Copom corta meio ponto e juro vai a 12%
Enviado: 06 Jun 2007, 20:51
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 2484.shtml
Com inflação e dólar baixos, Copom corta meio ponto e juro vai a 12%
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ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
A inflação sob controle e a valorização do real frente ao dólar fizeram o Banco Central acelerar o ritmo de corte da taxa básica de juros. O Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou a redução da Selic de 12,5% para 12% ao ano. Nas três reuniões anteriores, o corte foi menor, de 0,25 ponto percentual.
Ao chegar a 12%, a taxa fica em seu menor nível histórico. Os juros reais (descontada a inflação), porém, ainda estão entre os mais altos do mundo. Apesar de a maioria dos integrantes do Copom ter votado pela redução de meio ponto percentual na reunião de hoje, a decisão não foi unânime.
"Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, neste momento, reduzir a taxa Selic para 12% ao ano, sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pela redução da taxa Selic em 0,25 ponto percentual", diz a nota do comitê divulgada ao final da reunião.
Arte Folha Online
Embora a aposta por um corte de meio ponto não fosse unânime --parte dos analistas esperava uma redução de 0,25 ponto percentual--, ela era esperada como uma resposta à valorização do real frente ao dólar. Isso porque parte da apreciação é causada pelos dólares que entram no país por meio dos investidores que buscam rentabilidade maior para suas aplicações. Esse fluxo de moeda estrangeira colabora para a queda da cotação do dólar, assim como a entrada de recursos via exportações.
Hoje, essa valorização do real sobre a divisa norte-americana é combatida apenas com as compras de dólares no mercado por parte do Banco Central.
O corte maior chegou a ser ameaçado pela declaração do presidente do Fed (o BC dos EUA), Ben Bernanke, sobre preocupação do BC local com a inflação. Ela foi interpretada por investidores como uma indicação de que a taxa de juros norte-americana não será reduzida na próxima reunião. Quando os juros lá ficam menores, os investidores procuram aplicações mais rentáveis em outros países.
Em relação à economia brasileira, não há sinais de que a meta de inflação, de 4,5% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), não seja alcançada. No ano passado, os preços subiram 3,14%. Em 12 meses, está em 3% e a previsão dos analistas é que ela termine o ano em 3,5%.
Na ata da última reunião, realizada em abril, o Copom admite que os bens importados darão uma contribuição para a estabilidade de preços maior do que a imaginada anteriormente. Foi essa razão que gerou a divergência no colegiado e que levou três diretores a votarem por um corte de 0,5 ponto, mas que foram vencidos pelo voto dos outros quatro integrantes do Copom.
A atividade econômica, mesmo com o crescimento de 4,5% esperado pelo governo dentro do PAC (Programa para Aceleração do Crescimento), não deverá gerar pressão inflacionária. O crescimento da taxa de investimentos e da importação de bens de capital indicam que a indústria terá capacidade de aumentar a capacidade de produção para atender a um possível aumento da demanda. Sem essa disponibilidade de produzir mais, a aceleração da atividade econômica poderia gerar pressão sobre os preços. Em setembro de 2004, esse temor fez com que o Copom aumentasse os juros.
O Copom divulga na quinta-feira da próxima semana a ata da reunião ocorrida ontem e hoje.
Com inflação e dólar baixos, Copom corta meio ponto e juro vai a 12%
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ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
A inflação sob controle e a valorização do real frente ao dólar fizeram o Banco Central acelerar o ritmo de corte da taxa básica de juros. O Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou a redução da Selic de 12,5% para 12% ao ano. Nas três reuniões anteriores, o corte foi menor, de 0,25 ponto percentual.
Ao chegar a 12%, a taxa fica em seu menor nível histórico. Os juros reais (descontada a inflação), porém, ainda estão entre os mais altos do mundo. Apesar de a maioria dos integrantes do Copom ter votado pela redução de meio ponto percentual na reunião de hoje, a decisão não foi unânime.
"Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, neste momento, reduzir a taxa Selic para 12% ao ano, sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pela redução da taxa Selic em 0,25 ponto percentual", diz a nota do comitê divulgada ao final da reunião.
Arte Folha Online
Embora a aposta por um corte de meio ponto não fosse unânime --parte dos analistas esperava uma redução de 0,25 ponto percentual--, ela era esperada como uma resposta à valorização do real frente ao dólar. Isso porque parte da apreciação é causada pelos dólares que entram no país por meio dos investidores que buscam rentabilidade maior para suas aplicações. Esse fluxo de moeda estrangeira colabora para a queda da cotação do dólar, assim como a entrada de recursos via exportações.
Hoje, essa valorização do real sobre a divisa norte-americana é combatida apenas com as compras de dólares no mercado por parte do Banco Central.
O corte maior chegou a ser ameaçado pela declaração do presidente do Fed (o BC dos EUA), Ben Bernanke, sobre preocupação do BC local com a inflação. Ela foi interpretada por investidores como uma indicação de que a taxa de juros norte-americana não será reduzida na próxima reunião. Quando os juros lá ficam menores, os investidores procuram aplicações mais rentáveis em outros países.
Em relação à economia brasileira, não há sinais de que a meta de inflação, de 4,5% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), não seja alcançada. No ano passado, os preços subiram 3,14%. Em 12 meses, está em 3% e a previsão dos analistas é que ela termine o ano em 3,5%.
Na ata da última reunião, realizada em abril, o Copom admite que os bens importados darão uma contribuição para a estabilidade de preços maior do que a imaginada anteriormente. Foi essa razão que gerou a divergência no colegiado e que levou três diretores a votarem por um corte de 0,5 ponto, mas que foram vencidos pelo voto dos outros quatro integrantes do Copom.
A atividade econômica, mesmo com o crescimento de 4,5% esperado pelo governo dentro do PAC (Programa para Aceleração do Crescimento), não deverá gerar pressão inflacionária. O crescimento da taxa de investimentos e da importação de bens de capital indicam que a indústria terá capacidade de aumentar a capacidade de produção para atender a um possível aumento da demanda. Sem essa disponibilidade de produzir mais, a aceleração da atividade econômica poderia gerar pressão sobre os preços. Em setembro de 2004, esse temor fez com que o Copom aumentasse os juros.
O Copom divulga na quinta-feira da próxima semana a ata da reunião ocorrida ontem e hoje.