Nielsen.
Mi Prima Ciela é uma regravação de Elisabeth, novela de grande sucesso na Venezuela na década de 80.
- De certo modo, a ameaça de fechamento despertou o interesse das pessoas. Elas estão muito preocupadas. Acabou aumentando a audiência - contou a ZH o jornalista Pedro Guerrero, há nove anos na RCTV.
A emissora tem feito uma intensa campanha relacionando o fim da emissora ao das novelas. Nos intervalos, por exemplo, aparece uma dona de casa pedindo para Chávez "deixar a novela em paz". Já o governo, ciente de que a medida é impopular, convocou profissionais de novela simpáticos a suas idéias para montar uma série no canal público que substituirá a RCTV.
A história de Mi Prima Ciela é conhecida: o galã David Espinoza tenta mudar de vida ao se apaixonar por Graciela Andreína, moça sonhadora que sofre de uma doença grave. Há pelo menos 15 capítulos prontos, o suficiente para cobrir até sexta-feira. O canal promete continuar tocando a novela - os contratos dos 25 atores não prevêem o fim da concessão. A idéia é continuar produzindo novelas, que seriam vendidas no Exterior, segundo Guerrero:
- As novelas produzidas pela RCTV são vendidas em Miami (EUA), no México e na Europa.
Novela pode ser interrompida
Se no Brasil a batalha entre a RCTV e o governo Chávez é mostrada sob o ponto de vista da ameaça à liberdade de expressão, na Venezuela a opinião pública está mais preocupada com a possibilidade de não assistir aos próximos capítulos da principal novela da emissora.
Com uma audiência média de 35 pontos, Mi Prima Ciela, que estreou há duas semanas, é o segundo programa mais assistido das 21h às 22h, horário nobre da TV local. É uma audiência diária de 3 milhões dos 26 milhões de venezuelanos, segundo levantamento da AGB Nielsen.
Mi Prima Ciela é uma regravação de Elisabeth, novela de grande sucesso na Venezuela na década de 80.
- De certo modo, a ameaça de fechamento despertou o interesse das pessoas. Elas estão muito preocupadas. Acabou aumentando a audiência - contou a ZH o jornalista Pedro Guerrero, há nove anos na RCTV.
A emissora tem feito uma intensa campanha relacionando o fim da emissora ao das novelas. Nos intervalos, por exemplo, aparece uma dona de casa pedindo para Chávez "deixar a novela em paz". Já o governo, ciente de que a medida é impopular, convocou profissionais de novela simpáticos a suas idéias para montar uma série no canal público que substituirá a RCTV.
A história de Mi Prima Ciela é conhecida: o galã David Espinoza tenta mudar de vida ao se apaixonar por Graciela Andreína, moça sonhadora que sofre de uma doença grave. Há pelo menos 15 capítulos prontos, o suficiente para cobrir até sexta-feira. O canal promete continuar tocando a novela - os contratos dos 25 atores não prevêem o fim da concessão. A idéia é continuar produzindo novelas, que seriam vendidas no Exterior, segundo Guerrero:
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Venezuela
RODRIGO LOPES
Pedro Guerrero, 30 anos, ainda não limpou as gavetas. Apresentador do noticiário El Observador, o principal da Radio Caracas Televisión (RCTV), ele vai esperar até o último minuto antes de ir embora.
- Todos estamos aguardando para ver o próximo capítulo. Se realmente fechar, vamos ter de buscar trabalho em outros lugares - contou o jornalista em entrevista a Zero Hora, na quinta-feira.
O último minuto, no caso de Guerrero e dos colegas da RCTV, será às 23h59min do próximo domingo. Nesse exato momento, uma das emissoras de TV mais antigas da Venezuela sairá do ar. Quem estiver em casa verá nos aparelhos de televisão apenas o chuvisqueiro ocupar a tela. Dez minutos depois, os monitores serão invadidos pela programação da Teves, emissora pública arquitetada pelo governo Hugo Chávez para ocupar o lugar da RCTV. Imediatamente, 2,8 mil funcionários estarão desempregados - entre eles Guerrero.
- Estamos muito preocupados, porque não sabemos qual será nosso destino profissional. Com o fechamento da RCTV, não teremos muitas opções. À exceção da Globovisión, todos os demais veículos estão de algum modo controlados pelo governo ou têm alguma tendência oficialista - afirmou.
Jornalistas se alternarão entre o trabalho e protestos
A briga entre Chávez e a RCTV é antiga, mas atingirá esta semana seu momento mais crítico. O presidente nunca perdoou o canal por ter apoiado abertamente o golpe frustrado contra ele, em 2002. A emissora se defende com o argumento da liberdade de expressão. Na queda de braço, a empresa perdeu. A concessão para operar em canal aberto vence no próximo domingo, e Chávez não vai renová-la.
Nesta semana, jornalistas como Guerrero alternarão sua rotina entre a produção de notícias e as manifestações nas ruas. Os protestos serão uma última e desesperada tentativa de pressionar o governo. Poucos acreditam, porém, que a iniciativa terá resultado prático. Normalmente fervilhante e dinâmica, a redação de 300 jornalistas entrou em compasso de espera.
- Há um sentimento coletivo de solidariedade. Houve um pequeno êxodo meses atrás, quando nasceu a Telesur. Alguns colegas saíram. Mas a maioria está esperando para ver o que vai acontecer - afirmou.
A sede da RCTV reflete a polêmica. As paredes do prédio foram pintadas com inscrições de apoio à emissora. Semanas antes, as mesmas paredes amanheceram com pichações pró-Chávez e velas simulando um funeral. A preocupação com o futuro foi levada à direção em duas reuniões. Os profissionais receberam a garantia de indenizações em caso de fechamento.
Mais de 60% dos venezuelanos rejeitam a medida chavista. O governo se defende com o argumento de que não se trata de fechamento da emissora - apenas de uma não-renovação da concessão. E afirma que a empresa foi condenada várias vezes por violações das normas venezuelanas de transmissão.
Nos corredores da RCTV, cresceram nas últimas semanas os rumores sobre a possibilidade de a emissora continuar operando por meio de sinal a cabo. Foi um sopro de esperança para os funcionários.
- Espero que seja possível, porque é o trabalho de mais de 2 mil pessoas, e o meu também. Não sei se para isso o canal também precisaria de uma permissão do governo. Esse é o cenário mais provável e o que mais se escuta nos corredores da empresa - disse Guerrero.
Novela pode ser interrompida
Se no Brasil a batalha entre a RCTV e o governo Chávez é mostrada sob o ponto de vista da ameaça à liberdade de expressão, na Venezuela a opinião pública está mais preocupada com a possibilidade de não assistir aos próximos capítulos da principal novela da emissora.
Com uma audiência média de 35 pontos, Mi Prima Ciela, que estreou há duas semanas, é o segundo programa mais assistido das 21h às 22h, horário nobre da TV local. É uma audiência diária de 3 milhões dos 26 milhões de venezuelanos, segundo levantamento da AGB Nielsen.
Mi Prima Ciela é uma regravação de Elisabeth, novela de grande sucesso na Venezuela na década de 80.
- De certo modo, a ameaça de fechamento despertou o interesse das pessoas. Elas estão muito preocupadas. Acabou aumentando a audiência - contou a ZH o jornalista Pedro Guerrero, há nove anos na RCTV.
A emissora tem feito uma intensa campanha relacionando o fim da emissora ao das novelas. Nos intervalos, por exemplo, aparece uma dona de casa pedindo para Chávez "deixar a novela em paz". Já o governo, ciente de que a medida é impopular, convocou profissionais de novela simpáticos a suas idéias para montar uma série no canal público que substituirá a RCTV.
A história de Mi Prima Ciela é conhecida: o galã David Espinoza tenta mudar de vida ao se apaixonar por Graciela Andreína, moça sonhadora que sofre de uma doença grave. Há pelo menos 15 capítulos prontos, o suficiente para cobrir até sexta-feira. O canal promete continuar tocando a novela - os contratos dos 25 atores não prevêem o fim da concessão. A idéia é continuar produzindo novelas, que seriam vendidas no Exterior, segundo Guerrero:
- As novelas produzidas pela RCTV são vendidas em Miami (EUA), no México e na Europa.
Novela pode ser interrompida
Se no Brasil a batalha entre a RCTV e o governo Chávez é mostrada sob o ponto de vista da ameaça à liberdade de expressão, na Venezuela a opinião pública está mais preocupada com a possibilidade de não assistir aos próximos capítulos da principal novela da emissora.
Com uma audiência média de 35 pontos, Mi Prima Ciela, que estreou há duas semanas, é o segundo programa mais assistido das 21h às 22h, horário nobre da TV local. É uma audiência diária de 3 milhões dos 26 milhões de venezuelanos, segundo levantamento da AGB Nielsen.
Mi Prima Ciela é uma regravação de Elisabeth, novela de grande sucesso na Venezuela na década de 80.
- De certo modo, a ameaça de fechamento despertou o interesse das pessoas. Elas estão muito preocupadas. Acabou aumentando a audiência - contou a ZH o jornalista Pedro Guerrero, há nove anos na RCTV.
A emissora tem feito uma intensa campanha relacionando o fim da emissora ao das novelas. Nos intervalos, por exemplo, aparece uma dona de casa pedindo para Chávez "deixar a novela em paz". Já o governo, ciente de que a medida é impopular, convocou profissionais de novela simpáticos a suas idéias para montar uma série no canal público que substituirá a RCTV.
A história de Mi Prima Ciela é conhecida: o galã David Espinoza tenta mudar de vida ao se apaixonar por Graciela Andreína, moça sonhadora que sofre de uma doença grave. Há pelo menos 15 capítulos prontos, o suficiente para cobrir até sexta-feira. O canal promete continuar tocando a novela - os contratos dos 25 atores não prevêem o fim da concessão. A idéia é continuar produzindo novelas, que seriam vendidas no Exterior, segundo Guerrero:
- As novelas produzidas pela RCTV são vendidas em Miami (EUA), no México e na Europa.
Novela pode ser interrompida
Se no Brasil a batalha entre a RCTV e o governo Chávez é mostrada sob o ponto de vista da ameaça à liberdade de expressão, na Venezuela a opinião pública está mais preocupada com a possibilidade de não assistir aos próximos capítulos da principal novela da emissora.
Com uma audiência média de 35 pontos, Mi Prima Ciela, que estreou há duas semanas, é o segundo programa mais assistido das 21h às 22h, horário nobre da TV local. É uma audiência diária de 3 milhões dos 26 milhões de venezuelanos, segundo levantamento da AGB Nielsen.
Mi Prima Ciela é uma regravação de Elisabeth, novela de grande sucesso na Venezuela na década de 80.
- De certo modo, a ameaça de fechamento despertou o interesse das pessoas. Elas estão muito preocupadas. Acabou aumentando a audiência - contou a ZH o jornalista Pedro Guerrero, há nove anos na RCTV.
A emissora tem feito uma intensa campanha relacionando o fim da emissora ao das novelas. Nos intervalos, por exemplo, aparece uma dona de casa pedindo para Chávez "deixar a novela em paz". Já o governo, ciente de que a medida é impopular, convocou profissionais de novela simpáticos a suas idéias para montar uma série no canal público que substituirá a RCTV.
A história de Mi Prima Ciela é conhecida: o galã David Espinoza tenta mudar de vida ao se apaixonar por Graciela Andreína, moça sonhadora que sofre de uma doença grave. Há pelo menos 15 capítulos prontos, o suficiente para cobrir até sexta-feira. O canal promete continuar tocando a novela - os contratos dos 25 atores não prevêem o fim da concessão. A idéia é continuar produzindo novelas, que seriam vendidas no Exterior, segundo Guerrero:
- As novelas produzidas pela RCTV são vendidas em Miami (EUA), no México e na Europa.
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